AVATAR nos conduz por um mundo espetacular além da imaginação, onde um herói relutante vindo da Terra embarca numa aventura épica, e acaba lutando para salvar o mundo extraterrestre que aprendeu a chamar de lar.
Adentramos o mundo alienígena através dos olhos de Jake Sully, um ex-fuzileiro naval confinado a uma cadeira de rodas. Apesar do que aconteceu ao seu corpo, Jake continua se sentindo um guerreiro e viaja anos-luz à estação que os humanos instalaram em Pandora, onde a humanidade quer explorar o minério raro unobtanium, que pode ser a chave para solucionar a crise energética da Terra. Como a atmosfera de Pandora é tóxica, foi criado o Programa Avatar, em que “condutores” humanos têm sua consciência ligada a um avatar, um corpo biológico controlado à distância capaz de sobreviver nesse ar letal. Os avatares são híbridos geneticamente produzidos de DNA humano e DNA dos nativos de Pandora, os Na’vi.
Renascido em sua forma avatar, Jake consegue voltar a andar. Ele recebe a missão de se infiltrar entre os Na’vi, que se tornaram um obstáculo à extração do precioso minério. Ocorre que uma bela Na’vi, Neytiri, salva a vida de Jake, o que muda tudo. Jake é acolhido pelo clã de Neytiri, e aprende a ser um deles depois de passar por vários testes e aventuras. O relacionamento de Jake com sua hesitante instrutora Neytiri se aprofunda, e ele passa a respeitar o jeito de viver dos Na’vi, e por fim passa a ocupar seu lugar no meio deles.
Logo ele enfrentará a maior de suas provações, ao comandar um conflito épico que decidirá nada menos que o destino de um mundo inteiro.
Fonte : CinePOP
ÉTICA PLANETÁRIA-por Leonardo Boff*
Assim como Guerra nas Estrelas,
cult eterno dos cinéfilos ao
redor do mundo, a criação de
Cameron tem tudo pra seguir a
mesma linha. A diferença é que
Avatar traz temas mais próximos
de nosso cotidiano, como a destruição
ambiental. E provoca
maior reflexão por ser o grande
problema que a humanidade
enfrentará neste século.
Mas o poder de fogo do filme,
por outro lado, está em sua força
como divulgador de uma ética
planetária, voltada para a preservação
natural e de nós mesmos.
Segundo o professor e teólogo
Leonardo Boff, nenhuma sociedade
vive sem uma ética. E existem
várias delas que, como seres
sociais que somos, precisamos
ter para coibir ações, elaborar
consensos e criar projetos coletivos
que dão sentido à vida.
A ética do cuidado, como ele
cita em seus artigos e palestras,
talvez seja a mais importante no
processo ecológico. "Ela é fundamentada
na razão sensível e na
sua expressão racional, a responsabilidade.
Está ligada essencialmente
à vida, pois esta, sem ela,
não persiste. A ética do cuidado
protege, preserva, cura e previne.
Ela não invalida as demais éticas,
mas as obriga a servir à causa
maior que é a salvaguarda da
vida e a preservação da Casa
Comum para que continue habitável",
afirma Boff.
No âmbito desta discussão, é
claro que são louváveis os vários
projetos ambientais que a mineração
desenvolve e apoia no país
e no mundo, principalmente
aqueles que dizem respeito à
recuperação de áreas degradadas
pela atividade. Mas suas ações
ditas "sustentáveis", que crescem
a cada dia, ainda estão longe de
atingir um maior parâmetro de
valor ambiental e reconhecimento
socioambiental capaz de superar
a destruição que ela provoca.
AQUELE QUE VEM DE DEUS
Avatar, palavra originária do sânscrito "avatãra",
significa "aquele que vem de Deus" ou
"espírito que ocupa um corpo de carne", representando
assim uma manifestação divina na
Terra ou em outro planeta.Também serve para
designar uma personificação virtual, como
conhecemos na internet, quando criamos símbolos
ou desenhos que nos representem no
universo digital.
E talvez esse conceito também possa ser aplicado
aos bens materiais, quando supervalorizamos
invenções criadas pelo homem, principalmente
aquelas que, num processo contínuo,
são ciclicamente aperfeiçoadas pela tecnologia.
A partir do momento que conferimos
grande valor a esses objetos, deixamos de
notar o quanto eles passam a nos representar.
No fim das contas, é como se para nós eles
também tivessem se transformados em avatares.
Ganham tanta importância que, em certos
casos, geram sentimentos como o afeto e a
veneração. Se não, como explicar a razão pela
qual algumas pessoas dão mais valor aos bens
materiais que aos seus pares humanos?
Da mesma forma, a humanidade
parece cega, muda e surda em
relação à urgência de nossa salvação
neste planeta, ainda à
espera de sua conversão ambiental,
pessoal e espiritual.
Avatar, como manifesto ecológico,
mostra o ser humano
como ainda é realmente: mesmo
depois de toda a antipatia, fracasso
e frustração de não poder
explorar Pandora, ele parece não
ter aprendido a lição de que destruir
a natureza não é um bom
negócio. No filme, nenhum dos
humanos expulsos de lá sai com
cara de arrependimento pelo
estrago feito. A sensação, deixada
por James Cameron, é a de
que ainda voltarão para continuar
a destruição que não foi
concluída. E talvez por isso o
diretor já tenha acenado para o
fato de que o filme pode ganhar
continuidade, o que provavelmente
deve acontecer, tendo em
vista seu sucesso extraordinário
nos cinemas.
Avatar nos ensina uma lição de
amor, de esperança e proteção à
natureza. Ele nos mostra que, no
fim de tudo, a mineração é uma
faca de dois gumes. E cabe a ela e
a todos nós, enquanto seus consumidores,
a busca da sua sustentabilidade.
E isso é possível sim.
A pergunta que fica é: tal
como é competente no seu objetivo
pontual, a mineração pode
também ser competente em
saber respeitar, proteger, interagir
e até amar a natureza, como
os Na´vi?
Não ria.
James Cameron pode até estar
rindo, comemorando seu sucesso.
O planeta, não. E a resposta
pode estar aí.
O SAGRADO QUE NÃO PERCEBEMOS*
A situação representada no filme demonstra que a atividade
mineradora (mas que poderia ser reflorestadora, condomínio,
conjunto de casas populares, um grande projeto
agropecuário, uma rodovia que cortasse uma área sagrada,
trazendo consigo a destruição do que estivesse a seu
lado ou grandes barragens como as do Rio Madeira), apesar
de necessária, inclusive à civilização mostrada no filme,
tem, como qualquer outra atividade econômica, de ter
limites. Seus produtos são fundamentais aos seres humanos,
mas os lugares sagrados também são. E não há dinheiro
que consiga amenizar a destruição da identidade cultural
e religiosa. É uma pena que nossa civilização não perceba
que as florestas e seus fantásticos habitantes deveriam
ser sagrados. Se assim fossem, talvez a Amazônia, o Cerrado,
a Mata Atlântica, o Pantanal, a Mata Seca e tantos
outros 'templos' criados pela natureza não estivessem
sendo implacavelmente destruídos. Não acredito e nem
aceito que nossa identidade humana esteja ligada às selvas
de pedras, às terras erodidas, aos rios imundos e degradados,
à solidão de uma terra sem vida! Somos seres da
natureza e ela, que mantém nossa vida, é nosso elo com o
sagrado. Avatar deveria ser visto como um alerta quanto à
situação do Planeta Terra!"
**Maria Dalce Ricas(*)
**Superintendente da Associação
Mineirade Defesa do Ambiente (Amda)
*fonte do texto : Revista ECOLÓGICO-
fevereiro de 2010
AS MONTANHAS
SUSPENSAS DE PANDORA:
ESPETÁCULO À PARTE
“QUEM NÃO SABE PRESERVAR,
NÃO É DIGNO DE USUFRUIR
André Luiz, psicografado por
Chico Xavier, em “Nosso Lar”
Comentários
Postar um comentário