ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS AUMENTAM O RISCO DE DEMÊNCIA

 

Alimentos ultraprocessados


O processamento de alimentos se deu a partir da necessidade que a humanidade tinha de conservá-los por maior tempo possível, para garantir a sobrevivência em períodos de escassez, como em invernos ou secas rigorosas. Os primeiros elementos utilizados para a conservação foram o calor do sol, o fogo e o gelo em regiões em que as temperaturas eram mais baixas.

Ao longo dos anos, novas técnicas foram conseguindo desenvolver artifícios para conservar os alimentos, como a pasteurização, a liofilização (desidratação) e adição de conservantes naturais (sal, açúcar, azeite, entre outros). As tecnologias utilizadas pela indústria de alimentos estão tão avançadas que vão muito além da conservação, agregando praticidade e satisfação, porém não necessariamente com função de suprir necessidades nutricionais.

 

Mas você sabe o que são os alimentos ultraprocessados?

O alimento ultraprocessado é aquele que está pronto para consumo, necessitando de aquecimento ou não.

São formulações industriais feitas inteiramente, ou predominantemente, de substâncias extraídas de alimentos como óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas, derivados de aditivos químicos ou de outros, como gorduras hidrogenadas, amido modificado ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como, por exemplo, o petróleo e o carvão, que são os corantes, aromatizantes e realçadores de sabor.

 

Riscos à saúde

No mundo imediatista, e de muita demanda profissional, a tendência é que exista cada vez mais consumo de comida pronta. Mas o grande problema é que esses alimentos são altamente danosos à saúde, principalmente à do coração.

O objetivo desses alimentos é serem atraentes, palatáveis, acessíveis e com longa vida de prateleira. Mas as taxas de nutrientes e fibras são extremamente baixas.

Estudos demonstram uma associação positiva entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de sobrepeso, obesidade e doenças relacionadas, como hipertensão arterial sistêmica e câncer.

Reduzir alimentos ultraprocessados e, consequentemente, desembalar menos e descascar mais, será o caminho natural para a promoção da alimentação saudável no Brasil.

Fonte:https://www.appai.org.br/alimentos-ultraprocessados-vale-a-pena-saber-o-que-e/

Alimentos ultraprocessados aumentam o risco de demência, diz estudo

Segundo a pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP, esses produtos podem ser considerados perigosos quando representam mais de 20% da ingestão calórica diária de uma pessoa

Por Soraia Alves

08/12/2022 11h55  Atualizado há 2 meses

Um novo estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, publicado no JAMA Neurology, descobriu que os alimentos ultraprocessados podem aumentar o risco de declínio cognitivo e o surgimento de demência. Segundo a pesquisa, esses produtos podem ser considerados perigosos quando representam mais de 20% da ingestão calórica diária de uma pessoa.

A conta é equivalente a cerca de 400 calorias em uma dieta de 2 mil calorias por dia. A título de comparação, um pedido de batatas fritas pequenas e um cheeseburger normal do McDonald's tem aproximadamente 530 calorias.


No estudo, os pesquisadores definiram alimentos ultraprocessados como “formulações industriais de substâncias alimentares (óleos, gorduras, açúcares, amido e isolados de proteínas) que contêm pouco ou nenhum alimento integral e geralmente incluem aromatizantes, corantes, emulsificantes e outros aditivos cosméticos". Entram nesse grupo alimentos como pizza congelada, cachorro-quente, salsichas, refrigerantes, biscoitos, bolos, sorvetes e tantos outros.

“58% das calorias consumidas pelos cidadãos dos Estados Unidos, 56,8% das calorias consumidas pelos cidadãos britânicos e 48% das calorias consumidas pelos canadenses vêm de alimentos ultraprocessados”, diz a Dra. Claudia Suemoto, coautora do estudo e professora assistente da divisão de geriatria da Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com o estudo, a parte do cérebro envolvida no funcionamento executivo – a capacidade de processar informações e tomar decisões – é especialmente afetada pelo risco de declínio cognitivo. A pesquisa foi realizada com mais de 10 mil brasileiros entre 35 e 74 anos, que foram acompanhados por até 10 anos.

Os participantes foram testados no início e no final do estudo para verificar se seu estado mental havia mudado. Os testes incluíram recordação imediata e tardia de palavras, reconhecimento de palavras e fluência verbal. Os participantes também tiveram que preencher questionários sobre seus hábitos alimentares para determinar a quantidade de alimentos ultraprocessados que estão acostumados a consumir.

Quem consume mais alimentos ultraprocessados apresentou uma taxa de declínio cognitivo 28% maior e uma taxa de 25% mais rápida de declínio da função executiva em comparação com aqueles que consumiram menos.

Além do declínio cognitivo, os alimentos ultraprocessados podem estar associados a um maior risco de obesidade, problemas cardíacos e circulatórios, diabetes, câncer e uma expectativa de vida mais curta.


Fonte:https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2022/12/alimentos-ultraprocessados-aumentam-o-risco-de-demencia-diz-estudo.ghtml


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