A REVOLUÇÃO SEXUAL - OSHO




Mohan Chandra Rajneesh, o Osho, passou a ser nosso conhecido porque ousou pregar novos paradigmas para o sexo e o amor no Ocidente.

Sua permanência nos EUA, durante sete anos, ajudou bastante na expansão de sua fama. Osho criou uma comunidade alternativa no estado do Oregon, coração do oeste americano e uma das sentinelas do moralismo naquele país. Milhares de adeptos dirigiram-se para lá, vindos de todos os EUA e também do exterior.

A fama lhe custou caro. Osho foi perseguido e expulso do país. Tudo porque pregou idéias como a seguinte:

"O sexo é a energia mais vital, digo mais, a única energia que você tem. Não lute com ela; será uma perda de energia e de tempo, ao invés disso, transforme-a. Eu posso ensinar a fazê-lo."

Nascido com a luz do Tantra


Osho nasceu em Kuchwada, Madhya Pradesh, Índia, em 1931. Era filho de um modesto comerciante de roupas, adepto à religião Jaina. Passou os primeiros sete anos com seus avós, que lhe concederam absoluta liberdade para fazer exatamente o que quisesse, apoiando-o inteiramente em suas precoces e intensas investigações sobre a verdade e a vida.

Após a morte de seu avô, em 1938, Osho volta a viver com os pais, em Gadawara. Sua avó muda-se para a mesma cidade e, mais tarde, torna-se discípula do neto, permanecendo sua mais generosa amiga até morrer, em 1970.

Osho teve os primeiros sinais de sua iluminação aos 14 anos de idade. Seus experimentos com a meditação se aprofundaram, e a intensidade da sua busca espiritual refletia-se em sua frágil condição física. Parentes e amigos chegaram a temer que ele pudesse não viver muito.

A maioridade da iluminação


Aos 21 anos, em 1953, Osho atinge a iluminação, o mais alto pico da consciência humana, segundo os padrões brâmanes. Ele passa a viver o estado de não-ego, de comunhão com o Todo, em perfeita unidade com as leis interiores da vida. Sua trajetória de jovem intelectual continua. Na Universidade de Saugar gradua-se em filosofia, em 1956, e passa a proferir conferências e debates em toda a Índia.

Nos quinze anos seguintes, Osho torna-se conhecido em seu país, irradiando fama a partir de Bombaim, onde tem sua base de trabalho. Passa então a ser conhecido como Bagwan (o abençoado).

Se oriente, rapaz


Esse período ajusta-se perfeitamente ao grande movimento internacional conhecido como contracultura. No mundo todo, os jovens buscam novas alternativas às hipócritas convenções que dominavam os hábitos e a política do planeta. A consciência da ameaça atômica e a guerra do Vietnã eram também fatores agregados ao clima de protesto.

Os líderes do movimento contracultural invocam, então, o Oriente como um caminho para novas perspectivas. Osho se beneficiará desse momento histórico. A partir de 1970, ele começa a "iniciar" as pessoas no Neo-sânias, um caminho de comprometimento com a pesquisa sobre si mesmo, a meditação e a expansão do amor e da consciência.

Chegam do Ocidente pessoas buscando essa nova consciência, entre eles muitos terapeutas. A fama de Osho começa a se espalhar por toda a Europa, Américas, Austrália e Japão.

Osho no mundo


O raio de influência de Osho torna-se internacional. Mas, ao mesmo tempo, ele se recolhe cada vez mais na privacidade de seu quarto, aparecendo apenas duas vezes ao dia: para discursar, de manhã, e dar iniciação e aconselhamento aos visitantes, à noite.

Nessa fase, desenvolvem-se os revolucionários grupos de terapia, combinando insights orientais de meditação com a psicoterapia ocidental. Em dois anos, o ashram (núcleo de atuação de Osho) ganha reputação de ser o mais exemplar centro de crescimento e terapia do mundo.

À época, os discursos de Osho incluíam todas as grandes tradições religiosas do mundo. Sua vasta erudição na ciência e no pensamento ocidentais, e a clareza e a profundidade de seus argumentos faziam desaparecer, para seus ouvintes, a distância entre o Oriente e o Ocidente. Seus discursos, gravados e transcritos em livros (que compreendem centenas de volumes), eram absorvidos por centenas de milhares de leitores em todo o mundo.

Ao final dos anos setenta, o centro terapêutico de Osho, em Puna, Índia, transformou-se na meca daqueles que buscam a verdade.

USA


Em 1981, devido a dores na coluna, ele é levado aos EUA por seu médico e seus acompanhantes, para uma possível cirurgia. Seus discípulos americanos decidem adquirir 64 mil acres de terra no deserto do Oregon Central e convidam Osho a permanecer por lá.

Osho se recupera rapidamente. Uma comuna agrícola modelo evolui ao seu redor, com surpreendente velocidade e resultados impressionantes, recuperando a terra desvalorizada e exaurida do deserto e transformando-a num oásis verde, que passa a alimentar uma população de cinco mil pessoas.

Durante os festivais anuais de verão, organizados pelos amigos de Osho, vindos de todas as partes do mundo, mais de quinze mil visitantes são hospedados e alimentados nessa nova cidade, chamada de Rajneeshpuram.

Paralelamente ao rápido crescimento da comuna no Oregon, surgem comunas em todas as grandes capitais dos países ocidentais e também no Japão, sustentadas independentemente.

Visto negado


Osho requer residência permanente nos EUA, na condição de líder religioso, mas seu pedido é recusado pelo governo norte-americano.

As razões da perseguição que Osho começa a sofrer por parte do governo americano nunca foram totalmente explicadas, mas podem ser presumidas comparando-se os ensinamentos e pregações do hindu e a rígida moral protestante dos EUA, especialmente naquele estado do meio-oeste do país.

A comunidade Rajneeshpuram, orientada por Osho, praticava o sexo tântrico, no qual a entrega dos corpos ultrapassa os limites conhecidos pelo Ocidente.

Para as autoridades americanas, aquele nível de aprofundamento não passava de bacanais, e os relaxamentos e meditações pareciam provocados por drogas pesadas.

Em setembro de 1985, após ser mantido algemado e encarcerado por 8 dias, Osho e sua comitiva são expulsos dos EUA. Daí em diante sua vida será uma constante mudança de domicílio. Ele é expulso de vários países, entre eles a própria Índia, o Uruguai e também o Japão.

O início da eternidade


Em janeiro de 1990, Osho morre. Fora vítima de envenenamento por tálium, um metal pesado que age lentamente sobre o organismo. Seus seguidores acusam o governo americano de o haver assassinado, fazendo-o ingerir a substância tóxica durante o período em que esteve sob sua guarda.

A obra


Os ensinamentos de Osho abrangem todos os setores da vida humana. Aqui falaremos de sua orientação quanto à prática sexual. Ele pregava o sexo tântrico, resumindo-o com essas simples palavras:

"Ao fazer amor, três coisas devem ser lembradas:

A primeira:

Nunca faça amor sem meditar. É importante adquirir um nível mais alto de consciência para o encontro. O casal deve sentar-se, silenciosamente, com uma luz suave, e permanecer sem movimentos, como uma estátua, por 40 minutos. Deve-se buscar a ausência total de pensamentos e a lentidão na respiração até o limite do possível para cada um. Esse exercício prepara o corpo para o amor, para o movimento sutil do prazer. Uma música clássica de fundo ajuda.

A segunda:

A veneração. É fundamental venerar o parceiro e deixar-se venerar por ele. Frente a frente, nus, os parceiros elevam sua admiração um pelo outro, isso porque o sexo tântrico só pode ser praticado entre deuses, e deuses devem ser venerados. Essa fase também deve durar em torno de 40 minutos. Essa atitude deve ser sublime, verdadeira, gestual, simbólica. Podem ser usados perfumes que serão friccionados em pés e mãos, e flores no leito. A humanidade torna-se irrelevante, o nome e o resto, tudo é pura energia.
A terceira:

Durante o amor, não faça, deixe-se fazer por ele. Sem pressa, vagarosamente, faça de seu corpo e do corpo do parceiro um instrumento musical, onde as energias farão fluir a mesma música.

Então, estas três coisas são: jogar a semente, cuidar da planta, e protegê-la, então a flor do tantra nascerá."
 
Fonte:http://camanarede.terra.com.br/

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