ÍNDIA – CASAMENTO HINDU
Os casamentos na Índia obedecem às várias tradições, variando de acordo com a casta, a região, a cultura e os costumes das mais diversas etnias que compõem o mosaico indiano. Embora encontremos exceções nos dias de hoje, muitos dos casamentos entre hindus são arranjados pelas famílias dos noivos, a fim de reforçar os laços familiares, que são muito importantes na Índia.
Os pais buscam companheiros especiais para seus filhos, levando em conta a mesma religião ou casta das famílias. A aliança é arranjada depois que os pais consultam os mais velhos da família e os astrólogos comparam horóscopos, castas, contexto familiar e social. Quando o casamento é arranjado, as duas famílias entram em uma relação mais profunda, de modo que, ao surgirem problemas na vida do novo casal, ambas as famílias trabalham juntas, para levá-lo a resolver os problemas.
Muitos hindus acreditam que uma pessoa solteira não possui status social. Por isso, o casamento hindu é considerado uma união sagrada e imutável. E, se um filho ou filha não casar, gera uma grande tristeza para a família.
Um casamento hindu mais parece uma maratona para os noivos e sua família. Exige uma cerimônia bem elaborada que passa por diversas fases. A duração pode levar vários dias. Já na semana anterior ao casório, vários rituais são feitos, principalmente aqueles ligados à fertilidade, pois uma mulher estéril é descriminada principalmente pela sogra que, na maioria das vezes, não é lá flor que se cheire e quer descontar na nora, aquilo que passou debaixo das garras da mãe de seu marido.
As mãos da noiva, assim como as de suas amigas, recebem lindos desenhos de hena antes do casamento. Pela exuberância desses pode-se saber a qual casta pertence a felizarda. Os corpos dos nubentes passam por intensa massagem com óleos perfumados, com as mais variadas essências, enquanto eles cantam mantras, de modo a purificar o corpo e a alma, antes da cerimônia. As irmãs do noivo costumam roubar-lhe os sapatos, para que o irmão lhes dê, em troca, presentes em ouro, ao devolvê-los.
No dia do casamento, o noivo chega à casa da escolhida, conduzido por uma procissão, às vezes montado num cavalo branco, de turbante e espada. Durante a festa, para testar a coragem e o vigor do moço, um parente da noiva desafia-o para uma luta. Assim poderá ver se o cavalheiro está apto para defender a honra da noiva. O sacerdote invoca as bênçãos de Brahma para o casal e se dirige a seus antepassados, pedindo-lhes para abençoar aquela união.
Iogurte e mel são oferecidos pela noiva ao futuro marido, como indicativo de sua pureza e doçura. Ambos trocam um colar, colocado durante a cerimônia no pescoço um do outro. Ao final, o pai entrega a mulher ao marido e eles trocam seus anéis. O ambiente é purificado com óleos e essências, enquanto os pombinhos fazem juras de amor eterno. No final da cerimônia, pisam numa pedra para simbolizar a força do amor de ambos.
Mas a festa não para por aí. Mesmo depois de casados existem outras cerimônias a cumprir na nova casa. Levam consigo uma chama sagrada, que eles devem manter acesa. Primeiro, entra a noiva com o pé direito e depois o noivo. A seguir, ficam em silêncio até o cair da noite, para que sob um céu estrelado, prestem homenagens a seus antepassados.
A jóia indiana está fortemente ligada ao casamento, e existe uma grande necessidade de torná-lo visível aos olhos da sociedade. A Índia é regulada pelas regras do casamento e da religião. Ao término do ato do casamento, é comum o pai da noiva dizer para o genro: “Agora eu lhe entrego esta menina adornada de ouro”.
Embora o dote seja oficialmente ilegal nesse país, tal prática sobrevive com muita força. O único bem pertencente à mulher são as jóias, que ela recebe da sua família ao se casar. Caso o casal venha a se divorciar, ela vai ter direito de levar apenas suas jóias consigo. Nada mais! Todo o resto fica para a família do marido. E se vier a se enviuvar, grande azar para uma mulher hindu, ela não poderá mais usar nem mesmo essas joias em seu corpo, mas poderá passá-las às filhas.
O metal utilizado nas cerimônias de casamento é sempre o ouro (de acordo com a casta, é claro). Simboliza a deusa Lakshmi. Por isso, o ouro é sinônimo de pureza e abundância, sendo proibido o seu uso nos pés.
Na Índia, setembro e março são os meses eleitos para os casamentos. As joalherias ficam entupidas de famílias ricas, para escolherem as jóias mais vistosas que irão enfeitar a noiva. Sendo que algumas peças são indicadores da casta ou da religião, não podendo ser usadas por outras.
Enquanto num casamento ocidental o símbolo da união é o uso de alianças, na Índia, a noiva se casa carregada de jóias. Como diríamos por aqui, parecendo “uma árvore de natal”.
As peças mais utilizadas são:
- o Nath (brinco de nariz);
- o Bor (adorno usado na testa);
- o Paizeb (tornozeleira com sininhos) e os populares anéis nos pés, somente em prata;
- o Mangalsutram é a peça mais tradicional, que vem do sânscrito: Mangal (próspero, abençoado) e Sutram (cordão).
O cordão de casamento só pode retirado em caso de morte do marido. É tecido com finas linhas de algodão tingidas de amarelo. São 108 pedaços de linha trançados (esse é um número de sorte para os indianos), e um pingente é colocado no cordão para atrair ainda mais sorte.
Bons auspícios aos noivos!
Autoria de LuDiasBH
(*) Imagem copiada de http://www.noivas.net/cerimonia-de-casamento-hindu/
Fonte:http://virusdaarte.net/india-casamento-hindu/
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