ASTROTERAPIA COMO UM GPS DA VIDA,UM CONHECIMENTO ESTRATÉGICO: O CONSCIENTE,INCONSCIENTE E OS ASTROS EM SINTONIA

 


O astrólogo francês Dane Rudhyar (1895-1985) foi o primeiro a incorporar conceitos da psicologia na astrologia, criando a astrologia humanista

(foto: Gerd Altmann/Pixabay)

Astroterapia: o consciente, o inconsciente e os astros em sintonia

Já ouviu falar em astroterapia? Método de desenvolvimento pessoal alia astrologia e psicologia para transformação e autoconhecimento

Astroterapia. Ou astrologia humanista. Conhece? O astrólogo francês Dane Rudhyar (1895-1985) foi o primeiro a incorporar conceitos da psicologia na astrologia, em meados dos anos 1930. Relatos nos livros “Astrologia da personalidade” e “A astrologia da transformação” mostram o desenvolvimento do seu trabalho ao interessar-se por Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, e pela astrologia.

Com um árduo trabalho astrológico, escreveu mais de mil artigos e cerca de 20 livros. Ele desenvolveu a “Astrologia Humanista”, com roupagem mais psicológica, uma astrologia “transpessoal” (ou humanista) centrada na pessoa.
 
Sob essa ótica, o mapa astrológico reflete o homem em si mesmo e não apenas o céu sob o qual nasceu. Reflete sua essência e potencialidades. Hoje, o norte-americano Glenn Perry é considerado o sucessor de Rudhyar.

Embora não seja uma prática reconhecida pelos conselhos regionais de psicologia, há profissionais que incorporam métodos da astrologia ao seu trabalho e conseguem desvendar a essência de pacientes por um outro viés, às vezes até, de forma mais rápida, precisa, encurtando o caminho na busca de saídas para os problemas psíquicos e emocionais.


Vanessa Alvaiz, astróloga cármica, professora de astrologia e numeróloga, destaca que na astrologia terapêutica são alinhados os aspectos físicos, mentais, emocionais e espirituais dos seres humanos(foto: Galuco Epov Fotografia/Divulgação)
 
Vanessa Alvaiz, astróloga cármica, professora de astrologia, numeróloga e na reta final para concluir a formação em psicanálise clínica e analítica, explica que, levando em consideração que nenhum nascimento é acidental (por trás de cada vida há um propósito que vem estampado no gráfico ou mapa astrológico da pessoa), a astrologia é um instrumento precioso para o alargamento da consciência.

O ser humano é um todo dividido em partes, que são representadas por um planeta dentro de um signo e de uma casa astrológica.
 
Segundo ela, quando se conhece cada parte chega-se ao todo. A pessoa também tem diversos “eus”, usados a cada momento, conforme as circunstâncias: o Eu Pai, o Eu Filho, o Eu Profissional, o Eu Amante etc. E em cada “Eu” leva-se o “Todo”, pois se alguém é agressivo e impaciente, levará esse comportamento quando estiver no papel de pai, filho, profissional, amante etc., embora em níveis diferentes.

“Conhecer, compreender, aceitar cada parte sua e o seu todo, procurar ajustar-se à vida e melhorar-se para um caminho de evolução pessoal e espiritual são alguns dos principais objetivos possibilitados pelo conhecimento da astrologia.”
Para Vanessa Alvaiz, a astrologia pode ser usada como ferramenta de apoio para a saúde mental: “Com certeza, e cada vez mais. A crise que envolve a contemporaneidade favorece questionamentos. A necessidade de novas fontes de linguagem se faz presente. E nessa busca de novas raízes acorda-se a velha senhora adormecida no leito da Babilônia – a Dama Astrologia”.
 
Segundo Vanessa Alvaiz, quer queiram ou não, a astrologia foi desperta, ela ressurge como um dos preciosos recursos às respostas fundamentais da alma humana. Ela vem unir fronteiras entre realidades internas e externas. Serve de ponte e aproximação da vida objetiva-subjetiva. Encarrega-se de aproximar os opostos inerentes à nossa natureza tão complexa em seus contrastes.

“Desde sempre, o ser humano se questiona, sabe que algo lhe está faltando. Porém, esses questionamentos estão cada vez mais acelerados. São anseios internos que necessitam de ferramentas internas para sua complementação. A saúde mental hoje está sendo reconhecida como grande alicerce de uma vida mais significativa. Daí o casamento perfeito.”
 
A astróloga destaca que por meio do mapa astral é possível rastrear muitos aspectos que viram padrões que o indivíduo vai repetindo, ainda que causem dor, sofrimento e desconforto. “Na interpretação do mapa conseguimos indicar outras saídas para enxergar o mesmo problema, e o melhor, tomar consciência. E sair muitas vezes da condição de vítima.”

Ela explica que na astrologia terapêutica são alinhados os aspectos físicos, mentais, emocionais e espirituais dos seres humanos. “O mapa astral traduz uma orientação na sua caminhada. Esse caminho alinhado com os astros é que o leva para a sua verdadeira jornada de aprendizados e realizações. Durante a vida, seguimos muitas pessoas, nosso 'grande outro', ora os pais, ora os amigos, parceiros de vida, mas são poucas as pessoas que realmente seguem o seu caminho. O seu mapa. O que faz sentido para você.”
 
Atualmente, o mapa astral é feito pela internet, o que cada um precisa é ficar atento ao profissional que fará a interpretação: “O astrólogo é um canal, e, nesse caso, é mais importante o próprio astrólogo do que a técnica que ele usa. Jung já dizia que a personalidade do doutor é que tem efeito curativo. O papel real do astrólogo é o de tradutor e por isso deve ter cuidado com o que diz ou escreve”, alerta a astróloga.

 Vanessa Alvaiz conta que desenvolveu um trabalho de terapia na astrologia em sala da aula. “Antes da pandemia, nas aulas presenciais da PUC-SP, já fazia dinâmicas em grupos e comecei a observar os resultados. Minhas alunas com idade entre 55 e 90 anos começaram a se perdoar por muitas situações que haviam passado na vida. Começaram a ter um outro olhar mais amoroso para os movimentos que vivenciaram. Daí surgiu o tema 'Astrologia Cura'.
 
Concomitantemente com meus estudos na psicanálise clínica e analítica, comecei a trabalhar alguns eixos na psicanálise, como mãe e filha. E hoje trago-os para a astroterapia. Por meio da astrologia consigo compreender as pessoas como crianças, como jovens e moços, como pessoas adultas. A mãe, compreendendo a si mesma, por meio da astrologia, poderá também melhor compreender os filhos.”

OS PONTOS CEGOS


Cada vez mais as pessoas estão instáveis, inseguras, indefinidas, numa visível crise. A astrologia ressurge como instrumento essencial nessa tentativa de inteirar consciente e inconsciente(foto: Mira Cosic/Pixabay )


Todos têm pontos cegos, características tanto boas quanto más que desconhecem. “Esse é o sabor da vida, não né? A astrologia rastreia tudo, e conseguimos entender melhor algumas dinâmicas instauradas. Ela nos ajuda a entrar em contato com a essência do que somos, e a traduzir e transformar esse potencial em ação concreta.
Porém, está em nossas mãos manter contato com a essência e aprender a viver em harmonia interna, sem perder a conexão com o ritmo cósmico”, avisa a astróloga.
 
Vanessa Alvaiz acredita em movimento, portanto, enquanto tem “bola rolando”, tem jogo. Segundo ela, o mapa astrológico não é estático nem fechado. Cada pessoa tem uma combinação de energias planetárias e zodiacais que envolvem os 12 signos e todos os planetas com seus diversos aspectos, que são os caminhos de circulação de energia.
 
Cada um dos signos tem um signo oposto e complementar, que corresponde à sua sombra, com quem perfaz um eixo zodiacal. “Tudo é movimento, no mapa astral nada é estanque, é energia que nasce conosco, com inúmeras possibilidades de realização, até o último dia de vida.”
 
Diante do desconhecido, será que há o momento certo para se conhecer, desvendar e transformar? Vanessa Alvaiz responde por meio de uma história oriental: “Um homem procurou um sábio para lhe perguntar o que era a vida e o sábio mandou-o andar por aí e entrar nas três primeiras lojas que encontrasse. Na primeira que encontrou viu que as pessoas trabalhavam com metal; na segunda, com cordas; e a terceira era uma carpintaria. O homem pensou: ‘Será que isso é que é a vida?’. E voltou ao sábio para ser esclarecido. O velho lhe disse: 'Agora você encontrou o caminho para descobrir a vida; um dia você compreendera'. O homem ficou aborrecido, mas como não podia fazer nada foi percorrer o mundo.”
 
E continua: “Anos depois, chegou a um jardim onde ouviu uma música tocada por um instrumento que não conhecia. Era uma cítara. Ele ficou encantado e de repente percebeu que os carpinteiros e as outras pessoas trabalhavam com alguma coisa parecida. O homem teve um estalo, levantou-se e dançou. O músico, surpreso, parou de tocar, mas o homem continuou dançando. O músico perguntou: 'O que há com você?'. Ele respondeu: 'Agora entendi o que é a vida, entrei numa loja e não havia cítara, mas todas as peças estavam lá. Precisava, apenas, haver ordem naquela confusão”.

Da mesma forma, “se as pessoas usarem a cabeça verão que o instrumento sempre está completo e que é possível ouvir a música. E um dia, nem mais o instrumento é necessário porque o músico se tornou perfeito, ele tem a sua música interior. O momento é muito particular, cada um tem o seu. Cada vez mais as pessoas estão gravemente instáveis, inseguras, indefinidas, numa visível crise. E a astrologia ressurge em boa hora como instrumento essencial nessa tentativa de inteirar consciente e inconsciente. Integrar, harmonizar a caminhada rumo à verdadeira essência”. 

Astroterapia: a astrologia como GPS da vida

A abordagem holística envolve o despertar da consciência sustentada em quatro pilares: espiritual, mental, emocional e físico/material



Aline Schulz, astroterapeuta e psicoterapeuta, diz que as pessoas procuram um astroterapeuta por curiosidade, autoconhecimento e quando não estão bem em sua vida e querem encontrar uma direção(foto: Bárbara Fischer/Divulgação)


A palavra astrologia significa: astro = astro + logia = estudo. Estudo dos astros e a sua influência sobre a vida na Terra, o comportamento humano.

Terapia holística é o nome dado a qualquer terapia que siga os princípios do holismo.

A abordagem holística envolve o despertar da consciência, identificando lacunas a serem preenchidas e ajustadas nos quatro pilares que nos sustentam: espiritual, mental, emocional e físico/material, a fim de alcançarmos a paz interior e a evolução pessoal.

astroterapia se baseia nesses preceitos, explica Aline Schulz, astroterapeuta e psicoterapeuta. Ajuda indivíduos na solução dos problemas pessoais e interpessoais e, especialmente, numa atualização mais completa dos potenciais de nascimento.

“Nesse caso, não há a presença do bom ou do mau, todo o mapa seria igual no sentido de representar as potencialidades do indivíduo, que se basearia nas instruções da astrologia para alcançar. A nossa proposta é ir além de somente analisar friamente os signos, mas olhar o mapa astral para encontrar pontos que revelam lacunas, tendências a cair em armadilhas que complicam muito a vida. Sem falar de mostrar seus potenciais para apostarem neles, onde, pela astrologia, estaria sinalizada o seu real propósito de vida, ou seja, a sua missão”, enfatiza.
 
Aline Schulz explica que muitas pessoas procuram um astroterapeuta quando não estão bem em sua vida. Elas buscam compreender o que está acontecendo. Veem nela a aliada ideal para ajudá-los a enfrentar problemas financeiros, no trabalho, em casa, de saúde, e descobrir o propósito de vida.

“Percebo que as pessoas procuram um astroterapeuta por curiosidade, autoconhecimento e quando precisam de ajuda, não estão bem em sua vida e querem encontrar uma direção. Independentemente do motivo, a astrologia sempre irá revelar mais sobre você mesmo; ampliará a sua visão sobre a vida, as pessoas que estão ao seu redor; apontará caminhos a serem trilhados; respeitará seu livre-arbítrio e revelará soluções adequadas a você.”

A astroterapeuta garante que, quanto mais as pessoas se conhecem, melhores poderão ser. Segundo ela, aceitar e admitir pontos fracos e fortes é o primeiro passo para acertar a rota e a astrologia é um dos melhores caminhos para apressar o desenvolvimento humano e, assim, evoluir.

Livre-arbítrio



A astroterapia não é uma prática reconhecida pelos conselhos regionais de psicologia, mas é usada por alguns profissionais como uma ferramenta(foto: Gerd Altmann/Pixabay )

Embora a astroterapia não seja uma prática reconhecida pelos conselhos regionais de psicologia, Aline Schulz explica que as pessoas estão buscando compreender o real motivo de viverem seus problemas, dilemas com a família, no amor, em suas vidas financeiras. Estão cada vez mais decididas a enfrentar desafios e, por isso, muitos astrólogos combinam alguma forma de terapia com a astrologia.

“Por meio do mapa astral, rastreamos pontos que sugerem tendências na vida de uma pessoa. Se ela souber, pode usar o livre-arbítrio, o direito à escolha de forma mais consciente, superando assim, dificuldades, rompendo barreiras e indo além.”
 
mapa astral é uma representação e interpretação do mapa do céu (planetas) no momento do seu nascimento. Ele revela as principais características da sua personalidade, suas potencialidades, suas limitações e tendências em diversas áreas da vida.

Aline Schulz afirma que a história da astrologia se confunde com a história da humanidade, pois desde os primórdios o homem sempre foi um buscador. “Insatisfeito com sua limitação, ele procura constantemente se aprimorar e, para isso, necessita de referências maiores ou melhores a ele. Assim, concebeu os primeiros conceitos de seres espirituais, que estavam muito além da sua limitada realidade. Esses seres espirituais eram buscados para melhorar suas vidas, assim, o homem passou a observar a primeira manifestação dessas divindades, que foram o Sol e a Lua.”

Existem diversos campos de atuação dentro da astrologia. Aline conta que escolheu trabalhar com aquela que ajuda o ser humano a ser uma pessoa melhor, crescer, superar desafios e ser feliz, saudável, próspero e orgulhoso de quem é. Uma pessoa que se conhece constrói sua vida sob alicerces saudáveis.
“Conhecimento é poder, porém autoconhecimento é libertador: é conhecimento certo aplicado a si próprio, respeitando todas as suas individualidades. É o saber adequado para conquistar clareza para seguir na direção certa para você. Astrologia é o nosso GPS de vida.”

O que é necessário para fazer o mapa astral

  • Data de nascimento
  • Horário de nascimento
  • Cidade/estado/país de nascimento

As demandas mais frequentes

  1. Amor: por que não conseguem ser felizes no amor, são traídas, estão em uma relação abusiva, não conseguem se impor, dar limites…
  2. Família: se sentem um estranho em suas famílias, querem colocar um ponto final em brigas com pais, irmãos, filhos, resgatar a harmonia…
  3. Financeiro: por que não conseguem atrair oportunidades de ganhos financeiros melhores, vira e mexe passam por sufocos com o dinheiro, onde estão suas oportunidades para melhorar essa área…
  4. Carreira: estão insatisfeitas no trabalho, não sabem se estão atuando na profissão ideal para elas, se fazem ou não uma transição de carreira…
  5. Saúde: quais são as partes do corpo mais vulneráveis que seu mapa astral revela? Por que não conseguem emagrecer, ficam doentes seguidamente, quais dicas o mapa traz. Importante: esse trabalho não substitui em hipótese alguma a ação da medicina tradicional. Sempre trabalha em conjunto, em parceria, recomenda ir ao médico.
  6. Missão de vida: por que nasci, qual o meu propósito de vida, por que sinto esse vazio no peito, como se tivesse tudo e nada ao mesmo tempo, como tornar minha existência uma vida com sentido…

A partir do conhecimento do mapa astral é possível...

  • Evoluir quanto à personalidade, temperamento, inclinações e tendências, ter maior maturidade frente às adversidades da vida.
  • Conhecer a natureza da mente, desenvolvendo a capacidade de aprender e de se expressar, aperfeiçoando a comunicação com irmãos, parentes próximos, vizinhos...
  • Ressignificar privações ou abundâncias recebidas no lar pelos pais durante a infância, possibilitando assumir o próprio destino.
  • Focar positivamente a sua força criadora para educar filhos, ensinar, orientar e conceber por amor.
  • Harmonizar o corpo físico, mantendo a saúde, compreendendo a relação com colegas de trabalho ou colaboradores.
  • Alcançar o equilíbrio nos relacionamentos sentimentais, com profundidade e consciência.
  • Superar e transmutar as limitações, imperfeições e seus instintos.
  • Evoluir quanto aos ideais, educação, ordem e aspirações espirituais.
  • Enfrentar os fracassos e êxitos de forma que eles não o desviem da missão, descobrindo e dedicando-se, assim, à vocação com consciência.
  • Resgatar aprendizados em abertos trazidos para essa existência atual e, assim, cumprir seus acordos espirituais, que são seu real propósito de vida.
Fonte: Aline Schulz, astroterapeuta e psicoterapeuta

Astroterapia: autoconhecimento estratégico

Conhecer os pontos-chave do comportamento, tendo como base a análise psicológica e astrológica a partir de uma visão sistêmica




Os astros nada fazem na sua vida, a responsabilidade sempre será sua. A astrologia é ferramenta(foto: Vincent Ledvina/Unsplash)

 


Luciana Diniz, especialista em autoconhecimento estratégico voltado para decisões de carreira e de vida, aponta a astrologia humanista moderna como a melhor das ferramentas de autoconhecimento, sem nenhum misticismo, mas com muita sincronicidade.

Criadora dos métodos “mapa de arquétipos” e “arquétipos em movimento”, ela, que é formada em psicologia, defende que “os astros nada fazem na nossa vida, o poder é sempre de cada um, mas se usarmos a astrologia de maneira pragmática, ela se torna uma ferramenta incrível de autoconhecimento”.

Qual visão tem da astrologia como ferramenta de autoconhecimento?
Os astros nada fazem na sua vida, a responsabilidade sempre será sua. A astrologia é ferramenta. Ela resulta da observação de ciclos de comportamento que eram contabilizados usando os ciclos da natureza, pois há 8 mil anos não havia tablet, Word, nem Excel para anotar estatísticas e fazer análises cíclicas. Tudo era feito no olho e correlacionado com eventos da natureza, que aconteciam de tempos em tempos. Era a maneira de medir e catalogar os processos comportamentais.

Como as órbitas dos astros são cíclicas, naturalmente essa correlação ocorreu. Essa observação, feita ao longo de milhares de anos, somada a várias outras colaborações, resultou na astrologia, que inicialmente era percebida como algo mágico e externo às pessoas. À medida que o pensamento humano evoluiu, juntamente com a tecnologia, entendeu-se que ela era simbólica e que o verdadeiro agente de mudança são as pessoas, e não os astros.

Embora muita gente acredite numa relação causal entre o magnetismo dos planetas e certos comportamentos, essa correlação não foi comprovada. Plutão não interfere na sua carreira, você tem que pôr a mão na massa se quiser deslanchar.

Então, qual seria a veracidade da astrologia se os astros não influenciam a nossa vida? Como vê a astrologia sendo da área da psicologia?
Jung (Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço) foi o primeiro especialista a constatar e defender que a astrologia merecia o reconhecimento da psicologia, sem restrições, porque a astrologia representaria a soma de todo o conhecimento psicológico da Antiguidade, resultante dessa observação cíclica do comportamento humano.

O olhar da astrologia pela psicologia entende que os astros representam padrões, princípios e forças universais, tais como nascer, crescer, seguir em frente, morrer. E esses são movimentos psicológicos presentes em maior ou menor grau em toda e qualquer pessoa do planeta, independentemente de cultura, raça, sexo ou época da história. Portanto, não é misticismo, é simbolismo resultante dessa observação.

Nessa abordagem, Àries representa a “germinação” e psiquicamente nos fala do impulso para agir, da necessidade empreendedora, do desejo de li- derar. Leão representaria a “maturidade da semente germinada”, o “espetáculo” daquilo que foi planejado, plantado, ensaiado e colocado para fora. Da união dessa leitura com uma visão holística do homem nasceu a astrologia humanista moderna, que coloca a pessoa no centro dos acontecimentos, e não como vítima deles e dos astros.

Sob esse olhar, “previsões” assustadoras ou fantasiosas não têm poder, devolvendo às pessoas a responsabilidade pelo que fazem na sua vida. Sem mimimi, sem fatalismos, mas com autorresponsabilidade.

Como é feita a correlação da astrologia com a psicologia?
Para responder a essa pergunta, preciso falar sobre o holismo e a sincronicidade. A filosofia do holismo pressupõe que o universo é um sistema completo e que dentro do grande todo há todos menores, cujas estruturas, padrões e funções correspondem completamente àquelas estruturas do todo maior. É o que se chama microcosmo-macrocosmo.

Na abordagem holística não há causalidade, mas sincronicidade. Significa que qualquer coisa que nasça num determinado momento, seja uma pessoa, um gesto, um pensamento, uma decisão ou uma ação, está intimamente e totalmente ligada e subordinada ao seu entorno a partir de uma correspondência entre o que está dentro e o que está fora. No conceito de sincronicidade, criado e difundido por Carl Gustav Jung, khronos representa “o tempo”, e o prefixo syn representa “junto”, o estar junto.

Portanto, “junto com o tempo”. Unindo os dois conceitos, chegamos à conexão entre o mundo interior e exterior, conexão a partir da qual interpretarmos acontecimentos que ocorram ao mesmo tempo, dentro e fora de nós. É nesse ponto que o conhecimento simbólico da astrologia começa a fazer sentido enquanto técnica. A astrologia humanista moderna é centrada na pessoa e ela faz essa correlação do movimento simbólico do céu com o próprio comportamento e a vida.

O foco é na pessoa, e não apenas no que acontece em volta dela, uma união dos dois. Portanto, duas pessoas nunca recebem da mesma forma uma mesma simbologia e cada uma tem as próprias habilidades e habilitações para lidar com a simbologia que recebe. Vista dessa maneira, como uma simbologia, a astrologia  serve de instrumento à psicologia, levantando um vasto e rico material consciente e inconsciente.

O que é o método de atendimento Arquétipos em Movimento?
Ele é baseado na visão holística do ser humano e no uso da sincronicidade de Jung, correlacionando essas abordagens com o uso dos arquétipos. Para Jung, os arquétipos são estruturas fundantes e estruturantes da psique humana, e são universais. São livres das amarras do tempo e do espaço, estando em qualquer tempo e lugar.

O arquétipo em si é neutro, não sendo bom ou ruim, ele funciona como uma fôrma vazia sem conteúdo que vai sendo preenchida pela própria experiência pessoal à medida que caminhamos pela vida. Colocamos na fôrma as experiências e impressões conscientes e inconscientes. Alguns arquétipos, inclusive, nos direcionam para o processo de aculturamento, como, por exemplo, o arquétipo da mãe e do pai.

Existe uma enorme quantidade de arquétipos. Trabalho com os representados pela simbologia astrológica: Plutão, Saturno, Sol, só para citar alguns. Eles representam funções psíquicas humanas que, por sua vez, trazem resultados concretos por meio das nossas ações diante delas. Portanto, preenchemos os arquétipos com a própria experiência e vivência pessoal.

Como o Céu está em movimento todo o tempo, os arquétipos vão se movimentando nessa simbologia que o senso comum chama de mapa astral, que de astral não tem nada, pois não falamos de astral, mas de representações.

Os Arquétipos em Movimento são a análise da interação entre arquétipos. Esse trabalho é desenvolvido juntamente com o cliente, e ele recebe a missão de preencher esses arquétipos astrológicos com a própria percepção, analisar resultados, refazer rotas.

Como funciona o atendimento? 
No Arquétipos em Movimento+1.5, o cliente permanece comigo por um mês e meio e faço o mapeamento do movimento desses arquétipos, levando em conta arquétipos menores que representam ciclos de comportamento menores, capazes de serem planejados, estruturados e desenvolvidos nesse prazo. No Arquétipos em Movimento 2, são dois meses semanalmente, direcionando tarefas e fazendo checklists de resultados. 

Com a chegada da pandemia em 2020, observou maior procura?

Muito. Não necessariamente pelo trabalho vinculado à astrologia, mas pelo processo de autoconhecimento. E não se trata de buscar qualquer autoconhecimento, mas de levantar informações sobre si mesmo que façam diferença concreta na qualidade do viver. Implica a pessoa se autoconhecer e transformar toda essa informação em recursos efetivos para crescer, prosperar, deslanchar, tornar-se independente e ser autônoma. E, por fim, encontrar o seu propósito de vida.

Que tipo de cliente procura por este trabalho? Onde você atende?
Desde muito nova fui antenada com a tecnologia e tendências de comportamento. Meu ambiente de trabalho é 100% on-line e utilizo videoconferências. Sobre o perfil do meu cliente, sempre respondo que ele não precisa estar pronto para começar, mas estar disposto e ter coragem. Já falei: quem faz terapia?. São pessoas, não os astros. Quem promove mudanças? As pessoas, não as estrelas. Portanto, com os astros não se brinca. Prefira as pessoas, situações e a sua vida cotidiana. É nessa seara que a magia funciona. 

Olhar humanista



Astrólogo, numerólogo e tarólogo, Yub Miranda explica que a astrologia vai muito além de horóscopo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)



Formado em filosofia pela PUC-MG e simbologista, Yubertson Miranda, Yub Miranda, é também astrólogo, numerólogo e tarólogo. Ele enfatiza que muitas pessoas consideram que a astrologia só serve para previsões. Todavia, ela pode ser uma bela ferramenta de autoconhecimento

Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2021/06/13/interna_bem_viver,1275246/astroterapia-autoconhecimento-estrategico.shtml

Conhecimento é poder, porém, autoconhecimento é libertador: é conhecimento certo aplicado a si próprio, respeitando todas as suas individualidades. É o saber adequado para conquistar clareza para seguir na direção certa para você

Aline Schulz, astroterapeuta e psicoterapeuta

Desde sempre o ser humano se questiona, sabe que algo lhe está faltando. Porém, esses questionamentos estão cada vez mais acelerados. São anseios internos que necessitam de ferramentas internas para complementação. A saúde mental hoje está sendo reconhecida como grande alicerce de uma vida mais significativa. Daí o casamento perfeito entre psicologia e astrologia

Vanessa Alvaiz, astróloga

 

 

Comentários