FILMES SOBRE VINCENT VAN GOGH: "COM AMOR, VAN GOGH" É UMA OBRA DE ARTE

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FILMES SOBRE VINCENT VAN GOGH



Kirk Douglas, Tim Roth e mais recentemente o ator inglês Benedict Cumberbatch. Na década de 1990, até Martin Scorsese já havia feito. Estamos falando do pintor holandês, Vincent van Gogh (1853-1890) e os filmes sobre sua vida e obra. Sua trajetória intensa e trágica, atraiu os olhares e câmeras dos cineastas no último século.



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"Van Gogh - Painting with Words".
O artista holandês Vincent Van Gogh (1853-1890), é um dos artistas mais filmados. Talvez o misto de mistério em relação a sua doença, a ideia do suicídio - que recentemente foi desconstruída por historiadores -, as cores e expressividade das obras, seu temperamento difícil, as inúmeras biografias e laudos psiquiátricos tenham tenham fomentando na mente de diretores e roteiristas de todo mundo. Desde 1948 a vida do pintor holandês chegou as telas de cinema - ou diretamente para televisão. O fascínio, pela vida atormentada e trágica de Vincent gerou mais de uma dezena de filmes e curtas. Cada um com uma visão que busca elucidar sua trajetória pessoal. Alguns são obras-primas cinematográficas, outros bela biografia e ainda há outros que estão para divertimento.
Confira alguns filmes imperdíveis sobre a vida do artista que mais atraiu os olhares das câmeras:
Van Gogh (Van Gogh) Direção: Alain Resnais Ano: 1948
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Van Gogh de Alain Resnais.
Curta produzido pelo cineasta francês Alain Resnais, é uma encomenda para coincidir com uma exposição que ocorreria sobre Van Gogh em Paris. Filmado inicialmente em 16mm, foi refeito em 35 mm. O curta ganhou um prêmio na Bienal de Veneza em 1948 e o Oscar de Melhor Curta.
Por que assistir? Esse é o primeiro filme tratando sobre Van Gogh. Resnais através de um "passeio" por entre as telas e narração demonstra as transformações emocionais e artísticas pelas quais passa o pintor. Se utilizando de montagem, closes, ângulos e planos, e ritmo das cenas, Resnais penetra em cada obra oferecendo uma visão unica. Realizado em preto e branco - o que só comprova o poder das obras de Van Gogh. Mais do que uma ode a Van Gogh, o curta é um dos exemplos de experimentação cinematográfica.
Sede de Viver (Lust for life/A Vida Apaixonada de Van Gogh) Diretor: Vincent Minnelli Ano: 1956
03_Sede_de_Viver_de_Vincent_Minnelli.jpg "Sede de Viver" de Vincent Minnelli.
Adaptado do livro "Lust for life" (Sede de Viver) do romancista americano Irving Stone (1903-1989), o filme se inicia em 1877, com Van Gogh em sua tentativa de ser pastor na Bélgica, junto aos mineiros. Vivido pelo ator Kirk Douglas, o jovem Vincent no decorrer da película conhece outros artista, passa por desilusões amorosas. O filme culmina com o intenso convívio com o pintor francês Paul Gauguin (1848-1903), interpretado por Anthony Quinn.
Por que assistir? 'Sede de viver' poderia ser um daqueles filmes que enaltecem a figura do artista, quase divinizando sua figura. Por meio de enquadramentos, jogos de zoom e uma trilha sonora intensa e tocante, Minnelli consegue construir uma narrativa para demonstrar a trajetória do artista em seus momentos de rupturas. Cada cena parecer ter sido baseada em uma de suas pinturas, tamanho o preciosismo da fotografia. As imagens de suas obras ainda são utilizadas para intensificar elementos de sua personalidade conflitante e suas crises emocionais. Sem contar a interpretação intensa e marcante de Douglas e Quinn - e pela qual foram agraciados com Oscar e Globo de Ouro.
04_Sede_de_Viver_de_Irving_Stone.jpg "Sede de Viver" de Irving Stone.
05_Cena_de_Sede_de_Viver_com_Kirk_Douglas_e_Anthony_Quinn.jpg Cena de "Sede de Viver", com Kirk Douglas e Anthony Quinn.
Vincent & Theo (Van Gogh - Vida e Obra de um Gênio) Direção: Robert Altman Ano: 1990
06_Vincent_e_Theo_de_Robert_Altman.jpg "Vincent e Théo", de Robert Altman.
O filme de Altman - que originalmente seria uma mini-série para exibição na Holanda - conta a história Vincent van Gogh, vivido pelo ator Tim Roth, através de sua relação com seu irmão mais novo - e mantenedor - Theo Van Gogh. A cena inicial é com leilão do quadro "Girassóis" por £ 39.850.000, é o ponto inicial para narrar a tempestuosa vida de um dos pintores mais caros do mundo, que no entanto, viveu na pobreza e na loucura. Situação ricamente construída por Altman em cada cena.
Por que assistir? Mais do retratar a vida de Van Gogh, Altman trás para a tela toda a relação conflituosa e de amor entre os irmãos, uma relação quase simbiótica. Vincent é um jovem mau-humorado e instável, inconstante, Vive maltrapilho e livre, é totalmente dependente do irmão - tanto financeiramente quanto psicologicamente - pra viver e produzir. Vivido por Roth, chega a sufocar o próprio telespectador com suas necessidades. Enquanto Theo, mais retraído, oferece um contraponto as características do irmão, ao mesmo tempo que se mostra tão dependente da relação conflituosa de ambos. Vincent, vive cegamente para arte e Theo, vive para Vincent. Um relação profunda, reconstruída, sensivelmente pelo diretor.

07_Cena_de_Vincent_e_Theo_de_Robert_Altman_com_Tim_Roth.jpgCena de "Vincent e Théo", de Robert Altmam com Tim Roth.
08_Cena_de_Vincent_e_Theo_de_Robert_Altman.jpgCena de "Vincent e Théo", de Robert Altmam.
Sonhos (Dreams/Yume) Direção: Akira Kurosawa Ano: 1990
09_Sonhos_de_Akira_Kurosawa.jpg "Sonhos" de Akira Kurosawa.
Esse não é bem um filme sobre Van Gogh, mas um interessante leitura do artista. Na década de 1990, Akira Kurosawa lançou "Sonhos", um filme composto por uma série de curtas sobre sonhos - baseado nos sonhos do próprio Kurosawa. Em um desses sonhos, intitulado "Corvos", Kurosawa, um visitante "entra" em uma das obras de Van Gogh - interpretado pelo diretor Martin Scorsese - e conhece o pintor.
Por que assistir? O sonho "Corvos" é uma interpretação livre e sensível sobre Van Gogh feita pelo mestre japonês Kurosawa. O jovem japonês visitante do museu - e aspirante a pintor - se perde ao fitar a obra "Campo de trigo com corvos" e acaba se perdendo em sua obra. Durante o curta, o jovem - representa o diretor - se perde por outras obras e acaba conhecendo Van Gogh. Sensível, os dez minutos de duração do curta, trazem o âmago do artista holandês. Frenético em seu ofício e de gênio irascível em uma das frases mais memoraveis do curta, Van Gogh afirma: “Ontem eu tentava completar um auto-retrato. Não conseguia acertar a orelha, então cortei a orelha e a joguei fora”..
10_Cena_de_Sonhos_de_Akira_Kurosawa_com_Martin_Scorsese.jpg Cena de "Sonhos" de Akira Kurosawa, com Martin Scorsese.
11_Cena_de_Sonhos_de_Akira_Kurosawa.jpg Cena de "Sonhos" de Akira Kurosawa.
12_Desenho_de_Akira_Kurosawa_para_Sonhos.jpg Desenho de Akira Kurosawa para "Sonhos".

Van Gogh (Van Gogh) Direção: Maurice Pialat Ano: 1991
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"Van Gogh" de Maurice Pialat.
Vencedor do Prêmio César de Melhor Ator em 1992, Jacques Dutronc, deu vida ao pintor holandês em seus últimos 67 dias. Retomando questões do relacionamento entre Vincent e Theo, Pialat, também trás a película a relação do artista com seu médico Dr. Garchet - reconhecido na história por seu retrato feito por Van Gogh. A relação de Van Gogh com as mulheres - incluindo com a filha adolescente de seu médico - ganha espaço nas na tela.
Por que assistir? O filme do diretor Maurice Pialat, é considerado por muitos críticos um contraponto a dramático "Lust for Life". É possível perceber claramente as diferenças entre ambos. Pialat opta por um enfoque mais realista de Van Gogh. Sai o pintor da alma perturbada e entra o artista meticuloso, homem comum, doente e inserido em um contexto histórico de fim século. As relações pessoais do pintor são encaradas com naturalidade, a doença não se torna o motivo de sua genialidade. E principalmente, sua processo criativo possui um papel principal no filme, o que possibilita um outro olhar para o pintor.
Van Gogh: Pintando com palavras (Van Gogh: Painted with Words) Direção: Andrew Hutton Ano: 2010
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"Van Gogh - Painted with Words" com Benedict Cumberbatch.

Produzido pela BBC, este drama/documentário trás Benedict Cumberbatch na pele de Van Gogh, em um roteiro baseado diretamente nas cartas do artista a seu irmão, amigos e a familiares, além das cartas de resposta de Theo, Gauguin, entre outros. Ganhou o prêmio Rockie for Best Arts Documentary at the Banff World Media Festival.
Por que assistir? Uma das mais recentes adaptações da vida de Van Gogh, tem como principal trunfo ter seu roteiro totalmente baseado nas correspondências trocadas pelo artistas, possibilita um apronfundamento na figura do artistas. Com apenas algumas aparições de outras figuras, o documentário deixa Cumterbatch brilhar em cada cena, com uma interpretação sensível sem cair em exageros e melodramas.

Vincent e O Doutor (Vincent and The Doctor) Direção: Jonny Campbell Ano: 2010
16_Cena_do_episodio_Vincent_and_the_Doctor_com_Tony_Curran.jpgCena do episódio "Vincent and the Doctor", com Tony Curran.

Esse não é bem um filme ou uma biografia sobre Van Gogh. Na verdade é décimo episódio da quinta série, do programa mais longo da Inglaterra, "Doctor Who". Durante uma pausa, O Doutor leva sua amiga a uma exposição do pintor, quando percebe algo errado em sua obra, assim resolve ir ao seu encontro no século XIX.
Por que assistir? Excluindo a questão da ficção cientifica, o episódio, possui muita sensibilidade em retratar Vincent. Sensível, meigo, amável e com uma certa insegurança, Van Gogh possui um olhar único do mundo, que muitas pessoas não conseguem ver ou entender. É sua percepção única que lhe confere o poder de produzir obras maravilhosas. Uma especial atenção para o final do episódio, quando O Doutor, leva Vincent para o futuro e lhe mostra seu legado. Simplesmente emocionante, mesmo sendo pura ficção.
17_Cena_do_episodio_Vincent_and_the_Doctor_da_serie_inglesa_Doctor_Who.jpg Cena do episódio "Vincent and the Doctor", da série inglesa Doctor Who".

Outros vídeos
Outras obras cinematográficas tratam da vida de Van Gogh. Menos conhecidas e disseminadas, são pequenos marcos na cinebiografias do artista holandês, alguns possibilitam novos olhares ou retomam velhas ideias:
Vincent (Vincent: The Life and the dead of Vincent Van Gogh) Direção: Paul Cox Ano: 1987
O filme do diretor australiano, é uma sucessão de imagens de época e obras de Van Gogh com fatos de sua vida narrados pelo ator inglês John Hurt.
The eyes of Van Gogh (The eyes of Van Gogh) Direção: Alexander Barnett Ano: 2005
Após o trágico episódio da orelha em Arles, após uma briga com Gauguin, Van Gogh interna-se voluntariamente em um asilo em Saint-Remy. O filme trata os momento que artista passou no local, por meio de alucinações, sonhos e flashbacks. A grande ideia do filme é a mente atormentada em compasso com a genialidade artística.

The yellow house (The yellow house) Direção: Chris Durlacher Ano: 2007
O filme cobre as nove tempestuosas semanas em que Van Gogh e Gauguin dividiram uma casa amarela na cidade de Arles, ao sul da França. O sonho de uma comunidade de artistas, terminam com um rompimento brusco, o fim de uma amizade e o deterioramento da saúde mental de Vincent.
Moi, Van Gogh (Moi, Van Gogh) Direção: François Bertrand Ano: 2009
Curta filmado em IMAX, trás uma análise da obra de Van Gogh, filmando dos documentos, cadernos, desenhos e cartas do artista. Além dos closes magníficos nas obras e planos das paisagens que inspiraram seus quadros.
Fonte:http://obviousmag.org/archives/2013/12/filmes_sobre_vincent_van_gogh.html



Willem Dafoe incarna Vincent van Gogh no poético e belo trailer de At Eternity's Gate



Filme foi aclamado pela crítica internacional no Festival de Veneza. 





Este é o melhor trabalho de Willem Dafoe desde A Última Tentação de Cristo, ainda melhor do que a performance do veterano ator em Projeto Flórida, pela qual foi indicado ao Oscar. É assim que a imprensa internacional está se referindo a At Eternity's Gate, mais novo longa de Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta), que traz Dafoe como ninguém mais, ninguém menos do que o lendário pintor Vincent van Gogh, nos seus últimos dias de vida - confira a cima o poético, belo e caótico trailer da obra.
Ambientado em Arles, cidade na Provença, região francesa, a cinebiografia explora o período passado pelo mestre holandês no vilarejo, na companhia do igualmente icônico Paul Gauguin (Oscar Isaac). Em seus derradeiros momentos, o artista dos Países Baixos encontrou tempo para pintar 75 telas em 80 dias, cortar uma de suas orelhas, embarcar em uma jornada de loucura e, finalmente, iniciar o processo da inscrição de seu nome na história da humanidade.
Aclamado no Festival de Veneza, o longa ainda traz nomes como Mads MikkelsenRupert FriendEmmanuelle Seigner e Mathieu Amalric no elenco. At Eternity's Gate (ou Às Portas da Eternidade, em tradução livre) ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
Fonte:http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-143046/

COM AMOR, VAN GOGH: UMA OBRA DE ARTE NO OSCAR 2018

Ainda não assisti a todos os indicados ao Oscar de melhor animação em 2018, mas posso garantir que Com Amor, Van Gogh é o mais corajoso e diferenciado de todos. Por que? Vamos lá que te explico:
  • foi o primeiro filme a ser concebido todo em pinturas;
  • para cada segundo eram necessários 12 pinturas, tudo para que a montagem possa ser feita;
  • ao todo foram 65 mil quadros pintados;
  • 125 artistas foram contratados para o trabalho;
  • utilizaram a pintura de óleo sobre tela, a mesma que o próprio Van Gogh estudou e revolucionou.
O projeto, dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman poderia ter sido feito em live action? Sim. Mas perderia muito de sua carga dramática, pois são aquelas cores e texturas, conseguidas apenas com as pinturas que dão o toque especial à trama. É bem verdade que demorei um pouco para aceitar Armand Roulin como protagonista, pois, no início, não me pareceu ter características marcantes. Porém, no decorrer dos 95 minutos, sua empatia sugerirá o contrário.
Com Amor, Van Gogh
Pôster do filme
Conforme Roulin vai conhecendo as pessoas e conversando com elas para tentar entender o que realmente aconteceu com o artista, notamos algo muito presente hoje em dia: a aversão a artistas e a arte. Mas ainda assim, havia quem o admirasse e, até, quem o amasse. A figura frágil do pintor e sua inconstante relação com a vida, prova que ele jamais encontrou paz dentro de si.
Com Amor, Van Gogh pode ser visto como um drama, como um documentário, como um grito de amor as artes. Mas, acima de tudo, é uma homenagem a este gênio que, com apenas 8 anos de experiência nas pinturas, nos presenteou com cerca de 800 quadros. Me arrisco a dizer que esta tenha sido a biografia que mais entendeu seu protagonista. Van Gogh deve estar satisfeito, onde quer quer esteja!

Sinopse de Com Amor, Van Gogh:

Investigação apronfundada sobre a vida e a misteriosa morte de Vincent Van Gogh através das suas pinturas e dos personagens que habitam suas telas. Animado com a técnica de pintura a óleo do pintor holandês, os personagens mais próximos são entrevistados e há reconstruções dos acontecimentos que precederam sua morte.
Título Original: Loving Vincent
Ano Lançamento: 2017 (Polônia/Reino Unido)
Dir: Dorota Kobiela, Hugh Welchman
Elenco: Douglas Booth, Jerome Flynn, Robert Gulaczyk, Saoirse Ronan
ORÇAMENTO: 5,5 Milhões de Dólares
NOTA: 9,0
INDICAÇÃO DO FILME PARA O OSCAR: Animação

Fonte:http://www.cinemaepipoca.com.br/com-amor-van-gogh/

FILME/ANIMAÇÃO “COM AMOR, VAN GOGH” – (LOVING VINCENT)

No início do mês de dezembro do ano passado, 2017, eu fui ao cinema para assistir a esse filme. Vivi quase duas horas de puro encantamento! É de uma beleza incomparável, tal qual o é a pintura de Vincent Van Gogh. Fiquei pensando no poder da arte e de como ela nos ajuda a viver num mundo quase inóspito.
Esse filme na verdade é uma animação, feita com base na vida e obra de Van Gogh. O cinema, que por si já é uma arte – a sétima – , nesse filme condensa a arte duplamente. Já o assisti novamente, por DVD. Ele recebeu vários prêmios e chegou a ser indicado para o Oscar, mas não venceu.
Quem concebeu a ideia dele foi a artista – ela também é pintora –  e produtora polonesa Dorota Kobiela. Junto a seu companheiro, o britânico Hugh Welchman, cineasta e também produtor, decidiram filmar com artistas reais todo o roteiro que seguiu a temática de inúmeros quadros de Van Gogh.
Depois de realizada a filmagem que foi dirigida por eles, houve um recrutamento de pintores  que trabalhavam com óleo. Dos cerca de cinco mil candidatos (as), foram escolhidos 125. Estes se dedicaram a pintar os 65.000 quadros (frames) individuais do filme. Depois desse primoroso trabalho foi criada a animação genial.
Para que você caro(a) leitor(a) tenha uma vaga ideia da magnitude desse trabalho, poderá clicar no link abaixo e verá parte do making off :

Vincent Wilhem Van Gogh (1853-1890) era o filho mais velho de uma família de classe média holandesa, cujo pai era pastor evangélico. Quando jovem ele trabalhou no comércio de pinturas e por isso foi familiarizando-se com a arte. Visitava museus com muito interesse. Não tendo se habituado a esse cotidiano, acabou por perder vários empregos. Tentou seguir os passos do pai e foi aprender a ser pastor.
Passado algum tempo, também não deu certo. Perdeu as colocações que obtivera. Tornou-se um ser errante, aflito por trabalhar sem o conseguir. Queria formar família e ter filhos, foi repudiado por suas namoradas. Era figura excêntrica e esquisita. Bebia muito e fumava cachimbo sem parar. Não cuidava muito bem de sua higiene. Certamente, sofria de alguma enfermidade mental desde sempre. Enfim, um dia começou a aprender a desenhar.
Ele e Théo, seu irmão quatro anos mais novo, eram amigos íntimos. Théo era marchand em Paris e, um dia sugeriu ao irmão Vincent que se dedicasse definitivamente à arte do desenho e pintura, e que ele o ajudaria a manter-se. Assim começa a vida artística do grande pintor Vincent, aos 29 anos de idade. Nós, os apreciadores da arte de Van Gogh, devemos muito ao seu irmão Théo.
Depois de muitas idas e vindas pra lá e prá cá, de cidade em cidade, finalmente ele se radica no sul da França, na cidade de Arles.  Vincent vivia, modestamente, em pensões ou quartinhos sempre sozinho desenhando e pintando compulsivamente. Escrevia cartas para seu irmão quase todos os dias. E Théo lhe respondia e enviava dinheiro. Essa sua proximidade com o serviço de correios, lhe fez ficar muito amigo do carteiro Joseph Roulin e toda sua família. Pintou retratos de vários deles.
Depois desse pequeno resumo, quero lhe dizer caro(a) leitor(a) que o filme animação se atém a esse período final da vida de Vincent. Na narrativa, o carteiro Roulin já idoso, pede para seu filho Armand ir em busca de Théo, para lhe entregar uma última carta escrita por Vincent, e que fora encontrada tardiamente. O filho obedece, viaja a Paris e lá descobre que Théo morrera uns seis meses após a morte do irmão. Já estava doente e não suportou a perda do irmão.
E daí então, Armand começa a intrigar-se com a vida que levou Vincent Van Gogh e culminou com seu suicídio aos 37 anos. Parte em busca das pessoas que conviveram com ele. Nessa caminhada vamos conhecendo, magicamente, os lugares e paisagens magníficas pintadas por ele. Suas cores exuberantes. Sua inteligência e humildade. Sua inadequação a este mundo “civilizado” e nada acolhedor. Sua paixão pela natureza.
Eu não tive educação artística, infelizmente. Mas sei apreciar a beleza. Desde que conheci os trabalhos de grandes pintores, na época final de minha adolescência, passei a admirar demais os quadros e a sensibilidade de Van Gogh. Li bastante sobre ele. Em 1991 fui até Amsterdam para, além de passear e conhecer a bela cidade, visitar o Museu Vincent Van Gogh criado em 1973 por seu sobrinho, filho de Théo que recebera o mesmo nome de seu tio. Achei bonito demais tudo o que vi. Caso você caro(a) leitor(a) queira visitar virtualmente esse museu, dê uma clicada no link abaixo:
E, se puder e quiser, procure ler o livro que contém as cartas que Vincent escreveu ao seu irmão Théo. Há tradução para o português, com edição da L&PM. Lendo “Cartas a Théo” passei a amá-lo ainda mais. Era uma pessoa muito sofrida, sensível e solitária. Foi vítima de preconceito e bullying, como se diria hoje em diaEle sofreu alguns surtos maníacos durante a vida. Após seu amigo Gauguin desentender-se com ele, num momento de muita raiva cortou parte de sua própria orelha esquerda.
A intolerância e a incompreensão da maioria das pessoas que não aceitavam sua enfermidade mental o isolaram. Em Arles chegaram a encaminhar uma petição, assinada por muitos cidadãos (ãs), para o prefeito da cidade dizendo que era perigoso aquele homem perambular solto pela comunidade. Ele foi obrigada a retirar-se. No final de sua vida estava morando na cidade de Auvers-sur-Oise, mais perto de Paris.
Aliás, até hoje, a enfermidade mental não é bem aceita e compreendida em qualquer sociedade humana, infelizmente.
Van Gogh começou a ser reconhecido como pintor impressionista no final de sua vida. Mas o esplendor de sua arte só passou a ser valorizado após sua morte em 1890.
No ano de 1990 – cem anos após a morte de Van Gogh – o mestre e diretor de cinema Akira Kurosawa (1910-1998) retribuiu o amor que Vincent tinha pelas gravuras japonesas, focalizando sua obra num dos episódios de seu lindo filme “Sonhos”:
A vida de Van Gogh já foi tema de vários filmes e documentários. Destaco entre esses trabalhos, o longa-metragem dirigido por Vincent Minelli e George Cukor intitulado ” Sede de Viver“, lançado em 1956, e cujo protagonista foi o grande ator norte-americano Kirk Douglas. Há outro ótimo longa produzido em 1990, dirigido pelo diretor Robert Altman, cujo título é ” Vincent Van Gogh – A Vida e Obra de um Gênio “.
Para finalilizar este post, trago aqui para você caro(a) leitor(a), dois traillers do filme animação “Com Amor, Van Gogh “:



Inês do Amaral Buschel, em 14 de julho de 2018.

Fonte:https://blogdaines.wordpress.com/2018/07/14/filme-animacao-com-amor-van-gogh-loving-vincent/

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