LINHAÇA: ESTUDO DE HARVARD MOSTRA QUE A SEMENTE REDUZ A PRESSÃO ARTERIAL, O AÇÚCAR NO SANGUE E PREVINE A DETERIORAÇÃO CELULAR

  

Linhaça ajuda a combater a prisão de ventre e proteger a saúde digestiva
Linhaça ajuda a combater a prisão de ventre e proteger a saúde digestiva Freepik.com

Linhaça: estudo de Harvard mostra que a semente reduz a pressão arterial, o açúcar no sangue e previne a deterioração celular

Propriedades estão associadas aos altos níveis de ômega 3, 6 e 9; vitamina do complexo B, cálcio, ferro, potássio e magnésio

Por Melanie Shulman, La Nacion

27/02/2023 15h53  Atualizado há 5 dias

Ficaram para trás as dietas que prometiam resultados “milagrosos”, dando lugar a uma alimentação consciente, baseada em hábitos saudáveis. Seu objetivo é priorizar o consumo de produtos variados e naturais, menos industrializados e que tenham os nutrientes essenciais para potencializar o funcionamento correto do organismo.

O ponto de partida consistiu em retomar alguns hábitos ancestrais. Longe de quererem elaborar pratos sofisticados, as populações consumiam o que colhiam e produziam de forma orgânica. Desta maneira, como a comida era natural, ou seja, sem aditivos e conservantes, as pessoas tinham uma qualidade de vida melhor, já que não corriam risco de sofrer com doenças crônicas, como a diabetes ou a hipertensão.

Nessas populações, os alimentos eram elaborados a base de sementes que formam parte dos grãos integrais e que hoje ressurgiram graças a seus múltiplos nutrientes e a sua versatilidade na hora de cozinhar. Exatamente por isso, cada vez mais as cozinhas ao redor do mundo as adotam e as incluem como parte dos seus pratos: frios, quentes, doces e salgados, além das bebidas.

E, dentre todas elas, a linhaça é uma das que mais se destaca. Originária da Mesopotâmia, sua origem é datada da Idade da Pedra, quando o homem começou a elaborar ferramentas. Mas, estima-se que foi o imperador Carlos Magno quem introduziu a sementa na Europa, para usos culinários e medicinais. Logo, durante a época da colonização da América, a linhaça desembarcou nos Estados Unidos e no Canadá, países que atualmente se destacam entre os seus principais produtores, junto da China, do Egito e da Índia.

Linhaça, uma aliada da saúde

Um relatório da Universidade de Havard, publicado na revista Havard Health Publishing, revelou que o consumo de grãos integrais — entre eles, a linhaça — oferece grandes benefícios para a saúde: reduz a pressão arterial, o açúcar e o colesterol no sangue, como também a inflamação crônica.

Yael Hasbani, coach de Saúde e certificada em Saúde e Nutrição Holística, acrescenta que as sementes de linhaça são ideais para combater a prisão de ventre e proteger a saúde digestiva. Segundo ela, isso se deve à quantidade de fibra que a semente contém.

— É um componente que regula o fluxo intestinal e que reduz a absorção de açúcar e gordura. Combate o mal colesterol (LDL), evitando que as artérias entupam, e protege o coração de possíveis patologias — explica Hasbani.

De acordo com a nutricionista Estefanía Beltrami, a linhaça também é fonte de carboidratos, proteínas, ômega 3, 6 e 9, antioxidantes que previnem a deterioração das células, vitaminas do grupo B e minerais como cálcio, ferro, potássio e magnésio.

Graças a todos esses nutrientes, o relatório de Havard cita pesquisas que constatam que pessoas que consumiam uma quantidade maior de grãos integrais, ou seja, pelo menos uma porção diária, tinham 9% menos chance de contrair doenças cardíacas.

Como consumir a linhaça?

Beltrami comenta que há dois tipos de fibra na linhaça: a insolúvel, que se encontra na casca e que resiste à digestão, e a solúvel, que é o interior da semente. Por isso, ela não costuma ser consumida em seu formato original. Pelo contrário, os grãos devem ser manipulados para incorporar os nutrientes de maneira eficaz e aproveitar seus benefícios.

Hasbani conta que uma opção é moer as sementes para que formem um pó. Ele pode ser incorporado a todos os tipos de comida como, por exemplo, iogurtes e saladas, bem como em preparações, como pães, pudins ou qualquer tipo de massa.

No entanto, a coach alerta que o ideal é que a linhaça seja moída no momento em que for usada. Caso contrário, pode ser exposta ao ar e oxidar. E quanto à quantidade recomendada, Hasbani sugere que seja de uma colher diária, que, segundo ela, equivale a sete gramas de linhaça. Essa quantidade tem, por sua vez, dois gramas de fibra.

Outra opção é hidratá-las. Beltrami diz que a ideia é formar um gel, conhecido tecnicamente como mucilagem.

— Nestes casos, pode ser usada como pudim ou um ingrediente culinário — indica a nutricionista.

Em um recipiente, coloque uma colher de linhaça e duas de água e deixe repousar por 20 minutos, aproximadamente. Essa massa, ela explica, é usada pelos veganos para substituir o ovo.

Há restrições para o consumo de linhaça?

Beltrami aponta que, embora seja um alimento que a maioria das pessoas possa consumir, há exceções.

— Há muitas opiniões encontradas a respeito, mas, por ora, sabe-se que quem deve tomar cuidado especial são as pessoas com transtornos gastrointestinais ou diverticulite — aponta.

Esta doença, que se caracteriza pela presença de pequenas bolsas no intestino, piora se alimentos muito pequenos são ingeridos, porque “podem ficar presos ali e causar inflamação”, contou Beltrami. Além disso, ela acrescenta que o nível de tolerância da fibra varia de pessoa para pessoa:

— A algumas, pode causar mal-estar estomacal e irritação. Já a outros, nada.

Hasbani acrescenta que a linhaça é altamente recomendada para aqueles que sofrem com os altos níveis de glicemia e colesterol devido à atuação de gorduras insaturadas, que absorvem o açúcar e as gorduras saturadas.

— Para alcançar os benefícios, o melhor é sempre ter uma alimentação balanceada, porque não existem sementes mágicas — ressalta.

Apesar disso, as especialistas consultadas enfatizam que, independentemente do estilo de vida que se tem, uma colherada de linhaça por dia é uma ajuda ou complemento natural para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2023/02/linhaca-estudo-de-harvard-mostra-que-a-semente-reduz-a-pressao-arterial-o-acucar-no-sangue-e-previne-a-deterioracao-celular.ghtml



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