SLOW LIVING: ESTILO DE VIDA QUE QUE PREGA A DESACELERAÇÃO. SLOW FOOD UMA RELAÇÃO MAIS SAUDÁVEL E PRÓXIMA COM OS ALIMENTOS QUE INGERIMOS.SLOW FASHION, UMA ALTERNATIVA À MODA GLOBALIZADA

 jardinagem de guerrilha

Imagem de Sandie Clarke no Unsplash

Slow living: estilo de vida prega desaceleração

O slow living é um estilo de vida que tem como principal objetivo um ritmo desacelerado, compatível com o respeito e autoconhecimento

slow living é um estilo de vida que tem como principal objetivo um ritmo desacelerado, compatível com o respeito e autoconhecimento. O termo vem do inglês e poderia ser traduzido como “vida lenta”. A ideia principal é conhecer o seu próprio tempo e aprender a administrá-lo segundo os seus princípios. 

Ele deixa de lado a associação de produtividade com pressão e rapidez, presente na sociedade contemporânea. O slow living sugere a busca por uma rotina mais leve e pacífica. Nesse sentido, a proposta se aproxima de técnicas e filosofias como a ioga e o mindfulness. Ambas que priorizam o bem-estar e a qualidade de vida.

Além dele, existem outros movimentos “slow”, como o slow food e o slow fashion, com propostas diferentes. Orly Munzing, fundador do Strolling of the Heifers, explica em entrevista ao Huffpost que “Viver devagar significa desacelerar e pensar duas vezes antes de fazer algo”. Ele reforça que isso não significa viver isolado ou fazer as coisas devagar, apenas estar mais atento e presente aos momentos.

A importância do Slow Living

Um estilo de vida muito rápido pode gerar problemas de saúde a longo prazo. O fast food, por exemplo, altera padrões alimentares para ser rápido e prático. Apesar disso, não fornece os nutrientes essenciais para o funcionamento do corpo humano.

Além de prejudicial para a saúde, elimina a criatividade, o amor e a comunidade associados à comida feita de ingredientes frescos, de fazendas locais e preparada de forma afetiva. Esses princípios são a base do slow food, outro segmento desse movimento.

A saúde é o elemento principal do slow living. O termo vem da raiz anglo-saxônica haelen, que significa “todo”. Em sua essência, a saúde é verdadeiramente um estado de integridade, compondo a mente, o corpo e o espírito. O colapso da saúde quebra o equilíbrio entre esses elementos.

Uma das propostas desse estilo de vida é dar prioridade à comunidade local para a escolha de produtos e atividades. A mudança de hábitos contribui para a diminuição do ritmo de vida e um maior equilíbrio da sociedade. O movimento prega o reconhecimento da profundidade e complexidade. Ele considera a abordagem do sistema como um todo, com trabalho cooperativo e colaborativo.

Práticas para adotar o Slow Living

Aproveite e seja grato pelo tempo

Da próxima vez que estiver viajando – seja no trajeto para o trabalho ou em um fim de semana fora – preste atenção no tempo do percurso. Em vez de desejar que ele desapareça, aproveite ao máximo. Você pode usá-lo para desenvolver hobbies ou apreciar a paisagem.

Otimize sua produtividade

Introduzir o slow living não é apenas uma opção para as férias. Se você constantemente sente que não tem tempo suficiente para fazer tudo o que gostaria, você pode sentir o desejo de acelerar e realizar várias tarefas. Considere que, na realidade, desacelerar pode torná-lo mais produtivo. Você descobrirá que desacelerar lhe dará mais tempo para tomar melhores decisões e, em última análise, ajudará sua produtividade.

Reorganize seu tempo em família

Quando se trata da criação de filhos, não existe uma maneira certa ou errada. Você pode sentar à mesa para jantar em família todas as noites ou reduzir as atividades depois da escola para que você e sua família tenham mais tempo juntos.

slow living prega a valorização dos relacionamentos em vez de suas posses, então você não precisa se preocupar com o dinheiro que investe em sua família. Mais importante do que as posses são as memórias de experiências vividas com os pequenos. Eles crescem rápido e você vai querer aproveitar ao máximo seu tempo com eles.

Observe as pequenas coisas

A mudança de rotina não acontece da noite para o dia. “Não é uma mudança que acontecerá rapidamente, então comece pequeno e foque em ser consistente em vez de impressionante”, orienta Brooke McAlary, autora de Slow and Destination Simple. Um bom começo é a redução do tempo de tela diário, ou uma receita culinária diferente. Aproveite um dia de cada vez.

O principal ponto do Slow Living é fazer o melhor que pode. Reflita sobre suas prioridades, entenda o que te faz bem ou mal e busque uma organização do tempo que permita mais atividades que te fazem bem. Nesse processo, é muito provável que você também ajude outras pessoas a viverem melhor.

Fonte:https://www.ecycle.com.br/slow-living/

Vida lenta 

Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Vida lenta (sloh liv-ing: proto-germânico *slæwaz ) é um estilo de vida que incentiva uma abordagem mais lenta de aspectos da vida cotidiana, [1] envolvendo a conclusão de tarefas em um ritmo lento. [2] As origens deste estilo de vida estão ligadas ao movimento italiano slow food , que enfatizou as técnicas tradicionais de produção de alimentos em resposta à popularidade emergente do fast food durante as décadas de 1980 e 1990. Slow living engloba uma ampla variedade de subcategorias como slow money e slow cities, [3] que são propostas como soluções para as consequências ambientais negativas do capitalismo econsumismo em alinhamento com os objetivos do movimento verde .

O movimento de vida lenta também se concentra na ideia de que um modo de vida acelerado é caótico, enquanto um ritmo mais lento incentiva o prazer da vida, uma apreciação mais profunda das experiências sensoriais e a capacidade de 'viver no momento presente'. No entanto, a vida lenta não impede a adoção de certas tecnologias, como telefones celulares , internet e acesso a bens e serviços . [4] [5]

sigla SLOW é comumente usada para resumir os objetivos do estilo de vida lento. O 'S' refere-se ao sustentável , o 'L' refere-se ao local, envolvendo o uso de materiais e produtos produzidos localmente, o 'O' refere-se ao orgânico , significando evitar produtos que foram geneticamente modificados ou produzidos em massa, e o ' W' refere-se a todo, significando não processado. [6]

Veja também

Referências

  1. ^ Parkins, Wendy; Craig, Geoffrey (2006). Vida lenta . Oxford, Reino Unido: Berg. ISBN 978-1-84520-160-9.
  2. ^ Tam, Margarida (2008). "Viagens lentas: o que significa ir devagar?". Alimentação, Cultura e Sociedade . 11 (2): 207–218. doi : 10.2752/175174408X317570 . S2CID  144438405 .
  3. ^ Tranter, Paulo; Tolley, Rodney (2020), "O 'paradoxo lento': como a velocidade rouba nosso tempo" , Slow Cities , Elsevier, pp. 97–125, doi : 10.1016/b978-0-12-815316-1.00004-6 , ISBN 9780128153161S2CID  226401781 , recuperado em 23-03-2022
  4. ^ Steager, Tabita (2009). "Vida lenta por Wendy Parkin e Geoffrey Craig". Alimentação, Cultura e Sociedade . 12 (2): 241–243. doi : 10.2752/175174409X400774 . S2CID  178439297 .
  5. ^ "O que é Slow Living e por que todo mundo está usando esse termo de repente?" Marta Stewart . 13 de dezembro de 2019 Recuperado em 28 de abril de 2022 .
  6. ^ Maria, Kate; Thomas, Christopher; Abbey, Kris, Mahony, Ananda (2009). Vida rápida, envelhecimento lento: como envelhecer menos, ter uma ótima aparência, viver mais, obter mais . Newton, NSW: Mileage Media.

Leitura adicional

Slow food: conheça esse movimento


Slow food é um movimento e também um estilo de vida que prega uma relação mais saudável e de maior proximidade com os alimentos que ingerimos

O termo slow food diz respeito a um movimento internacional que surgiu como oposição ao fast food. Os dois termos em inglês, literalmente, se referem à comida lenta ou rápida e a ideia é mais ou menos por aí. O movimento Slow Food busca promover uma relação de maior prazer e sabor com os alimentos, incentiva o preparo de refeições em casa e com calma e o consumo de alimentos locais e orgânicos.

Tudo começou em 1986, quando uma famosa rede de hambúrgueres abriu uma unidade perto da histórica Piazza de Spagna, em Roma. O especialista em culinária Carlo Petrini liderou um protesto contra a globalização do fast food. Logo depois, ele iniciou uma organização chamada Arcigola, a precursora do Slow Food. A missão da Arcigola era proteger os interesses dos pequenos produtores de alimentos e promover o prazer e o sabor de uma boa comida e um bom vinho.

O movimento se expandiu pelo mundo com o tempo, ganhando unidades em vários países, inclusive aqui no Brasil. A filosofia do Slow Food é “comida boa, limpa e justa”. Isso significa que:

  • A comida deve agradar os sentidos e ser mais do que simplesmente “combustível”;
  • Ela deve chegar em nossos pratos da maneira mais limpa e ambientalmente responsável possível;
  • Os produtores de alimentos devem ser compensados ​​de maneira justa pelo seu trabalho.

Os adeptos e defensores do slow food acreditam que os alimentos devem ser cultivados e comprados localmente, preparados com cuidado e consumidos com apreço. O slow food pode soar quase anacrônico no atual contexto, em que é cada vez mais fácil e barato obter alimentos processados e ultraprocessados, mas a ideia do movimento é repensar nossos hábitos alimentares e fugir da automação. Nesse sentidos, os adeptos do slow food também tendem a apreciar o exercício meditativo de mindful eating.

Preservar a tradição

Uma das bandeiras do movimento Slow Food é a preservação da biodiversidade. Petrini e outros acreditam que a globalização e a industrialização de alimentos resultaram na padronização do sabor e estão destruindo muitos sabores e variedades de alimentos – eles sempre usam o fast food como exemplo, já que esse tipo de produto sempre tem o mesmo sabor, não importa em qual parte do mundo você o compre.

Segundo os ativistas, quando se está viajando, escolher uma cadeia de fast food em vez de visitar um pequeno restaurante local é um desrespeito às tradições culinárias. Além das possibilidades de sabor e experiências gastronômicas que se perdem.

Outra prioridade do movimento Slow Food é promover a relação entre o que eles chamam de “produtores” e “co-produtores” de alimentos. O movimento propõe trocar a palavra “consumidor” por “co-produtor”, deixando clara a relação que existe entre quem produz e quem consome os alimentos e sugerindo um papel mais ativo por parte dos compradores.

Assim, os chamados “co-produtores” são incentivados a conhecer e apoiar seus agricultores, produtores locais de queijo, vinho ou quaisquer outros fornecedores dos produtos que se queira consumir. A ideia central é buscar produtores locais e apoiar o trabalho desses profissionais.

O movimento Slow Food também trabalha com outras organizações para estabelecer bancos de sementes, garantindo que milhares de variedades de plantas em todo o mundo não desapareçam devido à globalização, doenças ou desastres.

Educação do paladar

Outra faceta importante do Slow Food é a educação do paladar. Quando há uma maior percepção sobre as externalidades envolvidas no consumo de um alimento e de onde ele veio, é provável que ele seja ingerido com mais consciência, seja pela apreciação do sabor ou pela redução do desperdício. A educação do paladar ajuda as pessoas a se preocuparem mais com a origem da comida.

É por isso que o Slow Food International realiza workshops e eventos sobre educação do paladar. Esses eventos costumam ocorrer em mercados de agricultores, vinícolas e outros comércios. O movimento também estimula a criação de hortas escolares, almoços e currículos escolares aprimorados.

Um nome importante nesse sentido é o de Alice Waters, uma chef de cozinha que ajuda a promover o slow food. Ela escreveu vários livros e aplica a filosofia slow food em seu restaurante na Califórnia, além de ter criado o Edible Schoolyard, um projeto que ensina crianças a cultivar e apreciar alimentos. No Brasil, a chef Neide Rigo é uma das grandes divulgadoras de sabores e práticas relacionadas ao slow food.

A Arca do Gosto é outro projeto que faz parte dessa esfera educacional. Trata-se de catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos, mas ainda vivos, com potenciais produtivos e comerciais. No Brasil, essa vertente de trabalho se dedica à influência de povos indígenas em nossa cultura alimentar e à questão dos agrotóxicos, entre outros temas locais. Conheça os alimentos brasileiros que fazem parte do projeto

Controvérsias

Como todo movimento ativista, também há controvérsias envolvendo o Slow Food. Os críticos chamam o movimento de elitista, já que o consumo de alimentos frescos, orgânicos e cultivados localmente não é acessível a todos. Além disso, poucas pessoas dispõem do tempo necessário para preparar todas as suas refeições de modo lento e caprichado. Há também críticas de que o consumo de alimentos sempre frescos gera uma pressão de gênero sobre as mulheres, sobre quem tende a recair a maior parte do trabalho de preparo das refeições.

Os defensores do Slow Food lutam contra o rótulo de “elitista”, salientando que a ideia central do movimento é reorientar nossos sentimentos com relação à comida. O principal, nesse sentido, seria colocar alimentos saudáveis como prioridade de consumo, em lugar de celulares, roupas, carros ou outros itens de consumo caros.


https://www.ecycle.com.br/slow-food/



O que é slow fashion e por que adotar essa moda?


Slow fashion é uma alternativa sustentável à moda globalizada

Slow fashion” é um termo cunhado por volta do ano de 2004, em Londres, por Angela Murrills, uma escritora de moda da revista de notícias on-line Georgia Straight.

O termo ficou conhecido depois de ser muito utilizado em blogues de moda e artigos na internet. Inspirado no conceito de “slow food”, que se originou na Itália nos anos 1990, o slow fashion adaptou alguns pontos para o âmbito da moda.

Em contraposição ao fast fashion – sistema de produção da indústria da moda atual que prioriza a fabricação em massa, a globalização, o apelo visual, o novo, a dependência, a ocultação dos impactos ambientais do ciclo de vida do produto, o custo baseado em mão de obra e materiais baratos sem levar em conta aspectos sociais da produção -, o slow fashion surgiu como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda.

A prática do slow fashion preza pela diversidade; prioriza o local em relação ao global; promove consciência socioambiental; contribui para a confiança entre produtores e consumidores; pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas.

Para explicar melhor, abaixo listo algumas características principais do slow fashion que, cunhado por Angela Murrills, teve seu significado complementado por outras ideias, posteriormente:

Valorização de recursos locais

Priorizar a produção local é uma forma de resistir contra a avalanche da globalização. Como você pode conferir na matéria “O que é fast fashion?“, a produção globalizada do fast fashion é feita por grandes marcas que padronizam as roupas para o mundo inteiro, o que acaba diminuindo o espaço para as especificidades culturais, desvaloriza trabalhadores locais e consome muitos recursos e matéria-prima.

Valorizar consumidores, produtores e recursos naturais locais, em contraposição à produção globalizada, é uma alternativa à padronização, à centralização e à produção de produtos idênticos. Isso dá origem a ideia de “sociedade multilocal” e uma “economia distribuída”, em que o global é composto por uma rede de sistemas locais. No slow fashion, tudo o que está disponível localmente é utilizado da melhor forma possível, e o que não pode ser produzido localmente é trocado e compartilhado, dando origem a uma sociedade simultaneamente local e cosmopolita – onde o termo “cosmopolita” abrange a diversidade, em oposição à homogeneidade, implícita na globalização.

Sistemas de produção transparentes e com menos intermediação entre produtor e consumidor

A produção de roupas e acessórios, em geral, depende muito da comunidade local e, na produção globalizada (fast fashion), esse fato muitas vezes é obscurecido intencionalmente pelo nome da marca da moda.

No modelo slow fashion, a transparência procura informar a origem real dos produtos: em vez de omitir a origem da produção com nomes genéricos de um estilista ou marca, por exemplo, a referência é dada a empresas de menor escala: um modelo mais transparente.

Além disso, ao diminuir intermediadores no processo de troca das mercadorias, o consumidor se aproxima do produtor. Com esse estreitamento de vínculo, os produtores sentem a responsabilidade de produzir​​ com qualidade, pois os produtos serão consumidos por pessoas que eles conhecem, e os consumidores sentem uma responsabilidade em relação aos produtores, que são membros de sua comunidade. Além do mais, quando se evita intermediações nas trocas, o produto tende a encarecer menos e o produtor se valoriza.

Produtos sustentáveis e sensoriais

Os produtos sustentáveis e sensoriais do slow fashion são aqueles que têm uma vida útil mais longa e são mais valorizados que os consumíveis típicos.

O remendo é uma das práticas mais empregadas no slow fashion para prolongar a vida útil das roupas, calçados e acessórios. Ele deixou de ser utilizado principalmente por ter sido associado à pobreza, mas foi retomado pelo slow fashion e ganhou credibilidade, sendo referido como uma forma de reciclagem.

Outra maneira de prolongar a vida das roupas é fornecer produtos que têm longevidade funcional e que permanecem na moda. Os produtos desenvolvidos não podem ser aqueles da “temporada da moda”. O relacionamento do sujeito com o objeto precisa envolver algo a mais que a simples aparência. É preciso existir um vínculo capaz de evitar o descarte precoce. Um caminho nesse sentido é desenvolver vestuários que carregam uma história, origem, gosto, toque, cheiro, que sejam feitos especialmente à mão e que ofereçam algo específico do indivíduo em termos de ajustes e aparência.

Questionamento à noção da moda que se ocupa exclusivamente do “novo”

O sistema de moda precisa prestar mais atenção ao interesse do consumidor em roupas usadas, em desenho personalizado e reciclagem, que se opõe à cultura do “novo”. Dessa forma, a moda se torna mais sustentável.

Desafio ao embasamento da moda exclusivamente na imagem

slow fashion desafia a moda a reorientar a qualidade de seus produtos de maneira que a confecção do vestuário leve em conta aspectos integrais e não apenas a aparência.

Moda é escolha e não um mandato

Com a atuação da indústria globalizada que domina o mercado e padroniza a moda, a escolha por produtos diferentes é inviabilizada. O slow fashion é uma alternativa que promove maior liberdade na escolha dos produtos.

Atuação colaborativa/cooperativa de trabalho

O movimento slow fashion preza pela formação de cooperativas capazes de promoverem a colaboração entre os agentes da cadeia têxtil, uma forma de gerar um comércio mais justo – especialmente no caso das mulheres, que formam um contingente significativo no ramo têxtil.

Criação socialmente responsável e distribuição econômica

A produção valoriza os recursos locais; elimina hierarquias entre estilistas, produtores e consumidores; evita intermediários na cadeia de distribuição e possibilita a melhor distribuição econômica entre os agentes da cadeia. Como o slow fashion não se preocupa com a produção em massa, é possível desenvolver artigos a preços justos que internalizem custos sociais e ecológicos da produção, valorizando os produtores – isso evita o escoamento e o descarte rápidos das peças.

Consultoria de slow fashion

Desde o começo dos anos 2000, a pioneira em moda e sustentabilidade Kate Fletcher trabalha como consultora do movimento slow fashion. Trabalhando com marcas, estabelecimentos de ensino, organizações de arte e comunidades de pesquisa, Fletcher auxilia o desenvolvimento de uma agenda ecológica que ajuda esses estabelecimentos a fazer mudanças em prol a sustentabilidade.

Cada vez mais, marcas estão se interessando pelo conceito de slow fashion. Portanto, iniciativas como a de Kate podem inspirar mais pessoas a seguirem esse meio de pensamento.

Como você pode contribuir e se adequar ao movimento?

Araras para roupas
Imagem de Aviv Rachmadian no Unsplash

Remende

A melhor maneira de praticar slow fashion é deixar de consumir novas peças de vestuário e investir em reutilização. Em vez de descartar, por que não remendar e dar um novo estilo às suas peças? Confira as matérias “Transforme camisetas velhas em adereços e objetos úteis para o dia a dia” e “Faça você mesmo: transforme sua camiseta velha em uma bolsa sustentável“. Se você não sabe costurar, procure por costureiras ou costureiros da sua região – uma forma de valorizar o trabalho local.

Visite brechós

Você pode praticar slow fashion investindo em peças de brechós, uma outra forma de reutilização. Algumas instituições de caridade fazem brechó para arrecadação, de quebra você ajuda essas instituições.

Opte pelo consumo consciente

Quando for comprar roupas e acessórios, procure saber se há produção local próxima de você. Prefira marcas responsáveis que se preocupam em evitar o trabalho escravo e reduzir os impactos da cadeia de produção ao meio ambiente. Normalmente marcas veganas têm essas preocupações. Procure por costureiras no seu bairro, valorize-as e confeccione roupas duráveis e personalizadas para você. Fomente a ideia de formar cooperativas de mulheres no seu bairro. Converse com amigos e amigas e troque roupas, calçados e acessórios com eles.

Investigue, também, os tecidos utilizados nos produtos. Em relação aos impactos ao meio ambiente, estes são alguns dos piores tecidos:

  • Algodão: em seu cultivo, utiliza pesticidas e muita água;
  • Sintéticos (poliéster, náilon e acrílico): liberam microfibras ao serem lavados e, geralmente, são produzidos a partir do petróleo, ou seja, dependem do uso de combustíveis fósseis;
  • Materiais derivados de animais (lã, couro e pele): tecidos derivados de animais são responsáveis por grandes quantidades de liberação de metano, um dos gases do efeito estufa. Além disso, boa parte da produção de couro utiliza uma forma tóxica de cromo, que muitas vezes deixa os trabalhadores sob o risco de terem câncer e doenças de pele. Outros produtos perigosos também são utilizados para conservar pele e lã.

Alguns tecidos são melhores para o meio ambiente, tais como: tecidos reciclados, fibras de celulose artificiais e fibras obtidas a partir de plantas que tenham o núcleo do caule lenhoso, por exemplo, cânhamo e linho.

Evite as fibras têxteis plásticas

As fibras têxteis plásticas como o poliéster e a poliamida (náilon) são fontes de microplástico. Por isso, procure evitá-las e, no lugar delas, priorize o algodão orgânico. Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria:

Seja consciente

Evite peças da moda, escolha peças mais neutras que não ficarão sem uso precocemente. Não tenha medo de repetir suas roupas! Se não estão sujas o suficiente para merecerem uma lavagem, utilize-as de novo e evite mais desgastes na máquina de lavar – assim você também diminui a geração de microplástico. Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria:

Além disso, na próxima vez que quiser comprar algo, pergunte-se quantas vezes você usaria. Segundo a Fashion For Good, ao usar as roupas por mais de nove meses, é possível reduzir o desperdício de uso de água em até 30%.

Dê o exemplo

Ao aderir a atitudes desse tipo, pessoas próximas começam a notar seu comportamento e podem seguir seu exemplo. Durante muitos anos, no Brasil, as propagandas, novelas e outros meios culturais e de comunicação disseminaram a cultura do fast fashion, impondo um consumo desenfreado pautado na imagem e na não repetição de roupas, uma prática não sustentável a longo prazo.

Para conhecer outras ideias de como pegar leve no impacto ambiental das suas roupas, confira a matéria:

Descarte corretamente

Evite ao máximo praticar o descarte. Mas se você não encontrou nenhuma alternativa para a reutilização ou reciclagem e precisa descartar, faça o descarte correto. Encontre postos de coleta mais próximos de sua casa no Portal eCycle.

Escrito por:

Stella Legnaioli

Gestora ambiental formada pela Universidade de São Paulo e jornalista pelo Portal eCycle. Vegana e livre de glúten, nasci na Avenida Paulista, mas aceito convites para morar em uma ecovila!

Fonte:https://www.ecycle.com.br/slow-fashion/


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