INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAI ACELERAR O TRABALHO E NÃO SUBSTITUIR PESSOAS, DIZ EXECUTIVO QUE COMANDA O ChatGPT

 Peter Deng (D), executivo que comanda a divisão do ChatGPT na OpenAI, com Josh Constine, sócio do fundo de investimentos de capital de risco SignalFire, na SXSW

IA vai acelerar o trabalho e não substituir pessoas, diz executivo que comanda o ChatGPT

"A inteligência artificial é um grande equalizador de aprendizado", disse Peter Deng a um auditório lotado no SXSW, maior evento de inovação do mundo, no Texas

Por 

Daniela Braun

 Em Valor Econômico — Austin, Texas

11/03/2024 16h20  Atualizado há uma hora

Na visão de Peter Deng, executivo que comanda a divisão do ChatGPT na OpenAI, que está por trás da popularização global da inteligência artificial (IA) generativa, a IA vai acelerar o trabalho das pessoas, funcionando como um "professor incansável" para tirar dúvidas, mas não substituir pessoas.


"Se pensarmos que cada pessoa pode acelerar seu trabalho com a IA, as pessoas que dedicarem um tempo para refinar o uso da IA, terão um impulso com a ferramenta", disse Deng, a um auditório lotado, com mais de 1.755 pessoas, durante o evento SXSW, em Austin (EUA) nesta segunda-feira.


Ele citou uma pesquisa do BCG entre pessoas que usam IA, que não usam e quem usa ferramentas com treinamento. "Dependendo do nível de trabalho, a produtividade pode aumentar 43% em níveis mais básicos e 17% em funções de alta performance. Então a IA é um grande equalizador de aprendizado", disse o executivo.

Deng fugiu de comentários sobre a crise no conselho da OpenAI. Esta semana, Sam Altman, fundador e executivo-chefe da OpenAI, voltou ao conselho da empresa, após ter sido demitido da companhia, no fim do ano passado. "Meu time e eu estamos muito focados no trabalho, mas estamos felizes de ver quem está entrando no conselho", disse Deng, sobre a volta de Altman ao conselho da Open AI.

No painel com Josh Constine, sócio do fundo de investimentos de capital de risco SignalFire, Deng foi questionado sobre os erros e alucinações da IA generativa. Constine citou o exemplo recente da geração de imagens no Gemini, IA generativa do Google, que levou a empresa a retirar o recurso de geração de imagens do ar.

"Não posso falar pelo Google, mas o que aconteceu é uma forma de olhar para nossa filosofia. Precisamos olhar com cuidado para o produtos", comentou Deng. Antes da OpenAI, Deng atuou no Google e na Meta.

"A IA comete erros e toda grande tecnologia tem prós e contras, mas precisamos adotar medidas para remediar os problemas maiores e identificar os problemas menores", completou o executivo.

A identificação de autoria de um conteúdo, seja texto, imagem ou som, de que foi criado por humanos ou ferramentas de IA generativa também foi questionada a Deng.

"Acho que a resposta curta é que é importante saber. Mas no futuro, não sei se as pessoas vão se importar", ele respondeu. "O quanto você se importa se o corretor revisou as palavras do seu texto, ou se sabemos que a pessoa usou o Grammarly para soar mais profissional?", questionou. " No futuro, não sei se será necessário, mas se as pessoas quiserem saber vai ser possível".

A questão de autoria de conteúdos criativos e de uso de obras para treinar os grandes modelos de linguagem (LLMs) que servem de base para as ferramentas de IA gerou manifestações da plateia, reforçando que os autores de conteúdo e artistas devem ser compensados pelo uso de suas obras.

O executivo também garantiu que o ChatGPT seguirá com uma versão gratuita e ressaltou que a ferramenta será aprimorada conforme mais pessoas a usarem.

"Não sabemos o que o futuro nos reserva, mas testem, vejam o que a IA pode fazer, vejam o que é valioso para vocês e digam o que desejam", disse o executivo ao encerrar o painel. "Juntos vamos fazer essa coevolução acontecer".


Fonte:https://oglobo.globo.com/economia/sxsw/noticia/2024/03/11/ia-vai-acelerar-o-trabalho-e-nao-substituir-pessoas-diz-executivo-que-comanda-o-chatgpt.ghtml

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