6 coisas que a indústria
farmacêutica não quer que você saiba
08/11/2019
Narrativa
enganosa tenta justificar preços cada vez mais altos para medicamentos
Por décadas, a indústria farmacêutica global espalhou uma
narrativa enganosa, justificando os preços cada vez mais altos de medicamentos,
vacinas e diagnósticos como algo necessário e inevitável.
A
Campanha de Acesso de MSF desafiou repetidamente essa narrativa mortal,
exigindo preços acessíveis a medicamentos que salvam vidas, priorizando a saúde
das pessoas em detrimento dos lucros e transparência em torno do processo de
pesquisa e desenvolvimento (P&D).
No
entanto, as empresas farmacêuticas continuam a perpetuar uma série de mitos
sobre os custos de desenvolvimento e os preços de medicamentos e outros
produtos de saúde, a fim de proteger suas práticas de maximização de lucro - às
custas da vida das pessoas. O relatório de um investidor financeiro
farmacêutico chegou a perguntar: "A cura de pacientes é um modelo de
negócios sustentável?"
Aqui estão alguns dos segredos sujos e não tão pequenos da
indústria que eles preferem que você não saiba!
1. Desenvolver medicamentos não é tão caro quanto eles dizem
A indústria farmacêutica exagera os custos de pesquisa e
desenvolvimento de novos medicamentos para justificar seus altos preços e
frequentemente categoriza 'custos de oportunidade' e atividades não
relacionadas à pesquisa, como o custo de compra de outra empresa, como custos
de pesquisa e desenvolvimento. Enquanto a indústria farmacêutica costuma dizer
que custa entre 2 e 3 bilhões de dólares (cerca de 8 e 12 bilhões de reais)
para desenvolver um novo medicamento, outras estimativas confiáveis são pelo
menos 10 vezes menores – na faixa de 100 a 200 milhões de dólares
(aproximadamente 400 a 800 milhões de reais).
2. Você está pagando duas vezes pelos seus medicamentos
As empresas partem de pesquisas públicas financiadas pelos
contribuintes em laboratórios governamentais e universitários, de onde se
originam a maioria dos novos medicamentos e tecnologias da saúde. Eles obtêm
créditos fiscais e outros incentivos financeiros para "arriscar" seus
investimentos em pesquisa e privatizam e patenteiam os produtos resultantes.
Então, eles cobram preços altos aos contribuintes e governos.
3. A indústria farmacêutica é pobre em inovação
Cerca de dois terços dos novos medicamentos que chegam ao
mercado não são melhores do que o que já temos. As empresas farmacêuticas
dedicam mais esforços para desenvolver os chamados "me-too drugs"
(medicamentos novos muito similares aos que já estão no mercado) do que
encontrar verdadeiras descobertas terapêuticas.
4. As patentes são estendidas - repetidamente - para prolongar os
monopólios
Uma
tática farmacêutica notória é a 'evergreening' de patentes, onde as empresas
solicitam patentes adicionais sobre pequenas alterações nos medicamentos
existentes, prolongando seu monopólio e bloqueando produtos genéricos
acessíveis.
5. As empresas farmacêuticas intimidam os países em
desenvolvimento por irem contra seus interesses corporativos
Repetidas vezes, a indústria farmacêutica usa táticas de pressão
ou ações legais opressivas contra países de baixa e média renda como Índia,
África do Sul, Tailândia, Brasil, Colômbia e Malásia por priorizarem a saúde
das pessoas em detrimento dos interesses da indústria farmacêutica. Juntamente
com alguns países ricos, a indústria farmacêutica tenta influenciar as regras
do comércio internacional para se beneficiar, mesmo que isso prejudique a saúde
pública.
6. A indústria farmacêutica embolsa mais do que reinveste
A
indústria farmacêutica diz que precisa de lucros enormes para poder pagar por
pesquisa e desenvolvimento e inovação. Mas, na realidade, ela gasta mais em
recompras de ações para aumentar os preços das próprias ações e vendas e
marketing do que em pesquisa e desenvolvimento.
Comentários
Postar um comentário