O corpo é o nosso primeiro lar
- TEXTO ANAIZA SELINGARDI
- DATA: 22/04/2022
Quando nos desconectamos de nós mesmos,
escutar o corpo nos ajuda a despertar para uma existência com mais consciência
e sentido.
Uma inquietação de memórias me veio à
cabeça enquanto me preparava para escrever este texto. Pensando nesta morada
que é o meu corpo, nesta unidade indissociável que habito, mas que às vezes
foge de mim, deitei- -me no chão, olhei para o céu e, em minha mente,
chamuscaram lembranças. Recordei-me das aulas de teatro, ainda adolescente,
caminhando lentamente pelo espaço e buscando observar cada parte do meu corpo
com curiosidade e estranhamento. Passaram memórias da jovem mulher nas aulas de
dança, encarando o rosto no espelho da sala de aula e descobrindo os movimentos
e expressões que aquele corpo podia arriscar.
Fui levada, então, à mulher adulta em
busca do silêncio das aulas de ioga, treinando a percepção de cada parte deste
corpo inquieto e viajando por ele, de olhos fechados, enquanto as costas se
acomodavam no piso a cada inspiração e expiração. As memórias, de repente, me
trouxeram de volta para o momento presente, e pude reconhecer a jornalista que,
deitada, observava a movimentação no céu e as próprias sensações.
Junto com as lembranças e percepções
momentâneas, naquela pausa legítima, reencontrei, por um instante, o corpo que
habito, com todos os seus sentidos e sutilezas. Mas como parecia difícil ter
momentos como aquele no turbilhão do dia a dia! Grande contradição: entre
afazeres, obrigações, mensagens instantâneas, pensamentos estratégicos, nos
perdemos de nós mesmos, nos desconectamos do indissociável.
O tempo das coisas
“Nós não temos um corpo, nós
somos o nosso corpo”, nos lembra a bailarina, coreógrafa e professora de dança
e educação somática Jussara Miller. “A partir dessa percepção, o corpo torna-se
protagonista dos mo(vi)mentos da vida: o corpo em experiência, o corpo em
presença, o corpo em relação”, revela. Porém, muitas vezes nos distanciamos
dessa consciência de integralidade e perdemos a oportunidade de nos posicionar
diante da vida, despertos para a experiência do corpo sensível e da escuta de
si mesmo. “Atualmente, estamos vivendo com o olhar para fora, para o fazer, o
cumprir tarefas, e tudo com muita pressa, resultando na exaustão pelo
imperativo da produção. Com isso, nos atropelamos e abandonamos o corpo, como
se fosse possível separar-se dele”, reflete Jussara.
Aprender
a ouvir as movimentações do próprio corpo é um caminho para uma conexão íntima
consigo mesmo.
Questionada sobre o mesmo dilema, a
terapeuta de BodyTalk Isadora Ferreira atribui essa desconexão
da sabedoria do corpo ao estresse, principalmente aquele gerado pelo
imediatismo com o qual nos habituamos com o desenvolvimento da tecnologia. Ela
explica que a realidade multitelas e de atualizações rápidas faz com que
tenhamos gatilhos mentais de curiosidade e imediatismo constantes, já que, a
cada vez que rolamos a tela do celular, temos uma promessa de gratificação
instantânea. “Eu percebo que as pessoas estão ficando cada vez mais nervosas
quando elas precisam exercitar o mínimo de paciência, e isso contribui para que
queiram que tudo seja resolvido rapidamente”, explica a terapeuta.
Em contraposição ao imediatismo
imposto, nosso corpo tem seu próprio tempo. Mas, se tivermos disposição para
ouvi-lo, acessaremos uma sabedoria preciosa de fluidez e respeito aos processos
naturais que caracterizam nossa existência.
A sabedoria do corpo
“O nosso corpo é um espelho vivo
do que acontece dentro da nossa mente consciente e subconsciente”, explica
Isadora. Nessa perspectiva, ele estabelece uma conversa constante conosco por
meio de manifestações que revelam como internalizamos os acontecimentos da
nossa história, influenciados também pelas nossas crenças. Se olharmos com
interesse para esses sinais, podemos ir revelando e cuidando de questões que
não vieram à consciência e se espelham através do corpo.
O acesso a essa sabedoria exige, porém,
um querer para nos livrar de alguns comportamentos automáticos, como tomar um
remédio imediatamente para cessar uma dor. Ao percebermos a chegada de uma dor
de cabeça, por exemplo, a terapeuta nos propõe que, antes de remediar, possamos
incluir questionamentos que nos ajudem a contextualizar esse sintoma físico:
pergunte-se “quando?”, “como?”, “onde?”, “com quem?”. “Assim nos educamos a
olhar para o que está acontecendo conosco com uma curiosidade saudável.
Abandonamos a narrativa de que o corpo está com defeitos e entendemos que ele
está nos comunicando algo”, ressalta Isadora.
A terapeuta ainda nos lembra que,
apesar da desconexão, essa sabedoria é algo que nos acompanha como sociedade em
um inconsciente coletivo, manifestado por meio de expressões cotidianas que
remetem às partes que nos compõem e suas relações com variadas situações: “essa
pessoa não me desce bem”, “isso é dor de cotovelo”, “preciso dar passos firmes
na vida”, “me deu um frio na barriga”.
O despertar da consciência
O desenvolvimento dessa importante consciência
que desejamos despertar em nosso corpo pode ser alcançado por experiências que
promovem autocuidado, como ioga, dança e práticas com abordagens somáticas, que
consideram a unidade corpo-mente, e o diálogo entre o interno e o entorno,
trabalhando a atenção ao corpo em sua integralidade. A bailarina e professora
Jussara Miller nos explica que consciência corporal é um reconhecimento do
próprio corpo diante de suas sensorialidades, tornando as atitudes e movimentos
práticas conscientes diante da escuta do organismo. “É um saber- -fazer baseado
na experiência sensível, abrindo a percepção para o que acontece no momento
presente, sendo possível agir em resposta ao que percebemos, o que possibilita
um refinamento a cada instante. Essa consciência é uma maneira de reconhecer
que o corpo está em transformação constante”, descreve Jussara, trazendo à luz
a complexidade da vida e de suas mudanças.
Ao
não ignorar as mensagens enviadas pelo corpo, nos permitimos um encontro com o
agora, quando podemos sentir, ser e estar.
Todas essas reflexões nos levam a um
ponto importante para restabelecer a conexão que, em algum momento de nossa
história, nos afastou da nossa morada: a presença. Estamos em diversos lugares
ao mesmo tempo, executando simultaneamente muitas tarefas, cultivamos uma mente
racional que se prende ao passado e ao futuro, mas que tem muitas dificuldades
de perceber as sutilezas do agora. “A presença é a ativação dos estados de
atenção: a atenção a si, ao espaço e aos outros. Esses três estados de atenção,
agindo em sinergia, provocam o estado de presença”, detalha Jussara. Nesse
sentido, as práticas corporais podem nos ajudar a cultivar a presença, assim
como estar no agora pode auxiliar a perceber as sensações do nosso corpo e o
que ele quer nos dizer.
O movimento de cada um
Se o corpo conecta nosso mundo interno
com o externo, o movimento permite que possamos nos comunicar com
singularidade. Nesse sentido, movimentar o corpo é uma forma de ser, estar e de
se sentir no mundo. “Somos todos seres dançantes. Todo indivíduo pode dançar
quando se permite movimentar por meio do seu querer e do seu sentir. Se
conhecer, se expressar, se permitir sentir pelo movimento”, ressalta Jussara.
Em seu livro A Dança (Summus
Editorial), o bailarino e coreógrafo brasileiro Klauss Vianna descreve que “o
trabalho corporal tem uma dimensão terapêutica na medida em que toma o corpo
como referência direta de nossa existência mais profunda”. Ele explica que,
muitas vezes, temos dificuldades de vivenciar nossas emoções e sentimentos profundos,
e somos habituados a não olhar, não sentir. No trabalho corporal, temos a
oportunidade de acessar os espaços internos bloqueados, enrijecidos, permitindo
que a estrutura física volte a se movimentar, a respirar: “Em linguagem
corporal, fechar, calcificar e endurecer são sinônimos de asfixia, degeneração,
esterilidade. Respirar, diferentemente, significa abrir espaço. Portanto,
subtrair os espaços corporais é o mesmo que impedir a respiração, bloqueando o
ritmo natural dos movimentos. Imagem forte de nossa emoção, a respiração
representa nossa troca com o mundo”.
Ao abrirmos espaço para esse corpo que
respira e se movimenta livremente, aprendendo seu ritmo, nos permitimos
conhecer e aceitar aquilo que somos. Algumas vezes, o que precisamos é deitar
no chão e retomar nossa consciência física diante do Universo. Em outros
momentos, o que necessitamos é caminhar e arriscar ritmos. E, assim, dançando
pela vida, conseguimos expandir e reconhecemos nosso espaço e nossa atuação no
mundo, que também segue seu movimento.
O
corpo é mais do que a armadura que nos carrega. É quem somos. Habitá-lo
facilita para que tenhamos uma vida mais plena.
ANAIZA SELINGARDI é jornalista e busca dançar pela vida,
reconectando-se com os ritmos e diálogos do próprio corpo.
Fonte: https://vidasimples.co/ser/o-corpo-e-o-nosso-primeiro-lar/
11 coisas que acontecem apenas no corpo feminino
Você
sabia que as mulheres ganham um órgão novo na gravidez? Essa e outras coisas
estranhas só acontecem no corpo feminino.
Dizem por aí que mulher é um ser complicado, e para dizer a verdade isso não é nenhum exagero. Apesar corpo masculino ser um amaranhado complexo da vida, é o corpo feminino que nos surpreende com funções exclusivas e intrigantes.
Na matéria de hoje, como você vai ver, listamos algumas funcionalidades e situações que só acontecem ao longo da vida de uma mulher. Como você vai ver, todas elas são situações ou alterações biológicas ou desencadeada por elas, capazes de deixa qualquer um de boca aberta.
Um bom exemplo disso é o fato do corpo feminino ganhar um novo órgão durante a gestação. Você sabia que isso acontecia? E que é possível dizem quer uma pessoa é mulher ou não, e acertar o resultado em 99% das vezes, apenas analisando as impressões digitais?
Chocante, interessante, intrigante, não? E esses não estão nem perto de ser os fatos mais estranhos da seleção que você confere a seguir.
Confira 11 coisas que acontecem apenas no corpo feminino :
1. Mulheres são naturalmente mais flexíveis
Em comparação ao corpo masculino, as mulheres são bem mais flexíveis porque seus músculos contam com mais elastina que com colágeno.
A desvantagem é que essa mesma composição acelera o aparecimento de rugas e faz com que elas tenham mais dores nas articulações que eles durante atividades físicas intensas.
2. Mulheres vivem mais que os homens
Nas mulheres, o sistema imunológico é mais resistente contra as ameaças externas e até mesmo contra as internas e suas células envelhecem mais lentamente que nos homem. Por causa disso, as mulheres não só ficam menos doentes que os homens, como têm uma vida mais longa que eles.
3. Existem sempre mais solteiras que solteiros
Pode parecer que esse dado não tem nada a ver com o assunto, mas tem sim. De certa maneira, o fato de existirem mais mulheres solteiras que homens solteiros está relacionado à alta taxa de mortalidade entre os homens.
Para contornar isso, em alguns países as pessoas tentar influenciar artificialmente o nascimento de meninos, como nos Emirados Árabes. Lá, a cada 1000 mulheres, existem 213 homens.
4. Mulheres ficam mais felizes com o cheiro do suor masculino
Pode parecer absurdo, mas o suor dos homens, cheio de feromônios, faz com que o corpo feminino funcione melhor de uma maneira geral. Há relatos que apontam que esses hormônios masculinos fazem o ciclo menstrual se estabilizar, melhoram o humor e reduz a ansiedade.
5. Uma só mulher pode ter 40 filhos ou mais
Existe uma peculiaridade genética que permite a algumas mulheres terem dezenas e mais dezenas de filhos.
Até o momento, acredita-se que a campeã mundial na quantidade de filhos seja uma russa, da cidade de Shuya, que viveu no início do século 18. Ela teria dado à luz 69 crianças e tido 29 partos, sendo 16 gêmeos, 7 trigêmeos e 4 quadrigêmeos.
6. É possível saber se uma pessoa é mulher apenas por sua impressão digital
Segundo a ciência, a quantidade de aminoácidos no corpo feminino é duas vezes maior que no corpo masculino, que se distribui no organismo de diferentes formas.
Aliás, é por causa disso que os cientistas conseguem saber o sexo de uma pessoa vendo apenas suas impressões digitais. O mais impressionante disso é que existe uma exatidão de 99% nesses casos.
7. A amamentação deixa a mulher com superpoderes
Como você já viu, durante a gravidez a mulher desenvolve uma espécie de superpoderes interessantes. Isso continua durante a amamentação por causa da produção anormal de hormônios que afeta a função cerebral e o corpo feminino.
Nessa etapa, a mulher sente menos ansiedade, torna-se muito mais corajosa, torna-se mais compreensiva, distingue melhor sons e cores e é capaz até mesmo de ler pensamentos, já que passa a perceber melhor o humor das pessoas.
8. Anticoncepcionais mudam o cheiro das mulheres
Por se tratar de uma interferência hormonal, que suspende a fertilidade durante seu uso, os contraceptivos alteram o equilíbrio no corpo feminino e mudam também o cheiro natural da mulher. O efeito disso é que mulheres que fazem uso desses medicamentos ficam menos atraentes para os homens.
De acordo com a ciência, isso acontece porque o homem recebe a mensagem de forma inconsciente, pelo olfato, que aquela mulher não está pronta para dar à luz.
9. A memória feminina é muito melhor
O cérebro feminino usa diferentes tipos de hemisférios para armazenar informações, o que garante à mulher memórias verbal e associativa melhores que dos homens.
Segundo especialistas, isso está ligado às mudanças nos níveis de estrogênio relacionadas ao ciclo menstrual.
10. Mulheres ganham um novo órgão na gravidez
Você já ouviu falar nesse novo órgão, mas, provavelmente, nunca tinha se atentado para o fato dele só aparecer durante a gravidez. Estamos falando da placenta, que aparece desde o crescimento do embrião e influencia na produção de hormônios, permitindo que o bebê cresça em segurança dentro da barriga da mãe.
Logo depois do parto a mulher “perde” esse novo órgão, que é eliminado juntamente com a saída do bebê.
11. O cérebro feminino é mais adaptável por causa dos hormônios
A área do cérebro feminino responsável pelas emoções, pela memória e pela atenção tem uma grande capacidade de se adaptar às mudanças ajustando o nível de estrogênio no organismo da mulher.
O resultado disso é que durante o ciclo menstrual o comportamento e até mesmo a personalidade da mulher podem ser alterados drasticamente.
E então, sabia que essas coisas aconteciam com as mulheres?
Fonte: Incrível
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