O AMOR E A MÍSTICA SUFI

O mais inefável do misticismo Maometano é o Sufismo Persa, o qual tem o mérito de lutar contra o materialismo e o fanatismo, assim como contra a interpretação da letra morta do Alcorão. Os Sufis interpretam o Alcorão desde o ponto de vista Esotérico, assim como nós, os Gnósticos, interpretamos o Novo Testamento.
O que mais desconcerta aos ocidentais é a estranha e misteriosa mescla de erótico com o místico na religiosidade oriental e na Mística Sufi. A Teologia Cristã considerou a carne como hostil ao Espírito, porém na Religião Mulçumana a Carne e o Espírito são duas substâncias de uma mesma energia.
Substâncias essas que se devem ajudar mutuamente. Isso só entendem os que praticam Magia Sexual Positiva. No Oriente, a Religião, a Ciência, a Arte e a Filosofia são ensinadas em linguagem erótica e delicadamente sexual. “Maomé enamorou-se de Deus”, dizem os místicos árabes (…).
Os que estudam cuidadosamente o Cântico dos Cânticos do sábio Salomão, encontrarão essa deliciosa mescla do místico com o erótico, que tanto escandaliza aos infra-sexuais. A verdadeira religião não pode renunciar ao erótico, porque seria sua morte. Inúmeros mitos e lendas antigas fundamentam-se no erótico. O amor e a morte constituem de fato a base de toda autêntica religião.
Os Sufis, poetas persas, escreveram sobre o amor de Deus com expressões aplicáveis às suas formosas mulheres. Isto escandaliza aos fanáticos do infra-sexo. A idéia do Sufismo é a união amorosa da Alma com Deus. Realmente, nada pode explicar melhor a união amorosa da Alma com Deus do que a união sexual deliciosa do homem com a mulher. Essa é a brilhante idéia do Sufismo. Se quisermos falar da união de Deus com a Alma, devemos fazê-lo na linguagem erótica do amor e do sexo. Só assim podemos dizer o que temos que dizer.
A linguagem simbólica dos Sufis possui expressões maravilhosas. Sonho, entre eles, significa meditação. (…) A palavra “perfume” simboliza “esperança do favor divino”. “Beijos e abraços” significam, entre eles, “embelezamento na piedade”; “vinho”: quer dizer “conhecimento espiritual”, etc. Os poetas Sufis cantavam ao amor, às mulheres, às rosas e ao vinho (…).
Texto extraído do livro O Matrimônio Perfeito, de Samael Aun Weor.

AUTOR:Giordano Cimadon é psicólogo, escritor e professor gnóstico do Lumisial Pistis Sophia, atual Presidente da Sociedade Gnóstica Internacional.
http://www.sgi.org.br/

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