COMO A QUARENTENA AFETA AS NOSSAS RELAÇÕES


Como a quarentena afeta as nossas relações? (Foto: HBO/Divulgação)

Cena da série "Insecure", da HBO (Foto: HBO/Divulgação)

Como a quarentena afeta as nossas relações?

Especialistas apontam para um futuro mais afetivo depois da crise

A crise global agravada pelo novo coronavírus colocou em pauta (e em xeque) muitos comportamentos sociais que precisavam urgentemente serem revistos, como o consumo desenfreado e a desigualdade social. Especialistas, inclusive, apostam na valorização do nacional, na sustentabilidade e na consciência social para um futuro de sociedade mais amigável para todxs. Mas, e o afeto? Onde ele entra nessa equação?

"As pessoas nunca foram tão sozinhas, e isso era uma realidade bem antes da pandemia existir – o Brasil, aliás, é um dos maiores consumidores de antidepressivos do mundo", diz a antropóloga Carol Roxo, à frente do Roxo Atelier

Basta olhar para o comportamento das relações líquidas, efêmeras ou para as dificuldades de assumir compromissos sólidos, e, ainda, as pessoas mais velhas se sentindo abandonadas pelos filhos, netos e vizinhos, para entender o que Carol Roxo coloca em discussão. Contudo, segundo ela, agora, trancados em casa e pensando num futuro melhor, somos convidados a olhar para os nossos afetos também. "Quando a morte está na sua frente, você passa a olhar o outro de uma nova forma. Ele é importante para mim, e eu importante para ele", explica a antropóloga. 

Mesmo longe, queremos manter a proximidade afetiva com aqueles que nos importam por meio de conferências, happy hours virtuais e aquelas ligações para os pais e os avós que, precisamos admitir, não estavam tão frequentes assim. "O que muda a partir da crise é a qualidade desses relacionamentos. O sentimento não é mais velado. É oficial que estamos sofrendo. Este é o momento  ideal para transcendermos na nossa vulnerabilidade e darmos espaço para cultivar a intimidade com quem se gosta", complementa ela.

Mas, e a sexualidade?

Como a quarentena afeta as nossas relações? (Foto: My Dear Vagina/Instagram)

Prazer, masturbação e conhecimento do próprio corpo, certamente, passaram na sua cabeça (ou timeline nas redes sociais) durante a quarentena, certo? Calma, você não está sozinha! "Cultivar a intimidade consigo é também uma tarefa dessa revolução dos afetos. É o incentivo às conversas sobre sexo, eterno tabu social", pontua a trendhunter da Stylus no Brasil, Andrea Bisker. 

Ao redor do mundo, diversos países notaram um crescimento das vendas de sex toys e livros eróticos durante a quarentena. A marca francesa de brinquedos sexuais Womanizer, por exemplo, viu suas vendas aumentarem em 40% após o começo da quarentena na Europa. Já nos Estados Unidos, a empresa Adam & Eve registrou 30% a mais nas vendas diárias do site e o simpático Emojibator (vibrador com aparência de emojis) teve um boom de 225% nas vendas via Amazon. "Mesmo em tempos caóticos, é importante não esquecermos dos pequenos prazeres da vida. A nova convivência em casa, sozinha ou com parceirxs, muda a nossa visão sobre a intimidade", explica a especialista.

Portanto, mais do que nunca – principalmente para nós mulheres –, é hora de nos empoderarmos das nossas casas e das nossas relações (conosco e com outros) para nos reeducarmos. "Depois da crise, isso será um ganho enorme para todos", resume Andrea Bisker. Você tem dúvidas?

Fonte:https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/noticia/2020/06/como-quarentena-afeta-nossas-relacoes.html

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