AMOR DE VIDAS PASSADAS
Para se entender com maior profundidade a origem do amor é necessário contextualizá-lo dentro da teoria da palingenesia, ou reencarnação. Um amor não nasce de simples semelhanças de modos de ser e de interesses comuns, ele é o resultado de um longo processo de dezenas ou mesmo centenas de vidas passadas em que duas almas conviveram juntas. Nestas experiências conjuntas, ambas foram passando por circunstâncias juntos, enfrentando desafios, superando obstáculos, atravessando todas as dificuldades, e envolveram-se em laços afetivos e amorosos um com o outro, brotando daí uma profunda identificação e um sentimento verdadeiro.
Muitas pessoas me perguntam como podemos descobrir se alguém que muito amamos fez parte do nosso passado de outras vidas. A resposta a essa pergunta é bem simples: se você ama verdadeiramente essa pessoa, e a conhece a pouco tempo, então vocês já viveram, sem sombra de dúvida, experiências mútuas em vidas passadas. Isso significa que o amor verdadeiro, aquele que reside numa esfera muito íntima do nosso ser, não pode ser desperto em apenas uma vida. Os laços do amor real são tão fortes, que apenas experiências milenares podem despertar em nós um amor que é quase divino, que nasce do infinito e que se manifesta no ser humano como a expressão do sentimento mais puro que o homem da face da Terra pode ter acesso: o amor incondicional.
Em nossos estudos com terapia de vidas passadas chegamos a conclusão, tal como centenas de terapeutas ao redor do mundo, que todos os seres se agrupam naquilo que se convencionou chamar de “família de almas” ou “grupo anímico”. Além de nossa família consangüínea, que forma indivíduos com laços de sangue comuns, todos os seres possuem uma família espiritual, que é bem maior do que a nossa família genética atual. Ela é composta por centenas de espíritos que tiveram milhares de experiências conosco em vidas passadas; são espíritos que nos conhecem há milênios, e todo esse arcabouço de experiências coletivas os liga por laços de amizade, carinho, amor, cooperação, compaixão, e outros. Como tudo na vida tem dois pólos, as experiências negativas também fazem parte destes laços, sendo comuns sentimentos de ódio, raiva, antipatias, rejeição, ojeriza, malquerença, amargor, mágoa, etc. Toda essa mistura de sentimentos, tanto os positivos quanto os negativos, podem se expressar em nossas relações, e na maioria das vezes nem desconfiamos que eles vêm de vidas passadas, e não da vida atual.
Dentre nossa família de almas, há aqueles espíritos que cada um de nós guarda uma afeição mais profunda. Esses geralmente oscilaram, nos diversos papéis de vidas passadas, sendo nossos filhos, amigos, marido, esposa, pai, mãe, avô, avó, irmão ou irmã. A proximidade do parentesco físico não é definitiva para indicar o grau de afeição entre duas almas. Por exemplo, um filho pode amar mais a avó do que a própria mãe, pois seus laços espirituais podem ter sido mais estreitos em diversas vidas passadas. Um pai pode amar mais um filho do que o outro: embora muitos pais neguem essa diferença afetiva, sabemos que isso existe e é perfeitamente normal, já que um pai pode ter mais experiências amorosas pretéritas com um filho do que com o outro.
Algumas vezes as experiências traumáticas do passado podem abafar um amor entre duas almas. Por exemplo: uma mãe que matou seu filho numa vida passada, quando eles eram irmãos que disputavam algo. O filho pode carregar essa recordação inconsciente dentro de si e expressa-la em forma de rejeições, afastamento, ojeriza e até uma raiva inconsciente pelo que foi feito. É preciso lembrar sempre que esses traumas, apesar de terem sido esquecidos entre uma vida e outra, não apagam os sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. A falta de memória não destrói as emoções que guardamos dos espíritos que fizeram parte do nosso histórico encarnatório.
Dessa forma, a família de almas é nossa família espiritual e vale muito mais do que nossa família física. Um bom exemplo é observar o comportamento afetivo das pessoas. Algumas podem gostar mais de um amigo do que de um parente próximo, como pai, mãe ou irmão. Esse amigo, apesar de não fazer parte de sua família consangüínea, pode ser um membro próximo de nossa família espiritual, e um amor muito grande pode estar presente na relação de ambos. Assim, a família espiritual transcende nossa família de sangue e demonstra a existência de laços muito maiores, mais sutis e imensamente mais antigos do que os laços consangüíneos.
Cada família espiritual é parte de uma família ainda maior, que pode nem sequer viver atualmente no planeta Terra. Há pessoas que sentem internamente, com grande certeza íntima, de que seus amigos verdadeiros e sua família não são deste planeta. Esse é o caso de muitas pessoas que foram exiladas de seu planeta de origem e estão aqui na Terra há algumas vidas tentando transmutar uma parcela do karma que ainda as prende nos grilhões terrestres. Alguns sentem isso tão forte que sequer conseguem manter laços afetivos na Terra, tal é o seu grau de apego a sua família espiritual extraterrestre. Alguns podem imaginar que isso representa uma evolução e que é uma indicação de superioridade espiritual, mas não é bem assim. Essa recusa em se viver a realidade atual implica num forte apego a um estado arcaico de existência, e esse apego pode aprisionar o espírito muito fortemente dentro de limites muito reduzidos, o que abafa a natureza essencial daquela alma e pode degradar seus sentimentos, pensamentos e comportamentos. O apego é um sinal claro de atraso espiritual e deve ser objeto de um esforço no sentido da libertação do cárcere terrestre. Se estamos vivendo aqui na Terra, precisamos da Terra para atingir esse desprendimento; de nada adianta desejar sair daqui para uma condição externa melhor e mais elevada. O universo é perfeita harmonia e inteligência, e nada ocorre por acaso. Quem está aqui, precisa das experiências terrestres para seu desenvolvimento espiritual.
Um fenômeno interessante que pode ocorrer é a inversão de papel. Uma mãe, que teve experiências afetivas de marido-esposa muito fortes com seu filho atual, pode sentir desejos inconscientes de experimentar novamente o amor de marido-mulher. Alguns pais conseguem desapegar-se disso e viver a condição da atual encarnação dentro da função de pai e filho. Outros, no entanto, cedem a essas tendências e podem ser levados até mesmo, em última instância, a molestar seus filhos. Todo pai que sinta essa inversão de papel deve lutar contra essa tendência, esse apego, pois só assim poderá viver com mais intensidade a relação atual de pai-filho. Isso ocorre também entre irmãos, que no passado foram marido e mulher e hoje sentem vontade de ter carinhos mais próximos, que extrapolam a relação fraterna natural.
Outro exemplo são marido e mulher atual, que numa outra existência (ou existências) foram irmãos e acabam depois se tornando amigos, ou têm dificuldades de manter relações sexuais por conta das lembranças inconscientes de vidas como irmãos. Há muitos outros exemplos dessa inversão de papel; o mais importante aqui é entender que o passado não deve interferir em nossas relações atuais da forma que elas se apresentam hoje: se hoje sou pai da minha filha, devo trata-la como filha e deixar de lado os sentimentos típicos de marido e mulher que tivemos em vidas passadas.
Outro fenômeno que pode ocorrer, esse não muito comum, é quando duas almas muito próximas, e que se amam muito, se reencontram, querem viver juntas, mas ambas são do mesmo sexo. Eles podem viver como bons amigos, ou podem desejar, se o apego for grande, viverem juntas como companheiros. Se forem dois homens, podem ceder aos desejos sexuais e iniciarem uma relação que vai além da amizade, passando a viver como amantes; se forem duas mulheres, podem fazer o mesmo e até casarem. O mais interessante é que, mesmo sem existir um histórico de homossexualidade, essas almas podem decidir estreitar os laços dentro de um contexto amoroso e sexual. Já vi casos como esse, e as pessoas envolvidas me garantiram que nunca tiveram desejos homossexuais, e o que sentiam uma pela outra só servia para essa pessoa em específico, e para nenhuma outra.
Por exemplo, uma das meninas gosta de outra menina e quer ficar com ela, mas nunca havia se relacionado com outras mulheres e garante não sentir qualquer tipo de desejo sexual por outras mulheres, somente por aquela que se torna sua companheira. Esse é um caso típico de apego a condição anterior em vidas passadas. Ninguém pode julgar se isso é correto ou não; a escolha, neste caso, é da própria pessoa e só a ela compete avaliar a qualidade de suas relações. Repudiamos aqui o preconceito a homossexualidade e somos favoráveis a liberdade de expressão da sexualidade. Advertimos, porém, que qualquer excesso nessa área, seja com heterossexuais ou homossexuais, pode implicar em efeitos graves e num karma negativo, com severas complicações futuras, na vida atual ou em vidas futuras.
Quando duas almas que se amam muito estão em planos diferentes, isso pode se tornar um problema. É o caso de pessoas que nascem no plano físico, e que sonham ou sentem a presença de espíritos que não estão em corpo físico. Essa pessoa ama o espírito, e deseja ficar com ele, mas como essa alma não se encontra encarnada, ela nada pode fazer. É possível encontros em projeção astral, quando dormimos a noite e nosso corpo espiritual deixa o corpo físico e passa a interagir com outras dimensões. Nesses momentos, as duas almas podem se encontrar e ficar um tempo juntas. O encarnado pode ter vários sonhos com o desencarnado, mesmo sem saber quem ele é e nunca te-lo conhecido na vida atual. Mas intimamente ela sabe que o conhece, que o ama, e sente vontade de ficar com ele, como mostra esse exemplo de um breve relato que recebemos:
“Mais uma noite eu sonhei com aquela moça linda, ela me faz sentir uma forte emoção, uma saudade, eu a amo, eu acordo chorando, sempre, há anos.”
Os espíritos de luz que comandam o destino dos seres podem autorizar esta situação para estimular o desapego entre as duas almas.
O universo sempre conspira para que uma alma se desenvolva espiritual e passe a amar a todos, e não apenas uma só pessoa. Embora o amor entre nossa família física e espiritual seja um exercício do amor incondicional, a maioria dos espíritos que vivem na Terra ainda estão longe do amor incondicional a todos os seres. Por esse motivo, a inteligência divina cria circunstâncias que nos façam entender que o amor vale muito mais quando ele se expande para abraçar todos os seres do universo, e não apenas pessoas de nossa convivência. O amor universal é a meta sagrada de todas as almas que aspiram à perfeição. Quando acontece de duas almas que se amam estarem separadas, uma no plano físico e outra no plano espiritual, ambas devem exercitar o desapego e procurar outras pessoas para se relacionar.
Essa situação também pode ser problemática quando há muitas energias pendentes entre ambos. Pode acontecer, por exemplo, de o desencarnado desejar ficar junto do encarnado e começar a boicotar todos os seus relacionamentos. O desejo do desencarnado é que o encarnado seja só dele, e por conta disso ele poderá agir no sentido de isolar o encarnado de todos, desejando que fique sozinho. Como o encarnado sente um amor sincero pelo desencarnado, pode ceder a isso, e aceitar as sugestões de sempre permanecer sem se relacionar com outros. Quando esse tipo de assédio ocorre, é bem mais difícil de ser tratado num trabalho espiritual, pois há uma permissão inconsciente do encarnado diante da obsessão exercida pelo desencarnado. Neste caso, a melhor forma de agir é conscientizar o encarnado a se libertar desse apego e viver a vida física naturalmente, sem ficar esperando que o desencarnado venha a preencher um vazio que ficou das experiências “perdidas” de vidas passadas, quando ambos viveram juntos.
Outro fenômeno bastante interessante e inexplicável é o chamado “amor à primeira vista”. Esse fenômeno só é inexplicável quando não se leva em conta a teoria da reencarnação. O amor à primeira vista consiste no despertar de um sentimento tão logo vemos ou estamos na presença de uma pessoa desconhecida que nos desperta algo portentoso, excelso, superior, quase celeste e divino, e que é incompreensível. Há uma nítida impressão de que já conhecemos aquela pessoa. Alguns indivíduos, não muito versados na noção reencarnacionista, afirmam que não existe o amor à primeira vista, mas sim uma espécie de encantamento, de fascinação, de deslumbramento pela beleza do outro. Apesar de estes sentimentos estarem misturados no primeiro momento, não seria apressado dizer que há, de fato, um amor que pode estar sendo ressuscitado, reaceso, vindo à superfície e despertando, trazendo à tona um sentimento sublime e transcendente que até então estava meio apagado dentro de nós.
Esse amor pode ter sua origem em dezenas ou mesmo centenas de vidas passadas onde estas duas almas viveram juntas. Pode até mesmo ser anterior aos primeiros nascimentos terrestres. Esse reencontro faz ressurgir uma emoção, um envolvimento que já existia dentro da pessoa, mas que ainda estava disperso. O amor à primeira vista não deve ser confundido com maravilhamento pela beleza física. Ele é uma profunda identificação com alguém que já conhecemos há milênios e que reencontramos nesta vida. Esse pode ser o início de uma longa história de amor.
Para se diferenciar um amor verdadeiro e uma simples paixão é preciso notar se há um total desprendimento em relação a pessoa que amamos. O amor real é calmo, sereno, não se deixa influenciar por sentimentos de controle, posse, ciúme, e outras armadilhas inferiores. O amor verdadeiro deseja que o outro esteja bem, mesmo que ele não fique conosco. Ele é espontânea, livre e há desprendimento; só o que importa é o bem estar do outro. Fazemos de tudo para que o outro seja feliz.
A melhor forma que eu conheço para harmonizar o nosso passado e cuidar para que estes laços não se tornem disfuncionais e problemáticos na vida atual é a realização da terapia de vidas passadas. Através da regressão o passado pode ser revisto e os laços amorosos podem ser tratados, dissolvendo os resíduos de energias conflituosas, brigas, assassinatos, traumas, e qualquer situação negativa que tenha ocorrido em vidas passadas. Muitos afirmam que tratar o passado conjunto com nossos entes queridos pode reacender velhas mágoas, nos fazer lembrar de velhas disputas e ódios passados, e que isso inviabilizaria nossa convivência atual com eles.
Quem defende esta tese alega que uma mãe não poderia conviver bem com seu filho caso descubra que ele a torturou e matou em vidas passadas. A nossa experiência de mais de 2.000 regressões individuais prova que essa ideia é bastante equivocada. Jamais pude presenciar nenhuma relação que tivesse piorado após uma revisão de vidas passadas negativas entre membros de uma mesma família. Pelo contrário, as experiências negativas são tratadas e os laços de amor são purificados, o que torna a convivência atual muito melhor e mais satisfatória.
Já atendi dezenas de casos em que visitamos vidas passadas bastante duras entre familiares e o resultado sempre foi uma grande melhora na qualidade da relação atual. Os bloqueios caem, os conflitos são tratados, as disputas são harmonizadas e tudo passa a ser objeto de precioso aprendizado. Além disso, o esquecimento do passado não apaga os sentimentos negativos de vidas passadas, eles continuam existindo hoje, podem e devem ser tratados, para que as relações familiares melhorem e para que possamos viver bem com nossos familiares e com as pessoas que amamos.
Autor: Hugo Lapa
Fonte:http://www.espiritbook.com.br/profiles/blog/show?id=6387740
Estar Preso a uma Pessoa«
Amor de Vidas Passadas
por hugolapa
Em nossa época, cada vez
mais as pessoas demandam respostas para suas questões emocionais e
existenciais. Uma das dúvidas mais comuns é sobre a nossa vida afetiva. As
pessoas se perguntam: “por que eu ajo assim com tal pessoa?”, “Por que só
atraio cafajestes?”, “Por que eu só me interesso por mulheres devassas?”,
dentre outros questionamentos. Uma das dúvidas mais freqüentes sobre os
relacionamentos humanos é: “Por que não consigo me desvincular de uma pessoa?
Por que toda vez que tento terminar minha relação com aquela pessoa eu fracasso
inevitavelmente? Não entendo o que me prende a ela.” Muitas pessoas me
perguntam isso, e desejam compreender como a Terapia de Vidas Passadas pode
explicar tal dependência. Por mais que se tente, somente a teoria da
reencarnação pode explicar, de forma satisfatória, o motivo real da prisão
emocional que algumas pessoas sofrem. Por que alguns indivíduos sentem-se tão
presos a outros? Por mais que se esforcem, parece que há alguma força que os
bloqueia quando há uma tentativa de encerrar um relacionamento. Mesmo que esta
relação os traga prejuízos diversos, brigas, conflitos, maus-tratos, até mesmo
agressões físicas há essa dificuldade. Quando a resposta não pode ser
encontrada em alguma circunstância determinada da vida atual, podemos lançar
nosso olhar ao nosso passado encarnatório e buscar a origem desta barreira
emocional. A Terapia de Vidas Passadas se vale de um conhecimento prático que
se verifica na experiência pessoal de milhares de pessoas que, em estado
alterado de consciência, deixam que seu psiquismo lhes mostre o núcleo gerador
do problema, neste caso, a origem de uma dependência emocional que uma pessoa
tem em relação à outra. Como é possível que um namorado (a) ou um marido (ou
esposa) que nos prejudica, nos faz mal, nos lesiona em diversos níveis e ainda
permanecemos neste relacionamento? Como podemos ainda nos sentir tão apegados a
ponto do vínculo ser mais forte que nossa vontade consciente e o desprendimento
se tornar algo extremamente difícil, penoso e sofrido? Ao estudarmos as
pendências de vidas passadas constatamos que há uma série de explicações para
este fato. Vamos descrever as principais e possíveis causas desse
aprisionamento emocional diante do nosso parceiro de vida. Postulado de Caráter
Na Terapia de Vidas Passadas um dos principais conceitos que são estudados é o
chamado postulado de caráter. Um postulado é uma ideia fixa que gravamos em
nosso inconsciente de uma vida para outra, e passa a influenciar a vida ou as
vidas seguintes. Essa ideia fixa, no entanto, é programada de forma consciente,
porém, após a morte, essa programação se mantém e pode atravessar os séculos de
forma intacta e ainda gerando sintomas diversos. Por exemplo, um homem é traído
pela sua esposa. Isso representa um grande choque emocional para ele. Então no
calor da emoção ele profere a seguinte frase: “Nunca mais vou acreditar em
outras mulheres”. Essa simples frase pode ficar tão gravada em sua mente
subliminar que recebe um status de inviolável. Nada que ocorra em sua
experiência dali para frente terá o poder de questionar essa ideia ou fazê-lo
acreditar que algumas mulheres podem ser confiáveis. Para ele, nenhuma mulher é
mais confiável. Na maioria dos casos, os postulados são gravados após uma
intensa experiência emocional, um trauma, ou uma morte traumática. Além disso,
um hangover também pode ser a causa de um postulado. Para quem não sabe, em TVP
hangover é uma experiência que se repete ao longo do tempo e acaba por nos
acostumar tão pesadamente a ela que passamos a perder as esperanças de melhorar
e nos acomodamos e estagnamos. De qualquer forma, no caso da prisão emocional a
uma pessoa, os postulados podem ser a causa desses grilhões. Vamos supor que
uma moça seja casada com um marido e se apaixone por outro. Este outro homem,
para poder ficar com a moça, planeja e comete o assassinato do marido sem que a
moça saiba e concorde. No leito de morte ela se arrepende de ter pensado em
largá-lo e faz uma afirmação mental na intensidade do trauma da perda: “Jamais
te abandonarei novamente”. Logo após o incidente, ela fica deprimida e se
suicida. Esse postulado será carregado até a vida seguinte. Essa moça pode
reencontrar o marido assassinado numa vida passada, ambos casam, têm filhos,
mas após alguns anos o casamento se torna muito ruim, para não dizer
insuportável. Uma parte dela deseja separar-se dele, mas há um impulso que vem
do seu inconsciente, gerado pelo postulado, que consolidou a ideia fixa de
nunca mais o abandonar. Neste sentido, o postulado de vidas passadas a mantém
aprisionada dentro do casamento indefinidamente. Essa mulher não entende e
sequer pode desconfiar que possui este postulado arraigado em sua consciência.
Se ela não crê em reencarnação, poderá procurar a causa de sua ligação doentia
com o marido atual sem qualquer sucesso. Obviamente, por um esforço de sua
vontade, ela pode deixar o postulado de lado e largar o marido em nome de sua
própria felicidade, mas somente recapitulando sua vida passada ela poderá ter
um panorama mais fiel do ocorrido e desprogramar a ideia enraizada em seu
inconsciente com muito mais tranquilidade. Na TVP existem técnicas específicas
para se desprogramar e abandonar estes postulados, a fim de libertar a pessoa
do cárcere que ela mesmo criou com uma ideia fixa de vidas passadas. Culpa
Inexplicada A culpa é, com muita freqüência, uma outra causa do aprisionamento
emocional a uma pessoa. Não apenas dentro do matrimônio, mas também com nossos
filhos, irmãos, pais, etc. Com os filhos esse relacionamento pode se tornar
bastante dramático, pois os pais que sentem uma culpa inexplicada em relação
aos filhos podem acreditar que precisam compensar essa culpa de diversas
formas, e o resultado disso é uma educação libertina, com muitos mimos, que
poderá afetar de forma decisiva o desenvolvimento da criança. Vamos aproveitar
esta oportunidade e falar também sobre a relação pai e filho, e depois passa a
relação marido e mulher, que é o tema deste artigo. A culpa, como todos sabem,
advém de uma não aceitação dos próprios erros cometidos. Uma pessoa que possui
um ideal rígido de como ela mesmo deve ser pode cometer erros e sofrer muito
com eles. Quanto maior a exigência de uma pessoa em relação a si mesma, tanto
maior será o sentimento de culpa que se perpetuará nela. Em nossa época, parece
que os seres humanos esquecem algo vital para sua sobrevivência: o fato de que
somos isso mesmo, humanos. O humano é passível de erros, e aqueles que não
desejam em hipótese alguma aceitar sua condição de imperfeição estão
voluntariamente abdicando de sua felicidade. Se nossa natureza é de erros e
limites, não aceitar esses erros é assinar um contrato com a infelicidade. Dito
isto, vamos analisar a culpa que se forma numa vida passada, e a melhor maneira
de se compreender isso é por meio de exemplos. Vamos supor que um homem tenha
sido um senhor de escravos. Um destes escravos havia tentado escapar do
cativeiro, e quando foi pego, o senhor de escravos o açoitou até quase matá-lo.
Após esse episódio, o escravo ficou doente e morreu. Na vida seguinte, a
inteligência divina propõe reunir novamente estas almas para que se estabeleça
um entendimento entre ambas e os laços de amor prevaleçam diante do ódio. Os
espíritos então nascem como pai e filho. O pai era o senhor dos escravos e o
filho o escravo que foi açoitado e morreu logo depois. O pai não se recorda do
que fez em vidas passadas, mas mesmo com a amnésia encarnatória, os sentimentos
permanecem dentro dele, e na relação firmada com o filho, ele passa a sentir uma
forte culpa de algo que não sabe o que é. Assim, para amenizar a culpa, ele
sente que precisa compensar o mal que fez, e passa a fazer todas as vontades do
filho, e o pior de tudo, a relação com o filho passa a ser bastante pesada.
Enquanto o filho sente que pode manejar a culpa do pai, e passa a fazer várias
cobranças, o pai se vê numa encruzilhada e não sabe como agir. Esse seria um
exemplo de como a culpa pode atrapalhar a relação entre pai e filho. Dentro de
um casamento ocorre muitas vezes dos cônjuges terem sido marido e mulher em
outras vidas, e a continuarem sendo na vida atual. Pode ocorrer de, em vidas
passadas, o marido ter dado uma surra em sua esposa (algo não muito incomum
antigamente) e ter levado sua esposa a morte. Como sua intenção não era essa,
ele pode ficar pesaroso, chorar a morte de sua mulher, arrepender-se
completamente de sua atitude, e ficar sentindo-se culpado pelo ato cometido.
Logo depois disso, um dos filhos se rebela contra o pai por causa da morte da
mãe e mata-o friamente. Ele morre muito arrependido do que fez, e sofre com
essa culpa no período entrevidas (no plano espiritual). Numa próxima vida, ele
pode renascer e se reencontrar com a esposa. O homem de outra vida pode nascer
como mulher na vida atual, e a mulher pode nascer como homem. Eles se encontram
e iniciam um relacionamento. Depois de alguns anos, o relacionamento parece não
dar certo, e a mulher (o homem de vidas passadas que espancou a matou a mulher)
sente que deve se separar do marido. No entanto, em decorrência do
espancamento, da morte e da culpa resultante deste ato, a mulher sente-se mal
em abandonar o homem, e movida pela culpa, acaba não conseguindo separar-se
dele. Esse é um exemplo clássico e bem ilustrativo de como a culpa pode prender
uma pessoa a outra. No caso, essa mulher sente internamente que precisa
permanecer com o homem, pois sente que, se o deixar, estará fazendo algo de
errado com ele, da mesma forma que fez no passado quando o espancou e matou. É
um erro de percepção que se reforça pela culpa e pelo intenso arrependimento
pela sua atitude pretérita. Fica claro que a culpa tem o poder de encarcerar a
alma e tolher sua liberdade de ação e pensamento. Há sempre uma tendência de
compensação, de reparação pelo ato cometido, mas essa compensação nunca se
satisfaz; àquele que cultiva o sentimento de culpa parece que nada supre o dano
causado a outrem, mesmo que disso ele não tenha consciência (por ser uma
memória perdida de vidas passadas). Neste caso, a falta de memória é um entrave
a reflexão sobre o erro e ao redirecionamento de nossos atos nos dias de hoje.
Na situação exemplificada a culpa é localizada em uma pessoa, mas também pode
ocorrer de o sentimento de culpa se tornar tão forte que passa a dominar a
maior parte da personalidade do indivíduo, e se estruturar como parte de toda a
sua vida e suas ações no mundo. É importante lembrar também que o cárcere da
culpa não bloqueia apenas o término do relacionamento, mas também prende uma
pessoa na outra. Essa prisão pode fazer com que o outro viva apenas em função
daquela pessoa, e esqueça todo o restante. Pode existir um isolamento dentro de
um mundo construído por ambos, e isso aliena o indivíduo a um ponto que pode
beirar o campo do patológico, ou até mesmo, em alguns casos extremos, adentrar
nele. Situações Inconclusas Outra circunstância que pode ocorrer em vidas
passadas, e que pode trazer prejuízos, ou mesmo uma dificuldade de se encerrar
um relacionamento, um medo de perder o outro, ou uma certa dependência, é a
separação causada por projetos conjuntos que são interrompidos, ou situações
que ficaram pendentes em vidas passadas. Por exemplo, um homem ama uma mulher,
declara a ela o seu amor, e a pede em casamento. A mulher aceita e marcam a
data do casamento. Logo após se casarem, passam algumas semanas e a esposa vem
a desencarnar. O homem sofre muito com isso, não consegue compreender por que a
mulher que amava se foi tão rápido. Ele tinha muitos sonhos, muitos projetos,
imaginava uma vida maravilhosa a dois, mas com a infeliz “fatalidade” da vida,
ele sente que “perde” (na verdade ele não a perdeu) sua esposa. Na realidade,
não há qualquer fatalidade ou acaso na transição de sua esposa, a inteligência
divina pode determinar uma separação precoce e repentina a fim de permitir o
desenvolvimento de alguma virtude em ambos, principalmente no encarnado. Pode
ser também que houvesse algum karma de separação que ambos estivessem obrigados
a atravessar. De qualquer forma, a morte da esposa serviria alguma finalidade
cósmica maior que ainda lhe era incompreensível dentro do nível do entendimento
humano. Quando isso ocorre, o espírito pode carregar de uma existência a outra
esse sentimento de um projeto de vida não concluído; ele sente uma falta, uma
carência dentro de si mesmo, algo que parece formar um buraco emocional em seu
interior. Por conta dessa perda antecipada, numa próxima vida essa alma, quando
encarnada, fica com uma sensação de que o relacionamento pode terminar a
qualquer momento, e fica gravado em seu inconsciente que a separação não pode ocorrer,
caso contrário ele vai sofrer muito, como sofreu no passado. Estamos dando
apenas um exemplo de uma situação pendente de vidas passadas, mas podem existir
outras tantas circunstâncias que ficaram inacabadas, e que podem contribuir com
a clausura dentro de uma relação marital. Pacto de Sangue O pacto de sangue,
dentro de uma esfera de relacionamentos, é um ritual bem conhecido do público.
Duas pessoas que se gostam, geralmente bem jovens, e que acreditam que devem
passar a vida inteira juntos, podem fazer um pacto de sangue, que consiste na
união física do sangue de um com o sangue do outro juntamente com uma afirmação
ou promessa de nunca se separarem, ou de estarem unidos pela eternidade. Aqui
não mencionaremos outros tipos de pactos de sangue realizados em rituais de
sociedades mágicas do passado e do presente, pois este é um tema muito extenso
e há um artigo específico que versa a esse respeito. Mas devemos alertar os
leitores que, mesmo que esse ritual tão simples pareça algo inofensivo, na
realidade não é, e pode trazer graves conseqüências as pessoas que o realizam.
Tudo esse efeito nocivo se concentra no poder intrínseco do sangue, que é de
vitalidade, acumulação e circulação de energias, dentre outras propriedades
sutis ainda desconhecidas da maioria. O pacto de sangue tem o poder de unir
vibratoriamente duas pessoas durante a vida, após a morte, e até mesmo por
várias vidas. Para ilustrar esse ponto, daremos um exemplo retirado de nossa
própria prática clínica. Um rapaz nos procurou em consultório para tratar,
dentre outras coisas, a fixação que ele sentia em relação a uma moça que há
mais de 10 anos já terminara com ele. Ele dizia que nada mais sentia pela moça,
já havia tido outros relacionamentos, mas parecia que algo o prendia a essa
antiga namorada. Após uma longa anamnese, ele confessou ter feito certa vez um
pacto de sangue com ela. Ele alegou acreditar que aquilo era apenas simbólico e
que nenhum efeito deletério teria para ele ou para ela. Fizemos então uma
sessão apenas para desfazer esse pacto. Para tanto, usamos as técnicas
ensinadas pela TVP e conseguimos desfazer o pequeno ritual de sangue. Neste
momento, o rapaz afirmou que sentiu-se aliviado, sentiu que seu dedo começar a
formigar. O dedo indicador da mão direita havia sido local em que se consolidou
a união do sangue de ambos. Sentiu uma energia positiva e encerramos a sessão.
O tempo para se desfazer o pacto foi de pouco menos de uma hora; e a aparente
demora ocorreu por que decidimos avaliar outros aspectos psicológicos da antiga
relação dos dois. Na sessão seguinte, o homem me relatou que sentia-se muito
mais livre em relação a moça, a toda aquela fixação havia passado. Esse exemplo
serve para demonstrar o quanto precisamos tomar cuidado com certas atitudes que
tomamos em mexer com forças e energias que ainda não compreendemos. É preciso
muito cuidado ao se debruçar sobre uma realidade sutil que não dominamos, pois
a probabilidade de algo dar errado e sermos nós os dominados é bem grande.
Magia de Amarração A chamada “magia de amarração” é muito comum e
abundantemente praticada nos dias de hoje. Esse é o famoso “Trago a pessoa
amada em três dias”. Já tive a oportunidade de presenciar os estragos
psicológicos que o uso abusivo deste tipo de magia pode acarretar a certas
pessoas. Sem qualquer exagero, já pude perceber vidas serem devastadas por
conta de escolhas absolutamente irresponsáveis e impensadas de algumas pessoas
imaturas. Esses efeitos negativos ocorrem tanto para quem sofreu as
consequências da magia quanto para aqueles que as fizeram. Porém, é preciso
mencionar que a magia negra pega com muito mais facilidade naqueles que possuem
um karma com práticas mágicas de natureza sombria em vidas passadas. A magia de
amarração consiste no uso de entidades espirituais trevosas que, ao receberem
algum tipo de favor de um encarnado, quase sempre relacionado a doação de
energias, são enviadas à vítima e começam um processo de assédio que tem como
objetivo fazer com que a vítima sinta falta da pessoa que encomendou o
trabalho. Há uma forte influência neste sentido, mas uma pessoa com energias
equilibradas e elevadas pode resistir a esse arraste e fazer os espíritos
desistirem do seu intento. Em outros casos, uma pessoa pode sucumbir ao poder
mental destas entidades sombrias e, de fato, se voltar a pessoa que encomendou
a magia. Através da TVP, é possível desfazer esse tipo de trabalho, mas esse
conhecimento é algo que raramente é encontrado em livros, e os profissionais,
em sua maioria, desconhecem estas técnicas. Além disso, um profissional
despreparado pode facilmente cair numa rede de obsessão e começar a sofrer
efeitos diversos decorrentes do assédio desses espíritos. De qualquer forma, é
mais importante tratar o karma mágico da pessoa e o karma da relação espiritual
de ambos do que usar técnicas “eficientes” de se desfazer magias. O que prende
uma pessoa a outra e abre espaço para magias e obsessões é a ligação de vidas
passadas. Tão logo se trata esse karma, libertamos uma pessoa de qualquer
tentativa de controle psíquico da outra. Pendências Diversas As
pendências de vidas passadas se constituem como qualquer tipo de ligação
kármica entre duas almas. Neste caso, elas têm a missão de desenvolver um
projeto conjunto de crescimento pessoal, e precisam manter-se unidas para
atingir os objetivos de evolução espiritual. Por exemplo, os dois, marido e
mulher, participaram de um massacre indígena numa de suas vidas passadas. Hoje
eles reencontram os espíritos vitimados por eles para algum tipo de reparação e
aprendizagem. Como eles trabalharam juntos no assassinato dos indígenas, hoje
eles precisam estar juntos num projeto de reparo ao mal cometido e aprendizado
mútuo. O campo das pendências de vidas passadas é extremamente extenso, pois
aqui se situa qualquer tipo de pendência de vidas passadas. A diferença entre a
pendência e a culpa é apenas que na pendência há um envolvimento kármico sem
culpa. Na culpa, o que aprisiona é a própria culpa, embora também exista um
karma conjunto. Nas pendências a culpa também pode existir, mas ela não é o
componente principal que alimenta as barreiras da clausura psicológica. Em
suma, a culpa é uma pendência, mas nem toda pendência provém de uma culpa. Toda
pendência pode existir ao menos um resquício de culpa, mas não é a culpa em si
mesma que cria a prisão mental diante do outro (mas sim o próprio karma). Para
dar um simples exemplo, vamos supor que um homem suspeite de uma traição de sua
esposa e a mate. Ele não sente culpa pelo que fez, pois sua cultura lhe ensinou
que, quando um homem é traído, ele precisa defender sua honra, e a forma
correta de fazer isso é assassinar sua esposa. Mesmo sem culpa, ele criou uma
pendência kármica com a mulher, pois independente do que uma ou outra cultura
afirma, as leis divinas são sempre as mesmas. O assassinato é reprovável pelas
leis naturais em qualquer situação, exceto em casos extremos quando o outro
atenta contra nossa vida e, numa reação de defesa, conseguimos matar o outro
antes que ele nos mate. Associação Traumática A associação traumática em tese é
bem simples. Ela advém de qualquer tipo de associação negativa que se forma a
partir do término de um relacionamento. Vamos supor que um moça se case com um
homem. O relacionamento vai mal e ela deseja se separar. Porém, em muitas
culturas antigas a mulher não tinha direito a separação, por força de lei ou da
cultura vigente ela deve permanecer casada para sempre. Porém, ela não agüenta
mais seu casamento e resolve fugir. O marido então resolve procurá-la e até
mesmo caçá-la. Na fuga, ela entra numa floresta e sem querer cai de um alto
barranco, vindo a falecer. Neste caso, ela pode, numa vida futura, estabelecer
uma relação entre separação e morte pela via da associação. Em outras palavras,
ela associou o ato de se separar com a morte traumática. Ela pode
inconscientemente acreditar que, caso se separe, poderá morrer novamente. Isso
fica enraizado em sua consciência e pode ser o motivo de uma imensa dificuldade
de separar-se do seu marido atual mesmo estando o relacionamento acabado.
Reencontro para equilíbrio kármico Sabemos que todos os encontros duradouros e
que estão pautados no amor entre duas almas tem uma razão de ser, mesmo que não
seja compreendida pela consciência humana limitada. As relações humanas sempre
obedecem uma ligação de equilíbrio. É comum ver pessoas que se
complementam umas as outras. Enquanto a esposa é mais ativa, o marido é mais
passivo; enquanto o marido é trabalhador e não dá muita atenção aos filhos, a
esposa é mais terna e exerce o cuidado com os filhos; enquanto um dos cônjuges
não é muito ligado em dinheiro, o outro faz de tudo para ganhar cada vez mais,
e assim as relações se equilibram e um supre o outro naquilo que o outro tem de
carência. Isso é bastante normal e até mesmo necessário para o crescimento de
ambos. Por outro lado, existem pessoas que são muito parecidas, e que não se
complementam um ao outro. Neste caso, como a tendência não é de complementação,
a via natural é o confronto e a oposição. Pode acontecer de, por exemplo, um
dos cônjuges ser preguiçoso, e o outro também ser preguiçoso, então um fica
exigindo do outro aquilo que ambos deveriam fazer conjuntamente. Mas como os
dois são preguiçosos, eles podem pensar sempre em jogar para o outro a
responsabilidade. Neste sentido, como um não aceita que é preguiçoso, pode
projetar no outro a preguiça que na realidade é sua, e ver apenas no exterior
algo que também pertence a esfera do seu interior. Porém, a inteligência divina
não criaria seres diferentes que estivessem destinados a viver em permanente
conflito por causa de suas tendência comuns. A harmonia do universo sempre dá
um jeito de equilibrar as relações humanas de alguma forma. Então, quando duas
pessoas possuem os mesmos defeitos, um passa a ser o reflexo de onde o outro
poderá enxergar a si próprio. Quando a sabedoria universal coloca duas pessoas
muito parecidas convivendo juntas, uma passa a ser como um espelho para o
outro, pois um sempre vê o seu próprio reflexo de seus defeitos no outro, e
assim passa a ver a si mesmo. Há uma parábola oriental que ilustra muito bem
esse ponto: dois dos melhores samurais do Japão, muito orgulhosos de sua
presteza e habilidade com a espada, se encontraram certa vez numa ponte de
madeira bem estreita, um de um lado e outro do outro lado da ponte. Eles então
observaram um ao outro de longe e continuaram caminhando na ponte. Porém,
sabiam que a ponte havia sido projetado de tal modo que apenas uma pessoa
poderia atravessá-la por vez. Como ambos eram muito arrogantes por serem
samurais de muito prestígio pensaram “Não sei quem ele é, mas ele que volte,
pois eu sou um samurai muito famoso e não devo regressar para que ele passe na
minha frente”. Dessa forma, um foi se aproximando do outro e se encontraram na
metade da ponte. Ao se encontrarem, um disse ao outro: “Sou fulano de tal e
exijo que você volte da ponte para que eu passe, caso contrário será morto”. O
outro proferiu quase a mesma frase que ele. Ambos muito arrogantes,
desembanharam suas espadas quase ao mesmo tempo e se colocaram em posição de
combate. Após um lapso de tempo onde um observou o outro, eles guardaram suas
espadas, deram meia volta e seguiram. Mas o que ocorreu com eles? Por que não
se enfrentaram? A parábola não explica isso diretamente, mas a interpretação é
bem simples: ambos viram a si mesmos projetados no outro, como num espelho.
Viram sua própria arrogância e soberba, viram que um não era diferente do
outro, que suas habilidades eram semelhantes, e por esse motivo, caso lutassem,
estariam lutando contra si mesmos, e nada ganhariam com isso. Como um foi o
espelho do outro, não havia qualquer motivo para a batalha. Assim também ocorre
com as relações humanas. Quando duas pessoas têm um gênio forte, e se
digladiam, um pode ver a si mesmo no outro. Esse “efeito espelho” faz as
pessoas se enxergarem, se entenderem, observarem claramente seus próprios
defeitos nos outros. Eles entendem o motivo de estarem em conflito e sentem que
ambos estão equivocados. Numa batalha de egos num debate ocorre o mesmo: os
dois lados brigam defendendo seu ponto de vista, mas independente de quem está
correto, um ego quer anular o outro, e um deles pode alegar que o outro se move
pelo ego, o outro pode alegar o mesmo, e um acaba vendo seu próprio defeito no
outro, e tem o seu defeito revelado pelo outro. Isso acaba sendo um exercício
de crescimento conjunto quando o nosso ego acaba admitindo que nossa postura
pode não ser tão diferente daquele que estamos acusando. Desse modo, é bem
simples de se observar como que as relações humanas sempre tendem a um
equilíbrio, e a necessidade desse equilíbrio pode fazer com que duas pessoas
sintam inconscientemente que precisam uma da outra. Um encontro ou reencontro
deste pode em muito ajudar na evolução espiritual de duas ou mais pessoas.
(HUGO LAPA) Atendimento com Terapia de Vidas Passadas presencial em São Paulo e
online para todo o Brasil. Acesse o link “Informações sobre o tratamento com
TVP”. MAIL: lapapsi@gmail.com
Telefone: (011)
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Fonte:http://hugolapa.wordpress.com/2012/03/05/estar-preso-a-uma-pessoa/
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