GUIA DO PRAZER: UMA VIAGEM GASTROETÍLICA POR VINÍCULAS PREMIADAS NO BRASIL E NO MUNDO

 Flávio Faria visitou mais de 300 vinícolas em 10 países, no período entre 2008 e 2015, para escrever os guias

(foto: Casa da Palavra/Divulgação)

Guia do prazer: uma viagem gastroetílica por vinícolas premiadas no Brasil e no mundo

Entrevista com o escritor e economista Flávio Faria. Apaixonado por vinhos, o autor publicou quatro guias que divulgam o ranking das melhores vinícolas na América do Sul e na Europa

No país da cerveja, principalmente agora com as artesanais na crista da onda, não é todo brasileiro que é familiarizado com os diversos tipos de uvas, como cabernet sauvignon, merlot, pinot noir, tempranillo, syrah, malbec e carmenère, que definem se um vinho (tinto, branco, rosé, espumante, frisante ou de sobremesa) poderá ser seco, demi-séc, brut, suave ou encorpado.

Não é preciso ser enólogo para se tornar bom entendedor dos vinhos e se aventurar nesse admirado mundo de Baco. Com um bom “padrinho” é possível desvendar sabores e aguçar o paladar. Quem nunca pensou em fazer uma viagem e, nela, vivenciar um roteiro gastroetílico? O economista e escritor Flávio Faria visitou mais de 300 vinícolas em 10 países, no período entre 2008 e 2015, para escrever quatro guias de vinícolas na Europa e na América do Sul, que fazem parte do projeto “Le winery guide”.


Pintura na vinícola Salton, em Bento Gonçalves retrata uma típica colheita de uvas de 130, 140 anos atrás(foto: Flávio Faria/Divulgação)


Mestre e pós-graduado em marketing, Flávio tem profunda experiência em vendas e avaliação de serviços. Quando não está em alguma vinícola mundo afora, é professor e consultor nas áreas de vendas, marketing e excelência em serviços. Seus guias são roteiros turísticos que avaliam as melhores vinícolas de uma região, com dicas úteis que destacam a vocação turística do lugar, a degustação, a história do vinho, os preços e muito mais.

Em seu último guia, com vinícolas do Sul do Brasil e do Uruguai, o escritor carioca, morando atualmente em São Paulo, consegue ser didático e prático. Como presente de Natal, é uma boa opção para quem deseja organizar um plano de viagem para o fim de ano, ou mesmo em 2018. Dividido por regiões, o guia oferece mapas, roteiros e rankings que avaliam vários aspectos das vinícolas visitadas, além de elencar os vinhos e seus produtores que se destacam por categoria. Entre um gole e outro de vinho, o EM entrevistou o escritor Flávio Faria.


Você sempre foi apaixonado por vinho?


Sou carioca e me "criei na cerveja", por conta do clima do Rio e, sobretudo, por falta de tradição da família em consumir vinho. Minhas investidas no mundo do vinho, ainda na adolescência, foram trágicas. Não tinha um padrinho que me guiasse por esse novo mundo. Embarquei nos vinhos suaves (e baratos) e me dei mal. O trauma foi tamanho que fiquei uns 10 anos "sem passar perto dos tintos". Já mais velho, morando em São Paulo (moro aqui há 16 anos), fui me aproximando novamente.

Como surgiu a ideia de publicar os guias?
Mais do que paixão pelos vinhos, tenho paixão por descobrir onde o vinho é feito... por visitar a vinícola e a região. A partir de 2008, organizei vários concursos para meus clientes e o prêmio era viajar para conhecer vinícolas. Nada como comer e beber bem na companhia de amigos. A ideia veio das más experiências que tive em todas as viagens que realizei tanto para a América Latina quanto para a Europa. Uma coisa é o vinho... outra é a experiência. Assim, por que não ajudar no planejamento da viagem dos enoturistas, evitando as "roubadas"? E, por outro lado, por que não ajudar vinícolas e órgãos locais ligados ao turismo e ao vinho em planejar e executar melhor sua oferta enoturística?

O projeto Le Winery Guide conta hoje com quantos guias e quais os projetos futuros?
São quatro guias até agora: Chile, Argentina (com edição argentina também), Portugal (com edição portuguesa também) e Brasil e Uruguai. O guia da Espanha, com foco em La Rioja e Ribera del Duero, já começou. Serão três viagens. A segunda em fevereiro (para sentir o inverno) e a última em outubro. Depois da Espanha, quem sabe a Toscana...?

Em seus guias, você publica um ranking das melhores vinícolas. Quais são os critérios?
Quando me perguntam sobre os critérios, logo esclareço que tudo o que se passa durante uma visita à vinícola é avaliado... menos o vinho. Avaliar vinho é demasiadamente controverso e subjetivo. Deixo essa tarefa para cada um... O foco é avaliar o que é vivenciado durante a visita. Assim, são avaliados web site, infraestrutura, o trabalho do guia – desde a recepção até a despedida – degustação, as informações transmitidas, a loja (o preço tour X a qualidade da visita) e (o preço do tour X a quantidade/preço dos vinhos servidos). A metodologia utilizada é fruto de um mestrado em sistemas de gestão, que, a partir do emprego da ferramenta da análise multicritério, organiza e hierarquiza todos as etapas da experiência enoturística.


Localizada no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul a Vinícola Larentis alia qualidade e tradição, comercializando de seus vinhos(foto: Flávio Faria/Divulgação)



Conte um pouco do seu último livro, Guia de vinícolas Brasil & Uruguay. Tem alguma curiosidade que gostaria de relatar?
Não é uma curiosidade, mas sim uma recomendação àqueles que, por preconceito, ainda não degustam os vinhos brasileiros: vale a pena descer e conhecer as serras catarinense e gaúcha. É um Brasil diferente... Vão conhecer gaúchos que não comem carne e catarinenses que não vão à praia. É o Brasil da montanha, do frio, da mesa farta, de sotaque italiano e da educação.


(foto: Divulgação)

Todos os guias podem ser encontrados nas melhores livrarias. Na loja virtual da Livraria Saraiva, o Guia de vinícolas Brasil & Uruguay, com 276 páginas, custa R$ 66,60. Mais informações no goo.gl/NK18Xa.

Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/turismo/62,330,59,60/2017/12/20/noticias-turismo,218665/guia-do-prazer-uma-viagem-enoturistica-por-vinicolas-premiadas.shtml



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