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OS SACERDOTES NO ANTIGO EGITO
O Antigo Egito foi uma civilização impregnada de valores religiosos. Os egípcios acreditavam em muitos deuses, sendo que cada um era responsável por diversos aspectos da ordem e prosperidade do Antigo Egito. Para eles tudo o que existia havia sido criado pelos deuses. Por isso, era necessário realizar diariamente rituais dedicados as divindades. Desse modo, os ritos não ocorriam para as pessoas, mas sim para os deuses que teriam criado o mundo, o ordenava e o governava.
O faraó era considerado uma divindade investida do serviço de governar o Egito. Ele era o responsável por manter o equilíbrio entre o Universo e o Egito, a parte que foi criada pelos deuses. Assim, era tarefa do soberano garantir ordem ao país que governava, através dos atos de culto e da apresentação das oferendas no templo.
Por ser ele quem faz a relação entre o mundo dos deuses e o mundo dos homens era o único sacerdote de que o país dispunha, porém, como não podia estar diariamente em todos os templos nomeava sacerdotes para que realizassem a tarefa em seu nome.
Assim, o ofício do sacerdócio era realizado em nome do governo egípcio. Embora o faraó era quem devesse escolher os sacerdotes, muitas vezes o filho assumia o cargo sacerdotal que foi desempenhado pelo pai. Os sacerdotes ficavam a serviço do deus por cerca de três meses quando retornavam a sua atividade cotidiana junto à família.
Cada templo dedicado a uma divindade possuía sua hierarquia, sendo que o clero de um templo era independente do outro. Porém, em cada templo as principais funções sacerdotais eram:
• Servidor do Deus (sumo-sacerdote) – realizava o culto diário representando o faraó.
• Pai do deus – it-netjer. Acredita-se que realizavam cerimônias perante grupos restritos de sacerdotes.
• Sacerdotes uab (sacerdotes puros). Desempenhavam diversas atividades no templo, muitas não relacionadas ao culto diário.
• Sacerdotes leitores – Realizavam a leitura dos textos sagrados durante as cerimônias religiosas.
• Sacerdotes honorários - Observavam os astros e determinavam o horário preciso dos ritos dedicados aos deuses.
Os sacerdotes para realizarem o seu ofício tinham que raspar todos os pelos do corpo, poderiam apenas usar roupas de linho e sandálias confeccionadas com fibras vegetais, como as de papiro. Deveriam purificar-se no lago sagrado, que havia no interior do templo, várias vezes ao dia. Tinham que abster-se de relações sexuais durante o período em que tinham suas obrigações na “casa do deus”, e não podiam ingerir certos alimentos, como o peixe.
A principal atividade que ocorria nos templos era o culto diário dedicado à divindade que habitava o templo. Este ritual compreendia, principalmente, atividades físicas prestadas à imagem do deus.
No rito diário, inicialmente, um grupo de sacerdotes realizava a preparação das oferendas. Após, uma procissão transportava os alimentos para o interior do templo e os depositava na sala conhecida como “santo dos santos”, o santuário onde ficava a imagem da divindade. O Sumo sacerdote, ao nascer do sol, abria as portas desta que era a sala mais reservada do templo. Acompanhado por cânticos retirava o lacre do Naos (espécie de oratório onde ficava a imagem divina) e tocava na estátua transmitindo a vitalidade para a mesma; apenas ele poderia conhecer a imagem do deus. Após, oferecia as oferendas; os egípcios acreditavam que a essência dos alimentos era transmitida através da fumaça do incenso. Depois, a estátua era lavada, vestida com roupas novas e ungia-se o corpo com óleos.
As roupas dedicadas ao deus eram coloridas: branco, verde, vermelha e azul. Cada cor tinha um significado e estavam relacionadas à sua proteção. Tendo o rito sido concluído, o Sumo sacerdote guardava a estátua, o Naos era fechado e novamente lacreado.
Às 12h e ao entardecer uma nova atividade ritual ocorria através de libações e oferendas de incenso em uma sala próxima ao santuário do deus, ou na frente, embora a estátua divina não fosse mais revelada.
Muitos dos ritos que ocorriam nos templos eram acompanhados por música e dança. A função feminina nos templos estava associada a esta atividade, pois dançavam e tocavam os instrumentos musicais ao longo das atividades rituais.
Além dos sacerdotes que trabalhavam nos templos de cada divindade, havia outros relacionados a funções diversas. Os sacerdotes do Ká eram responsáveis pelo rito de mumificação. Faziam oferendas fúnebres e as cerimônias necessárias à sobrevivência do morto na vida além túmulo.
Havia também os sacerdotes das Casas da Vida. As Casas da Vida eram instituições dentro dos templos que tinham a missão de transmitir e preservar a cultura e religião egípcia. Por isso, os sacerdotes a elas relacionados recebiam o título de “escriba do livro divino” e tinham como funções conservar e transmitir o material ali presente, geralmente copiando livros religiosos e científicos.
A religião estava presente em todos os momentos da vida dos egípcios, por isso a importância do oficio realizado pelos sacerdotes. Embora conheçamos a estrutura das atividades que eles realizavam, as fontes históricas não nos possibilitam conhecer a dimensão humana rotineira desses homens, como é o caso da relação sacerdotal junto aos fiéis egípcios, já que estes não tinham permissão para entrar nos templos.
Fonte : http://www.amorc.org.br
<><><><><><><> Os sacerdotes trabalhavam nos templos administrando os rituais diários de vestir, alimentar e pôr para dormir as imagens esculpidas que representavam as deidades às quais os templos eram dedicados. O santuário mais recôndito do templo era considerado como o quarto do deus ou da deusa, onde suas necessidades domésticas eram satisfeitas. Nos templos mortuários, os sacerdotes administravam cerimônias semelhantes para nutrir o ka de um faraó falecido ou de um nobre. Até o Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.) não havia hierarquia sacerdotal abrangendo todo o Egito e sim sacerdócios locais. Apesar disso, já no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) os sacerdotes, assim como os nobres, tinham a supremacia entre todos os súditos do faraó. No Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) esse poder declinou, mas recrudesceu no Império Novo. A partir de então, com o crescimento da importância dos templos, houve uma progressiva ascensão da classe sacerdotal, sobretudo do clero da cidade de Tebas, pois o seu deus — Amon — passara a dominar o panteão dos deuses egípcios. Outro fator que contribuiu para o aumento do poder sacerdotal foi o desenvolvimento da magia e da superstição. Esse poderio perdurou até o Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.). O clero egípcio era muito numeroso e subdividia-se em múltiplas categorias. Havia uma classe superior, que ostentava o título de hem-netjer, palavra que literalmente significa servo do deus, que os especialistas traduzem por sacerdote. A egiptóloga Lucia Gahlin nos adverte que nem todos os indivíduos designados com este termo eram necessariamente treinados em teologia. É possível que a maioria deles não executasse qualquer tipo de ritual no templo. A tradução convencional dos antigos termos egípcios pode ser enganadora quando eles empregam palavras que têm significados muito específicos para nós na atualidade. Os relevos nas paredes dos templos também podem ser enganadores, pois como apenas o faraó era merecedor de ser representado diante de uma divindade, os sacerdotes jamais eram retratados fazendo oferendas aos deuses. A classe inferior do clero era conhecida por wab, literalmente, o puro. Além destas duas classes, havia os pais divinos, ordem não incluída entre os sacerdotes wab e os khery-heb, ou seja, os lentes, estes classificados junto com os wab. Ao longo de toda a história egípcia o grosso do sacerdócio era formado por pessoas que passavam grande parte do ano envolvidas em outro tipo de ocupação, mas periodicamente consagravam-se ao serviço dos deuses. Foi criado um sistema de rodízio no qual os sacerdotes de cada templo eram divididos em quatro grupos. Os membros de cada grupo realizavam por um mês lunar, junto aos templos, deveres tanto religiosos quanto outros mais práticos e menos sagrados. Ao final desse período, o escalão que ia ceder seu lugar ao seguinte costumava proceder a um inventário dos bens do templo, logo conferido pelo escalão que entrava. Depois retornavam aos seus próprios ofícios por três meses. Portanto, trabalhavam para os templos por um total de três meses a cada ano. Muita gente do povo fazia parte desse contingente: camponeses que exploravam a terra sagrada, artesãos das oficinas, dançarinas, cantoras e tocadoras de música. Aliás, diga-se de passagem, a música e a dança sagrada faziam parte importante dos rituais e celebrações conduzidas por sacerdotes e sacerdotisas. Para a maior parte da população valia a pena executar esse serviço, porque os sacerdotes recebiam em mercadorais, proporcionalmente, parte dos rendimentos dos templos. Os egípcios acreditavam que as divindades consumiam a essência dos alimentos ofertados a elas, os quais eram depois entregues aos sacerdotes. Estes também estavam isentos de alguns impostos e frequentemente podiam ser liberados dos trabalhos compulsórios que atingia o restante da população, tais como abrir canais de irrigação. Todos aqueles que trabalhavam para os templos ocupavam posição privilegiada, mas eram obrigados a jurar que jamais revelariam os segredos ou mistérios que conheciam. Os Sacerdotes — esclarece John Baines — obtinham rendimento dos templos e muitas vezes detinham sinecuras em vários. As oferendas eram colocadas diante do deus e, "depois de ele se ter satisfeito com elas", revertiam primeiro para santuários menores e em seguida para os sacerdotes, que consumiam os seus resíduos menos espirituais. Tais oferendas eram, entretanto, apenas uma parte do rendimento dos templos. Outros produtos ofertados eram destinados diretamente ao pagamento do pessoal e para serem trocados por algumas utilidades de que o templo não dispunha.
A hierarquia do clero masculino tinha como seu representante máximo o hem-netjer tepy, isto é, o sumo sacerdote, o qual recebia vários títulos como, por exemplo, o de primeiro profeta ou de o maior dos videntes. Cada templo possuía o seu e ele era designado pelo faraó e representava o rei nas cerimônias religiosas cotidianas. Em tese o faraó deveria ser o único celebrante das cerimônias religiosas diárias que se desenrolavam nos diversos templos espalhados por todo o Egito. Sendo isto impossível, a ficção era sustentada pelos relevos que cobriam as paredes dos templos e nos quais o rei era representado como oficiante de todos os ritos divinos. Na prática o sumo sacerdote exercia o papel religioso do faraó. Para alcançar essa posição tornava-se necessário uma longa educação nas artes e nas ciências. Leitura, escrita, engenharia, aritmética, geometria, astronomia, medição de espaços, cálculo do tempo pela ascensão e ocaso das estrelas faziam parte de tal aprendizado. Os sacerdotes de Heliópolis, por exemplo, tornaram-se guardiães dos conhecimentos sagrados e ganharam reputação de sábios, a qual perdurou até o final do Período Tardio. Logo abaixo do sumo sacerdote vinha o segundo profeta, encarregado da organização econômica do templo. Cabia-lhe o controle dos recursos próprios e das doações, certificando-se de que a quantidade necessária de oferendas estivesse disponível a cada dia. Um grande número de administradores trabalhava para ele. A maioria dos sacerdotes se ocupava em garantir a manutenção e a segurança do templo. Eles administravam as oficinas, despensas, bibliotecas e outros prédios correlatos. Também atuavam como porteiros e zeladores. Mas também havia os que exerciam atividades mais especificamente religiosas. Era o caso, por exemplo, dos sacerdotes leitores, cuja função era a de recitar as palavras do deus. Cantavam encantamentos enquanto importantes rituais eram executados. Durante a mumificação de um corpo, por exemplo, recitavam textos do Livro dos Mortos. Por sua vez, os sacerdotes sem tinham importante papel nos funerais, pois realizavam os ritos finais de purificação do corpo e a abertura da boca, cerimônia executada na múmia para reviver seus sentidos, o que permitiria que o falecido pudesse renascer no além-túmulo. Essa última função sacerdotal surgiu no Império Novo a partir das obrigações exercidas pelo filho primogênito no funeral de seu pai. Finalmente podemos dar exemplos de pessoas com conhecimentos específicos que trabalhavam como sacerdotes. Os sacertotes das horas, provavelmente astrônomos, eram responsáveis pela compilação dos calendários dos festivais, ocasiões nas quais a estátua de culto da divindade era carregada pela região e os oráculos divinos eram proferidos. Sacerdotes professores trabalhavam na Casa da Vida (Per Ankh) ensinando a elite dos meninos locais a lerem e escreverem e copiando manuscritos para a biblioteca do templo ou fazendo os registros administrativos. Muitos deles devem ter atuado como escribas da comunidade local, sendo chamados para redigir documentos tais como testamentos e contratos de divórcio. Acreditava-se que alguns sacerdotes podiam interpretar os sonhos, fornecendo, assim, uma orientação ou profecia. Outros eram músicos dos templos. Quanto maior o prestígio e a riqueza do deus cujo santuário dirigiam, maior a importância política do seu sumo sacerdote. O mais prestigiado de todos — sobretudo a partir do Império Novo — era o sumo sacerdote de Amon de Karnak e alguns dentre eles chegaram à categoria de diretor dos profetas do Alto e do Baixo Egito, o que correspondia a chefe supremo do clero nacional. Abaixo do sumo sacerdote, sob seu controle e às vezes escolhidos fora da hierarquia regular, havia uma série escalonada dos assim chamados lentes, puros, pais divinos e profetas, que podiam passar de um grau para outro. Tal ascensão dependia de vários fatores, entre os quais se incluía a habilidade de cortesão e os parentes de prestígio. A verdade é que em Karnak havia uma enorme equipe de sacerdotes com poder bastante grande. Os sacerdotes de menor categoria executavam vários deveres, tais como estudar e escrever textos em hieróglifos, ensinar os recrutas recém chegados e executar muitos dos deveres rotineiros inerentes ao templo. Duas doutrinas opostas se alternaram ao longo dos séculos concentrando maior ou menor poderio na mão dos sacerdotes. Uma delas defendia o direito do filho de assumir a função sacerdotal do pai. A outra entendia que o faraó tinha o direito de nomear livremente a pessoa que julgasse mais adequada para o cargo. Heródoto — o pai da História — afirmava que os egípcios eram muito mais religiosos do que o resto dos homens e em sua obra informava que os sacerdotes raspam todo o corpo de três em três dias, para evitar que os piolhos ou outros parasitas os molestem enquanto estão servindo os deuses. Não usam mais do que um traje de linho e sapatos de papiro, pois não lhes é permitido usar outra roupa nem outro calçado. Lavam-se duas vezes por dia em água fria e outras tantas vezes à noite; numa palavra: observam regularmente mil e tantas práticas religiosas. Gozam, em recompensa, de grandes vantagens. Não despendem nem consomem nada dos próprios bens. Cada um deles recebe sua porção de carne sagrada, que lhes é dada já cozida; e lhes distribuem mesmo, todos os dias, grande quantidade de carne de vaca e de ganso. Recebem também vinho de uva, mas não lhes é permitido comer peixe. Os egípcios nunca semeiam favas nas suas terras, e se tal alimento lhes vem às mãos, não o comem, nem cru nem cozido. Os sacerdotes não podem nem mesmo vê-lo, por considerá-lo um legume impuro. Cada deus tem vários sacerdotes e um sumo sacerdote. Quando este morre, é substituído pelo filho. No que diz respeito à vestimenta dos sacerdotes, Lucia Gahlin nos diz que fora o fato de que eles eram obrigados a se depilarem, os de categoria inferior mostrados em relevos e pinturas não se distinguiam das pessoas comuns. Entretanto, alguns sacerdotes usavam roupas diferentes como indicativo do seu ofício. Os sacerdotes sem, que realizavam a purificação final e os ritos de revivificação nos funerais, usavam mantos feitos com pele de leopardo. Parece que os sacerdotes em geral eram obrigados a lavar a boca com uma solução de natrão, um composto natural de carbonato de sódio e bicarbonato que existe na forma de cristais nas margens de determinados lagos. Precisavam, ainda, passar óleo em todo o corpo. Um documento jurídico, pertencente no Museu de Turim, narra que um sacerdote was do deus Khnum foi levado às barras do tribunal: ele havia jurado só entrar no templo em Elefantina depois de passar dez dias bebendo natrão, mas penetrou no templo apenas sete dias depois e foi considerado ritualmente impuro. No alto da página vê-se a cabeça de uma estátua-cubo do sumo sacerdote de Amon, Bakenkhonsu, que viveu 90 anos, entre 1310 e 1220 a.C. Ele exerceu suas funções na época de Ramsés II, surge em vários monumentos e parece ter sido estimado pelo povo. Tanto na parte frontal quanto na posterior da estátua, uma longa inscrição descreve a elevada posição e carreira do sacerdote. Ela diz: >>>>
Passei quatro anos como aluno, 11 anos como aprendiz, sendo responsável pela estrebaria de adestramento de Seti I. Durante quatro anos fui sacerdote puro de Amon. Durante 12 anos fui pai divino de Amon. Durante 15 anos fui terceiro profeta de Amon. Durante 12 anos fui segundo profeta de Amon. Ele me glorificou em reconhecimento ao meu caráter. Ele me investiu da função de gão-sacerdote de Amon durante 27 anos. Eu fui um bom pai para os meus subordinados, amparando seus descendentes, dando a mão aos que estavam angustiados, reanimando os que estavam na miséria, fazendo obras uteis em seu templo enquanto fui mestre-arquiteto de Tebas...
>>><><><><><>Fonte : >>>>>http://www.fascinioegito.sh06.com>
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