Sumaúma: a árvore rainha, gigantesca e sagrada da
Amazônia
A
planta pode atingir até 70 m e é cultuada como sagrada pelas civilizações
pré-colombianas
- POR BRUNA CEZARIO COM ALEX ALCANTARA
13
DEZ 2021 - 07H08 ATUALIZADO
EM 13 DEZ 2021 - 11H16
A sumaúma (Ceiba pentandra (L.) Gaertn) é uma árvore da família Malvaceae, a mesma fdas paineiras, barrigudas e baobás. A espécie é originária da região que abrange do México até o norte da América do Sul. Também conhecida como mafumeira, no Brasil, ela tem ocorrência na floresta de várzea da Amazônia, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Segundo a bióloga Patrícia Dijigow, da Escola de Botânica, a árvore é considerada sagrada por diversas culturas tradicionais, onde é vista como um portal de comunicação com o mundo espiritual e também como uma grande mãe, que protege todos os seres da floresta.
Além disso, ela é popular na medicina tradicional e fonte de matérias-primas, como a paina (usada como enchimento) e o óleo de suas sementes é aproveitado principalmente na fabricação de sabão, detergente e adubos.
“Suas raízes auxiliam na comunicação e orientação entre os habitantes em seus deslocamentos pelas florestas, pois, ao serem tocadas, emitem sons que ecoam por longas distâncias. Para tal finalidade, usam códigos de sons e toques que funcionam como um código morse”, explica a bióloga.
Características
A planta pode atingir até 70 m de altura e 3 m de diâmetro de caule. Além da grandeza e do porte que a destacam entre outras espécies, a sumaúma apresenta as sapopemas (ou sapopembas) – raízes de formato achatado e extenso, ligadas ao tronco como colunas de sustentação.
Patrícia comenta que, em sua região nativa, ela apresenta ciclo sazonal evidente, com processos de desfolha, floração, frutificação e surgimento de novas folhas. “As folhas são alongadas e apresentam entre cinco e nove folíolos. As flores são de cor branca ou amareladas, e a polinização é realizada principalmente por morcegos. Os frutos medem cerca de 15 cm e a dispersão das sementes é realizada pelo vento”, diz. Quando os frutos se rompem, liberam as sementes envolvidas pela paina.
Uso medicinal
A bióloga afirma que a árvore é amplamente conhecida pelos povos tradicionais por suas propriedades anti-inflamatória, diurética, antibacteriana e antifúngica. “A seiva é muito usada na medicina popular para melhorar e aliviar casos de conjuntivite, enquanto as cascas têm efeito diurético”, complementa.
Cultivo
A sumaúma deve ser propagada preferencialmente por sementes, pois mudas por estaquia costumam apresentar menor resistência. Por ser uma planta típica de clima tropical, não tolera frio. “Essa árvore cresce em áreas inundadas ou pantanosas de várzea, podendo ser cultivada em terra firme com solo argiloso. É relatado que não frutifica acima dos 450 m de altitude e que necessita de temperatura noturna acima dos 20 °C para florescer”, pontua Patrícia.
A espécie aprecia o sol pleno. Logo nos primeiros 45 dias após a germinação, as jovens plantas devem ser mantidas em locais com sombreamento moderado, sendo, depois deste período, transferidas para exposição total ao sol.
Curiosidades
Conhecida como "Árvore da Vida" e "escada do céu", a sumaúma é cultuada como sagrada pelas civilizações pré-colombianas, e popular como "mãe-das-árvores" pelas comunidades indígenas da Amazônia.
A espécie é uma PANC (Planta Alimentícia não Convencional) e suas folhas jovens são consumidas cruas em saladas ou cozidas em outros preparados.
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Paisagismo/noticia/2021/12/sumauma-arvore-rainha-gigantesca-e-sagrada-da-amazonia.html
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