QUEM É BUDA E O QUE É O BUDISMO?

 


Buda

Ilustração de Buda durante meditação.

Quem é Buda:

Buda significa iluminado em sânscrito, antiga língua sagrada da Índia. Buda é um título dado a um mestre budista ou a todos os iluminados que alcançaram a realização espiritual do budismo.

Um exemplo de Buda foi Sidarta Gautama, que nasceu por volta de 556 a.C., em Kapilavastu, capital de um pequeno reino próximo ao Himalaia, na atual fronteira do Nepal. Filho do Rei Sudodano, Sidarta foi educado para ser um guerrilheiro e seria o herdeiro do trono de seu pai.

Sidarta estudou com os melhores tutores, praticou esportes, artes marciais e era dotado de uma inteligência ímpar. Sua vida era repleta de luxos e confortos, mas quando saía do palácio e se deparava com a pobreza, a doença e a morte, sentia-se inquieto e buscava entender o sofrimento do ser humano.

A busca pelo fim do sofrimento

Contrariando a vontade de seu pai, aos 29 anos, Sidarta decidiu sair do palácio. Seu objetivo era buscar o conhecimento que livra o homem do sofrimento e lhe dá serenidade. Durante 6 anos Sidarta viajou por seu país atrás de mestres espirituais e práticas de meditação.

Tornou-se um discípulo dos ascetas, que acreditavam que abster-se dos prazeres psicológicos e físicos era o caminho para encontrar o desenvolvimento e equilíbrio emocional. Sidarta praticou o ascetismo com bastante disciplina durante 6 anos.

O ascetismo pregava severos jejuns e durante um desses períodos sem se alimentar, Sidarta foi purificar-se em um rio e desfaleceu. Uma mulher lhe ofereceu comida e seus colegas ascetas, ao verem Sidarta se alimentando, acreditaram que ele havia traído seus princípios e o abandonaram.

Sidarta seguiu sozinho em uma nova fase de meditações em busca da elevação espiritual. Foi quando em um dia, depois de um banho no rio Nairanjana, Sidarta sentou-se embaixo de uma figueira e meditou profundamente. Acredita-se que ele tenha meditado por vários dias.


Essa meditação o levou à iluminação, à descoberta da verdade e foi a partir de então que se intitulou de Buda - aquele que despertou do sono da ignorância, que se iluminou.

Nessa ocasião, Buda estava com 35 anos e dedicou-se até o fim de sua vida para levar os seus conhecimentos para outras pessoas que, assim como ele, buscavam a iluminação. Os ensinamentos que Buda alcançou ao longo dessa jornada foram organizados nas Quatro Nobres Verdades.

As Quatro Nobres Verdades

  • A verdade do sofrimento: o sofrimento é uma parte inescapável da vida.
  • A verdade da causa do sofrimento: a origem do sofrimento está em nossa mente, nos apegos e desejos que temos na vida.
  • A verdade da extinção do sofrimento: o sofrimento pode ser extinto se o estado de consciência e desapego elevados forem atingidos - o nirvana. Esse estado evoluído é alcançado por meio da meditação.
  • A verdade do caminho de oito aspectos para a extinção do sofrimento: esse conjunto de verdades é o caminho que leva ao fim do sofrimento, chamado caminho óctuplo. Esse caminho trata-se da busca pelo equilíbrio na vida, sem extremismos positivos ou negativos.

Ensinamentos budistas do caminho óctuplo

  1. Compreensão correta: compreender a vida como ela é, conforme as quatro nobres verdades.
  2. Pensamento correto: baseado na compreensão correta, é o pensamento livre da raiva, da cobiça e da ignorância.
  3. Fala correta: uma fala que não é arrogante, difamatória ou amarga.
  4. Ação correta: ter bons hábitos de alimentação, exercício, sono e trabalho.
  5. Meio de vida correto: não ter um trabalho que viole os princípios do Budismo.
  6. Esforço correto: esforço em tornar-se mais sábio, em evoluir espiritualmente.
  7. Atenção correta: atentar-se para os ensinamentos do Buda e não deixar que a mente dê atenção à raiva e à ignorância.
  8. Concentração correta: concentrar-se na paz e tranquilidade proporcionadas pela sabedoria budista e pela meditação.

O Budismo

Budismo é uma doutrina filosófica e religiosa que segue os ensinamentos do Buda Sakyamuni. De acordo com as crenças budistas, as pessoas podem se livrar do ciclo de sofrimento pela prática da generosidade, compaixão e desapego, estado de profunda iluminação, que pode ser atingido pela meditação.

Originou-se e propagou-se por toda Índia durante três séculos após a morte de Buda. Em seguida, o budismo se espalhou pela Ásia toda, mas perdeu força no seu país de origem, onde prevaleceu o Hinduísmo. A partir do século XIX, o Budismo começou a ganhar adeptos na Europa.

Budismo

Tudo o que precisa saber sobre o Budismo:

Budismo é uma religião e filosofia orientais, fundada na Índia, em VI a.C., por Siddhartha Gautama, o Buda (“o desperto” ou “o iluminado” em sânscrito).

A filosofia budista é guiada pelos ensinamentos de Buda, que conduzem o indivíduo a uma felicidade plena, através das práticas meditativas, do controle da mente e da autoanálise de suas ações diárias.

O budismo é reconhecido como uma filosofia de vida, porque os ensinamentos de Buda são focados na razão e na análise individual de cada ser humano.

Os budistas acreditam que a consciência física e espiritual leva à iluminação e elevação, o chamado nirvana.

Nirvana é o estado mais alto da meditação. Segundo Buda, é quando o indivíduo encontra a paz e a tranquilidade, cessando as oscilações dos pensamentos e das emoções, se livrando do sofrimento do mundo físico.

Atualmente está entre as 10 maiores religiões do mundo, com milhões de praticantes no Oriente e no Ocidente. Uma de suas maiores características é o ateísmo, ou seja, o budismo não crê em um deus ou qualquer outro ser supremo.

As principais crenças do Budismo são:

  • O caminho para a libertação do sofrimento do indivíduo está na autoconsciência, nas práticas meditativas e em fazer o bem a si e ao outro;
  • O budismo também acredita no ciclo da encarnação e reencarnação, o chamado Samsara.
  • A filosofia aplica a lei do Karma, pregando que todas as ações geram consequências boas ou ruins para esta e outras reencarnações;
  • Ensina que o indivíduo é capaz de desconstruir as raízes e as causas do seu sofrimento ao controlar sua mente, entendendo que nada na vida é fixo ou permanente, alcançando a felicidade plena;
  • E o principal objetivo da doutrina é fazer com que cada um de seus seguidores encontre “o despertar” através do Nirvana, como Buda alcançou.

A doutrina budista é dividida em duas escolas budistas principais:

  • Theravada, a escola budista tradicional e mais antiga,
  • Mahayana, criada por leigos e pessoas comuns e da qual faz parte o Budismo Tibetano, o Zen, o Budismo Terra Pura, entre outras linhas.

A base de todas as linhas budistas são as chamadas Três Joias, conhecidas também como Três Tesouros ou Três Refúgios, considerados os 3 bens mais valiosos da religião:

  • Buda (O iluminado): todas reconhecem Buda como o Grande Mestre, aquele que proporcionou os ensinamentos para a libertação da mente e do sofrimento;
  • Dharma (os ensinamentos de Buda): qualquer vertente budista segue todos os ensinamentos de Buda, mesmo que os interprete de maneiras distintas;
  • Sangha (a comunidade): é o corpo que forma a comunidade budista, ou seja, os monges e monjas e seus seguidores.

Esta base dá as forças necessárias para aceitar aquilo que não pode ser mudado e encontra a energia para agir naquilo que pode ser ajustado.

Origem e história do budismo

A história do Budismo inicia através de Siddhartha Gautama. Um príncipe do clã Shakya, que nasceu e cresceu no luxo de seu palácio, no século VI a.C., no sul do Nepal, na Índia.

O raja Suddhodana, pai de Siddhartha, protegeu o filho do mundo exterior, para que ele não convivesse com as aflições humanas, como a fome, a morte, as doenças e as injustiças sociais.

Porém, aos seus 29 anos, o então príncipe saiu de seu castelo, fugido do seu pai, e conheceu o sofrimento humano de perto.

Naquela mesma noite, decidiu renunciar sua vida luxuosa e o trono, com o objetivo de descobrir uma maneira de aliviar o sofrimento humano.

Nos primeiros 6 anos de sua peregrinação, ele acompanhou alguns mestres espirituais da época, os ascetas. Através das práticas dessa filosofia, Siddhartha experienciou a renúncia do prazer e a mortificação, um tipo de auto penitência física severa, como longos jejuns.

Sem resultados para o seu objetivo de acabar com o sofrimento da humanidade, Siddhartha abandonou a vida asceta.

Aos seus 35 anos, sentado em profunda meditação, Siddhartha alcançou o nirvana. Esse é o estado mais alto da meditação, quando o indivíduo encontra a paz, ao desconstruir as causas do seu próprio sofrimento, se libertando das aflições físicas e emocionais do mundo físico.

budaRepresentação de Shakyamuni Buda, no Mosteiro de Thiksey, no noroeste da Índia.

Assim, Siddhartha tornou-se Buda (ou Shakyamuni Buda, devido ao seu clã Shakya), o iluminado, deixando claro que qualquer outro ser humano poderia se tornar buda ao atingir este mesmo estágio.

Foi então que, mesmo sendo acusado por seus seguidores e mestres da época, ele escolheu “o caminho do meio”. Este caminho é definido por ele como aquele que leva o indivíduo à libertação, sem qualquer tipo de extremismo religioso ou físico, o que conhecemos hoje como o Budismo.

Depois de encontrar o caminho, ele passou a proferir sua palavra para os outros monges, que se tornaram seus discípulos, propagando seus ensinamentos.

Características do budismo

O budismo possui características que o diferencia de muitas outras religiões, até mesmo as do Oriente, de onde nasceu. As principais são:

  • É uma religião e filosofia ateísta, que não acredita em um deus supremo ou qualquer outra divindade;
  • É considerada uma filosofia porque os Ensinamentos de Buda são voltados para análise individual e razão de cada indivíduo;
  • O budismo acredita que qualquer ser humano é capaz de alcançar a iluminação através do Nirvana e, assim, se tornar Buda;
  • Buda dizia que seus ensinamentos (o Dharma) estão disponíveis para qualquer pessoa, sem exclusão de etnia, raça, classe social ou qualquer outro motivo;
  • O budismo utiliza a meditação como forma de autoconhecimento. Sendo assim, quando o indivíduo conhece a si mesmo, passa a enxergar a vida e as pessoas de outra forma, entendendo as raízes do seu sofrimento e suas práticas nocivas a ele mesmo e ao outro;
  • A filosofia budista não condena ter bens materiais e riquezas. Mas diz que o sofrimento está no apego a esses bens e a vontade insaciável de querer além do que já possui;
  • No budismo, a prática do bem é importante devido ao conceito do Karma, onde Buda dizia que toda ação gera uma karma para esta e outras vidas;
  • Diferente como muitos pensam, a yoga não é uma prática budista. A atividade foi sendo inserida no budismo devido à aproximação da religião com o Hinduísmo, que adota a prática;

Os principais ensinamentos do budismo

O ensinamento principal do budismo é instruir o homem ao desejo de, em qualquer circunstância, fazer o bem e não o mal.

Porém, os ensinamentos de Buda (Dharma) são muito mais profundos e têm por objetivo ajudar aos seus seguidores a alcançar a plenitude da vida real através das 4 Nobres Verdades. São elas:

  1. A insatisfação existe (Nobre Verdade do Sofrimento)
  2. Há causas que geram a insatisfação (Nobre Verdade da Causa do Sofrimento)
  3. A insatisfação pode ser resolvida (A Verdade da Extinção do Sofrimento)
  4. O caminho Óctuplo de Buda - a solução prática para a insatisfação

Na quarta verdade, conhecida como o Caminho Nobre de Oito Aspectos ou Roda do Dharma, Buda fala sobre as práticas diárias a morte do ego e do apego que são as causas do sofrimento humano.

Buda construiu uma jornada que, segundo ele, ao ser praticada pelo indivíduo, cessa a insatisfação e sofrimento.

  1. Compreensão correta: para Buda, devemos enxergar tudo à nossa volta como um grande sistema, em que dependemos uns dos outros, para assim alcançar a harmonia e a compreensão de que nada nem ninguém é fixo;
  2. Aspiração correta: Buda ensina que todo indivíduo deve questionar se o que você faz é fruto do ego e se essas ações afetam negativamente outras pessoas;
  3. A fala correta: para o budismo, tudo o que é dito constitui o ser, por isso, todo indivíduo deve ser cauteloso com o que externaliza para o outro através da fala;
  4. A ação correta: para Buda, qualquer ação não pode ser prejudicial para outra pessoa, nem mesmo que de forma indireta;
  5. O meio de vida correto: Buda ensina que o trabalho de qualquer indivíduo deve ser sempre um meio de ajudar a si mesmo e outras pessoas e nunca prejudicar;
  6. O esforço correto: este ponto fala principalmente sobre largar atitudes nocivas que remetem a negatividade, como vícios, por exemplo;
  7. Atenção correta: um dos pontos principais do budismo é estar consciente de todas as ações do corpo e da mente. Também é chamada de atenção plena e significa estar vivendo o presente, o agora, em qualquer ação do dia a dia;
  8. Concentração correta ou meditação contemplativa: através desta meditação, segundo Buda, é possível chegar a gratidão e a contemplação da sua própria existência, de maneira real e consciente.

Para o budismo, estes ensinamentos são alcançados através de uma única prática: a meditação.

Neste caso, as práticas meditativas têm por objetivo atingir o nirvana. Assim, o indivíduo se torna Buda, um ser desperto de sua própria existência, sem apego às atitudes ou circunstâncias do ego, praticando o bem a si mesmo e ao outro.

Significado de Nirvana

O que é Nirvana:

Nirvana é uma palavra do contexto do Budismo, que significa o estado de libertação atingido pelo ser humano ao percorrer sua busca espiritual.

O termo tem origem no sânscrito, podendo ser traduzido por "extinção" no sentido de “cessação do sofrimento”.

Um dos temas fundamentais da doutrina budista, em sentido mais amplo, nirvana indica um estado eterno de graça. Também é visto por alguns como uma forma de superação do karma.

É uma renúncia ao apego material que não eleva o espírito e apenas traz sofrimento. Através da meditação se consegue percorrer os passos fundamentais para chegar ao nirvana, considerado como a última etapa a alcançar pelos praticantes da religião.

Nirvana é utilizado num sentido mais geral para designar alguém que está num estado de plenitude e paz interior, sem se deixar afetar por influências externas. Também se emprega com o sentido de aniquilamento de certos traços negativos da própria personalidade, porque a pessoa consegue se livrar de tormentos como orgulho, ódio, inveja ou egoísmo, sentimentos que afligem o ser humano impedindo-o de viver em paz.

Em sentido figurado, nirvana muitas vezes é uma palavra usada com um sentido depreciativo, indicando um estado de apatia ou inércia.

Nirvana (banda de rock)

Nirvana é o nome de uma banda de rock criada em Aberdeen (estado de Washington), Estados Unidos, tendo como principal vocalista e guitarrista o lendário Kurt Cobain. Foi uma banda de bastante sucesso nas décadas 80 e 90 do século XX. A banda foi extinta com o suicídio do seu líder Kurt Cobain, em 1994. Após sua morte vários discos foram lançados, perpetuando o sucesso da banda entre os fãs.

Em 24 de Setembro de 2011, o segundo disco da banda, Nevermind, que contém uma das suas mais famosas canções “Smells Like Teen Spirit”, completou 20 anos de lançamento.

Significado dos Símbolos do Budismo

Os oito símbolos esperançosos do budismo tiveram origem ainda na Índia e estão presentes até os dias atuais nos mosteiros e escolas budistas, principalmente as tibetanas. São eles:

A Roda do Dharma

A Roda do Dharma é a representação do caminho Óctuplo que Buda ensinou após se tornar um ser iluminado.

Os 8 raios da roda sinalizam os oito ensinamentos de Buda: Compreensão Correta, Aspiração Correta, Fala Correta, A Ação Correta, O Meio de Vida Correto, o Esforço Correto, a Atenção Correta e a Meditação Contemplativa.

roda do dharma

O Nó Infinito

O Nó Infinito simboliza que tudo está interligado e possui uma causa e um efeito. É também o símbolo do conhecimento infinito de Buda, explicando que sua sabedoria e compaixão estão interligadas.

no_infinito_budismo

Guarda Sol

O Guarda Sol simboliza a proteção do sofrimento. A cobertura colorida simboliza a sabedoria e a cúpula de proteção representa a compaixão.

guarda sol budista

A Flor de Lótus

A Flor de Lótus é um dos maiores símbolos do budismo. É um tipo de flor que nasce na lama e se abre quando é exposta ao sol.

Para o budismo, a flor de lótus representa o ser humano, que tem suas raízes em sofrimentos e insatisfações (caule), mas que pode alcançar a iluminação (a flor).

flor de lotus

A Concha

A Concha simboliza o som do Dharma, os Ensinamentos de Buda.

concha budista

Peixes Dourados

Os peixes dourados representam a capacidade do indivíduo de ser livre, sem medo de mergulhar no seu sofrimento para entender suas raízes. Além disso, também representam os rios Ganges e Yamuna, que são sagrados na Índia.

peixes dourados budismo

O Vaso

O Vaso é o símbolo da abundância e representa o conhecimento espiritual de Buda, que é infinito e abundante.

baso_budista

A Bandeira da Vitória

A Bandeira da Vitória simboliza a conquista da sabedoria de Buda sobre a ignorância. A bandeira da vitória foi usada por Buda como sinal da vitória sobre os impedimentos espirituais para a iluminação, ou seja, as circunstâncias da vida, sejam físicas ou espirituais, que possam impedir o ser humano de progredir espiritualmente.

bandeira da vitória budista

Tipos de Budismo

Após a morte de Buda, duas escolas budistas chamadas Theravada e Mahayana foram criadas para representar seus ensinamentos. Porém, elas se diferenciavam nas interpretações sobre os ensinamentos de Buda (Dharma), e se dividiram ao longo do tempo.

Vale lembrar que todas as vertentes budistas seguem os ensinamentos de Buda e aceitam as 4 Nobres Verdades como base para seus seguidores. Mas, praticam e acreditam de maneiras diferentes para alcançar a iluminação.

Theravada: a vertente ortodoxa e mais antiga do budismo

A escola Theravada foi criada logo após a morte de Buda e domina o sudeste da Ásia, em países como o Camboja e a Tailândia.

Esta vertente segue as tradições ortodoxas que prevaleceram na Índia há 2.600 anos, se baseando nas escrituras do Tipitaka, que foram os ensinamentos recitados oralmente por Buda. Eles acreditam que, ao seguirem esses escritos, alcançarão a iluminação através de um esforço individual.

Um forte aspecto dessa escola é que acreditam que somente os monges anciãos possuem a autoridade para transmitir estes ensinamentos e que devem ser respeitados e ouvidos.

Mahayana: a escola budista criado por leigos

A escola Mahayana foi criada por pessoas leigas e comuns que acreditavam em dois pontos principais: o poder da compaixão e que cada indivíduo carrega dentro de si o potencial para o estado Buda.

Diferente dos Theravadas, os Mahayanas acreditam que os seguidores podem buscar a iluminação através de outros seres superiores, os chamados bodhisattvas.

Eles são seres humanos que estão prestes a atingir o seu estado iluminado, mas adiam essa iluminação para ajudar outros seres.

Ela foi implementada no norte da Ásia e foi através desta escola que surgiram tradições importantes como o Zen Budismo, Budismo Tibetano, Budismo Terra Pura e Budismo Tântrico.

Outras vertentes budistas

Existem outras diferentes vertentes do Budismo, construídas ao longo do tempo. Por exemplo, o Budismo Nitiren ou Budismo de Nitiren tem como fundamento os ensinamentos de Nitiren, um monge japonês que viveu no século XIII.

O Budismo Kadampa, outra linhagem de pensamento budista, foi uma escola criada pelo mestre budista indiano Atisha.

O Budismo Tibetano, também chamado de Lamaísmo, é uma prática com forte presença no Brasil, sendo o líder Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, sua figura mais representativa.

Diferença entre Budismo e Hinduísmo

O Budismo e o Hinduísmo são duas tradições religiosas e filosóficas que surgiram na região da Índia. As duas apresentam muitas semelhanças nas crenças, como os conceitos de dharma, karma e samsara.

No entanto, as principais diferenças se dão no terreno das práticas. No hinduísmo existe a busca da consciência em Deus e consequente adoração das divindades como caminho da salvação, o que é muito diferente da busca pela iluminação espiritual budista.

Entre as práticas do hinduísmo está a divisão da sociedade hindu pelo sistema de castas, o que diverge do conceito de igualdade entre os seres defendido pelos budistas. O Hinduísmo seria anterior ao Budismo, tendo já mais de quatro mil anos.

Budismo no Brasil

O Budismo foi introduzido no Brasil no começo do século XX. No dia 18 de Junho de 1908, chegava ao Brasil Tomojiro Ibaragui, mais conhecido como Ibaragui Nissui, o primeiro monge budista do Brasil.

A filosofia é difundida desde então em todo o país, muito em função pela grande imigração japonesa, que tem como religião principal o budismo. Os principais templos budistas do Brasil estão localizados em Três Coroas (RS), e o Templo Zu Lai em Cotia (SP).

Budismo Tibetano

O que é o budismo tibetano:

Budismo tibetano é uma vertente do budismo, conhecido por apresentar um caráter místico mais acentuado, expresso por meio de seus rituais de meditação e da elaborada reprodução artística.

Também conhecido como vajrayana ou lamaísmo, o budismo tibetano segue o pensamento Mahayana ou Maaiana, onde há uma forte relação entre os alunos e os lamas (mestres). Aliás, o uso do termo Lamaísmo deriva justamente da palavra lama, que significa "mestre" na língua tibetana.

O budismo tibetano é caracterizado pelo exercício aprimorado das meditações, que são feitas em grandes rituais, incluindo a leitura de textos litúrgicos (saddhanas), estimulação de visões mentais e acompanhadas de instrumentos musicais. O lamaísmo também é conhecido pelo seu evidente senso artístico, reproduzido através de elaboradas esculturas, pinturas, entre outras expressões da arte.

Dalai Lama é o maior representante do budismo tibetano, sendo que este costuma ser dividido em diferentes escolas. As principais são: Gelug, Kagyu, Nyingma e Sakya.

O uso da expressão budismo tibetano não é reconhecido pelos orientais, mas apenas entre os ocidentais. Aliás, de acordo com alguns autores, seria incorreto fincar uma diferenciação entre o budismo indiano e o tibetano, uma vez que não existiriam distinções entre as duas correntes que justificassem tal ato.

Símbolos do Budismo tibetano

No budismo existem os oito símbolos auspiciosos, que representam os presentes e oferendas que os deuses teriam feito à Buda.

Os Oito Símbolos são:

Flor de Lótus

Flor de lótus

Um dos símbolos mais importantes para o budismo. Esta flor é conhecida por nascer em pântanos, mas mesmo assim ser belíssima. Assim, o seu significa representa a ideia de que mesmo em meio as terríveis coisas mundanas, uma pessoa pode se manter pura e intacta.

Flor de Lótus

O que significa a Flor de Lótus:

No oriente, a flor de lótus significa pureza espiritual. O lótus (padma), também conhecido como lótus-egípcio, lótus-sagrado ou lótus-da-índia, é uma planta aquática que floresce sobre a água.

Flor de Lótus

No simbolismo budista, o significado mais importante da flor de lótus é pureza do corpo e da mente. A água lodosa que acolhe a planta é associada ao apego e aos desejos carnais, e a flor imaculada que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação espiritual.

É simbolicamente associada à figura de Buda e aos seus ensinamentos e, por isso, são flores sagradas para os povos do oriente. Diz a lenda que quando o menino Buda deu os primeiros passos, em todos os lugares que pisou, flores de lótus desabrocharam.

Nas religiões asiáticas, a maior parte das divindades costumam surgir sentadas sobre uma flor de lótus durante o ato de meditação.

Na literatura clássica de muitas culturas asiáticas, a flor de lótus simboliza elegância, beleza, perfeição, pureza e graça, sendo frequentemente associada aos atributos femininos ideais.

A flor de lótus representa um mistério para a ciência, que não consegue explicar a característica própria que possui de repelir microorganismos e partículas de pó.

flor de lótus

É uma flor muito usada em tatuagens com diferentes significados associados a cada cor da flor. No Japão esta flor é muitas vezes tatuada em conjunto com o peixe koi, significando individualidade e força.

Na Yoga, a posição de Lótus (Padmásana) é a postura tradicional de meditação, em que a pessoa sentada entrelaça as pernas e pousa as mãos sobre os joelhos.

Significado das Cores da Flor de Lótus

  • Lótus Azul: remete para o triunfo do espírito em relação aos sentidos, significa sabedoria e conhecimento. Esta flor nunca revela o seu interior, porque está quase sempre totalmente fechada.
  • Lótus Branca: está relacionada com a perfeição do espírito e da mente, estado de pureza total e natureza imaculada. Normalmente é representada com 8 pétalas.
  • Lótus Vermelha: revela a candura e natureza original do coração. Esta flor corresponde às qualidades do coração, como o amor, paixão e compaixão. É também conhecida como a flor do Buda da Compaixão, Avalokitesvara.
  • Lótus Rosa: apesar de muitas vezes ser confundida com a flor de lótus branca, a lótus rosa é a mais importante e especial de todas as lótus, estando relacionada com personagens divinas, como é o caso do Grande Buda.

A flor de Lótus fechada ou em botão é um simbolismo das infinitas possibilidades do Homem, enquanto que a flor de lótus aberta representa a criação do Universo.

Flor de Lótus na Mitologia Grega

Na mitologia grega, os Lotófagos são um povo que vivia numa ilha perto do Norte de África e que como o nome indica, comiam plantas e flores de lótus. Estas plantas têm o efeito de um narcótico que causa um sono pacífico e também amnésia a quem as ingerir.

Na Odisseia de Homero, existe um episódio em que três homens são enviados para a ilha de forma a investigá-la. No entanto, por comerem as flores de lótus como os restantes habitantes, esquecem que têm que voltar para o barco. Mais tarde, Ulisses consegue resgatar os homens e teve mesmo que os amarrar ao navio para que eles não voltassem para a ilha. Através desta história, Homero demonstra toda a sua criatividade e conhecimento a respeito do ser humano, porque a amnésia causada pela flor de lótus é uma coisa que muitas pessoas desejam: a possibilidade de começar de novo, de renascer e apagar o passado.

Roda do Dharma

Roda do dharma

Faz referência aos ensinamentos de Buda, responsáveis por dar início a uma engrenagem de reflexões e pensamentos que levam à iluminação.

Banner da Vitória

banner da vitória

Representa a vitória de Buda sobre Mara, o senhor das ilusões.

Nó sem Fim

nó sem fim

Representa a ideia de que quando algo é resolvido (finalizado), algo novo surge. Há sempre algo que se antecede, ou seja, ninguém sabe como ou quando começa e nem como será o fim. Este símbolo também representa a sabedoria infinita de Buda, além de servir para lembrar de como o tempo é curvo e cíclico.

Par de peixes dourados

par de peixes

Representa a felicidade plena, abundância e fertilidade daqueles que vivem no chamado "oceano de samsara".

Vaso de tesouros

vaso de tesouros

Referente ao formato do ventre, onde brota toda a criação. Para o budismo, este consiste num vaso de tesouros e imortalidade.

Guarda-sol

guarda sol

Representa a proteção contra os vários sofrimentos que enfraquecem as pessoas.

Concha branca

concha branca

Representa o som melodioso do dharma que alcança distâncias longínquas e que é ouvido pelos praticantes do budismo de bom coração. Representa o "chamado" que motiva as pessoas a fazerem o bem para todos os seres.

Budista acredita em Deus? (e 5 outras perguntas sobre o budismo respondidas)

Não, budista não acredita em Deus. A religião budista na sua forma clássica não é teísta, ou seja, não possui um Deus.

O Budismo é uma religião e filosofia orientais, fundada por Sidarta Gautama, o Buda. Buda não se acreditava uma divindade que devesse ser adorada, e sim um guia espiritual com seguidores de suas crenças e práticas.

Buda significa "o iluminado".

Em que acreditam os budistas?

A filosofia budista é guiada pelos ensinamentos de Buda, e acredita que o caminho para a libertação está na consciência que pode ser alcançada por práticas e crenças espirituais, como a meditação.

Os budistas acreditam que a consciência física e espiritual leva à iluminação e elevação, o chamado nirvana. É o plano mais alto de consciência, onde o ser está livre da dor do mundo físico.

O Budismo ensina a reencarnação?

O Budismo também acredita que todos os seres possuem encarnações e reencarnações. Por isso o indivíduo deve ser bom a todos os seres, já que em outra vida pode-se experienciar aquela forma. Este ciclo de reencarnação é chamado de Samsara.

Quantos budistas existem no mundo?

Com cerca de 400 milhões de praticantes em todo o mundo, é uma das maiores religiões do mundo, e não só no oriente.

O que a religião budista prega?

A doutrina budista é dividida em dois grandes ramos: Theravada, a escola budista mais antiga, e Mahayana, da qual faz parte o Budismo Tibetano, o Zen, entre outras linhas.

As Três Joias, também conhecidas como Três Tesouros, Três Refúgios ou Gema Tripla, são as bases das tradições e práticas budistas. São elas:

  • o Buda (O iluminado);
  • o Dharma (a lei suprema ou doutrina pregada por Buda) ;
  • Sangha (o grupo formado pelos discípulos do budismo).

Esta base dá as forças necessárias para aceitar aquilo que não pode ser mudado, encontra energia para agir naquilo que pode ser ajustado, e principalmente a consciência e o discernimento de uma coisa ou outra.

Existem "tipos" diferentes de budismo?

Existem diferentes vertentes do Budismo. Por exemplo, o Budismo Nitiren ou Budismo de Nitiren tem como fundamento os ensinamentos de Nitiren, um monge japonês que viveu no século XIII.

O Budismo Kadampa, outra linhagem de pensamento budista, foi uma escola criada pelo mestre budista indiano Atisha.

Dharma

O que é o dharma:

Dharma, ou darma, é uma palavra em sânscrito que significa aquilo que mantém elevado. Também é entendido como a missão de vida, o que a pessoa veio para fazer no mundo.

A raiz dhr na língua antiga do sânscrito significa suporte. Mas a palavra encontra significados mais complexos e profundos quando aplicada à filosofia budista e à prática do Yoga.

Não existe correspondência ou tradução exata de dharma para as línguas ocidentais.

O Dharma budista diz respeito aos ensinamentos do Buddha Gautama, e é uma espécie de guia para a pessoa alcançar a verdade e a compreensão da vida. Pode ser chamado também de "lei natural" ou "lei cósmica".

Os sábios orientais pregam que a forma mais fácil de uma pessoa se conectar com o universo e a energia cósmica é seguir as leis da própria natureza, e não ir contra elas. Respeitar seus movimentos e fluir conforme a lei natural indica. Isto faz parte da vivência do dharma.

Perceber e viver de acordo com o seu próprio dharma é a chave para a iluminação, para uma vida plena. É também associado à capacidade de um ser prestar um serviço aos outros. Então aceitar e trabalhar o seu dharma é uma forma de servir aos outros, e também leva à conexão com o universo.

Uma das formas de desenvolver o dharma é com a prática da meditação, para que o indivíduo se coloque em contato com os sentidos. Outra forma é com a prática do Yoga.

No Yoga, o dharma é a essência da existência baseada na verdade. E o dharma pode ser transmitido do mestre para o discípulo de for o caso de haver uma passagem de compreensão entre um e outros.

Dharma e Karma

O Karma é outro conceito da sabedoria oriental, e uma das leis dhármicas.

Karma vem da raiz kr em sânscrito, que significa fazer. Karma é uma ação. Funciona como a lei da ação e reação, da física ocidental de Isaac Newton.

No âmbito espiritual, o karma é a reação do universo em relação aquilo que a pessoa faz em toda a sua existência, incluindo outras passagens pelo universo, ou seja, outras vidas. Tanto as boas ações, como as más.

Saiba mais sobre o significado do Karma.

Para cumprir o dharma é preciso que haja a ação kármica. Ou seja, cada escolha diária, inclusive as menores decisões, influenciarão no fluxo da vida e no caminho para a consciência.

Significado de Karma

O que é o karma:

Karma, ou carma, é uma palavra do sânscrito (antiga língua sagrada indiana) que significa ação ou ato deliberado. É um termo da religião budistahinduísta jainista, adotado posteriormente pelo espiritismo.

Na Física, o karma equivale à Terceira Lei de Newton: "Toda ação possui uma reação de igual intensidade, mas em sentido oposto." Ou seja, para cada ação que um indivíduo pratica haverá uma reação. Dependendo da religião, o sentido do termo pode variar, mas costuma estar relacionado à ação e suas consequências.

A lei do karma ajusta o efeito à sua causa. Isto é, o bem ou o mal que praticamos durante a vida nos trará consequências boas ou más nesta existência ou nas próximas. Essa lei é imutável, sendo conhecida em várias religiões como “justiça celestial”.

Nas suas origens, a palavra karma significava "força" ou "movimento". Entretanto, a literatura pós-védica expressa a evolução do termo para "lei" ou "ordem", definida muitas vezes como lei de conservação da força. Isso significa que cada pessoa receberá o resultado das suas ações. É um mero caso de causa e consequência.

Muitas religiões e filosofias da Índia não incluem os conceitos de culpa, castigo, remissão e redenção. Porém, o karma funciona como um mecanismo essencial para revelar a importância dos comportamentos individuais.

No budismo, o karma é usado para ressaltar a importância de desenvolver atitudes e intenções corretas.

Significado de Zen

O que é Zen:

Zen é um nome japonês da tradição Chan que surgiu na China e junta as suas origens ao Budismo. A pratica do Zen é um tipo de meditação contemplativa que visa levar aquele que pratica a uma experiência direta da realidade.

O termo zen também é muito utilizado por pessoas que procuram levar uma vida tranquila, não necessariamente que sejam adeptas ao budismo, mas que procuram evitar problemas e manter sempre a mente tranquila. Zen já foi um termo "de momento", era muito utilizado quando alguém ficava nervoso, então outros diziam que a pessoa tinha que ficar zen.

Zen na Escola Japonesa

O Zen na escola japonesa divide-se em duas escolas. A escola Soto que dá ênfase a meditação silenciosa, e a escola Rinzai que faz uso de enigmas ou charadas. O Zen é uma das escolas budistas mais conhecidas no ocidente. As raízes da escola Zen vêm do budismo indiano, que refere o estado de concentração, da pratica meditativa.

São Paulo possui uma Escola Soto, que se localiza no bairro da Liberdade, onde existe a maior colônia japonesa do Brasil e, a maior população de japoneses fora do Japão.

Budismo

O Zen é um ramo da tradição budista, e baseia-se fundamentalmente nos ensinamentos de Buda, porém, através de sua história, o Zen também foi recebendo influências das diversas culturas dos países por onde passou. O Budismo é uma religião devotada a condicionar a mente de maneira a leva-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade.

A tradição Zen possui várias lendas que são contadas de geração para geração, e que fazem parte dos folclores chineses e japoneses. O Zen-Budismo tem origem no Sermão da Flor, quando Buda juntou seus discípulos para um discurso, e apanhando uma flor eles tentaram interpretar seu significado, mas não conseguiram entender corretamente que significava “sabedoria”.

Fonte:https://www.significados.com.br/



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