ENTENDA O SEGREDO POR TRÁS DA ARQUITETURA LONGEVA DE ROMA

 O Panteão, na Itália, foi construído com concreto no ano 26

Entenda o segredo por trás da arquitetura longeva de Roma

Pesquisadores do MIT descobriram a fórmula que os romanos usavam em sua arquitetura

Por Redação Casa e Jardim

30/01/2023 06h51  Atualizado há um ano


Mesmo com a tecnologia, as construções atuais de concreto e ferro não duram mais do que 150 anos, pedindo por gastos com reformas e substituições frequentes. A pergunta que resta é: como, mesmo respaldados pela modernidade, nossas estruturas não possuem metade da longevidade daquelas construídas, por exemplo, na Roma antiga?

Graças a pesquisadores do MIT, agora temos a resposta e como replicar este conhecimento. Segundo o portal ScienceNews, o responsável por esta descoberta é o químico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Admir Masic, que, junto aos seus colegas, iniciou um projeto para tentar recriar a fórmula do concreto usado na Roma Antiga, uma mistura de cimento, cascalho, areia e água. O grupo de pesquisadores, contudo, suspeitou que não era só isso.


A força destas construções não se dá apenas pelo material usado, mas também por um fenômeno que os químicos chamam mistura quente. Neste processo, grânulos secos de óxido de cálcio, também chamados cal virgem, são misturados com cinzas vulcânicas para fazer o cimento. Em seguida, adiciona-se água. O resultado é um cimento que não é completamente liso, com pequenas formações ricas em cálcio, responsáveis pela resistência dos levantamentos.

O problema é que a mistura de cal líquido com água produz um intenso calor – capaz de resultar até uma explosão. Ainda assim, Admir e seu time testaram o método, que foi bem-sucedido e gerou apenas calor e um fio de vapor por conta da água. O resultado foi uma mistura de cimento com pequenas rochas brancas ricas em cálcio.

Pesquisadores descobriram que substituir o método de construção atual pode ser mais sustentável e econômico — Foto: Divulgação / David Köhler / Unsplash / CreativeCommons
Pesquisadores descobriram que substituir o método de construção atual pode ser mais sustentável e econômico — Foto: Divulgação / David Köhler / Unsplash / CreativeCommons

O sucesso em encontrar a solução foi respaldado por inúmeros estudos sobre a arquitetura e a história da Roma antiga, que ajudaram os pesquisadores a traçar os primeiros passos junto à sua intuição.

Admir explica que, durante muitos anos, a origem dessas inclusões não era clara, por isso, as suspeitas sobre o cimento não misturado. Além disso, existia o fato que estes padrões aconteciam em diversas construções, o que excluiu a possibilidade de ter sido um deslize durante as obras.

Essa constatação foi o suficiente para que os pesquisadores avançassem ainda mais nessa característica. As suas análises químicas do Priverno, comuna na Itália, resultaram em amostras extremamente ricas em cálcio, o que também sugere que essas rochas poderiam estar ajudando os edifícios a se curarem de rachaduras provindas do intemperismo ou mesmo um terremoto. Seria quase um suprimento próprio de cálcio: ele se dissolve, penetra nas rachaduras e, então, recristaliza.

Adicionar esta fórmula nas construções modernas é possível e recomendado, com um custo apenas um pouco maior. No final, além de compensar economicamente por não ser necessário realizar substituições com frequência, a troca do concreto também é um trabalho que gera grandes emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, o que também torna a prática antiga muito mais sustentável.


Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/arquitetura/noticia/2023/01/entenda-o-segredo-por-tras-da-arquitetura-longeva-de-roma.ghtml

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