'COMETA DO SÉCULO': VEJA COMO OBSERVAR O FENÔMENO EM TODO BRASIL DA ROCHA ESPACIAL VISTA SEM TELESCÓPIO PELA PRIMEIRA VEZ APÓS 80 ANOS
Cometa 'único
na vida': rocha espacial será visível sem telescópio pela primeira vez após 80
mil anos
Astro poderá ser visto de sexta a
segunda-feira e terá uma cauda nebulosa
Por O Globo — Londres
27/09/2024 00h00 Atualizado há um dia
O cometa C/2023 A3, também conhecido como Tsuchinshan-ATLAS, está voltando a órbita da Terra. O astro foi testemunhado pela última vez por alguns dos primeiros humanos há 80 mil anos, segundo o jornal inglês Daily Mail. A estrela-cadente, que se parecerá com uma mancha com cauda nebulosa, deverá ser visível pouco antes do amanhecer em quatro manhãs consecutivas, de sexta a segunda-feira.
Embora deva ser visto a olho nu em ambos os hemisférios, usar um par de binóculos pode ajudar para aumentar a visibilidade. De acordo com o The Sky Live , o cometa C/2023 A3 está a 157,1 milhões de milhas de distância da Terra, às 8h de terça-feira.
Segundo o peródico, está se aproximando cada vez mais da Terra, viajando a cerca de 70 km por segundo, 150.000 milhas por hora (aprox. 241.401 km/h). O cometa atingirá o "periélio" — seu ponto mais próximo do Sol em sua órbita — na sexta-feira, 27 de setembro. O fenômeno ocorre um cometa está mais brilhante e, portanto, mais visível para os terráqueos.
O astro também deverá ser visível nas manhãs de sábado, domingo e segunda-feira, embora sua posição em relação à lua mude ligeiramente. Seu melhor momento para visualização nesses dias é cerca de 40 minutos antes do amanhecer, quando ele ainda não está obscurecido pelo brilho do sol.
Cometas, apelidados de "bolas de neve sujas" pelos astrônomos, são bolas de gelo, poeira e rochas que oriundas do material gelado chamado nuvem de Oort, na borda externa do sistema solar. Ao redor do astro há uma atmosfera fina e gasosa, cheia de gelo e poeira, chamada de coma.
À medida que se aproximam do Sol, os cometas derretem, liberando um fluxo de gás e poeira expelidos de sua superfície pela radiação solar e plasma, formando uma cauda nublada voltada para fora.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2024/09/27/cometa-unico-na-vida-rocha-espacial-sera-visivel-sem-telescopio-pela-primeira-vez-apos-80-mil-anos.ghtml
Veja como observar passagem do 'Cometa do Século'; fenômeno pode ser visto em todo o Brasil
Batizado de C/2023 A3, cometa pode ficar visível a olho nu a partir desta sexta-feira (27) para quem acordar cedo (antes do nascer do sol) e olhar na direção leste.
Por Roberto Peixoto, g1
O cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) fotografado em 1º de agosto de 2024 no hemisfério sul, poucos dias antes de deixar de ser observável em todo o mundo até seu reaparecimento agora em setembro. — Foto: Pepe Chambó
Desde a metade deste mês de setembro, os entusiastas da astronomia têm a oportunidade de observar um dos mais aguardados cometas do ano: o C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), que está se tornando cada vez mais visível no céu noturno (veja a imagem acima, cedida ao g1).
Atualmente, o "Cometa do Século", como vem sendo chamado este corpo celeste, está ficando mais próximo do Sol, o que o torna mais visível para os observadores.
Esta sexta-feira (27) é justamente o seu "periélio", quando o cometa estará com um brilho intenso devido à proximidade com o nosso astro.
O C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) sob as montanhas de Nova Lima, município mineiro próximo a Belo Horizonte. — Foto: Cristiano Xavier/Divulgação
De acordo com o Observatório Nacional, ainda não é possível, porém, garantir com exatidão que o Tsuchinshan–ATLAS será visível a olho nu, já que o brilho de objetos do tipo é difícil de prever.
Isso acontece porque a luminosidade de cometas é algo que oscila, o que torna possível que ele não seja tão brilhante quanto o esperado. Dessa forma, o observador interessado pode precisar de equipamentos como telescópios ou binóculos.
Risco de fragmentação
Aliado a isso, há a possibilidade de que o cometa possa se desintegrar nessa passagem muito perto do Sol. Como ele é composto por gelo e rochas, a intensa proximidade ao nosso astro pode causar sua fragmentação.
Alguns astrônomos estão debatendo essa chance, no entanto, essa possibilidade ainda é incerta, e a expectativa é que ele sobreviva a essa passagem e continue visível até outubro.
Dicas de observação do C/2023 A3
Para observar o cometa, é preciso lembrar que as dicas de visualização mudam ao longo dos dias por conta de sua trajetória em relação ao Sol e à Terra, mas ele poderá ser visto em TODO o país (dependendo das condições climáticas, claro).
Simulação mostra a posição do cometa no céu de São Paulo às 5h30 da manhã (horário local) do dia 28 de setembro. — Foto: The Sky Live/Reprodução
Essas variações são causadas pelo movimento do cometa em sua órbita, que altera sua posição em relação ao nosso planeta e ao Sol ao longo do tempo.
Por isso, para localizar o C/2023 A3 no céu, aplicativos de observação de estrelas para celular como o Star Walk 2 ou o Sky Tonight podem ser bastante úteis, já que permitem a identificação de diversos objetos astronômicos, além de cometas.
Basta procurar pelo C/2023 A3 na ferramenta de busca desses apps e apontar o celular para o céu perto do melhor horário de observação (que vai variar ao longo dos próximos dias).
Tendo isso em vista, siga as DICAS ESSENCIAIS separadas pelo g1:
- Até 7 de outubro, o cometa está se aproximando do Sol e da Terra, o que faz com que ele apareça nas primeiras horas da manhã, no leste, pouco antes do nascer do sol.
- Entre 7 e 11 de outubro, o cometa vai ficar muito perto do Sol no céu (na visão relativa daqui do nosso planeta), o que dificulta sua visualização, já que o brilho solar ofusca sua imagem.
- Após 12 de outubro, o cometa começa a se afastar novamente, e a posição no céu muda. Ele se torna visível logo após o pôr do sol, no oeste, perto do horizonte, exigindo novos horários e direções de observação.
Além disso, por conta na sua maior aproximação à Terra, perto do dia 13 de outubro o cometa alcançará seu brilho máximo, potencialmente chegando a uma magnitude de 3,0 ou 2,0 (quanto menor esse número, mais brilhante é o objeto), de acordo com plataformas especializadas de medição.
O C/2023 A3, também conhecido como Tsuchinshan-ATLAS, em imagem feita em 10 de junho de 2024. — Foto: Wikimedia
Por que o apelido de cometa do século?
A expectativa é que em torno dessa data seu aparecimento traga um brilho tão intenso como o do cometa Hale-Bopp (a magnitude do Hale-Bopp também foi perto de 3), que passou pela Terra em 1997 e foi um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Por isso, o apelido de "Cometa do Século".
"[Sua passagem] vai ser bem brilhante devido à combinação da proximidade da Terra e do Sol, além de efeitos relacionados à geometria da órbita desse cometa, que criarão condições óticas ideais para intensificar seu brilho", explica ao g1 o astrônomo brasileiro Pedro Bernardinelli, um dos responsáveis por descobrir o maior cometa já registrado na história da astronomia.
"O Hale-Bopp também contou com uma série de condições ideais para aumentar sua visibilidade. Ao que tudo indica, vamos ter sorte novamente", diz Bernardinelli.
O C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 de forma independente, por dois observatórios, o Observatório de Tsuchinshan (ou Purple Mountain) na China e o projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) no Havaí.
Cometas mais brilhantes do ano ☄️
Os cometas são grandes objetos feitos de poeira e gelo que orbitam o Sol. Neste ano, os destaques de observação ficaram com os seguintes astros:
- C/2021 S3 (PANSTARRS). Período de visibilidade: de janeiro a junho. Brilho Máximo: março. Visibilidade: por meio de binóculos, em céus escuros, durante a madrugada.
- C/2023 A3 (Tsuchinschan-ATLAS). Período de visibilidade: de setembro a novembro. Brilho Máximo: outubro. Visibilidade: final da madrugada (começo de outubro) e começo da noite (final de outubro), por meio de binóculos.
- 12P/Pons-Brooks (ou Cometa do Diabo). Período de visibilidade: de fevereiro a junho. Brilho Máximo: abril. Visibilidade: por meio de binóculos, no começo da noite.
- 13P/Olbers. Período de visibilidade: de junho a agosto. Brilho Máximo: julho. Visibilidade: por meio de binóculos, no começo da noite.
- 62P/ Tsuchinschan 1. Período de visibilidade: de janeiro a março. Brilho Máximo: janeiro. Visibilidade: por meio de binóculos, durante a madrugada.
- 144P/Kushida. Período de visibilidade: de janeiro a fevereiro. Brilho Máximo: janeiro. Visibilidade: por meio de pequenos telescópios, em céus escuros, durante o começo da noite.
- Fonte:https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2024/09/27/veja-como-observar-passagem-do-cometa-do-seculo-fenomeno-pode-ser-visto-em-todo-o-brasil.ghtml
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