A PLENITUDE DO HOMEM


Há um movimento global que busca o resgate da essência feminina através de círculos de mulheres como propõem Jean Shinoda Bolen em “O Milionésimo Círculo”. Exemplo disso, temos os trabalhos desenvolvidos por Lucia Torres na “Tenda da Terra” e na “Tenda da Lua”, por Sabrina Alves nos “Circulos Sagrados de Visões Femininas”, que tem como Guardiã aqui no sul Ana Paula Andrade e que juntamente com Ana Paula Marafigo são coordenadoras do “Clã Filhas da Lua”, propostas focadas no desenvolvimento da mulher integralmente, promovendo vivências, retiros, ritos, círculos de partilhas entre outras atividades.
Poderia citar inúmeros grupos e atividades nesta temática do feminino, e o masculino? E os homens que vivem e compartilham suas vidas com estas mulheres? E aqueles que também são buscadores de si?
Homem e mulher são diferentes, não em um contexto machista, pois já estamos cheios disto, mas em um conceito mais amplo e sagrado. São opostos e complementares como se observa na Visão Oriental Sanadora, necessários e de relação mútua. O homem não precisa, necessariamente, desenvolver o seu aspecto feminino, pois talvez tenha sido a busca das mulheres pelo direito de igualdade um dos fatores geradores do distanciamento da mulher da sua essência feminina, onde estes Movimentos recentes do Feminino propõem tal resgate. O homem ir de encontro ao seu próprio feminino pode gerar ao longo do tempo um quadro similar, o distanciamento da identidade masculina como polaridade importante na estruturação das relações. Não quero descartar a polaridade interna existente em cada individuo, afinal ela é de extrema importância para o ser, mas gostaria de trazer à luz um pensamento menos clichê.
Hoje o homem contemporâneo não necessita encontrar “feminino essencial dentro de seu coração”, mas Desenvolver um Homem mais Integral, um Resgate do Masculino Sagrado, uma jornada aos ritos de passagem que são parte integrante da psique masculina, ou ainda uma proposta como a de Mauro Pozatti idealizador dos “
Guerreiros do Coração”.
Vejamos por um momento um homem que tem a possibilidade de desenvolver seus aspectos arquetípicos fundamentais, inseridos na dinâmica do eu profundo (R. Moore), integrados, maduros e em equilíbrio, como por exemplo se considerássemos tudo o que representa em nossas idéiasArthur – O Rei de Camelot – com sua responsabilidade e convicção e uníssemos a ele, Lancelot, com sua coragem e capacidades. E ainda, o potencial de amante de ambos porGuinevere, somado a sabedoria sagás do Mago Merlim... Teríamos nesta imagem um homem que busca uma plenitude através da sua integralidade dinâmica. Pois um Rei pleno divide suas responsabilidades com sua Rainha. Assim como o mais hábil Guerreiro reconhece e se utiliza das habilidades de uma exime Espadachim. O Mago vê uma Maga como um complemento a suas poções e fonte de sabedoria. E o Amante deleita-se e partilha do seu prazer pela e com sua Amada em uma troca mútua e abundante.
 
 

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