Por
Túlio Toledo Meio Ambiente/19 março, 2016
Pesquisadores descobriram um pequeno diamante que
aponta para a existência de um grande depósito de água sob o manto da Terra.
Seu volume poderia preencher três vezes os oceanos que conhecemos.
Reprodução
Ecoportal.net – O principal autor do estudo, Graham
Pearson, membro da Universidade de Alberta, no Canadá, disse que “Uma das
razões da Terra ser um planeta dinâmico é a presença de água em seu interior.
As mudanças da água dependem da forma como o mundo funciona”.
Depois de discutir a teoria há décadas, os
cientistas relatam que finalmente encontraram um grande oceano no manto da
Terra, três vezes maior do que os oceanos que conhecemos.
Esta descoberta surpreendente sugere que a água da
superfície vem do interior do planeta como parte de um ciclo integrado da água,
desbancando a teoria dominante de que a água foi trazida para a Terra por
cometas gelados que passaram por aqui há milhões anos.
Cada vez mais os cientistas estão aprendendo sobre
a composição de nosso planeta, compreendendo os acontecimentos relacionados às
mudanças climáticas. O clima e o mar estão intimamente relacionados com a
atividade tectônica que tem estado continuamente vibrando sob nossos pés.
Assim, os pesquisadores acreditam que a água na
superfície da Terra poderia ter vindo do interior do planeta, tendo sido
“impulsionada” para a superfície por meio da atividade geológica.
Depois de inúmeros estudos e cálculos complexos
para testar suas teorias, os pesquisadores acreditam ter encontrado um
reservatório gigante de água numa zona de transição entre as camadas superior e
inferior do manto, uma região que se encontra em algum lugar entre 400 e 660 km
abaixo da superfície da terra.
Como sabemos, a água ocupa a maior parte da área de
superfície do nosso planeta, que é paradoxalmente chamado de Terra. Embora seja
verdade que, em comparação com o diâmetro terrestre a profundidade dos oceanos
represente apenas uma fina camada semelhante à casca de uma cebola, descobrimos
agora que a presença deste precioso líquido não está limitada à superfície
visível.
Na realidade, a cerca de centenas de quilômetros de
profundidade no subsolo há também enormes volumes de água, com uma importância
fundamental para a compreensão da dinâmica geológica do planeta. Quase um
oceano no centro da Terra.
A descoberta do oceano subterrâneo
A importante descoberta foi realizada por
pesquisadores canadenses, que se basearam em um diamante encontrado numa rocha,
em 2008, em uma área conhecida como Juína, no estado do Mato Grosso, Brasil.
reprodução/imagem Ilustrativa
A descoberta ocorreu por acidente, pois a equipe
que estava, na realidade, à procura de outro mineral, ter comprado o diamante
de alguns garimpeiros que o tinham encontrado através de uma coleta de cascalho
realizada em um rio raso. Ao analisar a pedra detalhadamente um estudante
descobriu, um ano depois, que o diamante, de apenas três milímetros de diâmetro
e de pouco valor comercial, continha em sua composição um mineral chamado
ringwoodite, que até agora só tinha sido encontrado em rochas de meteoritos e
que contém significativa quantidade de água. No entanto, a confirmação final da
presença deste mineral levou muitos anos, pois foi necessária a realização de
vários testes e análises científicas.
De onde vem este mineral?
A análise detalhada da amostra encontrada revelou
que, neste caso, o mineral não provinha de meteoritos, mas do manto da Terra, a
uma profundidade de cerca de 410 e 660 km, em uma área que é conhecida como
“zona de transição”.
Anteriormente, discutia-se muito sobre a
possibilidade da existência de grandes quantidades de água muitos quilômetros
abaixo do subsolo, mas nunca tinha sido antes demonstrada nenhuma prova real de
tal teoria, que tem implicações muito importantes para a forma como entendemos
os fenômenos geológicos planetários, pois acredita-se que este é o mineral mais
abundante na zona do manto. Desta forma, como a amostra encontrada possui até
1,5 por cento de seu peso em água, pode-se afirmar que existem volumes de água
realmente extraordinários, como um grande oceano.
Esta descoberta é, sem dúvida, uma das mais
importantes realizadas no campo da geologia nos últimos anos, e forçará os
peritos a modificarem, até certo ponto, a abordagem que se tem utilizado até
agora para analisar fenômenos como vulcanismo, placas tectônicas e muitos
outros processos de importância na compreensão da dinâmica da Terra – cujo
nome, depois dessa descoberta, se tornou ainda mais paradoxal.
reprodução/imagem Ilustrativa
A peculiaridade desta descoberta é que esta água
não existe em qualquer um dos três estados que conhecemos: líquido, sólido ou
gasoso. A água foi encontrada em estruturas moleculares de formações rochosas
no interior da Terra.
Uma concentração tão importante de água trás uma
mudança significativa nas teorias relacionadas com a origem da água na
superfície da Terra.
Esta descoberta é a prova de que nas partes mais
profundas do nosso planeta, a água pode ser armazenada. Fato este que poderá
colocar fim em uma polêmica de 25 anos, sobre se o centro da terra é seco ou
úmido em algumas áreas.
A capacidade de armazenar água em seu interior não
é exclusiva da Terra. Outros planetas, como Marte, podem conter grandes
quantidades de água, algo que nos faz pensar se o planeta vermelho poderia
abrigar vida.
Fonte:Ecoportal.net
http://www.marconews.com.br/meio-ambiente/cientistas-descobrem-outro-oceano-debaixo-da-terra-na-cidade-de-juina-mt/
Comentários
Postar um comentário