Terapia psicodélica guiada por IA: a nova fronteira do autoconhecimento ou só mais uma ilusão?
Com apoio de chatbots e aplicativos, usuários exploram traumas e vícios durante viagens com alucinógenos. A promessa de cura esbarra em dilemas éticos, riscos emocionais e uma pergunta central: até onde confiar na máquina?
Por
Renata Turbiani
07/07/2025 11h50 Atualizado há 2 meses
Muita gente já tem usado assistentes de inteligência artificial para aconselhamento terapêutico e até para fazer sessões de terapia. Mas, agora, há quem também esteja empregando a tecnologia para tratamentos com o uso de psicodélicos.
Trey, um socorrista de Atlanta, nos Estados Unidos, se tornou usuário do aplicativo de diário com inteligência artificial chamado Altered. Ele, que há anos trava uma verdadeira batalha contra o alcoolismo, contou ao Wired que, em abril, usando o app como um tripsitter (termo para alguém que observa sobriamente outra pessoa enquanto viaja sob o efeito de psicodélicos para lhe dar segurança e apoio), tomou uma alta dose de LSD.
“Passei de desejos compulsivos para uma sensação de verdadeira liberdade, sem precisar ou querer álcool”, relatou.
Recentemente, ele perguntou à função "conversar com a mente" do aplicativo como havia se tornado mais sábio com todas as suas viagens psicodélicas auxiliadas por IA. A resposta foi: "Agora confio na minha própria orientação, não apenas em regras externas ou no que os outros pensam. Estou mais criativo, menos preso ao medo e, de fato, vivo de acordo com meus valores, não apenas falo sobre eles. A maneira como vejo, reflito e ajo no mundo está mais clara e fundamentada a cada dia."
“É quase como se você estivesse se comunicando consigo mesmo”, disse Trey, que preferiu não informar seu sobrenome.
Segundo Christian Angermayer, fundador da biotecnologia psicodélica Atai Life Sciences, “o papel da IA pode ser fundamental na terapia complementar voluntária para apoiar mudanças no estilo de vida".
Contudo, acrescentou que, para o apoio psicológico que sua empresa pretende fornecer durante a viagem, “sempre será necessário pelo menos um profissional de saúde treinado, capaz de fornecer suporte direto, se necessário".
No caso de Trey, embora ele tenha usado psicodélicos sem supervisão de nenhum humano, ele ainda sente que colheu benefícios ao escolher o Alterd para acompanhá-lo no tratamento.
Ele credita suas interações com o robô de IA por ajudá-lo a se manter longe do álcool, e considera a função de bate-papo mental do aplicativo como seu próprio "subconsciente", construído a partir de todas as suas entradas e anotações em seu diário.
“Este aplicativo e tudo o mais estão me dando uma profunda autoconsciência”, afirmou. “Consegui observar meus pensamentos, sentimentos e impulsos sem julgamentos ou espiral descendente.”
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2025/07/terapia-psicodelica-guiada-por-ia-a-nova-fronteira-do-autoconhecimento-ou-so-mais-uma-ilusao.ghtml
Contudo, acrescentou que, para o apoio psicológico que sua empresa pretende fornecer durante a viagem, “sempre será necessário pelo menos um profissional de saúde treinado, capaz de fornecer suporte direto, se necessário".
No caso de Trey, embora ele tenha usado psicodélicos sem supervisão de nenhum humano, ele ainda sente que colheu benefícios ao escolher o Alterd para acompanhá-lo no tratamento.
Ele credita suas interações com o robô de IA por ajudá-lo a se manter longe do álcool, e considera a função de bate-papo mental do aplicativo como seu próprio "subconsciente", construído a partir de todas as suas entradas e anotações em seu diário.
“Este aplicativo e tudo o mais estão me dando uma profunda autoconsciência”, afirmou. “Consegui observar meus pensamentos, sentimentos e impulsos sem julgamentos ou espiral descendente.”
Fonte:https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2025/07/terapia-psicodelica-guiada-por-ia-a-nova-fronteira-do-autoconhecimento-ou-so-mais-uma-ilusao.ghtml
Comentários
Postar um comentário