HOMEM DE TOLLUND: ENFORCADO HÁ MAIS DE 2 MIL ANOS, MÚMIA REVELA COMO A IDADE DO FERRO SE CONECTAVA AO MUNDO ESPIRITUAL; ENTENDA
Homem de
Tollund: enforcado há mais de 2 mil anos, múmia revela como a Idade do Ferro se
conectava ao mundo espiritual; entenda
Descoberto em pântano dinamarquês,
corpo preservado revela sacrifícios, rituais e a relação íntima das comunidades
com o divino
Por O Globo com agências internacionais — Silkeborg, Dinamarca
25/08/2025 04h01 Atualizado há 3 dias
Em 8 de maio de 1950, uma cena que parecia saída de um filme policial se desenrolou perto de Silkeborg, na Dinamarca. Dois irmãos, mineiros de turfa, depararam-se com um corpo enterrado de bruços, com uma expressão serena e uma corda de couro no pescoço. Inicialmente, suspeitaram de um crime recente. Mas a investigação revelou algo muito mais antigo e extraordinário: o Homem de Tollund, uma múmia natural com mais de 2.300 anos, considerada uma das descobertas arqueológicas mais emblemáticas do século XX, segundo a National Geographic.
O corpo foi preservado de forma quase perfeita graças às condições únicas do pântano: solo rico em ácido húmico, baixo oxigênio e temperaturas frias. O rosto realista, com rugas e barba visível, chocou pesquisadores e despertou fascínio público. Estudos detalhados confirmaram que a morte ocorreu por enforcamento, mas não se tratou de um assassinato comum.
De acordo com a National Geographic, pesquisas comparativas com outros corpos encontrados em turfeiras escandinavas indicam que muitos eram provavelmente sacrifícios humanos, rituais ligados à fertilidade, guerra ou à própria turfa, em oferenda aos deuses.
Mas o que surpreendeu (e surpreende) a comunidade científica foi outra coisa. A análise do estômago do Homem de Tollund revelou sua última refeição: um ensopado simples de cereais e sementes selvagens, alimento associado a purificação ritual. Detalhes como esse reforçam a ideia de um sacrifício cuidadosamente planejado e aceito, sem sinais de luta, que conectava a comunidade da Idade do Ferro ao mundo espiritual.
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Esses achados ajudaram a transformar a compreensão sobre os pântanos do norte da Europa. Para essas comunidades, depositar corpos na turfa não era apenas uma forma de preservação, mas um ato sagrado, uma entrega direta aos deuses em santuários naturais a céu aberto.
Hoje, o Homem de Tollund é exibido no Museu de Silkeborg, onde seu rosto sereno continua a atrair visitantes de todo o mundo, consolidando seu status como ícone da arqueologia nórdica e símbolo da ligação entre seres humanos e natureza na antiguidade.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2025/08/25/homem-de-tollund-enforcado-ha-mais-de-2-mil-anos-mumia-revela-como-a-idade-do-ferro-se-conectava-ao-mundo-espiritual-entenda.ghtml
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