LIÇÕES DO CORONAVÍRUS
Muitos estão mergulhados agora no terror de ter de perder parentes, amigos, conhecidos ou até mesmo a própria vida por conta do Coronavírus. Não estão errados. O terror é real, e estamos hoje no Brasil aguardando a visita da Dona Morte em abril (e infelizmente isso é uma certeza matemática, a menos que encontrem daqui pra lá uma cura).
Mas esse post não é pra tratar dos aspectos negativos, nem da prevenção (que já tratei aqui), mas sim de pensar no aspecto espiritualista disso tudo.
Estamos acostumados, em nosso meio esotérico, a pensar em toda e qualquer desgraça como depuração, expiação. Isso vem muito da nossa cultura de milênios judaico/cristã, onde o cordeiro é imolado, Jesus pagou nossos pecados, etc. Eu prefiro ver como Karma, uma Ação lógica advinda de um ambiente propício a isso. Nossa sociedade (e falo aqui de forma mundial) é baseada numa cadeia de exploração do próximo. Uma cadeia tão bem arquitetada, e que está há tanto tempo em ação, que muitas vezes não a percebemos. Ou fingimos não perceber. Na Índia ela existe há milênios e é “sagrada” (a Lei das Castas). Nem Buddha ou Gandhi conseguiram acabar com ela. Na maioria do mundo temos o capitalismo, e em alguns países temos o comunismo e o socialismo, que no fim são exatamente a dominação e exploração do outro, mas com outro nome (e a maior prova de que, quando a pessoa não acredita em algo ideologicamente, ela não vê os males que aquilo causa).
Pois bem. Acreditamos que seria possível viver indefinidamente com castas de pessoas sem saneamento básico, sem acesso a água, renda, saúde, sem pensar nos idosos, e que isso não iria nos afetar porque temos uma parte da população com tudo isso garantido desde que nascemos. E essa parte da população é a que controla a percepção geral das coisas, através de redes sociais, jornalismo, política, poder e influência. Essa Matrix dentro da Matrix está sendo demolida, e curiosamente dois dos grandes vetores pra essa demolição vieram quase ao mesmo tempo: O filme Parasita e o Coronavírus. Desde novembro o filme Sul-Coreano Parasita vem arrebatando corações e mentes pois foi o veículo mais EFETIVO de disseminação dessa mensagem, sem julgamentos, sem panfletagem, com uma linguagem universal e com personagens de todas as idades e classes sociais com os quais todo mundo pode se identificar. E, curiosamente, desde novembro que o Coronavírus veio se disseminando silenciosamente.
Eu não consigo nem frisar suficientemente a importância de assistir ao filme Parasita, justamente porque parte da importância de vê-lo é NÃO SABER NADA SOBRE O ROTEIRO.
“Infelizmente, ninguém pode dizer o que é a Matrix. Você tem que ver por si mesmo.”Morpheus
Não deixe ninguém lhe contar como é o filme Parasita. Você precisa ver por si mesmo. Aliás, aproveite a quarentena e assista esses filmes, se ainda não viu:
The Matrix (1999)
Waking Life (2001)
Parasite (2019)
Eu ainda incluiria o recente filme Joker (O Coringa), que traz as consequências pra toda a sociedade de um sistema falido não só na saúde como moralmente. Qual a relação desses filmes com o Coronavírus? É fácil de ver, e é algo que o esoterismo, religiões, filosofias vêm alertando há tanto tempo mas nunca foram realmente levadas à sério:
“A grande consequência social (do Coronavírus) é que as pessoas vão aprender que a solidariedade e a compaixão são muito importantes dentro de qualquer sociedade”Miguel Srougi, Professor da USP
Hoje vemos nos noticiários nacionais e regionais reportagens sobre comunidades inteiras onde falta água há meses. MESES. E isso nunca foi realmente notícia, porque nunca nos importou, nunca nos foi relevante. Agora é. Pro político, pro pequeno empresário, pro GRANDE empresário, pra todos que estão tendo perdas colossais com a parada quase total da máquina do consumismo. A roda do rato parou de girar. Mas só um tolo ficaria feliz com isso, já que nos afeta A TODOS. E é justamente essa percepção de que o que acontece nas comunidades mais pobres afeta A TODOS o que devemos guardar dessa experiência com o Coronavírus. Porque afeta sim, há muito tempo, no micro e no macro, e fingimos que não percebemos até sermos OBRIGADOS a perceber.
Outra lição que vamos tirar disso futuramente é a percepção de que hospitais são SIM mais importantes que Olimpíadas. Que ter uma saúde pública é ESSENCIAL. Uma dura lição que os Estados Unidos vão ter que aprender, e que felizmente chegou ao Brasil ANTES que grupos de liberais aumentassem o movimento pelo fim do SUS.
Uma lição que eu ESPERO que nós aprendamos é a comunicação de avanços médicos, a colaboração entre países pra tratar doenças e a IMPORTÂNCIA do profissional de saúde, tanto dos cientistas que trabalham nos laboratórios quanto dos que estão ao lado das macas, virando turnos de 24 e 48h sem parar. Não sei. Temos a tendência a esquecer, com o fim de uma crise, de tudo o que nos foi importante durante ela. Meio-ambiente talvez seja a primeira coisa a ser esquecida. Infelizmente os casos relatados de animais selvagens voltando a aparecer são mentiras, mas o fato é que pela primeira vez em muito tempo o céu aqui em casa está limpo e podemos ver MUITO MAIS ESTRELAS. Espero que a memória dessa experiência fique ao menos na mente de nossas crianças. Aproveitem o confinamento e façam elas olharem o céu, aproveitar esse momento e saber que isso é devido a menos carros poluentes nas ruas e menos fábricas jogando poluentes no céu.
Avanços da medicina podem ocorrer rapidamente num momento de crise, assim como foi na segunda guerra mundial, com o desenvolvimento da penicilina. Vamos ver. Uma coisa é certa: o teletrabalho vai vir pra ficar. Se antes as pessoas não implementavam por conta da inércia e conveniência de continuar tudo como está, veio uma força maior IMPOR que os sistemas se desenvolvam pra que possamos trabalhar de casa.
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”Albert Einstein
'Teoria
das armas biológicas' do coronavírus é falsa, dizem 27 especialistas em Lancet
Atualizado
22:46, 19 de fevereiro de 2020
Por
Gong Zhe
Pouco depois do surgimento do novo surto de coronavírus em Wuhan, começaram a surgir teorias como "a China fabricou o vírus em laboratório como arma biológica".
Muitos online suspeitavam que o Instituto de Virologia Wuhan, lar do laboratório de mais alto nível de biossegurança da Ásia, é responsável pela disseminação global da doença, especialmente porque a instalação não fica longe do mercado de frutos do mar, que é suspeito de ser o marco zero do surto.
Um dos vendedores ambulantes dessa teoria é um trabalho de pesquisa publicado no ResearchGate por Xiao Botao, da Universidade de Tecnologia do Sul da China. "Observamos dois laboratórios que realizam pesquisas sobre o coronavírus de morcegos em Wuhan, um dos quais fica a apenas 280 metros do mercado de frutos do mar. Examinamos brevemente a história dos laboratórios e propusemos que o coronavírus provavelmente se originava de um laboratório", dizia o resumo. O jornal foi retirado.
O senador Tom Cotton, do Arkansas, nos Estados Unidos, também afirmou que o vírus é "uma arma biológica chinesa", mas mais tarde esclareceu no Twitter que a mídia "mentiu". "Simplesmente disse que ainda não podíamos descartar nenhuma possibilidade da origem do vírus, incluindo um acidente de laboratório", escreveu ele em um tweet.
No entanto, 27 especialistas internacionais em saúde pública condenaram essas falsas alegações, emitindo conjuntamente uma declaração no site da renomada revista médica The Lancet e dizendo: "Nós nos unimos para condenar fortemente as teorias da conspiração, sugerindo que o COVID-19 não possui um origem natural ".
COVID-19 é o nome científico da doença causada pelo novo coronavírus.
A declaração, publicada na quarta-feira em inglês e chinês, também alertou que "o compartilhamento rápido, aberto e transparente de dados sobre esse surto agora está sendo ameaçado por rumores e informações erradas sobre suas origens".
Os cientistas apoiaram sua afirmação com resultados de pesquisas que "concluem esmagadoramente que esse coronavírus se originou na vida selvagem".
Além disso, a declaração também convidou o público a assinar uma petição no site "change.org" . Na petição, eles desejavam que "uma mensagem de encorajamento e solidariedade fosse lida por colegas na China que estão trabalhando duro para combater o surto".
Mais de 500 pessoas assinaram a petição até agora.
(Liu Hui contribuiu para a história.)
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