Hezbollah
anuncia que um segundo comandante foi morto no bombardeio israelense perto de
Beirute
Ao menos, 31 mortos, incluindo três
crianças, anunciou o ministro libanês da Saúde, Firass Abiad
Por AFP —
Beirute
21/09/2024 06h36 Atualizado há um dia
O Hezbollah confirmou neste sábado que um segundo comandante foi morto no bombardeio israelense do dia anterior em Beirute, que matou 31 pessoas e desferiu um duro golpe no movimento libanês — sob pressão desde a detonação de milhares de dispositivos de comunicação do grupo, incluindo pagers e walkie-talkies.
O Hezbollah informou que Ahmed Mahmud Wahbi, que até ao início do ano dirigiu as operações militares da Força Radwan, a unidade de elite do grupo libanês, em apoio ao Hamas, em guerra contra Israel na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.
Uma fonte próxima do movimento libanês já havia indicado que o bombardeio foi dirigido contra a sua força de elite, que realizava uma reunião em uma caverna no momento do ataque. Antes de Mahmud Wahbi, o Hezbollah já havia confirmado a morte de Ibrahim Aqil, chefe da unidade. O ataque matou 16 integrantes.
O Exército israelense afirmou que o ataque aéreo contra a capital libanesa foi “um ataque direcionado”. Também anunciou a eliminação de Aqil e outras “figuras importantes na rede de operações e na cadeia de comando” da unidade de elite. Em operações anteriores na área de Beirute, atribuídas a Israel, foram mortos um comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, e um líder do Hamas, Saleh al-Aruri.
A ONU declarou "muito preocupada" com a situação na sexta-feira e apelou a "todas as partes para desescalarem imediatamente" e "mostrar a máxima contenção", numa altura em que a guerra na Faixa de Gaza avança em direção ao Líbano.
Cenas de caos
Os EUA ofereciam uma recompensa de sete milhões de dólares por informações sobre Ibrahim Aqil, considerado um “membro principal” da organização que assumiu a responsabilidade pelo ataque à embaixada americana em Beirute, em 1983, que deixou 63 mortos.
Um fotógrafo da AFP viu um prédio completamente destruído no local do ataque na sexta-feira e equipes de resgate evacuando as vítimas em meio ao caos.
Ataque de Israel a reduto do Hezbollah deixa vítimas em Beirute
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o ataque a uma área residencial, o que “prova mais uma vez que o inimigo israelense não tem consideração humanitária. O Irã condenou "uma violação flagrante do direito internacional, bem como uma violação da soberania, integridade territorial e segurança nacional do Líbano".
A operação de sexta-feira seguiu-se a duas ondas de explosões de pagers e walkie-talkies usados por membros do Hezbollah, que entre terça e quarta-feira deixaram 37 mortos e cerca de 3 mil feridos nos redutos da milícia no Líbano.
Espalhar o terror
Israel não comentou estes ataques, que ocorreram principalmente na periferia sul de Beirute, bem como no sul e leste do Líbano, três redutos do Hezbollah.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou que o direito internacional "proíbe" o uso de dispositivos "explosivos" que parecem ser objetos "inofensivos" e considerou "um crime de guerra cometer atos de violência destinados a semear o terror entre os população civil".
O Exército israelense garantiu que não pretendia aumentar as tensões regionais. O porta-voz militar Daniel Hagari disse que não era o objetivo causar uma "escalada ampla" na região. Até agora, os principais objetivos de Israel eram a destruição do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e o regresso dos reféns ainda detidos no território palestino.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/09/21/hezbollah-anuncia-que-um-segundo-alto-comandante-foi-morto-no-bombardeio-israelense-perto-de-beirute.ghtml
Comentários
Postar um comentário