INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DESAFIA CRIATIVIDADE: A MÚSICA É DE ANITTA? O QUADRO É DE VAN GOGH? FAÇA O TESTE
Inteligência artificial desafia criatividade: a música é de Anitta? O quadro é de Van Gogh? Faça o teste
Atividades antes exclusivas da capacidade intelectual humana já são executadas por máquinas, como a ferramenta ChatGPT. Big techs travam corrida pela tecnologia
Por Carolina Nalin e Raphaela Ribas — Rio
29/01/2023 04h30 Atualizado há 19 horas
Escrever um livro, criar uma peça publicitária, compor uma música, formular respostas para uma prova de residência médica ou um texto para o MBA e até produzir uma obra de arte. Atividades ligadas à criatividade que eram consideradas exclusivas da capacidade humana já podem ser executadas por máquinas baseadas em inteligência artificial em poucos segundos. E parte das ferramentas está a um clique de todos.
A mais popular é o Chat GPT, espécie de robô virtual (chatbot) capaz de gerar conteúdos escritos, com base em probabilidade e padrões, a partir de um sistema de Inteligência Artificial (IA) alimentado por gigantescas bases de dados. O chatbot conversa com o usuário e, diferentemente de assistentes virtuais ou robôs de telemarketing, suas respostas se assemelham às humanas.
Em apenas cinco dias, o ChatGPT, lançado pelo laboratório de pesquisa OpenAI em novembro, superou a marca de um milhão de usuários, em uma demonstração do quanto a inteligência artificial pode mudar a forma como nos relacionamos com a internet e a produção de conhecimento. Não à toa, as big techs vivem uma corrida para assumir a liderança dessa nova etapa.
Outra ferramenta que ganha espaço é o Dall-E-2 (junção dos nomes de Salvador Dalí e do personagem WALL-E), também da OpenAI. Ela gera imagens, desde releitura de obras de arte até um design único em 3D. Basta que o usuário descreva o que procura.
Mas até que ponto as ferramentas já substituem a criatividade humana? Faça o teste abaixo e veja o resultado:
Disputa multiplica investimentos
De gigantes do mundo da internet a enxutas startups com ideias disruptivas, todos querem uma fatia do mercado do que promete ser a nova fronteira da IA. O desenvolvimento de modelos mais refinados nos últimos anos e o frenesi em torno do ChatGPT alimentam uma onda de investimentos no setor.
Há poucos dias, a Microsoft anunciou aporte de mais US$ 10 bilhões na OpenAI, detentora do Dall-E-2 e do ChatGPT, apontado como o primeiro rival capaz de ameaçar a liderança do Google, que há 20 anos consolidou seu império de buscas on-line.
A empresa fundada por Bill Gates já havia investido US$ 1 bilhão na OpenAI em 2019. Para contra-atacar, o Google voltou às origens, recorrendo aos fundadores, Larry Page e Sergey Brin, para tirar da gaveta dezenas de projetos de IA neste ano.
Elas não estão sozinhas. Em 2022, investidores de capital de risco injetaram ao menos US$ 1,37 bilhão em 78 negócios ligados à inteligência artificial generativa — capaz de produzir conteúdo. O volume é quase o total aplicado no segmento nos últimos cinco anos, segundo dados do PitchBook, empresa de pesquisa que fornece dados de investimentos.
O tema é tão central que o Departamento de Comércio dos EUA mapeou hubs globais de inteligência artificial fora dos EUA e informou que o financiamento global de IA dobrou para US$ 66,8 bilhões em 2021. No total, 65 empresas do setor atingiram valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão, patamar recorde.
Outros modelos de linguagem, como o LaMDA (sigla em inglês para Modelo de Linguagem para Aplicativos de Diálogo), do Google, e o OPT-175B, da Meta, buscam seu lugar ao sol. O contexto é favorável. A intensa produção de dados pelos usuários na web, as pressões por regulação de big techs e a recente onda de demissões exigem ganho de escala e maior produtividade:
— As empresas colocam a IA como agenda central. Há cinco anos, os resultados eram precários e o acesso, baixo. Hoje, qualquer usuário pode criar algo com a inteligência artificial a qualquer momento. E, quando você toca o mainstream, está em vias de impactar milhões de pessoas. Cria-se um mercado grande que pode ser alcançado — resume Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação.
Fonte:https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2023/01/inteligencia-artificial-desafia-criatividade-a-musica-e-de-anitta-o-quadro-e-de-van-gogh-faca-o-teste.ghtml?li_source=LI&li_medium=news-page-widget
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