BARBIE RI DO MACHISMO E MOSTRA QUE NÃO É PARA QUEM BRINCA COM BONECAS! AFINAL, O LIVE-ACTION É BOM, INOVADOR E SUPERA TODAS AS ESPECTATIVAS?
Crítica – Barbie é inovadora e supera todas as expectativas
Por
-
20 de Julho de 2023
- 16:25
Acredito que um dos lançamentos mais aguardados dos últimos tempos seja o filme “Barbie“, que vai muito além de ser apenas uma boneca ou uma marca. Ao longo dos anos, muitos associaram a Barbie à versão estereotipada que conhecemos, mas essa produção cinematográfica vai surpreender a todos. Sob a direção talentosa de Greta Gerwig, conhecida por seu trabalho em filmes como “Lady Bird” e “Adoráveis Mulheres”, o filme dá vida a um dos brinquedos mais icônicos de todos os tempos, de forma incrivelmente inspiradora.
Com um elenco estelar liderado por
Margot Robbie no papel-título e Ryan Gosling como Ken, o filme encanta tanto o
público quanto os críticos, recebendo excelentes aprovações no Rotten Tomatoes
e Meta Critic. Não é tarefa fácil levar uma marca tão significativa como
“Barbie” para as telonas sem perder o seu brilho, mas a diretora Greta Gerwig
não apenas alcança o padrão de qualidade esperado, como eleva a narrativa a
novos patamares, impulsionada pelo talento e coragem de Robbie e Gosling.
A mensagem de empoderamento feminino
é um dos pontos fortes do filme. Ao longo dos anos, a Barbie estabeleceu
padrões de beleza irrealistas, mas também se mostrou uma figura inspiradora,
representando diferentes profissões e até mesmo uma boneca trans. O roteiro de
Gerwig e Noah Baumbach vai além do óbvio, questionando o machismo estrutural e
levantando questões sobre como as inseguranças afetam nossas vidas.
O filme não tem receio de confrontar
a própria Mattel e a sociedade patriarcal, apontando como a boneca influenciou
a autoestima das mulheres desde a sua criação. Essa ousadia é acompanhada por
uma trilha sonora envolvente que conta com artistas como Dua Lipa, Ava Max,
Nicki Minaj, Karol G, Lizzo, Charli XCX e Billie Eilish, que com seu sucesso
“What Was I Made For?” ressoa com a mensagem do filme.
“Barbie” não é apenas um filme, é um
espetáculo à parte, uma verdadeira obra-prima cinematográfica. Repleto de
referências e nostalgia, ele despertará a criança interior de todos os
espectadores. Além da estética deslumbrante, com cenários e figurinos
fantásticos, o filme entrega uma mensagem poderosa e necessária para o público
contemporâneo.
Assim, “Barbie: Uma Revolução Rosa”
não só presta homenagem à icônica boneca, mas também traz uma história
cativante que inspira, empodera e desafia os padrões estabelecidos, tornando-se
um filme imperdível para todas as idades. Prepare-se para ser transportado para
o vibrante mundo de “Barbieland” e para se emocionar com essa jornada única de
autodescoberta e empoderamento.
Fonte:https://almanaquegeek.com/critica-barbie-e-inovadora-e-supera-todas-as-expectativas/
“Barbie” 5 críticas sociais que o filme faz
Por Diandra Guedes | Editado por Jones Oliveira | 21 de Julho de 2023 às 15h05
O filme da Barbie chegou
aos cinemas trazendo uma trama divertida e recheada de críticas sociais.
Dirigido por Greta Gerwig — atriz, diretora e roteirista conhecida por filmes
de cunho feministas, como Lady Bird e Adoráveis Mulheres —
a trama conta como a boneca de plástico perfeita sai da Barbielândia e vai
parar no Mundo Real.
Abordando temas como patriarcado, machismo, assédio e ainda fazendo um
breve recorte de raça, o longa conseguiu entregar um bom resultado em cena e
também se destacou por retratar diferentes tipos de Barbie, desde a Presidente
negra até a Advogada plus size.
Com um roteiro afiado, escrito pela própria Gerwig junto de seu marido
Noah Baumbach (História de um
Casamento), as alfinetadas foram bem distribuídas ao longo da trama,
de modo que o filme não ficou cansativo e nem militante demais. Pensando nisso,
listamos as cinco melhores críticas sociais do filme e como elas se encaixam na
história. Confira abaixo.
5. Crítica
ao padrão de beleza
Umas das primeiras críticas que aparece no filme é sobre o padrão de
beleza irreal imposto às mulheres. Não é novidade que a Barbie sempre perpetuou
um modelo de beleza quase inatingível com cabelos perfeitamente alinhados,
corpo magérrimo com pernas torneadas e uma pele de plástico impecável.
No longa, assim que ela começa a ter pensamentos de morte, surgem os primeiros
problemas de humano como a celulite nas coxas, algo tão comum nas mulheres, mas
totalmente massacrado pela mídia e pelo machismo estrutural.
Avançando no filme, outra excelente cena acontece quando Barbie encontra
uma senhora no ponto de ônibus. Já idosa, a mulher ostenta várias rugas e um
cabelo branco bem penteado, mas ainda assim se acha bonita, contrariando também
o que a sociedade pensa, já que estamos acostumados a achar que qualquer pessoa
idosa é feia e não serve para mais nada.
4. Crítica à
intolerância ao diferente
Essa crítica até pode passar despercebida para os mais desatentos, mas
também é um ótimo acerto do live action de Barbie. Uma das Barbies do
filme é a Estranha (Kate McKinnon), uma boneca que foi rabiscada e maltratada
por uma criança e, desse modo, tem o rosto meio desfigurado e o cabelo
desgrenhado para os padrões da Barbielândia.
Acontece que ela é vista por todas as Barbies como “a diferente” e por
isso vive meio isolada. Essa situação exemplifica como a nossa sociedade trata
aqueles que não se encaixam no padrão esperado. Curiosamente, é justamente o
fato de ser diferente que faz ela ser uma das poucas figuras de resistência
quando a Barbielândia é tomada por forças opressoras.
3. Crítica
ao branco salvador
Com um
elenco diverso, o live action da Barbie critica o complexo do branco salvador.
Outro momento que quase passa despercebido, mas é uma excelente
alfinetada é quando a trama critica o complexo do branco
salvador. O que é isso? É quando uma pessoa branca acredita que pode
salvar outras não-brancas se colocando no meio da história como o herói da
situação.
No longa, Glória — vivida pela atriz America Ferrera, que tem
descendência hondurenha — gasta um bom tempo explicando uma determinada
situação para, logo em seguida, a Barbie (Margot Robbie)
sintetizar aquilo. Quando uma outra personagem diz que a boneca loira salvou
todas as outras, uma terceira contradiz citando justamente esse complexo do
branco salvador.
Apesar de rápida, a cena funciona muito bem e é importante ver esse
recorte de raça retratado nas telas do cinema.
2. Crítica
ao patriarcado
O longa de
Greta também critica o patriarcado.
Chegamos à principal crítica do filme da Barbie: o patriarcado. O enredo do longa foca
especialmente em mostrar como o Mundo Real — ao contrário da Barbielândia — é
machista, misógino e agressivo com as mulheres.
Quando a Barbie sai do seu mundinho cor-de-rosa e tem que encarar a vida
real, se depara com todo tipo de machismo possível: ela é assediada com um tapa
nas bunda, intimidada com olhares que sexualizam o seu corpo e ainda se
surpreende quando descobre que a Mattel,
empresa responsável pela fabricação das bonecas, tem uma alta cúpula formada só
por homens.
Essas e outras situações são óbvias para quem assiste ao filme, mas
servem para nos fazer enxergar (ainda mais) como o machismo suprime e massacra
as mulheres.
1. Crítica
ao mansplaining
Ainda falando em machismo, o filme retrata um comportamento tipicamente
masculino: o mansplaining, que é quando um homem tenta explicar algo para uma
mulher de maneira bem simples e rasa, como se ela não tivesse nenhum
conhecimento daquilo. Geralmente isso acontece em assuntos que a mulher já
domina, mas que o homem quer se colocar como especialista — ou seja, em uma
posição superior.
Em Barbie,
as bonecas retratam isso quando, a fim de ridicularizarem os Kens e reverter
uma certa situação, fazem com que eles lhes expliquem coisas óbvias como a
trama de um filme ou como segurar uma raquete.
Bem trabalhado, esse momento do filme arranca boas risadas, e retrata
com fidelidade essa prática tão abusiva.
Fonte: ps://canaltech.com.br/entretenimento/barbie-5-criticas-sociais-que-o-filme-faz/
“Barbie” ri do machismo e mostra que não é para quem brinca com bonecas
Afinal, o live-action é bom?
Por Giovanna Simonetti,
Gabriela Guido e Kyra Piscitelli
18 de julho de 2023 Atualizado há 1 semana
Warner Bros
Dirigido por Greta Gerwig, o filme live-action da Barbie mistura boas doses de humor ácido, referências pop e nostalgia
Chegar ao cinema na manhã desta terça-feira (18) poderia ter sido apenas mais uma sessão nas nossas vidas pós-pandemia se o filme a ser assistido não fosse “Barbie”, um dos lançamentos mais aguardados – talvez “o” mais aguardado? – de 2023. Era a primeira exibição da obra no Brasil, e a sessão exclusiva organizada para jornalistas e criadores de conteúdo deixava claro logo no hall de entrada que a produção não está disposta a deixar dúvidas sobre sua potência e cobiçada unanimidade do mundo cor-de-rosa da boneca mais famosa do mundo.
Um pink carpet recebia os convidados que, antes de entrarem na sala lotada, podiam tirar fotos dentro de caixas de boneca gigantes e ao lado de pôsteres das mesmas dimensões de versões platinadas de Margot Robbie, a Barbie, e Ryan Gosling, o Ken, ou ainda posar no carro conversível da boneca, uma réplica rosa de um Chevrolet Corvette. Na sessão, dentro da sala, um mar de roupas rosa-shocking – de blazers a cachecóis e blusas temáticas #Barbiecore – vestia os ânimos claramente ansiosos para ver o primeiro live-action do ícone criado em 1959 por Ruth Handler
Depois de 1 hora e 54 minutos, o que pode-se dizer é que se recepção global do filme for minimamente parecida com sua primeira exibição brasileira, regada a aplausos e risadas altas (e constantes) de cerca de 300 espectadores, a “Barbie” de Greta Gerwig será um sucesso estrondoso. É o que espera a Warner Bros., cuja expectativa é arrecadar entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões (R$ 386 milhões a R$ 482 milhões) só no fim de semana de estreia.
O buzz sempre existiu desde que a produção foi confirmada, mas ganhou força a partir de junho de 2022, quando fotos de Margot e Gosling patinando na Califórnia em roupas neon viralizaram, e explodiu de vez nas últimas semanas, quando praticamente o mundo inteiro do entretenimento começou a ser pintado de rosa shocking – até mesmo o rival “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, acabou entrando na onda com o “Barbenheimer”. E toda essa expectativa dá sinais que será correspondida, muito em parte pelos pequenos detalhes de “Barbie”, que não tem medo de tirar sarro do universo da boneca e sua empresa-mãe, a Mattel. Mesmo clássicos do cinema e da cultura pop, como “Matrix”, “Liga da Justiça” e até “2001: Uma Odisséia no Espaço”, são alvos do sarcasmo de Barbie, sempre cheia de referências pop e sacadas inteligentes que tiraram boas risadas dos especialistas.
As piadas com temas como feminismo, patriarcado e depressão mostram que o filme dirigido por Gerwig definitivamente é para um público-alvo diferente daquele que ainda brinca com bonecas. Não é só de “imagination” e “it’s fantastic” que vive a Barbie do mundo adulto. A vinda do ícone para o mundo real vem junto dos problemas e das questões estruturais desse contexto.
Com uma Barbie um tanto ingênua descobrindo como é a dura realidade de uma sociedade patriarcal, o longa retrata as dificuldades que as mulheres enfrentam para ocuparem os espaços profissionais, o esgotamento de ser uma mulher na liderança em ambientes machistas, a síndrome da impostora e a pressão por uma perfeição feminina, entre outras críticas.
Warner Bros
Dirigido por Greta Gerwig, o filme live-action da Barbie mistura boas doses de humor ácido, referências pop e nostalgia
Chegar ao cinema na manhã desta terça-feira (18) poderia ter sido apenas mais uma sessão nas nossas vidas pós-pandemia se o filme a ser assistido não fosse “Barbie”, um dos lançamentos mais aguardados – talvez “o” mais aguardado? – de 2023. Era a primeira exibição da obra no Brasil, e a sessão exclusiva organizada para jornalistas e criadores de conteúdo deixava claro logo no hall de entrada que a produção não está disposta a deixar dúvidas sobre sua potência e cobiçada unanimidade do mundo cor-de-rosa da boneca mais famosa do mundo.
Um pink carpet recebia os convidados que, antes de entrarem na sala lotada, podiam tirar fotos dentro de caixas de boneca gigantes e ao lado de pôsteres das mesmas dimensões de versões platinadas de Margot Robbie, a Barbie, e Ryan Gosling, o Ken, ou ainda posar no carro conversível da boneca, uma réplica rosa de um Chevrolet Corvette. Na sessão, dentro da sala, um mar de roupas rosa-shocking – de blazers a cachecóis e blusas temáticas #Barbiecore – vestia os ânimos claramente ansiosos para ver o primeiro live-action do ícone criado em 1959 por Ruth Handler
Depois de 1 hora e 54 minutos, o que pode-se dizer é que se recepção global do filme for minimamente parecida com sua primeira exibição brasileira, regada a aplausos e risadas altas (e constantes) de cerca de 300 espectadores, a “Barbie” de Greta Gerwig será um sucesso estrondoso. É o que espera a Warner Bros., cuja expectativa é arrecadar entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões (R$ 386 milhões a R$ 482 milhões) só no fim de semana de estreia.
Warner Bros.
No filme, Barbie e Ken saem da Barbielândia para visitar o mundo real
O buzz sempre existiu desde que a produção foi confirmada, mas ganhou força a partir de junho de 2022, quando fotos de Margot e Gosling patinando na Califórnia em roupas neon viralizaram, e explodiu de vez nas últimas semanas, quando praticamente o mundo inteiro do entretenimento começou a ser pintado de rosa shocking – até mesmo o rival “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, acabou entrando na onda com o “Barbenheimer”. E toda essa expectativa dá sinais que será correspondida, muito em parte pelos pequenos detalhes de “Barbie”, que não tem medo de tirar sarro do universo da boneca e sua empresa-mãe, a Mattel. Mesmo clássicos do cinema e da cultura pop, como “Matrix”, “Liga da Justiça” e até “2001: Uma Odisséia no Espaço”, são alvos do sarcasmo de Barbie, sempre cheia de referências pop e sacadas inteligentes que tiraram boas risadas dos especialistas.
As piadas com temas como feminismo, patriarcado e depressão mostram que o filme dirigido por Gerwig definitivamente é para um público-alvo diferente daquele que ainda brinca com bonecas. Não é só de “imagination” e “it’s fantastic” que vive a Barbie do mundo adulto. A vinda do ícone para o mundo real vem junto dos problemas e das questões estruturais desse contexto.
Warner Bros
Margot Robbie no mundo rosa do filme
Com uma Barbie um tanto ingênua descobrindo como é a dura realidade de uma sociedade patriarcal, o longa retrata as dificuldades que as mulheres enfrentam para ocuparem os espaços profissionais, o esgotamento de ser uma mulher na liderança em ambientes machistas, a síndrome da impostora e a pressão por uma perfeição feminina, entre outras críticas.
É ironizado, ainda, como a narrativa de empoderamento capitalista coloca a libertação das mulheres em produtos e slogans para gerar lucro. Isso inclui a Mattel que, ao criar Barbies com diferentes profissões e em locais “onde meninas nem poderiam sonhar em chegar”, prioriza estratégias que podem gerar mais lucro para a marca.
A própria personagem de Margot Robbie, mulher branca, alta e magra que representa a “Barbie esteriotipada”, problematiza o padrão de beleza e o comportamento da mulher “perfeita”, imagem que a empresa vendeu durante anos. Ela não é médica, engenheira, presidente ou jornalista como as outras Barbies – o seu papel é “amar o Ken” e representar a beleza dessa classe de bonecas.
“Queria conhecer a presidente da Mattel”, diz a Barbie de Margot, que fica atônita ao descobrir que toda a diretoria da empresa, inclusive o presidente da divisão de Barbies, era composta pelos homens à sua frente. E, fora da Barbielândia, não é muito diferente – só 17% das presidências de empresas no Brasil são ocupadas por mulheres.
As falhas de vários homens na liderança é representada com Ken descobrindo que, para conseguir um cargo de poder, ele só precisaria de um MBA, uma pós-graduação ou algum curso de treinamento para a profissão que deseja seguir.
Mas no escurinho do cinema, imersos no cosmos cor-de-rosa da Barbie, o que começou como uma sessão em que se ouvia brincadeiras aqui e ali, com a predominância das roupas no estilo barbiecore ou de falas como “eu preferia a Suzy”, depois de duas horas se transformou em uma plateia encantada. “Esse é um filme que dá para assistir dezenas de vezes”, dizia uma convidada. Outra pessoa contava ao colega como havia se emocionado, “até escorreu uma lágrima”.
A emoção, imagina-se, vem de um misto de nostalgia e representatividade. É notável o esforço do filme para renovar a imagem da Barbie e trazer maior identificação com os valores daqueles que brincavam com as bonecas na infância. Transpondo o mundo real com a Barbielândia, a Mattel faz também uma linha do tempo da sua própria história e mostra a reinvenção dessa Barbie estereotipada e das outras criações da empresa – como as bonecas Skipper, Midge, Tereza e Allan –, conforme o mundo se transformou junto com os papéis femininos e suas possibilidades.
Por essa razão, entre outras, Barbie é a boneca mais amada do mundo e sobrevive há gerações.
Fonte: https://forbes.com.br/forbeslife/2023/07/filme-da-barbie-ri-do-machismo-e-mostra-que-nao-e-para-quem-brinca-com-bonecas/
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