A MORTE NO EGITO ANTIGO - RITUAL E JULGAMENTO: O COMPLEXO PROCESSO DE MUMIFICAÇÃO

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A morte no Egito Antigo


Entre os egípcios, a explicação de muitos costumes e acontecimentos tinha forte ligação com os fenômenos ocorridos na natureza. O movimento dos astros, o ciclo de cheias do Rio Nilo, as alterações climáticas salientavam um ideal de circularidade que se estendia para outras instâncias do cotidiano dessa civilização milenar. Não por acaso, os antigos egípcios conceberam uma explicação para a morte bastante diferente da de muitas culturas contemporâneas.

Segundo o sistema de crenças egípcio, a morte consistia em um processo onde a alma se desprendia do corpo. Com isso, acreditavam que a morte seria um estágio de mudança para outra existência. Sendo o corpo compreendido como a morada da alma, havia uma grande preocupação em conservar o corpo dos que faleciam. Dessa forma, desenvolveram-se variadas técnicas de mumificação capazes de preservar um cadáver durante anos a fio.



A mumificação era realizada por um profissional específico. Após retirar as vísceras, os restos mortais da pessoa eram repousados em uma mistura contendo carbonato de sódio e água. Finalizada a imersão, diversas substâncias e ervas eram introduzidas no corpo para evitar a deterioração dos tecidos. Na etapa final do procedimento, o morto era enfaixado e coberto por uma cola que impedia a contaminação pelo ar.

Terminada a mumificação, o falecido era colocado em um sarcófago posteriormente depositado em um túmulo. Através da análise dos túmulos, estudiosos puderam descobrir qual era a posição ocupada pelos mortos. Os sacerdotes e faraós eram sepultados nas mastabas, construções em formato de trapézio divididas em dois compartimentos, um destinado ao sarcófago e outro que armazenava as oferendas do ritual funerário.

Logo após o falecimento, segundo a crença egípcia, o indivíduo perdia acesso a todos os prazeres e regalias que desfrutava em sua existência terrestre. Para recuperar seus benefícios em sua nova existência, a pessoa – seja qual fosse a sua posição social em vida – era conduzida pelo deus Anúbis para se apresentar ao Tribunal de Osíris, local em que sofria uma avaliação de seus erros por outros quarenta e dois seres divinos.

Antes do início do julgamento, era entregue ao falecido o “Livro dos Mortos”, onde obtinha as devidas orientações de seu comportamento durante a sessão a ser realizada. Para que recebesse a aprovação das divindades, era necessário que o julgado não tivesse cometido uma série de infrações, como roubar, matar, cometer adultério, mentir, causar confusões, manter relações homossexuais e escutar as conversas alheias. No ápice do julgamento, Osíris pesava o coração do falecido em uma balança.

Para que a pessoa recebesse aprovação, seu coração deveria ser mais leve que uma pena. Caso contrário, o indivíduo não poderia entrar no Duat, uma espécie de submundo dos mortos, e sua cabeça era devorada por um deus com cabeça de crocodilo. Dessa maneira, a civilização egípcia dedicou uma grande importância a seus mortos e demonstrou por meio destes rituais um instigante traço de sua cultura.


Fonte:https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/a-morte-no-egito-antigo.htm

A crença na imortalidade foi o que levou o povo egípcio a desenvolver a técnica da mumificação

A crença na imortalidade foi o que levou o povo egípcio a desenvolver a técnica da mumificação


Morte e mumificação no Egito Antigo


Os egípcios desenvolveram avançadas técnicas de mumificação para a preservação dos corpos, pois acreditavam na imortalidade e no retorno à vida após a morte.
Os egípcios constituíram uma sociedade extremamente religiosa. Essa religiosidade determinou práticas culturais e sociais entre os egípcios – uma delas era a crença na imortalidade. Para os egípcios, a morte seria passageira e a vida retornaria para o corpo, porém o retorno à vida aconteceria somente se o corpo do moribundo fosse conservado.
Se a alma (Rá) não voltasse para o corpo (Ká), significava que o corpo não tinha sido conservado. Parte, daí, a importância da mumificação dos corpos, do embalsamento e da conservação, para evitar a decomposição. Para isso, existiam técnicas avançadas de mumificação para os nobres e técnicas mais simples para os pobres.  
As avançadas técnicas de mumificação desenvolvidas no Egito Antigo somente existiram em razão da desenvolvida medicina. Os médicos egípcios faziam cirurgias, cuidavam de fraturas, conheciam a anatomia humana. Além da técnica de preservar os corpos através da mumificação, os egípcios precisavam desenvolver um método de proteger os corpos contra saqueadores, daí a construção de enormes túmulos.
Os túmulos garantiriam a conservação dos corpos. Geralmente quando uma pessoa rica (faraó), que ostentava poder, morria, seu corpo era mumificado e posteriormente colocado nos túmulos que eram considerados uma verdadeira habitação. Neles, o faraó e suas riquezas eram enterrados em uma câmara real e os seus criados (empregados), escribas, sacerdotes e animais em outras câmaras mais simples.
O sacrifício de outras pessoas com a morte do faraó era explicado pela crença na imortalidade – o retorno para a vida significaria ter outras pessoas para servi-lo (os criados) e continuar com sua riqueza era fundamental para exercer o poder.
Devemos ressaltar que a crença no retorno à vida aconteceu entre todas as camadas sociais no Egito, mas os faraós, nobres e ricos tinham condições de construir sarcófagos bem fechados e grandes túmulos construídos de pedras. Tudo isso garantiu a proteção dos corpos contra saqueadores.
Os principais túmulos eram as mastabas (túmulo feito com laje de pedra ou tijolo), os hipogeus (túmulo feito na rocha, próximo às barrancas do rio Nilo) e as pirâmides (túmulos reais compostos por uma cripta, corredores de ventilação, câmara do rei, corredores secretos, galerias, câmaras e passagens falsas no intuito de evitar saques).

Leandro Carvalho
Mestre em História
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? 

Veja:

CARVALHO, Leandro. "Morte e mumificação no Egito Antigo"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/morte-mumificacao-no-egito-antigo.htm>. Acesso em 31 de maio de 2018.

Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/morte-mumificacao-no-egito-antigo.htm

O processo de mumificação no Egito Antigo


Mumificação, um procedimento realizado para preservar o corpo

Mumificação, um procedimento realizado para preservar o corpo

Por Demercino Júnior
Entende-se por politeísmo a crença em vários deuses. Os egípcios, povos politeístas, acreditavam na vida eterna após a morte, em que o espírito do falecido voltava para tomar seu corpo. Para abrigar o cadáver, construíram as pirâmides. E para preservar o corpo (enquanto o espírito não retornava) inventaram a mumificação. Em consequência deste processo, os egípcios iniciaram os estudos da anatomia e descobriram várias substâncias químicas, na busca de substâncias para a preservação do corpo.
Primeiramente, todas as vísceras do cadáver eram retiradas. Um corte era feito na altura do abdômen, de onde era retirado o coração, o fígado, o intestino, os rins, o estômago, a bexiga, o baço, etc. O coração era colocado em um recipiente à parte. O cérebro também era retirado. Aplicavam uma espécie de ácido (via nasal) que o derretia, facilitando sua extração.
Em seguida, deixavam o corpo repousando em um vasilhame com água e sal (para desidratá-lo e matar as bactérias) durante setenta dias. Desidratado, o corpo era preenchido com serragem, ervas aromáticas (para evitar sua deterioração) e alguns textos sagrados.
Depois de todas essas etapas, o corpo estava pronto para ser enfaixado. Ataduras de linho branco eram passadas ao redor do corpo, seguidas de uma cola especial. Após esse processo, o corpo era colocado em um sarcófago (espécie de caixão) e abrigado dentro de pirâmides (faraó) ou sepultado em mastabas, uma espécie de túmulo (nobres e sacerdotes).
Segundo a religião egípcia, após a morte, o espírito era guiado pelo deus Anúbis até o Tribunal de Osíris, que o julgaria na presença de outros 42 deuses. Seu coração era pesado em uma balança, que tinha como contrapeso uma pena. Se o coração fosse mais leve que a pena, o espírito receberia a permissão para voltar e retomar seu corpo. Caso contrário, seria devorado por uma deusa com cabeça de jacaré. Os egípcios acreditavam em deuses híbridos: metade homem, metade animal (antropozoomorfia).
Aproveite para conferir as nossas videoaulas relacionadas ao assunto:

Fonte:https://historiadomundo.uol.com.br/idade-antiga/o-processo-de-mumificacao-no-egito-antigo-.htm

como-era-a-morte-de-um-farao

Como era a morte de um faraó?

Com tumbas gigantescas, homenagens e um delicado processo funerário.

Para o faraó, a morte era apenas uma passagem: havia vida do outro lado e, lá, ele continuaria reinando. Por isso, ele passava a vida construindo sua tumba. No começo, erigiam-se as pirâmides, mas os saques constantes forçaram a criação do Vale dos Reis, um cemitério nobre e mais protegido, em Tebas.
Quando morria, o faraó era honrado com festascânticos e a leitura do Livro dos Mortos, em que sua alma e seu corpo eram entregues aos deuses Anúbis ou Osíris. Isso acontecia no processo de mumificação, em tendas fora das tumbas. Com o cadáver pronto, havia uma procissão com carpideiras (mulheres contratadas para chorar a morte) e queima de incenso até o enterro. A importância dada à morte era tanta que, não fossem as descobertas feitas nas tumbas, muito do que sabemos sobre cultura egípcia seria mera especulação.
DESSA PARA A MELHOR
Processo funerário demorava até 70 dias e preparava faraó para a outra vida
1. Antes de tudo, eram retirados os órgãos. Com uma incisão no céu da boca ou a perfuração das fossas nasais, alcançava-se o cérebro, que era descartado. A cabeça era preenchida com um material resinoso. Com um corte lateral no abdome, retiravam-se estômago, intestinos, fígado, pulmões e bexiga. Coração e rins eram deixados dentro do corpo.
2. O corpo era desidratado numa solução salina, chamada natrão. Era a etapa mais longa e levava de 30 a 40 dias. Os órgãos que haviam sido retirados também eram desidratados, em seguida perfumados (com mirra) e colocados em pequenos vasos, os canopos, que continham descrições sobre o faraó e sobre o deus de devoção em voga na época.
3. Com o corpo em perfeito estado, mas frouxo pela falta de órgãos internos, era preciso preenchê-lo. Ao longo do tempo, o material mudou: primeiro, era areia, depois palha ou serragem e, finalmente, chumaços de pano. Os faraós do Vale dos Reis tinham o corpo preenchido com linho fino, o mais nobre dos tecidos. As incisões eram costuradas.
4. O corpo era enfaixado com tiras de linho branco embebidas em resina e óleos aromáticos. O processo começava pelos dedos, até que todo o corpo fosse coberto. Entre os panos, eram colocados amuletos, como o Ankh, que ajudava a superar os obstáculos da outra vida. Já o escaravelho, em formato de coração, impedia que esse órgão se separasse do corpo.
5. Os faraós eram enterrados com várias posses, como tronos, itens de decoração e comidas. Era importante que parentes – em especial seu filho mais velho, o novo rei – renovassem as oferendas constantemente, levando incenso e alimento, além de promover rituais. Isso evitava que o falecido sofresse uma “segunda morte”, a do esquecimento.
6. No início das dinastias faraônicas, era muito comum serem feitos sacrifícios humanos. Múmias encontradas em cemitérios mais antigos que o Vale dos Reis indicam que familiares próximos e até serviçais eram mortos para servirem o rei no outro mundo. O faraó Djer, por exemplo, foi enterrado com 318 pessoas.
7. Quanto mais rico e poderoso o faraó, maior a quantidade de sarcófagos usados. Eles eram colocados um dentro do outro e, geralmente, feitos de madeira impermeabilizada. Mas outras cápsulas, de pedra e ouro, também eram usadas. O ataúde onde o corpo repousava tinha forma humana e era ostentoso – o de Tut era feito de 110 kg de ouro.
Curiosidades:
– Só na sepultura de Tutancâmon, foram achados mais de 5 mil objetos;
– Os mumificadores eram sacerdotes. O que vestia a máscara de Anúbis acompanhava a cerimônia, recitando orações;
– Os olhos também eram retirados e substituídos por vidros pintados.
CONSULTORIA: William Peck, egiptólogo e historiador, Patricia Podzorski, curadora de arte egípcia da Universidade de Memphis, e Ann Macy Roth, professora de egiptologia da Universidade de Nova York.
FONTES: Sacrifice for the State: First Dynasty Royal Funerals and the Rites at Macramallah¿s Rectangle, de Ellen F. Morris.
Fonte do Texto:https://mundoestranho.abril.com.br/historia/como-era-a-morte-de-um-farao/

ANTIGO EGITO – RITUAL E JULGAMENTO


Para o faraó, a morte era apenas uma passagem: havia vida do outro lado e, lá, ele continuaria reinando. Por isso, ele passava a vida construindo sua tumba. No começo, erigiam-se as pirâmides, mas os saques constantes forçaram a criação do Vale dos Reis, um cemitério nobre e mais protegido, em Tebas.
Quando morria, o faraó era honrado com festascânticos e a leitura do Livro dos Mortos, em que sua alma e seu corpo eram entregues aos deuses Anúbis ou Osíris. Isso acontecia no processo de mumificação, em tendas fora das tumbas. Com o cadáver pronto, havia uma procissão com carpideiras (mulheres contratadas para chorar a morte) e queima de incenso até o enterro. A importância dada à morte era tanta que, não fossem as descobertas feitas nas tumbas, muito do que sabemos sobre cultura egípcia seria mera especulação.
DESSA PARA A MELHOR
Processo funerário demorava até 70 dias e preparava faraó para a outra vida
1. Antes de tudo, eram retirados os órgãos. Com uma incisão no céu da boca ou a perfuração das fossas nasais, alcançava-se o cérebro, que era descartado. A cabeça era preenchida com um material resinoso. Com um corte lateral no abdome, retiravam-se estômago, intestinos, fígado, pulmões e bexiga. Coração e rins eram deixados dentro do corpo.
2. O corpo era desidratado numa solução salina, chamada natrão. Era a etapa mais longa e levava de 30 a 40 dias. Os órgãos que haviam sido retirados também eram desidratados, em seguida perfumados (com mirra) e colocados em pequenos vasos, os canopos, que continham descrições sobre o faraó e sobre o deus de devoção em voga na época.
3. Com o corpo em perfeito estado, mas frouxo pela falta de órgãos internos, era preciso preenchê-lo. Ao longo do tempo, o material mudou: primeiro, era areia, depois palha ou serragem e, finalmente, chumaços de pano. Os faraós do Vale dos Reis tinham o corpo preenchido com linho fino, o mais nobre dos tecidos. As incisões eram costuradas.
4. O corpo era enfaixado com tiras de linho branco embebidas em resina e óleos aromáticos. O processo começava pelos dedos, até que todo o corpo fosse coberto. Entre os panos, eram colocados amuletos, como o Ankh, que ajudava a superar os obstáculos da outra vida. Já o escaravelho, em formato de coração, impedia que esse órgão se separasse do corpo.
5. Os faraós eram enterrados com várias posses, como tronos, itens de decoração e comidas. Era importante que parentes – em especial seu filho mais velho, o novo rei – renovassem as oferendas constantemente, levando incenso e alimento, além de promover rituais. Isso evitava que o falecido sofresse uma “segunda morte”, a do esquecimento.
6. No início das dinastias faraônicas, era muito comum serem feitos sacrifícios humanos. Múmias encontradas em cemitérios mais antigos que o Vale dos Reis indicam que familiares próximos e até serviçais eram mortos para servirem o rei no outro mundo. O faraó Djer, por exemplo, foi enterrado com 318 pessoas.
7. Quanto mais rico e poderoso o faraó, maior a quantidade de sarcófagos usados. Eles eram colocados um dentro do outro e, geralmente, feitos de madeira impermeabilizada. Mas outras cápsulas, de pedra e ouro, também eram usadas. O ataúde onde o corpo repousava tinha forma humana e era ostentoso – o de Tut era feito de 110 kg de ouro.
O JULGAMENTO
Não importava se a pessoa fosse pobre ou rica, ambos teriam que passar pelas mesmas etapas no mundo dos mortos. Primeiramente a pessoa morta precisava convencer o barqueiro Aken a levá-lo pelo rio da morte. Então eles tinham que passar por doze portões que são vigiados por demônios e serpentes. Era um dos motivos de serem enterrados amuletos de proteção junto com o morto, que nessa hora ajudavam a protege-los. Depois o morto precisava convencer os 42 juízes de que não tinha cometido nenhum dos 42 pecados. Só depois dessas etapas que o morto entrava no tribunal de Osíris.
O julgamento é representado, muito frequentemente, nas tumbas, nos papiros, nos ataúdes e nas mortalhas. Seu motivo central é a pesagem do coração do morto no prato de uma balança, cujo contra-peso é Maat – O conceito egípcio da ordem correta, representada quase sempre por um hieróglifo: uma pena de avestruz ou uma figura que é a personificação da deusa Maat com a pluma cravada numa fita cingida ao redor de sua peruca. Toth, o deus escriba da sabedoria e da justiça, faz a pesagem diante de Osíris, que preside o tribunal de 42 juízes reunidos numa sala.
Se o coração e Maat se mantêm em equilíbrio, a prova é positiva, e o morto é apresentado triunfalmente a Osíris. A sentença era dada em conformidade com Maat, o que significava que em vida o morto havia tido um comportamento correto. Todo o mundo desejava, naturalmente, evitar a condenação, e o morto tinha pronta uma declaração de inocência com respeito a todos os tipos de pecados. As cenas de julgamento mostram um monstro feminino chamado “Devorador” ou “Devorador de Mortos”. Sua função era engolir os que fracassavam.
TÚMULOS DO ANTIGO EGITO:
Por acreditarem que o sol iniciava sua viagem noturna a partir do mundo dos mortos, estes eram enterrados na porção ocidental do deserto, e nesse local construíam obras fabulosas como as pirâmides e os túmulos abertos em plena rocha.
Aos pobres era reservado um tratamento mais simples.
Curiosidades:
– Só na sepultura de Tutancâmon, foram achados mais de 5 mil objetos;
– Os mumificadores eram sacerdotes. O que vestia a máscara de Anúbis acompanhava a cerimônia, recitando orações;
– Os olhos também eram retirados e substituídos por vidros pintados.
Fonte:https://decifrandoamorte.wordpress.com/2013/07/25/antigo-egito-ritual-e-julgamento/

A Morte no Antigo Egito


Por Editor VOPUS   
Los misterios de la Vida y de la Muerte
Oscar Uzcátegui no seu livro "Egito Gnóstico", diz:
[...] "Que está formada pela repetição da mesma coisa em infinitos aspectos e se torna inteligível a diferentes medidas de tempo. Como se pode considerar, existe em tais postulados um alcance filosófico que só foi igualado pela filosofia atual depois de muitas divagações que surgiram há muitos séculos: cada princípio reflete um conhecimento de causa ao ser expressado. É que os egípcios dedicavam grande parte de sua vida a investigar através da meditação os mistérios da vida e da morte. 
Algumas pessoas superficiais falam de tal fim de forma desdenhosa: 
É que os egípcios viviam mais para estudar a morte que para estudar a vida..

Nós, os gnósticos, afirmamos com o Dr. Samael, o seguinte: 

A vida está formada pelas pegadas dos cascos dos cavalos da morte. Da morte podemos aprender tudo, da vida muito pouco. Se o grão não morre, a planta não nasce, a morte dá origem à vida."
Os antigos egípcios concebiam a vida como um lugar de passagem, onde o ser humano chegava para pagar seu direito a submergir-se nos mundos suprassensíveis de consciência atingindo a felicidade.
Mas, por que o Faraó era enterrado com tão impressionante tesouro? E, por que se decorava a tumba com tão belas pinturas se, uma vez selada, jamais poderia ser aberta, jamais poderia ser contemplada?
Falar de tumbas do antigo Egito é entrar em um mundo cheio de simbolismo, pois nada se fazia por acaso: TUDO RESPONDE A UM MOTIVO SIMBÓLICO OU FUNCIONAL.
Não existe nenhuma sepultura igual a outra. E, apesar disso, é possível apreciar sempre um paralelismo religioso em todas as tumbas.
El enemigo del Alma-el demonio Apophis
Cada uma delas está composta por salas e passagens ou corredores com uma clara intenção: as tumbas parecem representar, em si mesmas, a viagem do defunto no outro mundo, por isso seguem o eixo Leste-Oeste, especialmente a partir da dinastia XIX.
Os especialistas acreditam ver nestas estruturas –formadas por uma série contínua de quatro corredores compostos por escadas ou rampas, sempre descendo para o interior da terra- uma tentativa de simular os corredores que existiam no interior das pirâmides do Império Médio, talvez como os tortuosos caminhos do além, cheios de ameaças. Se o defunto, como o sol, não conseguisse sair no dia seguinte, não ressuscitaria.
La tumba y el sarcofago de Tutankamon
Os muros de seus corredores e suas câmaras estão repletos de imagens mitológicas, cenário de divindades, gênios, inimigos e perigos que têm que ver com a viagem de Rá no além.
Este Deus, o Sol, tem um ciclo eterno, o ciclo da vida e da morte, do dia e da noite. A cada dia o sol sai pelo leste e dá vida ao país do Nilo. Da mesma forma, quando chega o entardecer, o sol se esconde pelo horizonte, morre atrás das montanhas do Ocidente.
Durante a noite, uma multidão de inimigos e perigos o espreitará em sua viagem pelo mundo subterrâneo ou tentarão destruí-lo para que não volte a sair no dia seguinte. Mas Rá, com a ajuda das divindades, tornará a sair à luz, como a cada dia.
El Alma delante el Dios Ra-Simbolo de su propria Divinidad Interior
Estas viagens ficam refletidas em livros extraordinários, escritos durante o Império Novo pelos teólogos ou sacerdotes de Rá para ilustrar a viagem do Faraó para seu Real Ser Interior Profundo representado em Rá.
O faraó se unirá à divindade em sua barca durante a viagem da noite e com Ele enfrentará os diversos perigos do Caminho para a Eterna Felicidade.
Por este motivo o Faraó copiará e reproduzirá os textos e as cenas com as fórmulas de Rá, porque a imagem e a escritura no antigo Egito possuíam a magia da sabedoria.
A decoração das tumbas reais, durante o império novo, pode ser considerada como mapas detalhados da viagem para o Sol, para a Autorrealização Íntima do Ser.
Existem diferentes livros que nos falam desse mundo mitológico dos antigos egípcios. Quiçá o mais conhecido seja o Livro dos Mortos, conhecido na antiguidade como "Peri Em Heru" ("Livro para sair ao dia"). Acessível a toda população egípcia, continha fórmulas para salvar-se dos perigos do mundo subterrâneo DUAT, passar o Julgamento de Osíris e viajar ao Aaru (Yaaru, Iaru, ou Aalu), lugar paradisíaco onde reinava Osíris, lugar onde reinava a GRANDE LUZ, O ETERNO DIA DA DIVINDADE.
El faraon Kefren y Horus protegiendolo con sus alas

Fonte:http://www.vopus.org/pt/gnose/fenomenos-vida-morte/a-morte-no-antigo-egito.html

Mumificação – Julgamento (Rituais)


A mumificação era uma técnica utilizada pelos antigos egípcios para preservar o corpo de pessoas e animais. Eles acreditavam que esse processo era essencial para garantir a passagem do morto para outra vida. Quando um egípcio morria, os embalsamadores recolhiam o corpo e transportavam-no para um lugar onde todo o processo era feito.
Os primeiros processos da mumificação envolviam tentativas dos sacerdotes de reanimar o morto com orações. Depois o corpo era lavado com o objetivo de purificação. A próxima etapa envolvia a retirada do cérebro através de um gancho que era introduzido pelas vias nasais. Depois os órgãos do corpo eram retirados através de um corte lateral no corpo. O coração não era retirado, porque os egípcios acreditavam que ele devia controlar o corpo no outro mundo. Os órgãos eram então colocados em um sal natural (Natrão) para preservá-los e depois enrolados em linho e colocados nos vasos canopos.


 Chacal (estômago. Proteção de Neith); Falcão (intestinos. Proteção de Selkis); Babuíno (pulmões. Proteção de Néfis) e Homem; (fígado. Proteção de Ísis).

“O TERMO CANOPO FOI INVENTADO PELOS PRIMEIROS EGIPTÓLOGOS, QUE O ASSOCIARAM, ERRADAMENTE, COM CANOPO, PILOTO DE MENELAU, DA GUERRA DE TRÓIA. DIZ-SE QUE MORREU DE FORMA TRÁGICA E FOI ENTERRADO EM CANOPO (A PER-QWATI EGÍPCIA, ATUAL ABU QIR), NO NOROESTE DO DELTA, ONDE ERA VENERADO NA FORMA DE VASO. ESSES VASOS ERAM GERALMENTE FEITOS DE ALABASTRO, MAS TAMBÉM DE CALCÁRIO, CERÂMICA OU FAIANÇA E CONTINHAM AS VÍSCERAS RETIRADAS DAS CAVIDADES DO CORPO DURANTE A MUMIFICAÇÃO. ERAM COLOCADOS NA CÂMARA FUNERÁRIA DO TÚMULO, PERTO DO SARCÓFAGO. AS TAMPAS SIMPLES PASSARAM A TER NO MÉDIO IMPÉRIO A FORMA DE CABEÇA HUMANA E A PARTIR DO PERÍODO RAMÉSSIDAS A CABEÇA DOS QUATRO FILHOS DE HÓRUS. OS TEXTOS INSCRITOS OS VASOS COLOCAVAM CADA UM DELES SOB A PROTEÇÃO DE UMA DEUSA. EMBORA AS PROVAS SEJAM RARAS, ESTES VASOS CONTINHAM, PROVAVELMENTE, ÓRGÃOS DETERMINADOS.” (BAINES; MALIK, 2008, P.221)

Depois do corpo estar limpo, colocava-se natrão dentro e fora afim do corpo secar e depois de seco era preenchido com palha, fazendo ele retornar a forma original. Logo em seguida o corpo era perfumado e depois envolto por linho.
Veja aqui um jogo didático que ensina os processos da mumificação (em inglês): BBC – Mummy Maker.

Para os egípcios o corpo era constituído das seguintes partes:

O BA = ALMA (MUITAS VEZES VISTA COMO A PERSONALIDADE).
O KA = FORÇA VITAL (UMA ESPÉCIE TAMBÉM DE ALMA).
O HA = CORPO.
A SWT = SOMBRA.
O REN = NOME.

A pessoa devia ser reconhecida no outro mundo e por isso uma máscara era utilizada. Ela era feita de ouro e lápis-lazúli, que representavam respectivamente a carne e o cabelo dos deuses. Os braços da múmia eram cruzados sobre o peito. Em uma mão seguravam um chicote (utilizado por fazendeiros) e na outra um cetro real. Depois os sacerdotes levavam o sarcófago para as tumbas juntamente com todos os pertences do falecido, já que os egípcios acreditavam que precisariam de todo o bem material depositado na tumba para a vida pós-morte. Por fim a tumba era lacrada para que o corpo pudesse fazer a passagem com tranquilidade.

O Julgamento:


Não importava se a pessoa fosse pobre ou rica, todas teriam que passar pelas mesmas etapas no mundo dos mortos. Primeiramente a pessoa morta precisava convencer o barqueiro Aken a levá-la pelo rio da morte. Então eles tinham que passar por doze portões que são vigiados por demônios e serpentes. Era um dos motivos de serem enterrados amuletos de proteção junto com o morto, que ajudariam a protegê-lo nessa hora. Depois o morto precisava convencer os 42 juízes de que não tinha cometido nenhum dos 42 pecados. Só depois dessas etapas o morto entraria no tribunal de Osíris.
“O JULGAMENTO É REPRESENTADO, MUITO FREQUENTEMENTE, NAS TUMBAS, NOS PAPIROS, NOS ATAÚDES E NAS MORTALHAS. SEU MOTIVO CENTRAL É A PESAGEM DO CORAÇÃO DO MORTO NO PRATO DE UMA BALANÇA, CUJO CONTRA-PESO É MAAT – O CONCEITO EGÍPCIO DA ORDEM CORRETA, REPRESENTADA QUASE SEMPRE POR UM HIERÓGLIFO: UMA PENA DE AVESTRUZ OU UMA FIGURA QUE É A PERSONIFICAÇÃO DA DEUSA MAAT COM A PLUMA CRAVADA NUMA FITA CINGIDA AO REDOR DE SUA PERUCA. TOTH, O DEUS ESCRIBA DA SABEDORIA E DA JUSTIÇA, FAZ A PESAGEM DIANTE DE OSÍRIS, QUE PRESIDE O TRIBUNAL DE 42 JUÍZES REUNIDOS NUMA SALA. SE O CORAÇÃO E MAAT SE MANTÊM EM EQUILÍBRIO, A PROVA É POSITIVA, E O MORTO É APRESENTADO TRIUNFALMENTE A OSÍRIS. A SENTENÇA ERA DADA EM CONFORMIDADE COM MAAT, O QUE SIGNIFICAVA QUE EM VIDA O MORTO HAVIA TIDO UM COMPORTAMENTO CORRETO. TODO O MUNDO DESEJAVA, NATURALMENTE, EVITAR A CONDENAÇÃO, E O MORTO TINHA PRONTA UMA DECLARAÇÃO DE INOCÊNCIA COM RESPEITO A TODOS OS TIPOS DE PECADOS […] AS CENAS DE JULGAMENTO MOSTRAM UM MONSTRO FEMININO CHAMADO “DEVORADOR” OU “DEVORADOR DE MORTOS”. SUA FUNÇÃO ERA ENGOLIR OS QUE FRACASSAVAM.” (BAINES; MALIK, 2008, P. 218)

Pesagem do coração de Hunefer (19ª dinastia) – British Museum.

Na cena acima vemos Anúbis levando Hunefer para a pesagem do coração na balança de Maat. O próprio Anúbis é quem faz os ajustes na balança. Thoth fica ao lado direito anotando tudo que está acontecendo e também a sentença final. Ammit, que é a Devoradora dos Mortos, fica aguardando uma pesagem que a favoreça. Com o resultado positivo na cena, Hórus conduz Hunefer ao encontro de Osíris. Na parte superior vemos Hunefer adorando alguns deuses. Já na parte onde está o trono de Osíris, a sua frente há uma flor de lótus com os quatros filhos de Hórus (alguns autores defendem que sejam 4 ushabits) e atrás de Osíris estão Ísis e Néftis.

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Autor: Lucas Ferreira


Fontes / Referências:
– BAINES, John; MALIK, Jaromir. Cultural Atlas of Ancient Egypt. London: Andromeda Oxford Limited, 2008.
– BUDGE, Wallis. Osiris, The egyptian religion of resurrection. Publisher: University Books, 1961.
– HART, George. The British Museum Pocket Dictionary of Ancient Egyptian Gods and Goddesses. British Museum Press, 2001.
– SHAW, Ian. The Oxford Illustrated History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.

Sites / Referências:
Leitura recomendada: 

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Fonte:http://antigoegito.org/mumificacao-rituais/

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