FILME CLÁSSICO "ASSASSINATO NO EXPRESSO ORIENTE",SUSPENSE BASEADO EM LIVRO DE AGATHA CHRISTIE REEDITADO

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Crítica | Assassinato no Expresso Oriente
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 28/11/2017
Agatha Christie é uma das autoras que mais venderam ao longo de sua prolífica carreira, algo que gera lucros até hoje. Por ser um nome tão difundido nos meios literários, talvez exista um receio em adaptar a dama do crime para os cinemas. Todavia toda obra audiovisual de mistério que segue as bases do “whodonit” (a famosa estratégia do “quem matou?”) baseia-se nas famosas narrativa de Agatha Christie, sendo uma peça fundamental para a cultura narrativa ocidental como um todo.
Assassinato no Expresso Oriente é uma de suas obras mais conhecidas, gerando não só esse filme de 2017, mas também uma clássica versão da década de 1970 com um grande elenco comandado por Sidney Lumet. Talvez uma das adaptações de Agatha Christie mais bem sucedidas, um filme que se apoiava na curiosidade de um mistério extraordinário com um toque de humor negro irônico, um longa divertido e bastante interessante. Essas são informações necessárias para entender como a versão atual busca uma certa identidade própria, algo que por si só chama atenção, sendo um longa nada acuado diante do trabalho de adaptar um grande sucesso literário atemporal que já teve um filme de sucesso realizado.
Muito disso se deve ao fato de Kenneth Branagh estar em evidência nessa nova versão, sendo tanto o diretor do longa como seu protagonista, dando vida ao famoso detetive Hercule Poirot. Se antes, na versão de 1974, e até mesmo no livro, o suspense e a perspicácia do mistério era o grande foco narrativo, sempre de maneira leve, aqui há um interesse na construção de um drama a partir daquele assassinato, fazendo uma investigação moral daquele ocorrido e de seus envolvidos. Algo que é transmitido para o público na visão do próprio detetive, aqui o grande centro do filme e não apenas um personagem infalível que está ali para desvendar um mistério desafiador. Assassinato no Expresso Oriente dá uma importância imensa a emoção e as sensações daquele detetive diante daquele caso, algo que enriquece totalmente o filme.
Isso justifica uma série de ideias presentes no filme e no roteiro escrito por Michael Green (Logan e Blade Runner 2049). Por exemplo, o fato do longa dar tanta importância para o que ocorre com Poirot antes de entrar no Expresso Oriente, desvendando um caso no Oriente Médio entre um Rabino, um Padre e um Imam, um momento que demora longos minutos, mas constrói toda a figura do detetive, suas manias – como uma eterna busca por equilíbrio – e suas convicções, o senso que existe sempre o certo e o errado, e ele está ali para ajudar a distinguir esses dois polos, algo que vai sendo desmoronado durante o caso dentro daquele fatídico trem.
Isso mostra como os realizadores são capazes até mesmo de comprometer o ritmo do filme, a fim de se manterem fiéis a suas ideias, algo que pode fazer a experiência ser um tanto quanto truncada, que demora para atrair de vez o espectador, mas faz de tudo para construir solidamente suas ideias. E todas essas ideias dizem muito a respeito do próprio Branagh, um cineasta e ator que vem do teatro demonstrando assim sua predileção pelo trabalho do ator, pela investigação dramática e pela utilização dos diálogos.
Essa tradição provinda da arte cênica por excelência é a principal conexão com o trabalho de Lumet, cineasta americano com as mesmas origens. Assim é interessante como os espaços restritos de um simples trem são utilizados para colocar sempre em disputa o detetive e algum outro personagem. Cada ambiente é transformado por Branagh em um grande palco, onde os atores tem a possibilidade de mostrar seu envolvimento com o projeto. Talvez seja por isso que nenhum membro do estrelado elenco esteja fora do tom, contidos na mesma medida que prontos para construírem personas interessantes e complexas, sempre em jogos dissimulados que devem ser desvendadas pelo protagonista. Essa dinâmica faz com que as atuações sempre cresçam na projeção destacando principalmente Leslie Odom Jr., Daisy Ridley e Michelle Pfeiffer e também Branagh. O ator da escola Shakesperiana constrói sequências inteiras para demonstrar sua eloquência, seus virtuosismos e sua habilidade, esse homem racional dentro de um quebra-cabeça curioso e moral.
Os holofotes em si mesmo ajudam o longa a construir esse retrato mais profundo do detetive, o desenvolvimento dramático da situação se assegura sem perder o espectador, conseguindo dosar sua excitação, marcada pelo mistério do assassinato dentro do expresso oriente que todos são suspeitos cometido, e suas questões éticas, colocadas nos monólogos do protagonista sobre o porquê alguém aparentemente comum poderia ter realizado aquilo. Essa adaptação dramática já funcionou com Branagh uma vez no ótimo Frankenstein de Mary Shelley e funciona mais uma vez em Assassinato no Expresso Oriente com uma montagem dinâmica, um dinamismo no segundo e terceiro ato, algo que marca o desenrolar do mistério, mesclando bem essa pretensão dramática com as necessidades rítmicas de um blockbuster do tamanho deste longa.
Assassinato no Expresso Oriente muitas vezes entende que ser uma obra para o grande público refere-se a necessariamente ter que explicar tudo para seu público, com a inserção de uma série de flashbacks, ainda que alguns sejam narrativamente necessários, outros só não precisariam estar ali, mas todos são realizados com um simples e preguiçoso preto e branco que faz com que aquilo se remeta ao passado. Como também uma enorme força para que esse ponto moral encontrado pelo protagonista seja sempre colocado de maneira verbal no filme, sendo que ele está nas entrelinhas de todos outros diálogos, ou nas ações daqueles personagens, sem essa necessidade de mastigar as suas ideias para o espectador.
Assassinato no Expresso Oriente vive também desse diálogo entre uma recente experiência de Branagh no alto do cinema industrial americano com filmes como Thor e Cinderela, mas também de seu rico repertório em filmes mais ousados como sua fiel reprodução cinematográfica das peças de Shakespeare. Para o bem e para o mal isso marca uma relação entre um filme repleto de ideias pessoais com uma pretensão de atrair o público. Se isso poderia causar algum ruído no longa, o cineasta amarra tudo com um academicismo clássico, deixando a narrativa em primeiro lugar a cada plano, fazendo com que suas imagens estejam a favor da história, mas também realizando um filme virtuoso imageticamente. Esse suntuoso trabalho estética chama atenção para a narrativa de mistério, por exemplo, na reprodução da Santa Ceia, onde todos os suspeitos estão sentados ao entorno da figura principal da trama de mistério; ou num interrogatório em que o acusado, que acaba de ter seu disfarce despido, é enquadrado através de vários espelhos, demonstrando essas camadas daquele personagem específico. O filme, então, consegue criar artifícios para dominar sua narrativa, sintetizar suas ideias e cooptar seu público.
Assassinato no Expresso Oriente é marcado por esse blockbuster que consegue unir uma série de qualidades, sendo um projeto carregado com uma mão quase autoral, sem esquecer-se de uma devoção ao público e a sua narrativa já consagrada, algo que nos remete a um sentimento visto lá no cinema clássico americano, como até remete o quadro final de Hercule Poirot caminhando rumo a um sol se pondo após seu trabalho ser realizado. Kenneth Branagh realiza então um filme que em busca de sua própria identidade não só agrada como faz jus a todo cânone em torno de Agatha Christie e sua famosa obra.
Fonte:https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/criticas/2017/11/critica-assassinato-no-expresso-oriente

Assassinato no Expresso do Oriente | Crítica

Competente e bem filmada, adaptação de Agatha Christie acerta em todos os pontos
É difícil explicar exatamente o que torna um filme bom para cada pessoa. Pode ser uma direção acertada, atuações profundas, um bom roteiro, uma boa trilha sonora, ou nada disso. Muitas vezes nos apaixonamos por produções questionáveis simplesmente porque elas nos cativam. Assassinato no Expresso do Oriente, nova adaptação da obra de Agatha Christie que chega aos cinemas pelas mãos de Kenneth Branagh (Thor, Cinderela), tem esse carisma em seu currículo. Com um mistério envolvente, o longa brinca com emoções ao contar sua história e cria uma expectativa satisfatória. Grande parte desse mérito é de Branagh que, além de dirigir, protagoniza o filme e se torna a alma da produção.
O excêntrico Hercule Poirot (Branagh) enxerga a vida como um padrão de certo e errado, e usa essa percepção para desvendar crimes. Para chegar ao culpado, ele precisa apenas olhar com calma para esse cenário preto e branco e descobrir o que não combina. Tentando tirar férias, o detetive se envolve em um novo caso e precisa pegar o Expresso do Oriente para chegar ao local da investigação. É quando o filme apresenta cuidadosamente o elenco, que conta com nomes de peso como Michelle PfeifferJosh GadJudi DenchJohnny Depp, entre outros. Branagh mostra que entende cada personagem. Em poucas cenas, o suficiente é apresentado para que a trama se torne interessante.
Como o título diz claramente, a viagem é interrompida pela neve, um assassinato acontece e todos que estão a bordo se tornam suspeitos. A trilha sonora de Patrick Doyle (Valente, Planeta dos Macacos: a Origem) é bonita e certeira ao aumentar o suspense sobre o que realmente aconteceu na cabine do trem. Exatamente por ser tão presente, a ausência da trilha também é marcante:o silêncio pontua os momentos de reflexão de Poirot sobre o crime.
Com o desenrolar da investigação, novos detalhes aparecem e revelam, é claro, que há uma história maior por trás do que ocorreu naquele trem. Mas o filme acerta ao não jogar informações demais ou de menos: tudo é calculado para que o público se sinta dentro da história e complete as lacunas até o final. E tudo isso é mostrado com um belo visual de cenas externas, um design de produção caprichado e ângulos de câmera muito bem planejados por Branagh. Ora com um plano sem cortes, ora com uma câmera que mostra os personagens de cima, o diretor brinca com as possibilidades e coloca o espectador em locais improváveis. Em alguns momentos, você sente que não deveria estar ali espiando os acontecimentos, ao mesmo tempo em que aprecia a perspectiva inesperada.
Da visão fechada de Poirot sobre “certo” e “errado”, o filme desenvolve o seu questionamento da realidade. Quando entende o cerne do mistério que tem em mãos, as convicções do detetive são colocadas em xeque e, de repente, também começamos a pensar sobre as nossas. Será que algo pode justificar um assassinato? Um ato ruim compensa outro? O que você faria se estivesse na mesma posição?
Em frases muito bem encaixadas, Branagh esclarece como um assassinato não termina apenas naquele ato. É algo muito maior, que afeta a vida de várias pessoas, inclusive do assassino. O detetive mais famoso do mundo começa a olhar a vida de outra forma, assim como os passageiros do expresso.
Kenneth Branagh conhece todo o potencial da obra de Agatha Christie e acerta ao dosar bem essas qualidades. O que chega ao público é um filme redondo, que não deixa pontos em aberto e dá uma solução eficiente para quem acompanhou a intrigante investigação. Agora é esperar ansiosamente pela a sequência, que deve mostrar Poirot com seu famoso bigode investigando uma morte no rio Nilo.
Fonte:https://omelete.uol.com.br/filmes/criticas/assassinato-no-expresso-oriente/?key=140744

Cinema Clássico Hoje

A velha Hollywood morreu. Os épicos do passado, que enfatizavam valores e personagens humanos estão em defasagem no mercado da maior meca do cinema mundial. Antes, estas produções cinematográficas ricas em detalhes e de muito conteúdo, estudadas até hoje por eruditos da arte, eram o que faziam adultos saírem de casa, deixando os filhos dormindo. Hoje, cinema é coisa de jovens, a maior fatia pagante no mercado. Bem, é tudo culpa de um certo senhor Steven Spielberge seus blockbusters – leia na minha crítica do documentário Spielberg para saber mais sobre a revolução cultural.
Veja bem, existem muitos blockbusters legais e longe de mim querer reclamar dos filmes de super-heróis que chegam todo ano, adoro a maioria. Mas acho que pode haver lugar para tudo. Não é justo tirar de cena produções mais maduras e adultas, e esse desejo precisa vir não apenas dos jovens, mas das eternas crianças presentes ainda dentro de cada um de nós. Muita gente só sai de casa se o cinema estiver exibindo aquele espetáculo visual – muitas vezes sem qualquer pensamento embutido. Bem, esta é a chance de assistir a uma obra adulta, que se encaixa perfeitamente em tais quesitos de conteúdo somado a um visual chamativo.
Assassinato no Expresso do Oriente é a repaginada de Kenneth Branagh no clássico da literatura homônimo de Agatha Christie. E se Stephen King é enaltecido por diversas gerações, desde os anos 1970, como o rei do terror, Christie precisava mesmo ser redescoberta, já que trata-se da rainha do suspense. Para uma versão moderna, já que a obra foi adaptada em 1974 por Sidney Lumet, com pompa de prêmios (seis indicações ao Oscar, incluindo roteiro adaptado, e uma vitória, atriz coadjuvante para Ingrid Bergman), não poderia haver um piloto melhor do que Branagh. Conhecido pela garotada como o diretor de Thor (2011) e Cinderela (2015), o ator britânico é lembrado pelos mais velhos como um artista shakespeariano e discípulo direto do grande Sir Laurence Olivier.

Branagh e a Fox, estúdio responsável por este reboot (para usar uma palavra muito em voga), se cercam de uma verdadeira constelação de nomes para recriar os passageiros “amaldiçoados” do trem saído de Istambul, na Turquia, direto para a Europa (Londres e Paris). De fato, se Lumetcomandou Albert FinneyLauren BacallIngrid BergmanJacqueline BissetVanessa RedgraveJohn Gielgud e Sean Connery, Branagh realmente não fica devendo ao apresentar Johnny DeppMichelle PfeifferJudi DenchPenélope CruzDaisy Ridley e Willem Dafoe. No papel principal do maior detetive do mundo, Hercule Poirot, o próprio diretor. E por que não, afinal o filme é dele.
Na trama, personagens excêntricos trancafiados no veículo que dá título ao filme, devido a uma avalanche, precisam se deparar com uma tragédia quando um deles aparece morto, levantando a suspeita de que qualquer um dos sobreviventes pode ser o assassino. Agora caberá ao astuto detetive desvendar este complexo mistério, que pode ter ligação direta com o passado de um deles e uma rica família que teve seu bebê sequestrado e morto – supostamente, Christie teria usado como base o caso real do aviador Charles Lindbergh, cujo bebê foi sequestrado em 1932 e nunca mais apareceu. A escritora lançou sua obra em 1934.
O que Branagh cria aqui é uma obra enxuta e exuberante. Dona de um visual tão chamativo que conseguirá prender a atenção do público disperso e ávido por seu celular de 5 em 5 minutos. A direção de arte, que recria o interior do luxuoso trem, e os figurinos elaborados, saltam aos olhos. Além disso, Branagh cria ângulos interessantes para pôr sua câmera, como se convidasse o espectador a assistir tudo de uma ótica inusitada. Temos por exemplo, uma conversa de corredor com a câmera parada em cima (num contra-plongée), enquanto tentamos distinguir quem são os envolvidos no assunto sem ver seus rostos. Ou como na cena em que Poirot passeia entre os suspeitos narrando o ocorrido, cena contida no trailer, na qual a câmera substitui o protagonista. São esforços como esse que criam o diferencial de vigor, usando métodos modernos para vestir um material clássico. Ah, sim. E temos o fabuloso bigode de Poirot. Afinal quem conseguiria desviar o olhar dele.
Existe aqui também todo um prólogo fora do trem, no qual Poirot ajuda a decifrar um crime onde três clérigos de diferentes religiões estão enfrentando a pena de morte por fuzilamento, trecho adicionado pelo texto de Michael Green (Logan e Blade Runner 2049) para enfatizar a expertise do herói (sim, um herói real) e com o que o criminoso no trem está prestes a se deparar. A direção de Branagh imprime um ritmo bom ao longa, sem transformar o filme numa sucessão de picotes incompreensíveis (com o qual a garotada está acostumada atualmente) e tampouco perdendo parte do público com uma montagem lenta. De fato, a versão 2017 é mais dinâmica do que seu predecessor – eu sei que os tempos são outros e o estilo de fazer cinema mudou, mas Branaghpoderia ser respeitoso de uma narrativa mais recheada de diálogos e menos cortes (com câmera mais estática) – pense em como Villeneuve replicou a condução do Blade Runner original de 1982. Aqui, no entanto, o ritmo mais rápido serviu muito bem ao filme.
Na parte do elenco, a grande maioria se sai bem. É bom ver Daisy Ridley dando conta do recado em seu primeiro filme longe de Rey e Star Wars, e a menina segura bem as pontas. Penélope Cruzcostuma roubar a cena em elencos recheados (Vicky Cristina Barcelona e Nine) e aqui tem uma personagem que rendeu um Oscar a outra (Bergman). Mas quem eu gostaria de destacar são três outros atores. Josh Gad mostra que funciona muito bem longe de comédias, aqui na pele do secretário do mafioso de Johnny Depp. A gracinha Lucy Boynton, a apaixonante Raphina de Sing Street: Música e Sonho (você precisa ver este filme, é sério!), atinge a nota certa da entorpecida Condessa Andrenyi. E por último, o melhor desempenho em cena, a revigorada Michelle Pfeiffer, que faz sua Sra. Hubbard pulsar com vida. E que ano teve a atriz, entre este filme e mãe!, de Darren Aronofsky. Esperamos que continue nesta crescente no vindouro Homem-Formiga e a Vespa (2018) da Marvel.
Assassinato no Expresso do Oriente é um filme elegante e classudo, recheado de inúmeros elementos para despertar o interesse de um novo público. O fato só prova que Agatha Christie e seus textos são atemporais e se forem preparados de forma adequada – e muito longe de ser descaracterizado – apelam a qualquer um. Numa era em que todos os estúdios buscam por suas franquias, taí uma na qual valeria a pena investir, o Christieverse, o universo expandido das obras da autora. Bom, a semente já foi plantada, agora façam a parte de vocês.

Fonte:http://cinepop.com.br/critica-assassinato-no-expresso-do-oriente-uma-agatha-christie-moderna-e-com-muita-classe-160516

Assassinato no Expresso do Oriente | Trailer Oficial | Legendado HD






best-seller “Assassinato no Expresso do Oriente”, de Agatha Christie, recebe agora uma refilmagem pelas mãos de Kenneth Branagh. O livro já tinha sido levado para as telas em 1974 pelo diretor Sidney Lumet, e teve ainda duas adaptações para a TV. Nesta nova versão, Branagh fez como Lumet: escalou um time de estrelas de Hollywood para compor o elenco. Mas reservou para si próprio o papel do lendário detetive Hercule Poirot. O enredo, claro, é o mesmo do romance policial: acontece um assassinato no Expresso do Oriente e Poirot é recrutado para desvendar o caso.
Kenneth Branagh seguiu no longa uma das características mais marcantes de seus projetos, que é ser fiel à obra original, trabalhando da mesma forma que fez em suas ótimas adaptações das peças de Shakespeare. Isso não o impediu de agilizar a produção com algumas cenas de ação, para satisfazer o público que atualmente frequenta o cinema. Também inovou com uma eficiente linguagem cinematográfica, rica em movimentos como panorâmicas, wide angles e close-ups, que transportam o espectador para dentro do trem, causando forte impacto visual. O diretor ainda trabalhou bem a relação dos espaços confinados do trem com outros mais amplos, alternando planos abertos e fechados para simbolizar os avanços e retrocessos da investigação de Poirot.
Quem não leu o livro ou não viu o filme de 1974 vai reviver a experiência do jogo de tabuleiro “Detetive”, que foi mania nos anos 70 e 80. E coisas como “o assassino foi Dona Branca com um candelabro na cozinha” vai fazer bastante sentido.
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