Empresas como Apple e Samsung oferecem recursos para limitar uso do celular — Foto: Helito Bijora/TechTudo
Celular pode viciar
tanto quanto cocaína e outras drogas, aponta estudo
Pesquisa
observa diminuição da massa cinzenta do cérebro.
Pesquisadores
da Alemanha realizaram um estudo que dá pistas sobre os efeitos do vício em
celular no corpo humano. Eles observaram, por exemplo, que o uso compulsivo do
smartphone causou diminuição da massa cinzenta do cérebro, exatamente a mesma
consequência provocada pelo uso contínuo de cocaína. Os cientistas da Universidade
de Heidelberg alertam que esta área do cérebro é responsável pela visão,
audição, fala, controle muscular e saúde mental.
Os pesquisadores realizaram ressonância magnética em 48
participantes e observaram que os 22 viciados em smartphones possuíam a massa
cinzenta menor e com imperfeições, quadro bem diferente das 26 pessoas que não
apresentavam dependência.
“Comparados aos controlados, indivíduos
com dependência de smartphones apresentaram menor volume de massa cinzenta na
ínsula anterior esquerda, córtex temporal e para-hipocampal inferior”,
afirmaram os pesquisadores.
A descoberta alarmou os estudiosos
porque o resultado foi muito parecido com a pesquisa acerca do abuso de drogas
desenvolvida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. O estudo
observou que a dependência em celular diminuía a massa cinzenta e liberava
dopamina da mesma maneira que acontece com indivíduos que usam cocaína.
“Dado o uso generalizado e a crescente
popularidade, o estudo questiona a inofensividade dos smartphones, pelo menos
em indivíduos que podem estar em maior risco de desenvolver comportamentos
viciantes relacionados a smartphones”, explicaram os pesquisadores.
A situação é ainda mais preocupante
quando se observam os dados crescentes a respeito do uso do telefone. O
americano médio gasta cerca de quatro horas por dia no smartphone, enquanto 67%
dos jovens ultrapassam seis horas de uso diário. O problema se agrava porque
eles têm acesso aos aparelhos cada vez mais cedo. Cerca de 24% das crianças americanas
com idade entre 8 e 12 anos já possuem o próprio celular.
Como a massa cinzenta controla as
emoções, o autocontrole, a memória e a tomada de decisão, as próprias
fabricantes desenvolveram mecanismos para que os usuários passem mais tempo
longe dos celulares.
A Apple e
a Samsung oferecem recursos que fazem relatórios
semanais que indicam o tempo médio gasto ao telefone e em que ele foi mais
utilizado. Além disso, oferecem recursos para limitar o tempo de uso dos
dispositivos. O Android possui o app nativo Bem-estar digital e usuários de iPhone (iOS)
também contam com função semelhante a partir do iOS
12.
Com informações de Science Direct, Usa Today, Vice, Metro e Inquisitr
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