BRASIL TEM ALTA DE COVID EM ONDA QUE DEVE DURAR ATÉ 6 SEMANAS; VEJA RISCO DE NOVA VARIANTE E COMO SE PROTEGER

 

Variante Ômicron do coronavírus dominou o mundo e deu origem a centenas de lublinhagens


Eris: Brasil identifica primeiro caso da variante em São Paulo

Caso ocorreu na capital em paciente sem histórico de viagem; outras infecções já eram conhecidas na América do Sul

Por Mariana Rosário — São Paulo

17/08/2023 20h43  Atualizado 18/08/

 

O Brasil identificou o primeiro caso da subvariante EG.5 do coronavírus, conhecida como Eris em São Paulo. A Eris se tornou recentemente a variante dominante nos Estados Unidos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou sua existência como "de interesse", o que quer dizer que ela conta com "vantagens" em comparações a outras mutações do vírus.

Primeiro caso da subvariante foi registrado em São Paulo

O caso ocorreu na capital paulista, com sintomas iniciais no final do mês passado, em um hospital da rede particular. Informações iniciais dão conta que trata-se de um caso de uma mulher de 71 anos sem histórico de viagem. O caso ocorreu no começo do mês.

A subvariante EG.5 do coronavírus já estava circulando no país?

Hoje mais cedo, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) reconheceu que havia a possibilidade que essa mutação do vírus já estivesse circulando, apesar de ainda não ter sido (naquela altura) devidamente sequenciada no país.

Quais são os sintomas da subvariante EG.5 do coronavírus?

Em nota na noite desta quinta-feira, o Ministério da Saúde confirmou a detecção da linhagem, destacando que a paciente já está curada, "tendo apresentado os primeiros sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto".

Recomendações do Ministério da Saúde

A pasta disse ainda monitorar e avaliar as informações mais atualizadas sobre a Covid-19 e estar atenta às novas subvariantes. Por enquanto, reforça as recomendações para que as pessoas completem o esquema vacinal com a dose bivalente e que os grupos vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e gestantes, considerem o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou com aglomerações.


A taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou no Brasil nas primeiras semanas de agosto, segundo dois relatórios independentes divulgados na quarta-feira (30). A alta em ambos os levantamentos é da ordem de 7 pontos percentuais, o que representa o dobro de pessoas que testaram positivo para o vírus Sars-Cov-2.


📊 ENTENDA O CENÁRIO

O aumento ocorre diante de um cenário distinto do já verificado em momentos anteriores da pandemia, com a maioria da população já vacinada e menos risco de casos graves:

  1. Variante: OMS monitora o aumento da circulação da Éris, uma subvariante da Ômicron, que é um dos fatores apontados por especialistas para o aumento dos casos.
  2. Gravidade: Apesar de mais transmissível, a Éris não está associada a casos mais graves ou mortes; para a OMS, ela é uma "variante de interesse", grau inferior ao das "variantes de preocupação".
  3. Vacinação: Brasil enfrenta a sazonalidade dos casos com maioria da população já tendo tomado as doses básicas da vacina, mas o reforço da vacina bivalente só foi aplicado em 15% do público-alvo.
  4. Grupos vulneráveis: pessoas imunossuprimidas (com baixa imunidade, seja por doenças ou por transplante) devem redobrar o cuidado com aglomerações e sempre manter o uso de máscaras.
  5. Duração da onda: na avaliação de Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a atual onda da Covid deve durar entre 4 a 6 semanas.
  6. Como é o diagnóstico da subvariante Eris?

    O Ministério ressalta também que aqueles com sintomas gripais devem utilizar a proteção facial e buscar o teste da Covid-19. Em caso positivo, devem seguir as orientações de isolamento para diminuir a transmissão do vírus.

    Em casos assim, especialistas ressaltam que se faz fundamental o trabalho de rastrear contatos da paciente inicial e manter o sequenciamento genômico de amostras de pessoas que testarem positivo para Covid-19. Dessa maneira é possível detectar o comportamento daquela subvariante em questão.

    A orientação dos pesquisadores é justamente que pessoas com sintomas característicos da Covid-19 procurem o serviço de saúde para realizar testagem.


    Por que a subvariante EG.5 não é considerada uma ameaça substancial?

    Embora a doença grave em adultos mais velhos e em pessoas com condições subjacentes seja sempre um alerta, assim como a Covid-19 prolongada em qualquer pessoa infectada, os especialistas dizem que a Eris não representa uma ameaça substancial, pelo menos não mais do que qualquer uma das outras principais variantes que circulam atualmente.

    — É preocupante o fato de que ela está aumentando (nos EUA), mas não parece ser algo muito diferente do que já vem circulando nos últimos três a quatro meses — disse Andrew Pekosz, professor de Microbiologia Molecular e Imunologia na Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins. — Então acho que é isso que ameniza minha preocupação em relação a essa subvariante, neste momento.

    Até mesmo a OMS afirmou, por meio de um comunicado, que com base nas evidências disponíveis, “o risco para a saúde pública representado pela EG.5 é avaliado como baixo em nível global”.


    Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/08/17/eris-brasil-identifica-primeiro-caso-da-variante-em-sao-paulo.ghtml

    Brasil tem alta da Covid em onda que deve durar até 6 semanas; veja risco de nova variante e como se proteger

    Taxa de testes positivos para doença dobrou tanto no relatório da Abramed quanto no do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Alta é associada à Éris, uma subvariante da Ômicron que é monitorada pela OMS.

    Por Roberto Peixoto, Júlia Putini, g1

    31/08/2023 03h30  Atualizado há 4 horas

     

    Brasil tem alta da Covid em onda que deve durar até 6 semanas; veja risco de nova variante e como se proteger

    Taxa de testes positivos para doença dobrou tanto no relatório da Abramed quanto no do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Alta é associada à Éris, uma subvariante da Ômicron que é monitorada pela OMS.

    Por Roberto Peixoto, Júlia Putini, g1

    31/08/2023 03h30  Atualizado há 4 horas

     

    A taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou no Brasil nas primeiras semanas de agosto, segundo dois relatórios independentes divulgados na quarta-feira (30). A alta em ambos os levantamentos é da ordem de 7 pontos percentuais, o que representa o dobro de pessoas que testaram positivo para o vírus Sars-Cov-2.

    📊 ENTENDA O CENÁRIO


    O aumento ocorre diante de um cenário distinto do já verificado em momentos anteriores da pandemia, com a maioria da população já vacinada e menos risco de casos graves:

    1. Variante: OMS monitora o aumento da circulação da Éris, uma subvariante da Ômicron, que é um dos fatores apontados por especialistas para o aumento dos casos.
    2. Gravidade: Apesar de mais transmissível, a Éris não está associada a casos mais graves ou mortes; para a OMS, ela é uma "variante de interesse", grau inferior ao das "variantes de preocupação".
    3. Vacinação: Brasil enfrenta a sazonalidade dos casos com maioria da população já tendo tomado as doses básicas da vacina, mas o reforço da vacina bivalente só foi aplicado em 15% do público-alvo.
    4. Grupos vulneráveis: pessoas imunossuprimidas (com baixa imunidade, seja por doenças ou por transplante) devem redobrar o cuidado com aglomerações e sempre manter o uso de máscaras.
    5. Duração da onda: na avaliação de Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a atual onda da Covid deve durar entre 4 a 6 semanas.


    Levantamento dos testes positivos


    O aumento dos casos foi reportado por duas entidades. Um dos levantamentos é da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas:

    • aumento de testes positivos de 6,3% (29 de julho a 4 de agosto) para 13,8% (em 12 a 18 de agosto)

    "Possivelmente, sim, existe relação com a nova variante, que demonstrou ser muito transmissível, embora ela não traga quadros muito graves das pessoas que são infectadas", afirma Wilson Shcolnik · Presidente do Conselho de Administração (Abramed).

    Outra fonte é o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin:

    • aumento de testes positivos de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto

    Segundo o ITpS, os percentuais mais elevados são observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).

    Conforme mostra o infográfico abaixo, a atual taxa de 15,3% é inferior ao que foi visto até mesmo em dezembro do ano passado, quando os números chegaram a 38%.



    • Aumento de testes positivos de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto

    Segundo o ITpS, os percentuais mais elevados são observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).

    Conforme mostra o infográfico abaixo, a atual taxa de 15,3% é inferior ao que foi visto até mesmo em dezembro do ano passado, quando os números chegaram a 38%.



    Sars-Cov-2, um vírus que coexiste



    A infectologista Carla Kobayashi afirma que é preciso considerar que o vírus da Covid vai "coexistir" como um vírus respiratório entre aproximadamente outros 20 que nos acometem sazonalmente. Ela pondera que o cenário hoje é muito diferente do visto no início da pandemia graças à vacinação, à imunidade adquirida e à evolução do vírus, que mudou para ser menos letal e mais transmissível.


    "Acaba que é possível ter aquele aumento do número de casos pela sazonalidade do vírus, pela coexistência de ser um vírus respiratório circulando e causando as infecções (mais leves ou mesmo mais severas). Você pode ter uma pneumonia ainda pela Covid ou pode ter só sintomas gripais", explica Kobayashi, acrescentando que a gravidade do quadro depende da situação de cada pessoa.


    Mudam os protocolos? Como me cuidar?


    Os especialistas são unânimes em afirmar que, no atual momento, ter todas as doses possíveis da vacina contra a Covid é a melhor medida. É justamente o fato de a maioria de a população ter tomado ao menos as doses básicas que evita o aumento das internações e das mortes.

    "A gente ainda tem uma cobertura vacinal com a bivalente baixa, mas há uma cobertura vacinal com as doses anteriores bastante elevada", afirma Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

    Carla Kobayashi explica que o importante no atual momento é "conseguir ter uma imunidade mais específica com a vacina bivalente, que tem aí um antígeno específico para variante Ômicron, o que aumenta a proteção".

    Mas, apesar da recomendação e das campanhas, a procura está baixa: só 15% do público-alvo tomou a vacina bivalente até julho.


    Máscaras para mais vulneráveis


    A infectologista Carla Kobayashi destaca que as pessoas com baixa imunidade geralmente não conseguem obter a mesma resposta imune por meio da vacina do que os indivíduos sem ressalvas na saúde. Por isso, sobretudo para esse público, o uso de máscaras é mais do que recomendado.

    "Se puder usar a máscara em locais fechados com aglomeração é ideal, porque você reduz a chance de transmissão de vírus respiratórios, não só de Covid, mas ainda de influenza, que também pode ser mais grave em um paciente imunocomprometido", explica a infectologista.


    Fonte:https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/08/31/brasil-tem-alta-da-covid-em-onda-que-deve-durar-ate-6-semanas-veja-risco-de-nova-variante-e-como-se-proteger.ghtml

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