Variante Ômicron: o que revela a primeira imagem produzida por cientistas. As áreas com mutações estão sinalizadas por cores: vermelho (mais de 70%), laranja (40% a 70%), amarelo (15% a 40%), verde (5% a 15%) e azul (1% a 5%) (Foto: Ospedale Pediatrico Bambino Gesù)
Seis fatos sobre a ômicron, a variante mais transmissível da Covid-19
A
ômicron é a última variante descoberta até o momento e já responde por mais de
99,7% das infecções de São Paulo
Publicado em: 07/02/2022
A variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 (B.1.1.529)
foi detectada na África do Sul e considerada uma variante de preocupação pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 26/11/2021. Desde então, se espalhou pelo
mundo: em meados de janeiro, já era a cepa predominante no planeta, tendo
provocado um aumento no número de casos de Covid-19 por onde passou. No Brasil,
ela causou um recrudescimento na pandemia, interrompendo um movimento de queda
no número de casos e mortes causadas pelo SARS-CoV-2.
De acordo com a Rede de Alerta das Variantes do
SARS-CoV-2, na 3ª semana epidemiológica de 2022 (16 a 22/1) a ômicron já
respondia por 99,7% das amostras positivas sequenciadas no estado de São Paulo.
Entenda seis fatos sobre a variante que preocupa o mundo e o que você pode fazer para se proteger dela.
Entenda seis fatos sobre a variante que preocupa o
mundo e o que você pode fazer para se proteger dela.
1) A ômicron é muito mais
transmissível que as outras variantes do SARS-CoV-2
A ômicron possui mais de 30 mutações na proteína
Spike, que tem o papel de levar o vírus do SARS-CoV-2 para dentro do organismo
humano. Algumas dessas mutações estão associadas ao potencial de escape imune
humoral e maior transmissibilidade. Além disso, ela infecta mais rapidamente os
tecidos do trato respiratório superior em vez dos pulmões, o que também
contribui para que se dissemine com mais facilidade. Como em muitos casos a
ômicron causa doença leve, isso pode resultar em uma menor taxa de detecção e,
portanto, contribuir ainda mais para a transmissão. A subvariante BA.2 é ainda
mais contagiosa, porém demonstra ter a mesma severidade da ômicron original,
afirmou recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS).
2) As vacinas funcionam contra a
ômicron
Segundo dados do Painel Coronavírus,
do Ministério da Saúde, entre 26/12/2021 e 1/1/2022 foram registrados 22.283
novos casos de Covid-19 no Brasil e 670 óbitos. Um mês depois, entre 23 e 29/1,
já sob o efeito da disseminação da ômicron, foram 1.305.447 novos casos e 3.723
mortes. Ou seja: o número de casos aumentou 58 vezes, enquanto o crescimento na
quantidade de mortes foi de cinco vezes. Especialistas são unânimes em atribuir
essa diferença à vacinação: 70% da população brasileira já completou o esquema
vacinal inicial contra a Covid-19. De acordo com pesquisadores da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), quase todas as mutações encontradas na ômicron,
exceto uma, haviam sido identificadas anteriormente em outras cepas, o que
explica por que as vacinas têm sido eficazes contra ela.
3) Quem não está vacinado corre
mais risco contra a ômicron
De acordo com a Agência de Segurança de Saúde do
Reino Unido e o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística
da Universidade de Cambridge, o risco de reinfecção por Covid-19 pela ômicron é
seis vezes maior entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados. De acordo com a OMS,
a maior parte das novas hospitalizações devido à variante são de pessoas que
não se vacinaram. A organização alerta que em locais onde há muita transmissão
de Covid-19, a ômicron se dissemina com velocidade sem precedentes, e que os
não vacinados são os mais atingidos. Também enfrentam mais risco pessoas idosas
e que tenham comorbidades.
4) Já ter tido Covid-19 não é
suficiente para se proteger contra ômicron
Um estudo feito por pesquisadores chineses da
Universidade Médica Hebei, em Shijiazhuang, e do Instituto de Microbiologia e
Epidemiologia de Pequim, na China, mostrou que pessoas que completaram o
esquema vacinal de duas doses com CoronaVac, vacina do Butantan e da Sinovac, e
depois foram infectados pela variante delta do vírus SARS-CoV-2 estão
protegidas contra a ômicron – o que não acontece com quem teve a doença mas não
tomou a vacina. De acordo com os cientistas, os níveis de anticorpos contra a
cepa original de Wuhan e contra a nova variante no grupo vacinado foi
significativamente maior do que o observado no grupo não imunizado.
5) A CoronaVac funciona contra a
ômicron
Diversos estudos têm mostrado evidências de que a
vacina do Butantan e da Sinovac funciona contra a nova variante. Uma pesquisa
realizada no Chile observou que indivíduos que tomaram a terceira dose da
CoronaVac possuem células T que reconhecem a proteína Spike da ômicron de
maneira equivalente à cepa original do SARS-CoV-2 e às variantes gama e delta,
o que indica que o imunizante pode conferir proteção contra a ômicron, assim
como contra as demais variantes de preocupação.
6) As medidas de proteção são
eficazes para diminuir a transmissão da ômicron
Segundo a OMS, as evidências mostram que as medidas
de proteção que já conhecemos muito bem – uso de máscara, distanciamento
social, higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel –
continuam extremamente importantes para combater a disseminação da ômicron.
Além disso, é importante evitar espaços confinados ou aglomerações, tossir ou
espirrar na dobra do cotovelo e ventilar os ambientes sempre que
possível.
Fonte:https://butantan.gov.br/noticias/seis-fatos-sobre-a-omicron-a-variante-mais-transmissivel-da-covid-19
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