CORAÇÃO SOB A INFLUÊNCIA DO SOL? PESQUISA BRASILEIRA APONTA RELAÇÃO ENTRE TEMPESTADES SOLARES E RISCO DE INFARTO EM MULHERES
Coração sob
influência do Sol? Pesquisa brasileira aponta relação entre tempestades solares
e risco de infarto em mulheres
Estudo do INPE analisou registros
hospitalares em São José dos Campos e sugere maior vulnerabilidade feminina
durante períodos de intensa atividade magnética
Por O Globo — São Paulo
30/09/2025 07h54 Atualizado agora
Os cientistas cruzaram informações de saúde de 1.340 pacientes, sendo 871 homens e 469 mulheres, com registros do Índice Kp, indicador usado para medir perturbações no campo magnético terrestre. “Nos homens, o número de casos é quase o dobro, independentemente das condições geomagnéticas. Mas, entre as mulheres, a frequência relativa de infartos é significativamente maior em dias de maior perturbação”, explicou o pesquisador Luiz Felipe Campos de Rezende, autor do estudo, em entrevista à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Segundo os resultados, mulheres entre 31 e 60 anos apresentaram risco até três vezes maior de sofrer infartos em períodos de instabilidade geomagnética. Embora os efeitos das tempestades solares sobre sistemas de comunicação e GPS sejam conhecidos, sua influência direta na saúde humana ainda é um tema em aberto. Pesquisas anteriores no Hemisfério Norte já haviam apontado alterações na pressão arterial, no ritmo circadiano e na frequência cardíaca como possíveis impactos das partículas solares sobre o organismo.
Os autores destacam, no entanto, que o estudo é observacional e limitado ao contexto de uma única cidade, o que impede conclusões definitivas. “Não é nossa intenção alarmar a população, mas chamar a atenção da comunidade científica para um fenômeno que merece investigação”, afirmou Rezende. De acordo com ele, não há publicações significativas que expliquem por que mulheres seriam mais vulneráveis às perturbações magnéticas.
O Sol segue ciclos de aproximadamente 11 anos, com fases de maior e menor atividade. Estima-se que o “máximo solar” ocorreu entre o fim de 2024 e o início de 2025, aumentando as tempestades solares intensas. Para os cientistas brasileiros, compreender melhor esse impacto pode, no futuro, subsidiar políticas de prevenção em saúde pública, sobretudo para pacientes com histórico cardíaco.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/ciencia/noticia/2025/09/30/coracao-sob-influencia-do-sol-pesquisa-brasileira-aponta-relacao-entre-tempestades-solares-e-risco-de-infarto-em-mulheres.ghtml
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