COMETA DO "JUIZO FINAL"? NOVO ESTUDO APONTA CATÁSTROFE CÓSMICA NA AMÉRICA DO NORTE HÁ 12.800 ANOS; ENTENDA

  

Arlington Canyon revelou restos humanos da era Clovis sob um tapete preto — Foto: Reprodução

Cometa do ‘Juízo Final’? Novo estudo aponta catástrofe cósmica na América do Norte há 12.800 anos; entenda

Pesquisa encontrou quartzo chocado em sedimentos da Califórnia, Arizona e Novo México, reforçando a hipótese de que um evento devastou a megafauna e levou ao colapso da cultura Clovis

Por O Globo — São Francisco, Califórnia

17/09/2025 07h56  Atualizado há 4 dias

O que teria caído do céu há 12.800 anos para mudar o destino da América do Norte? Imagine o “Cometa do Juízo Final” riscando o céu e deixando para trás um rastro de destruição invisível, mas registrado em cada grão de quartzo chocado. É exatamente isso que o novo estudo publicado na PLOS ONE sugere: evidências minúsculas, mas poderosas, escondidas em sedimentos da Califórnia, Arizona e Novo México, como testemunhas silenciosas de um cataclismo cósmico que apagou a cultura Clovis e devastou a megafauna da região.

O quartzo chocado se forma quando minerais são submetidos a pressões inimagináveis, milhões de vezes maiores que a atmosfera terrestre, como as geradas por impactos de meteoritos ou explosões aéreas gigantescas. No estudo, os pesquisadores identificaram rachaduras preenchidas por vidro em grãos de quartzo, alguns com sinais de temperaturas acima do ponto de fusão do mineral (3.123 °F). Esses pequenos fragmentos são, literalmente, a assinatura do cometa: vestígios do choque mecânico e térmico deixado pelo evento que abalou o continente.

Clovis e o Dryas Recente

De acordo com o Daily Mail, a cultura Clovis, conhecida por suas ferramentas de pedra sofisticadas, dominava a América do Norte há milênios. Mas evidências arqueológicas mostram que, logo após o início do Dryas Recente, há cerca de 12.800 anos, suas ferramentas desaparecem abruptamente dos registros. Esse período também marcou um resfriamento repentino que durou cerca de 1.200 anos, deixando claro que a vida humana e animal sofreu um choque quase simultâneo, como se o céu tivesse lançado um aviso dramático que ninguém poderia ignorar.

Os pesquisadores coletaram amostras de Blackwater Draw, Novo México; Murray Springs, Arizona; e Arlington Canyon, Califórnia. Todos os locais preservam restos de megafauna e artefatos Clovis sob uma camada preta datada do início do Dryas Recente. Em Blackwater Draw, por exemplo, um mamute abatido pelos Clovis repousa logo abaixo do tapete negro de 12.800 anos, sugerindo que incêndios e mudanças climáticas abruptas coincidiam com o desaparecimento da população humana e animal. Em Arlington Canyon, restos humanos e mamutes pigmeus indicam um hiato de 600 a 800 anos antes da ocupação subsequente.

A presença do quartzo chocado e de evidências de calor extremo reforça a teoria de que um evento cósmico, possivelmente um cometa, foi responsável pelo colapso da megafauna e do tecnocomplexo Clovis. Simulações de computador e técnicas laboratoriais mostram que as pressões e velocidades necessárias para criar esses grãos se assemelham às observadas em explosões nucleares ou na Cratera de Meteoro. Esses fragmentos são os “rastos” deixados no chão, comprovando que algo do céu atravessou a atmosfera com força devastadora.

Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2025/09/17/cometa-do-juizo-final-novo-estudo-aponta-catastrofe-cosmica-na-america-do-norte-ha-12800-anos-entenda.ghtml