EGRÉGORA OU ALMA COLETIVA




Quem és tu?
Eu sou Osíris, a Inteligência suprema, que tudo posso desvendar.
Que desejas?
Descobrir a origem dos seres, ó divino Osíris, e conhecer Deus.
Será satisfeito.
A Visão de Hermes.
Para o famoso cientista da psicanálise Carl Jung, podemos ter percepções intuitivas por meio da exploração do inconsciente coletivo. Para o célebre psicanalista o inconsciente pessoal descansa sobre um outro mais profundo extrato, que não se origina nem da experiência, nem de uma aquisição pessoal, mas é inato no ser humano: o chamado consciente coletivo. A expressão coletivo designa uma natureza universal e, em contraste com a psique individual, tem conteúdo e modos que são os mesmos em todos os indivíduos. Esta existência psíquica coletiva somente pode ser reconhecida quando seu conteúdo se torna consciente.

Isso significa dizer que qualquer aglomerado humano, seja um pequeno grupo de pessoas, uma cidade ou mesmo um país tem sua egrégora, sua sua alma coletiva, como preferimos denominar. É neste exato momento que nos vem à mente o ensinamento do Salmo 133:
Vede: como é bom, como é agradável
Habitar todos juntos, como irmãos.
A Egrégora pode ser definida como uma energia resultante da união ou da soma de várias energias individuais. Ela é formada pelo afluxo dos desejos e aspirações individuais dos membros daquele grupo. Um exemplo é o amor familiar que gera um fenômeno espiritual que mantém a união da família, cria a empatia entre essas pessoas, o telessomatismo etc.

Caso essa egrégora fosse dissipada, a família se dissiparia, pois não haveria identificação entre seus membros. Não haveria, assim, vínculo entre eles. A mesma unção ocorre com um agrupamento filosófico. Cada agrupamento – templo, Loja, corpo - tem a sua egrégora que nada mais é que sua alma coletiva, resultante do somatório das energias anímicas de cada um dos membros que se põem em harmonia no êxtase do amor fraterno: “porque aí manda Iahweh a benção, e a vida para sempre”. Esse somatório anímico é uma poderosa central de energia magnética capaz de interferir e gerar uma série de fenômenos.

Na egrégora os símbolos têm conteúdos transpessoais, isto é, seus significados são comum à toda a humanidade. Estes símbolos são idênticos a si mesmo em todo ser humano, são os chamados arquétipos.

Quando o homem reconhece honestamente que há problemas que não pode resolver com os próprios recursos – como o desamparo e sua fragilidade - cria condições de reação da egrégora e faz despertar e surgir forças profundas da natureza humana. Para este sentimento surge também uma necessária resposta eterna.

Toda vivenciação transpessoal provinda da egrégora é perturbadora, pois solta em nós uma voz muito mais poderosa que a nossa. Ela fala por meio de símbolos primordiais como se tivesse mil vozes; comove, subjuga elevando o sentimento de fraqueza humana à esfera do contínuo devir, eleva o destino pessoal ao destino da humanidade, e com isso solta em nós todas aquelas forças benéficas de desde sempre possibilitaram à humanidade salvar-se de todos os perigos e também sobreviver à mais longa noite.

Estes símbolos comuns à todo homem nunca pôde ser plenamente elucidado, nele há sempre um excedente de significação primitiva e de vida, possibilitando novos impulsos de criatividade. O sonho, a meditação, a intuição em última análise destes símbolos arquétipicos, nos proporciona vivenciá-los, perceber as emoções ligadas a eles e liberta-los passo a passo em nossa existência.

Por esta razão é muito importante - bom e suave - que os iniciados vivam em união e concórdia – em irmandade - pois a convivência fraternal gera e mantém a egrégora forte e saudável, capaz de rejeitar energias negativas e gerar um inefável saber. No caso de influências de energias negativas por disputas egoístas, por interesses próprios, pela discórdia e outros males, frutos da ignorância humana, a alma coletiva poderia adoecer e vir a se extinguir, o que poderia levar uma comunidade se extinguir. Muitos de nós pode pressentir a “aura coletiva” como uma energia armazenada que paira sobre os Irmãos reunidos em uma Loja. É como uma onda que flutua no ar e sentir sua intensidade e sua harmonia é muito simples. Quando visitamos outra Loja, não é difícil para muitos Mestres descrever com boa precisão como é o trabalho daquela determinada comunidade, como é o relacionamento entre aqueles Irmãos, ou se alguma coisa negativa está interferindo naquela Fraternidade, simplesmente através da percepção da egrégora.

Por exemplo, por melhor que seja o conteúdo de um trabalho apresentado para estudo, quando a alma de uma comunidade fraterna está em desarmonia e enfraquecida, a exposição se torna fria e superficial e os ouvintes, quase sem atenção, pouco ou nada fruem do seu significado.É o que ele chama de “ambiente frio”.

Mas quando está presente a egrégora fortalecida e em plena luz, nota-se um ambiente de harmonia, de carinho e franca amizade. Então, se um trabalho é apresentado, todos vão além no entendimento que ali foi exposto: Sentimos que quando o ambiente está em equilíbrio, ou o que significa dizer, que a egrégora está forte e pura, surgem como que canais de entendimentos superiores que se ligam às nossas mentes e nos inspiram sorver maravilhosos conhecimentos de uma fonte incomensurável de sabedoria. É como se as antenas de nossas mentes sintonizassem as ondas de uma nova estação de rádio cósmica. Algo maravilhoso se faz naquele momento e como que nos enchemos de um novo saber somente apreendidos sob estas condições.

Muitos Maçons se utilizam deste conhecimento em sua vida profana e quando entram em uma reunião, num instante procedem à leitura daquela egrégora específica, e ás vezes podem pressentir, muito antes de terminar uma reunião, qual vai ser o resultado. Outras vezes, põem perceber uma energia carregada de negatividade e já prevêem um resultado negativo. Aplicando esta poderosa ferramenta, muitos iniciados procuram ficar um pouco em silêncio no início de uma reuniâo, concentrar-se e fazer a leitura daquela energia flutuante e depois agir guiado pela intuição.

Assim, a egrégora é a alma coletiva evocando um poder invisível, porém eficaz e plenamente sentido pelos integrantes de um corpo de estudo. É um princípio de vida e um misterioso centro energético que se manifesta através da intuição e está à disposição dos verdadeiros iniciado. Captar a egrégora é captar o verdadeiro poder da fraternidade humana e por isso o desejo das sublimes instituições ecléticas e universalistas em ver todos os homens vivendo como irmãos confluenciando para uma só e divina egrégora terrena.

Se analisarmos sob vários aspectos, veremos que uma corporação iniciática – uma Loja, por exemplo - é uma das congregações humanas mais bem preparadas para atingir a geração da egrégora, na busca incessante da sabedoria. Do mesmo modo que a alma individual se exprime através de nossa intuição, a alma coletiva – ou egrégora – também se revela a cada membro capacitado. Há, portanto, a intuição como a comunicação da alma coletiva com o indivíduo que participa daquela comunidade, ou seja, um canal de iluminação, um lumem infusium de comunicação de sabedoria, cuja fonte é a egrégora e o receptáculo o homem, o eterno aprendiz.

Significa dizer que certas verdades ou certos mistérios somente poderão ser revelados tendo como condição necessária a existência de uma união harmônica dos membros de um corpo iniciático. Aqui, intuição e amor fraterno são condições sine qual non para ser desvelados profundos mistérios. Em outras palavras, determinadas verdades somente estarão acessíveis aos iniciados que participarem harmonicamente de sua Ordem, sendo um benfazejo contribuinte da alma coletiva gerada pela união com seus Irmãos.

Platão, há mais de 2.400 anos, já tinha se referido a este fenômeno-capacidade. Muitas e maravilhosas coisas foram escritas pelo venerável filósofo que muitos dizem ter sido um iniciado nos mistérios egípcios. Mas talvez poucos saibam que Platão ministrou cursos intitulados Sobre o Bem, os quais recusou-se terminantemente a escrever, mantendo-os em segredos.

E negou-se a escrever porque - como já frisamos - as palavras não se prestam inteiramente a transmitir as verdades captadas pela intuição, pois além de insuficientes os vocábulos poderiam deturpar nocivamente uma verdade. Nesses cursos o mestre da metafísica discorria sobre realidades últimas e supremas e sobre os primeiros princípios, adestrando seus discípulos para a compreensão desses segredos através de métodos rigorosos. Platão estava convencido de que essas realidades últimas e supremas não podiam ser transmitidas senão através da adequada preparação interna.

E ainda, vejamos que coisa maravilhosa! Em sua Carta VII, Platão escreveu que:
“o conhecimento dessas coisas não é de forma alguma transmissível como os outros conhecimentos, mas apenas após muitas discussões sobre tais coisas e após um período de vida em comum, quando, de modo imprevisto, como luz que ascende de uma simples fagulha, esse conhecimento nasce na alma e de si mesmo se alimenta. Essas coisas são apreendidas necessariamente em conjunto, como é em conjunto que apreendemos o verdadeiro e o falso relativo à realidade no seu todo.”
E finalmente completou:
Sobre essas coisas
não há nenhum escrito meu
e nunca haverá.
Que obra extremamente fecunda e magnífica. Platão nos deixou além do próprio conteúdo, um ritual, um método para atingirmos a consciência coletiva de uma verdade axiomática, inicialmente buscada, debatida e posteriormente intuída “como luz que acende de uma simples fagulha”. Este o caminho platônico para se atingir as realidades últimas e supremas cantadas pela voz universal!

Se tais verdades captadas pela intuição são verdades intransmissíveis por meio das palavras – inefáveis - e, portanto, inúteis de serem simplesmente sistematizadas por quem as detém, devemos então reproduzir as condições propícias de união fraterna, onde a alma coletiva se comunicará pelos canais intuitivos sua infinita sabedoria aos iniciados.

Platão já conhecia o processo do saber intuitivo humano e propôs um método de utilização conjunta de nossas aptidões para atingir o conhecimento. O mestre já conhecia isso, não é um segredo. Não perceber isto é estar distante da verdadeira Iniciação.


FERNANDO CÉSAR GREGÓRIO
M.'.M.'., Loja Honra, Amor e Caridade - Bariri/SP, Brasil

A EGRÉGORA
Pelo Irmão Monte Cristo - um Servidor Incógnito



A utilização do Termo Egrégora pode gerar aos pesquisadores diferentes compreensões, mas afinal o que exatamente significa Egrégora?

Algumas definições são bastante enfáticas: "Palavra que se tornou popular entre os espiritualistas, significa a aura de um local onde há reuniões de grupo, e também a aura de um grupo de trabalho"

Outras definições são mais exóticas: "Egrégoras são entidades autônomas, semelhantes a uma classe de "devas" que se formam pela persistência e a intensidade das correntes mentais realizadas nos centros verdadeiramente espiritualistas; pois nos falsos tais criações psicomentais se transformam em autênticos monstros, que passam a perseguir seus próprios criadores, bem como os freqüentadores desses centros".

Finalmente temos uma definição um pouco mais clássica: "Egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade, A egrégora acumula a energia de várias freqüências Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que ela incorpore às dos demais".

Na média temos que: Egrégora é a somatória de energias mentais, criadas por grupos ou agrupamentos, que se concentram em virtude da força vibratória gerada ser harmônica.
Se considerarmos esta como sendo uma definição mais ou menos válida, podemos tecer algumas conclusões.

Se a Egrégora é a somatória de energias, não há limites para que nível de freqüência seja a sua fonte criadora, assim pode existir em potencialidade Egrégoras com freqüências elevadas e egrégoras com freqüências vibratórias menos elevadas ou se preferirem "negativas".

A existência de diferentes freqüências reforça a antiga lei da dualidade entre o positivo e o negativo, ou ainda entre o claro e o escuro e o bem e o mal, embora esta ultima definição careça de uma analise mais profunda.

Se for então verdadeiro que a somatória de forças vibratórias ressonantes se somam no Éter é provável que esta força criada seja capaz de prover seus geradores de potencialidades, esta hipótese se confirma pela manifestação material do que pode se chamar de energia construtiva (ou destrutiva) dos diversos grupos religiosos, esotéricos ou metafísicos.

Quer me parecer que o mais correto seria considerarmos a hipótese de que realmente possa existir uma Egrégora positiva construtiva, assim como pode haver uma egrégora negativa ou destruidora, até porque, se existe como conhecemos uma arvore da vida cuja existência representa o caminho da queda e da reintegração em ultima analise, também devemos considerar que para que esta arvore exista e permaneça ereta é necessário raízes ou uma outra arvore imersa na escuridão da terra. Em ultima analise o bem e o mal competem para o equilíbrio das forças. Alias o equilíbrio é o objetivo e não o caminho entre os extremos.

Talvez a pergunta mais enfática seja: qual é exatamente a fonte geradora desta energia potencial que anima e mantém uma Egrégora? Como fisicamente isto ocorre? Como as energias vibram em ressonância?

A resposta talvez esteja na Constância, na geração uniforme e linear da mesma e única energia. Como isto pode acontecer?

Possa aí estar depositada a tradição do ritual e das cerimônias Templárias das diferentes tradições, inclusive a Martinista. Tal qual um gerador ou dínamo, a permanência do eixo girando sempre no mesmo sentido, velocidade e harmonia é garantia da geração da energia elétrica que é o seu resultado.

O trabalho templário regular, constante, harmônico somado aos interesses superiores de seus praticantes é a fonte geradora de um nível vibratório elevado, alimentador constante de uma Egrégora capaz de gerar paz, evolução espiritual e conhecimento aos que dela usufruem.

Esta tese também responde a uma questão importante, diz a tradição Martinista que para trabalhar no caminho do equilíbrio não é permitido a "venda", negociação ou pagamento de graus ou conhecimentos, ou seja, num grupo Martinista o dinheiro não pode e não deve ser uma preocupação, muito menos um objetivo, tais necessidades dentro de um Templo prejudicaria a própria energia potencialmente criadora.

Se os Martinista almejam um dia virem a ser os Soldados de Nosso Senhor, os Guardiões do Vaso Sagrado ou ainda os Sentinelas do Santo Sepulcro, certamente devem primeiro ser os combatentes fervorosos do Bem sobre o mal, das virtudes sobre os vícios, da riqueza espiritual sobre a mediocridade material.

Se isto não é possível em cada segundo de sua vida, uma vez que estamos invariavelmente imersos num mundo globalizado e repleto de necessidades sociais, que o seja pelo menos em espírito, na vontade, em seu Templo.

Sempre e Sempre para a Glória de Yeschouá o Grande Arquiteto do Universo!



ORIGEM ETIMLÓGICA


Egrégora, ou egrégoro para outros, (do grego egrêgorein, Velar, vigiar), é como se denomina a entidade criada a partir do coletivo pertencente a uma assembléia.
Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoros, estes estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembléias religiosas, gerado pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.
Assim, todos os agrupamentos humanos possuem seus egrégoros característicos: as empresas, clubes, igrejas, famílias, partidos etc., onde as energias dos indivíduos se unem formando uma entidade (espírito) autônomo e mais poderoso (o egrégoro), capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Em miúdos, um egrégoro participa ativamente de qualquer meio, físico ou abstrato.
Quando a energia é deliberadamente gerada, ela forma um padrão, ou seja, tem a tendência de se manter como está e de influenciar o meio ao seu redor. No mais, os egrégoros são esferas (concentrações) de energia comum. Quando várias pessoas tem um mesmo objetivo comum, sua energia se agrupa e se "arranja" num egrégoro. Esse é um conceito místico-filosófico com vínculos muito próximos à teoria das formas-pensamento, onde todo pensamento e energia gerada têm existência, podendo circular livremente pelo cosmo.
Podemos exemplificar o egrégoro analisando um hospital. O principal objetivo dos que ali estão é promover a cura (independente de um êxito ou não) ou serem curados; portanto, um hospital carrega consigo um "egrégoro" que busca a cura. Aonde está esse egrégoro? No chão, nas paredes, no nome, recebendo e influenciando o espírito dos freqüentadores do hospital, dos funcionários, dos pacientes e visitantes. Muitas mentes voltadas para um único objetivo, eis a concentração de energia!
Da mesma maneira, uma missa, um encontro de algumas pessoas (ou muitas) voltadas para promover um mesmo fim (a cura de alguém, o fim de um problema e a superação de uma perda) tem um grande poder de formação de egrégoros.
Um egrégoro se caracteriza, em última análise, pelo espírito formado pela congregação, maior do que a soma de seus membros e cujas existências são cruciais para a sua formação.

 Referências

  • BAYARD, Jean-Pierre. Os Talismãs: Psicologia e poderes dos símbolos de proteção. São Paulo: Editora Pensamento, 1985
  • BOUCHER. Jules. A Simbólica Maçônica: Segundo as Regras da Simbólica Tradicional. 11.ª Edição - São Paulo: Editora Pensamento. 2006.
Fonte:Wikipédia

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