A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz em Floripa, nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.
Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Como tinha muito tempo ainda até o embarque, ele então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí, ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro. As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já!”, instantaneamente, todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e os comerem felizes. O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas, se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: “Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?” Ele ficou pasmo. Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo… Ou jamais teria proposto uma competição, certo? Muitas vezes trabalhamos em cima de uma idéia ou de uma convicção tão obsessivamente, para “ajudar” aqueles que consideramos “carentes” ou para mudar os “inferiores” e não percebemos que eles têm o mesmo valor que nós. E até nos surpreendem, muitas vezes, com seu sentido ético e sua maneira de se relacionarem. Falta ainda um pouco mais de tempo para compreendermos que não existe tal coisa como uma hierarquia cultural, ou seja, expressões culturais boas e más, certas ou erradas. Na ação de cada gesto ou na consideração que fazemos do “outro,” só conseguimos olhar para o próprio umbigo efrequentemente nos vermos como modelo e referencial.. Olhamos as outras manifestações culturais, outros valores, outras práticas sociais pelo nosso prisma,com os valores da nossa cultura. A isso a Sociologia e a Psicologia chamam de “etnocentrismo”. Ubuntu significa: Sou quem sou, por quem somos todos nós. (autor não identificado). Atente para o detalhe: por quem SOMOS, não pelo que temos… Este texto nos faz um chamamento a que mudemos esta espécie de “superioridade” que damos a determinadas culturas, religiões e modos de ser (geralmente a nossa própria), em detrimento de outros, para não mais agirmos considerando uma determinada cultura como “gabarito” cultural entre outras diferentes… Na verdade, todos aprendem e crescem com todos, trocando, enriquecendo-se, complementando-se, participando..
fonte: http://leoninadigital.blogspot.com/2011/06/o-que-tribo-ubuntu-pode-nos-ensinar.html
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