DIA DO FOLCLORE EM 22 DE AGOSTO: UM BRASIL FEITO DAS HISTÓRIAS QUE SE ESCONDEM NOS CANTOS DA ALMA!

 

Dia do Folclore

Dia do Folclore

Em um piscar de olhos, o calendário anuncia: é 22 de agosto, Dia do Folclore! Hoje, celebramos o Brasil feito das histórias que se escondem nos cantos da alma, cantigas viajando de boca em boca e gestos que atravessam gerações como fios invisíveis de memória. Na imagem, os mamulengos tomam conta das ruas de Olinda, Pernambuco, esbanjando graça e irreverência. Com humor afiado, improviso e muito carisma, esses personagens de pano e madeira encenam dramas do cotidiano que misturam fantasia, crítica social e sabedoria popular.

E o folclore brasileiro vai além: ele vibra nas rodas de capoeira da Bahia, no bumba-meu-boi do Maranhão, nas festas de São João que aquecem o país.Está presente nos curupiras protetores das florestas, nas rendeiras do litoral e nas benzedeiras do interior. É dança, devoção, arte e invenção coletiva em batuques, bordados e histórias contadas sob o céu aberto. Não precisa de palco: basta um quintal, um violão, um boneco que dança e a voz que narra. Que nosso folclore continue vivo, intenso e presente, celebrando o coração cultural de um povo que nunca para de contar suas histórias.

"O Dia do Folclore é celebrado internacionalmente (inclusive no Brasil) no dia 22 de agosto. Isso porque nessa mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore” (em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o escritor inglês William John Thoms, que fez a junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares tradicionais de cada nação. O significado da palavra, segundo seu criador, era “saber tradicional de um povo”."

"Sabemos que o folclore, ou cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas tradições populares e analisá-las, assim como as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular."

"Dia do Folclore no Brasil"

No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 17 de agosto de 1965 por meio do Decreto nº 56.747, assinado pelo então presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco e por seu Ministro da Educação, Flávio Suplicy de Lacerda. No texto do decreto, há referência direta a William John Thoms e ao seu pioneirismo na pesquisa das culturas populares.

Restrito a três artigos, o conteúdo do decreto determina o ensino do folclore como sendo de importância fundamental para a cultura do país, como pode ser visto a seguir:

Art. 1º Será celebrado anualmente, a 22 de agosto, em todo o território nacional, o Dia do Folclore.

Art. 2º A Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do país.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de agosto de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

O Dia do Folclore foi criado, portanto, com o objetivo de garantir a preservação do acervo que forma o folclore brasileiro e também de incentivar os estudos na área. Atualmente, o folclore brasileiro é um importante objeto de estudo nas ciências humanas, e sua importância é reforçada frequentemente nas escolas, sobretudo naquelas que trabalham com ensino infantil.

No Dia do Folclore, costuma-se relembrar os elementos mais importante da cultura popular brasileira, tais como as danças, os ritmos, as festas e os personagens do nosso folclore. Nas danças e ritmos, podem ser citados o frevo, o maracatu, o baião, o forró, a catira etc. Nas festas, costuma-se lembrar a Festa Junina, talvez a principal festa popular do Brasil.

Entre os personagens, estão inseridas as lendas tradicionais de nosso país. As principais lendas são a do saci e do curupira, mas outros personagens importantes do nosso folclore são: a Iara, o boto cor-de-rosa, a mula sem cabeça, o boitatá, o negrinho do pastoreio, entre outros.


O folclore na literatura brasileira

O escritor Ariano Suassuna é um dos nomes da literatura que buscaram no folclore brasileiro inspiração para suas obras. [1]
Muitos escritores extraem do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano Suassuna e do paulista Monteiro Lobato, por exemplo. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo. Desse último partiu a realização do Dicionário do Folclore Brasileiro, uma obra de referência que é responsável por manter viva a cultura popular das várias regiões do Brasil.

História do folclore brasileiro

O folclore brasileiro é de uma riqueza notável, e isso foi resultado da influência de culturas de diferentes povos indígenas, de diferentes povos africanos e dos europeus, sobretudo dos portugueses. Essa riqueza de histórias, práticas e crendices do nosso folclore começou a ser estudada de maneira organizada a partir do século XIX e hoje é uma importante área vinculada com as ciências sociais e a antropologia.

O crescimento do estudo do folclore no Brasil esteve diretamente relacionado com o crescimento da importância dessa área do conhecimento na Europa e na América do Norte na mesma época. Importantes nomes, como os mencionados Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo, realizaram grandes contribuições para essa área.

Os avanços que aconteceram no estudo do folclore brasileiro nas primeiras décadas do século XX levaram à realização do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Rio de Janeiro, em 1951. Lá foi emitido um documento, chamado Carta do Folclore Brasileiro, que serviu de base para guiar os estudos da área nas décadas seguintes. Por meio desse documento, definiu-se o que é “fato folclórico”, isto é, os elementos que integram o nosso folclore foram definidos.

Em 1995, durante o VIII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado dessa vez em Salvador, os especialistas chegaram a novas conclusões a respeito de questões relativas ao nosso folclore. Um novo documento foi emitido com atualizações importantes, as quais norteiam os estudos atuais sobre o folclore brasileiro.

O folclore brasileiro também tem espaço na Constituição Federal, promulgada em 1988. Os artigos 215 e 216 garantem o direito a todos os brasileiros de exercerem manifestações culturais e definem que a cultura popular brasileira deve ser incentivada e que a sua preservação deve ser defendida.

Crédito de imagem

[1] Helissa Grundemann e Shutterstock



Por Me. Cláudio Fernandes e
Daniel Neves 
Graduado em História


Em 22 de agosto, é comemorado o Dia do Folclore. Personagens como o saci-pererê e o "

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-folclore.htm

Personagens do folclore brasileiro

Ilustração. O fundo é composto por contornos da bandeira do brasil na cor branca sobre tela em verde-claro. Na frente do fundo, a Turma do Plenarinho interage com personagens do folcore brasileiro. Da esquerda para a direita: Cida sorri ao lado de uma grande serpente verde sorridente. Adão olha para a serpente e brinca com ela com uma das mãos levantadas. Zé Plenarinho está com uma das mãos no ombro do Sacio-pererê: um menino negro de uma perna só, que veste apenas um calção vermelho e um gorro pontudo vermelho. Do lado do Saci, está o Curupira: um menino de cabelos espetados cor de laranja, olhos verdes, sem camisa e com os pés virados para trás. Com a mão no ombro de Curupira, Vital sorri. Ana Légis olha admirada para Xereta que está montada em uma Mula-sem-cabeça. A mula tem o corpo marrom e do pescoço saem chamas em tons de amarelo e laranja. Atras da turma, Lobisomem sorri e brinca com Edu Coruja. Lobisomem é um grande lobo marrom de olhos verdes em pé sobre as duas patas traseiras.

Um menino que só tem uma perna, fuma um cachimbo e usa um gorro vermelho. Um jacaré gigante que atormenta as crianças e uma mula que expele fogo pelo pescoço. Conhecem esses estranhos personagens? Eles fazem parte do riquíssimo folclore brasileiro. 

Para prestigiar nossa cultura, em 22 de agosto é comemorado o Dia do Folclore. Algumas histórias desses mitos e lendas variam de acordo com as diferentes regiões do Brasil. Isto porque cada personagem do folclore possui sua própria história e características diferentes. Será que você os conhece?

Saci-Pererê

Ilustração. Menino negro, de um perna só, short e gorros vermelhos. Não usa camisa e nem sapato. Está com os braços escondidos atrás das costas e tem um olhar de danado.

Há quem diga que o Saci-Pererê é criação dos povos indígenas da Região das Missões, no Sul do País. Verdade ou não, o fato é que o menino negro de uma perna só e gorro vermelho é uma das figuras mais conhecidas do folclore brasileiro. Saci está sempre com seu cachimbo, pulando para lá e para cá ou voando em um redemoinho. Seu passatempo é pregar peças nas pessoas. Ele adora, entre outras travessuras, esconder objetos (que dificilmente são encontrados novamente) ou confundir as pessoas e fazer com que se percam.

Cuca

Quem nunca ficou com medo de ser raptado ao ouvir a cantiga “Nana neném que a Cuca vem pegar…”?

A lenda da Cuca surgiu na Península Ibérica, onde ficam Espanha e Portugal. Lá ela era chamada de “Coca” e tinha a forma de um dragão. Acredita-se que a lenda tenha viajado até o Brasil na época da colonização portuguesa. Mas fama, mesmo, ela ganhou muitos anos depois, nas histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato.  Associada aos monstros bicho-papão e tutu, a figura da Cuca é usada para fazer medo às crianças que não obedecem seus pais e não querem dormir.

Curupira

Ilustração. Menino de pele morena, cabelo vermelho, olhos verdes e pés virados para trás. Está segurando uma flecha. Usa um colar e uma saia marrom feita de penas.

Defensor da natureza, o Curupira vive nas matas brasileiras, espantando quem quer destruir as matas. Para cumprir sua missão, a criatura de cabelos vermelhos e pés virados para trás emite sons e assovios que dão medo. É muito difícil encontrá-lo, pois, quando anda, suas pegadas vão marcando o caminho contrário que ele está fazendo.

Lobisomem

Ilustração. Xereta está montada numa mula sem cabeça. Do lugar da cabeça, sai

O nome já diz tudo. É a mistura de lobo com homem. Diz a lenda europeia que, quando uma mulher tem sete filhos e o oitavo nasce homem, este último será um Lobisomem.

Ao longo do dia, ele é homem. A partir da meia-noite, nas noites de lua cheia, se transforma em um lobo enorme que anda sobre as patas traseiras. Ele se alimenta de sangue, e, segundo a mitologia, é violento.

Mula sem cabeça

Imagine uma mula – uma cria de jumento com égua – que, no lugar da cabeça, tem uma chama fortíssima. É a mula sem cabeça. A lenda explica a sua origem assim: trata-se de uma mulher que foi amaldiçoada por namorar um padre. Nas noites de quinta para sexta-feira, ela se transforma no animal e sai galopando na escuridão, assustando quem a encontra pelo caminho.

Boto

A lenda do boto tem origem na região Amazônica, onde é comum encontrar botos (mamíferos aquáticos parentes dos golfinhos) nos rios e igarapés.

Dizem que, nas noites de festa junina, na Amazônia, o boto sai do rio e transforma-se em um homem belo e atraente. Ele seduz as mulheres, as leva para o fundo do rio e as engravida.

Negrinho do Pastoreio

Depois de ter sido injustamente acusado de perder um dos cavalos do seu senhor, um menino escravizado teve que voltar ao pasto para recuperar o animal. Como não o encontrou, o patrão o fez passar a noite dentro de um formigueiro. No dia seguinte, o garoto estava livre, sem nenhum ferimento e montado no cavalo baio que havia sumido. Pela lenda, foi um milagre que o salvou. O Negrinho do Pastoreio é uma lenda típica da região Sul e o menino é considerado o protetor das pessoas que perdem algo.

Iara ou Mãe d’água

A Iara lembra muito as sereias que aparecem nas lendas de outros países. Da cintura para baixo, é peixe. Da cintura para cima, é uma mulher lindíssima, de longos cabelos, que canta e se penteia à luz da lua nos bancos dos rios. Dizem que ela atrai os homens para os rios e os afoga.

Boitatá ou cobra-de-fogo

A lenda do boitatá pode mudar bastante de um estado para o outro. Mas a descrição mais comum é de uma cobra enorme, com grandes olhos brilhantes e o corpo envolto em chamas.

No Sul do Brasil, contam que houve um grande dilúvio e que só uma cobra, que dormia em sua toca, escapou com vida. Quando acordou e saiu, a cobra deparou com os bichos mortos e, bem feliz, tratou de comer sua parte preferida: os olhos deles. No entanto, quanto mais comia, mais se enfraquecia – os olhos não eram nutritivos o suficiente para deixá-la saudável. Acabou morrendo e virou uma cobra que ilumina as noites da mata com o brilho de milhares de olhos.

Matinta Pereira

Esta é mais uma lenda que varia de acordo com a região do Brasil. De um modo geral, a Matinta é descrita como uma velha bruxa que, de noite, se transforma em um pássaro agourento (isto é, que anuncia más notícias). Ela se instala no telhado das casas e pia bem alto até que seus moradores digam, em voz alta, que ela passe no dia seguinte para ganhar fumo, comida ou bebida. De dia, já em sua forma humana, a velha senhora volta para cobrar as promessas. Se não receber o que foi ofertado, ela amaldiçoa os moradores.

Em alguns lugares do Brasil, a Matinta não vira pássaro – em vez disso, ela tem um, de estimação, conhecido como Rasga-Mortalha.

Caipora

Essa criatura fantástica é comumente confundida com o Curupira por também ser protetora dos animais e guardiã da floresta. Há quem a descreva como uma mulher indígena baixinha, de cabelos vermelhos e orelhas pontudas. Outros dizem que é um homem peludo, também baixinho. Armada com um bastão na mão, a Caipora percorre a floresta montada em um enorme porco do mato.

A Caipora gosta muito de fumar. Sabendo disso, caçadores a presenteiam com fumo de corda, que deixam perto do tronco de uma árvore. Assim, ela os deixará em paz naquele dia – desde que não cacem fêmeas prenhas (grávidas).

Mapinguari

Esse ser lendário seria o equivalente brasileiro ao pé grande. Peludo, gigantesco e fedorento, o Mapinguari tem garras compridas, braços muito longos, um só olho no meio da testa e uma boca enorme, cheia de dentes afiados, no lugar do umbigo. Ele se esconde nas florestas densas. Quando aparece, destrói tudo pelo caminho, assustando e devorando animais e até pessoas.

Corpo-seco

Mais conhecido em alguns estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, o Corpo-seco é um morto-vivo que aterroriza quem cruza o seu caminho. A lenda conta que ele era um homem tão mau que, ao morrer, não foi aceito nem no céu, nem no inferno. Mesmo a terra não o recebeu. Por isso, não fica enterrado e seu corpo não se decompõe. Por outro lado, como não está vivo, não se alimenta, sendo só pele e osso. Suas unhas e cabelos nunca param de crescer, o que deixa a sua aparência ainda mais pavorosa.

Boiúna, Cobra Norato e Maria Caninana

São três criaturas míticas do folclore amazônico. Boiúna é uma serpente gigantesca que vive nas profundezas dos rios e tem o poder de controlar as águas, os peixes e os seres que vivem na floresta. Pode devorar pescadores, afundar barcos e, até mesmo, engravidar mulheres.

Foi assim que surgiram os gêmeos Cobra Norato e Maria Caninana, duas cobras enormes, filhas de uma mulher indígena que engravidou ao se banhar num rio ao luar. Maria Caninana era amargurada e cruel. Seu passatempo era causar destruição e aterrorizar banhistas, viajantes e ribeirinhos. Já o irmão, Cobra Norato, era generoso e heroico, e estava sempre salvando a vida de humanos e de seres aquáticos. À noite, transformava-se em um homem bonito e bem vestido e saía para se divertir em bailes – ele dançava muito bem.

Cobra Norato e Maria Caninana tiveram uma briga terrível e o irmão saiu vitorioso, matando a gêmea malvada. Depois disso, ele adquiriu forma humana permanentemente ao conseguir convencer um soldado de quebrar o encanto que o mantinha cobra de dia e homem de noite.

Papa-figo ou velho do saco

Esta é mais uma lenda cuja função é assustar as crianças e, assim, evitar que passeiem por aí desacompanhadas e que falem com estranhos. Trata-se de um velho corcunda e maltrapilho, de aparência assustadora, que sequestra crianças para comer seu fígado (figo é uma corruptela de fígado).

Mãe da Mata ou Comadre Fulozinha

Criatura presente nas lendas do sertão nordestino, é o espírito de uma cabocla que anda nu pelas matas, com o corpo coberto por seus longos cabelos. É defensora da natureza, protegendo animais e plantas. Para não se perder na mata, é preciso agradá-la ofertando fumo e mel. Gosta de dar nós nas caudas e crinas dos cavalos de um jeito impossível de desatar.  

Este texto já foi atualizado várias vezes, atendendo a sugestões de plenamigos. Conhece algum personagem de que não falamos aqui? Conta pra gente, que atualizamos de novo!

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Fonte:https://plenarinho.leg.br/index.php/2018/08/personagens-folclore-brasileiro/

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