ARTE BIZANTINA

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O mais célebre dos mosaicos Bizantinos intactos da Basílica de Santa Sofia em Constantinopla – a imagem do Cristo pantocrator na parede da galeria superior sul, realizada no século XII. Ao seu lado encontra-se a figura da Virgem Maria e de São João Baptista.



O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais.

 

História

O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros, além de problemas dentro de Roma com o senado constantemente se envolvendo em questões relacionadas ao reinado dos imperadores, fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império. O imperador Constantino I transferiu a capital do império para Bizâncio, antiga cidade renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
O movimento viveu o seu apogeu no século VI, durante o reinado do imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero.



Após a crise iconoclasta, houve uma nova era de ouro da arte bizantina que se estendeu até o fim do império no século XV. No entanto, reminiscências desta arte permaneceram embuidas dentro da religião ortodoxa e em regiões como a Rússia que receberam grande influência da cultura bizantina. A arte bizantina era voltada para o lado religioso,ou seja tudo era relacionado com a igreja.

 Influências

A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.
A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente relega os artistas ao papel de meros executores.
Também o imperador, assente num banco regimico teocrático, possui poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.

 Pintura


No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitiva evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica.


os tres reis magos

Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão da iconoclastia, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.


imperatriz teodora

 Mosaico


mozaico+constantino
O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores.
Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.


Arquitetura

A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela a importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais.
A expressão artística do período influenciou também a arquitectura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
A Catedral de Santa Sofia Silva é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projectada pelos arquitectos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 1000000 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.


Catedral de Santa Sofia

Escultura

Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.

Fonte:Wikipédia


A arte bizantina foi uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de varias fontes orientais, sendo assim preservada a cultura clássica greco-romana. Com essa mistura de etnias, foi possível associar todas as partes da cultura bizantina: como o idioma grego, a religião cristã, o direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquitetura de inspiração persa entre outros, formando assim um novo estilo de arte, rico na técnica e na cor.
Na maioria das vezes com relação à igreja cristã, o objetivo principal da arte bizantina foi representar por meio da arte a supremacia do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação da contemplação das coisas espirituais conseqüência dessa proposição. Podemos afirmar então que a arte bizantina está dirigida pela religião. O clero também organizava a arte, fazendo com que os artistas fossem meros executores de suas obras.
O imperador não só tinha poderes administrativos e espirituais, mas era também considerado o representante de Deus. Assim os artistas faziam a imagem dele com uma auréola sobre a cabeça, muito encontrado em mosaicos, onde imperador e imperatriz na maioria das vezes encontravam-se ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
A aparência grandiosa das figuras frontais, fortalecidas nas obras da arte bizantina, deu lugar a obras que além de se manter solenes e majestosas, eram mais vivazes e variadas.
Foi da arte bizantina que surgiu os modelos para toda a Idade Média. Nela também surgiu, pela primeira vez, representações das côrtes angelicais. Dentro dos templos, a arte representou uma teologia da imagem. Na parte interna, a arte pode ser concretizada através de pinturas, mosaicos e esculturas. A imagem bizantina foi um aumento do tempo do dogma e o progresso doutrinal através da doutrina da arte.

Características


Em termos arquitetônicos os artistas bizantinos criaram formas impressionantes e inovadoras o que prova sua capacidade de pensar de forma tridimensional. Mas ao contrário, sua arte plástica se limitou basicamente a uma produção plana. Por volta do século quinto a escultura tridimensional, que tinha sido uma forma marcante na arte helenística e romana, não era mais produzida. Criar figuras que eram fisicamente bonitas, mas não realmente sólidas deve ter sido uma decisão consciente decorrente de um desejo de expressar a espiritualidade da religião cristã.
Figuras humanas, o assunto principal, são retratadas em dois estilos diferentes. Em um estilo que expressa poder, autoridade e grandeza, figuras frontal de Cristo, da Virgem, santos, bispos e da família imperial. Estas imagens são de corpo inteiro. No entanto, a parte superior do corpo é descrita quando o foco está sobre os olhos, expressão facial, e mãos, gesto que posam significativamente e seguram os objetos que denotam algum valor. Estas visões podem ter derivado originalmente de antigas pinturas retrato romano e bustos esculpidos.
No segundo estilo figural temos as narrativas religiosas e gestos que expressam adoração, simpatia, oração, sofrimento, e assim por diante. Figuras em ação, muitas vezes casuais e
lúdicas, também aparecem em cenas mitológicas clássicas. As poses das mãos e dos braços fazem idéias visuais, tais como a bênção, o apontar do caminho, a oração, e autoridade, que é indicado pela figura segurando um cetro, um livro ou um pergaminho.
Emoções sutis são sugeridas nos olhos e expressões faciais. Há sempre uma sensação de controle clássico.
A tradição clássica de modelagem usando luz e sombra para dar certo volume a figuras não foi abandonada completamente. Modelagem desse tipo foi usada para sugerir as características faciais e dobras de tecidos. Figuras representadas em superfícies planas, no entanto, parecem ser quase sem peso – um sentimento criado de certo modo por seus pés, que não descansam firmemente no chão, mas apontam para baixo como se flutuassem.
Ao se descrever grupos de figuras, a profundidade é mostrada através da sobreposição e colocando figuras mais acima no mesmo plano. O uso de fundos de ouro em mosaicos, ilustrações de manuscrito, esmaltes e pintura de painel, define os números para além de tempo e espaço reais. Há pouco interesse em cenário natural. Detalhes arquitetônicos são meramente decorativos e, geralmente, em menor escala do que as figuras humanas.
Figuras e indicações de ajustes são definidas por contornos, não pela atmosfera ou sombras suaves. Clareza é a regra, não apenas em formas que descrevem, mas também na organização de figuras em composições equilibradas para que as ações da narrativa sejam claras.
A escala e a colocação das figuras mostram a sua classificação na corte bizantina ou a sua importância relativa na hierarquia desenvolvida para os mosaicos e afrescos das igrejas. Figuras religiosas mais altas e mais perto do santuário são mais importantes. A imagem de Cristo na cúpula central é o maior e mais importante de todos.
Para expressar a glória do céu e do poder e da riqueza ou do império, os artistas selecionam materiais luxuosos e muitas vezes os combinaram em intrincados desenhos. A preferência era pelas cores fortes, brilhantes e com contrastes com o fim de adicionar à impressão de riqueza. A Cor também foi importante para fazer figuras em mosaicos e afrescos, legíveis mesmo à distância. Na corte imperial há distinção por cores do imperador e imperatriz, que usavam sapatos na coloração vermelha ou púrpura. Além disso, cada categoria de funcionários tinha uma cor específica para as suas vestes.

Preservando a cultura clássica
    
A arte bizantina consistiu numa mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, cabendo-lhe, durante mais de um milênio, preservar e transmitir a cultura clássica grega.
     Com fases alternadas de crise e esplendor, a arte bizantina se desenvolveu do Século 5º, com o desaparecimento do Império Romano do Ocidente enquanto unidade política, até 1453, quando Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, instituída sobre a antiga cidade grega de Bizâncio, foi ocupada pelos exércitos otomanos.
     Justamente nessa ocasião, a arte bizantina encontrava-se em vias de uma terceira idade áurea.

ARTE BIZANTINA

Todavia, poucas pessoas acreditavam realmente que o Imperador era um Deus. O fato de os cristãos se recusarem a oferecer o incenso ou o sacrifício era visto como um ato de traição. Muitos cristãos preferiam morrer do que adorar a imagem do Imperador. Não se sabe exatamente quando as pinturas de Cristo começaram a fazer parte em muitos dos atributos da realeza, mas em alguns casos as vestes de Cristo foram transformadas nas cores reais de azul e o roxo imperial, quando se sentou no esplêndido trono. Em torno de sua cabeça brilhou um halo dourado com os raios que mostram os braços da cruz. Os halos vieram da Pérsia e por muito tempo foram considerados como um símbolo da divindade ou da santidade.
O manto foi pintado em púrpura imperial, cuja cor era reservada apenas aos imperadores.
Quando surgiu o Império romano do ocidente, Constantinopla não era muito rica em termos de arte, assim, teve que construir seu próprio estilo baseado no que lá já existia: a arte imperial romana, não esquecendo que o Bizâncio toma, nesse ponto, o papel de "Roma do Oriente", o estilo helenístico e a arte da Ásia Menor.
Porém, com o tempo, Bizâncio foi tomando suas próprias características. Alguns estilos foram sumindo, como o naturalismo, ao mesmo tempo em que outros foram se fortificando como o voltado para a política e a religião.
A razão disso é que a Arte Bizantina floresceu na época de Justiniano (527-565), época em que houve um grande processo de mudanças políticas, ideológicas e culturais. Alguns historiadores se referem à arte antes do movimento iconoclasta, como uma arte romana oriental.
Infelizmente, não temos muitos exemplares de pinturas murais e de mosaicos produzidos antes do movimento iconoclasta (movimento fortemente político). Os poucos que restam são um conjunto de mosaicos do pavimento de um pátio do palácio imperial (cerca do século V ou VI) com cenas de pastores, de caça, lutas entre animais, e crianças brincando e tudo isso sobre um fundo branco.
Seu naturalismo e vivacidade chegam a dar um tom de profanidade a essa arte, que era voltada, principalmente para o Imperador. Não deixa de ser estranho que, perante essa arte, as primeiras decorações de algumas igrejas não tenham ícones, como é o exemplo da própria igreja de Santa Sofia (tirando uma grande cruz na cúpula, os outros mosaicos são apenas decorativos) ou dos Santos Apóstolos que não utilizaram, em princípio a figura humana.
Desaparecida a produção de Constantinopla, e após a guerra greco-turca do início da década de 20, onde foram destruídos os mosaicos da igreja da Dormição de Nicéia, sobraram poucos exemplos da decoração mural pré-iconoclasta.
Exemplos como a igreja de S. Jorge, do início do século V, com seus mosaicos de fundo clássico e o contraste com a plenitude, esquematismo e frontalidade, dos mosaicos dos pilares da igreja de S. Demétrio, do século VII, podem nos dar uma idéia de evolução do mosaico bizantino nesta época.
Nesta mesma fase, a pintura de ícones alcançou seu apogeu, ao mesmo tempo em que chegava ao auge a veneração à Virgem, aos santos ou mártires. Os ícones eram usados tanto em cultos públicos quanto privados.
Esses desenhos eram feitos com tinta diluída na cera, ou seja, à encáustica sobre a madeira. (atualmente, a encáustica é feita para proteger mármores, por exemplo). Esses desenhos procedem do século VI e VII (embora já existissem muito antes) e vem do Egito e do monte Sinai. A semelhança que apresentam com os retratos de defuntos de El Fayum (citados no trabalho sobre arte romana) denota a alguns que os primeiros ícones cristãos tenham vindo do Egito, embora tenhamos que lembrar que o estilo de pintura de El Fayum estava espalhado por todo o Império romano.
Foram os exageros no culto às imagens (e principalmente questões políticas) que deram origem a discussões teológicas, aproximadamente no começo do século VIII. O Imperador Leão III lançou um decreto que proibia o uso de imagens nos templos. Os iconoclastas, ou destruidores de imagens, como eram conhecidos os que condenavam o uso de ícones nos cultos, promoveram perseguições às imagens nas igrejas e com isso muitas imagens foram destruídas. Encontraram a resistência do Papa (que naquela época era Gregório III) e dos seus fiéis (que, aliás, também foram perseguidos). Não foram os rumos destas batalhas que estão em questão, mas para dar uma idéia de sua intensidade, os iconoclastas chegaram a por em dúvida o próprio culto à Virgem e aos santos, mesmo sem imagens. Os adeptos do culto aos ícones, por sua vez, rejeitaram o cesaropapismo, afirmando a independência da Igreja para com o Imperador. Isso batia de frente com o ideal do regime político de Bizâncio. Com um breve intervalo de triunfo da iconofilia (787-813) devido à Imperatriz Irene, a iconoclastia prolongou-se até o ano 843, quando Teodora restabeleceu definitivamente o culto às imagens.
Embora tenha perdurado até o século IX, a luta contra a adoração de imagens não foi além da eliminação das esculturas; os ícones pintados acabaram por ser novamente aceitos.
As decorações surgidas durante o período iconoclasta foram destruídas e substituídas. As igrejas se adornaram com motivos vegetais e animais e com cruzes e principalmente: a arte que glorificava o imperador tomou força. Um bom exemplo das decorações do período iconoclasta são os mosaicos da Mesquita de Damasco (705-715).
O fim da controvérsia iconoclasta deu início à "segunda idade de ouro" da arte bizantina, que começou na reafirmação do Império Bizantino, sob comando dos Macedônios (867-1056), depois dos Ducas, Comenos e Angelos, até que em 1024, quando os cruzados tomaram Constantinopla, o império do Oriente entrou em sua maior crise. Sob domínio macedônico, a política e a cultura do período de Justiniano foram às bases do governo, e Bizâncio recuperou seu desenvolvimento, perdido durante o movimento iconoclasta. Desenvolvimento esse, baseado no seu passado cultural: tradições helenísticas, imperial romana e paleo-cristã. Essa volta às raízes aristocráticas e elitistas, foi orientada pela corte, que voltava a ter poder sobre a arte, impondo um único estilo (embora ainda existisse uma arte de raiz popular, encontrada em manuscritos ou afrescos, como os da igreja da Capadócia, mas seus produtos foram de baixa qualidade).
Infelizmente, faltam-nos amostras da arte profana que se desenvolveu na decoração dos palácios, só conhecida por referências. Sabe-se, por exemplo, que nos mosaicos do grande palácio de Constantinopla figuravam cenas mitológicas.
O que caracterizou esta época foi a excepcional produção de manuscritos. Alguns, como o Códice de Nicandro, agora em Paris, ou a Cinegética de Oppiano, em Veneza, são de tema científico e copiam obras tardo-romanas, mas os mais abundantes são os de tema religioso, como o Códice de São Gregório Nacianceno, em Paris, e a Topografia Cristã do Cosmas Indicopleustes, no Vaticano.
O "renascimento" macedônico acabaria por conduzir, nos finais do século X, à expressões intensas que duraram quase dois séculos e que são típicas da cultura bizantina. Assim, encontramos figuras idealizadas e desmaterializadas, predominando a frontalidade, a linearidade, a renúncia à ilusão de profundidade e a extrema redução dos elementos naturais ou arquitetônicos tendendo a configurar cenas nas quais as personagens aparecem fora do espaço e do tempo, instaladas no sobrenatural.
A decoração das igrejas torna-se uniforme. A seleção dos temas perde variedade e sua distribuição no templo tenta reproduzir a ordem do universo cristão. Todo o sensual e mundano é deixado de lado desta arte de finalidade didática e propagandística.
Estas tendências da escola pictórica bizantina do século XI e XII se estenderam pela Rússia, Bulgária, Sérvia e península itálica.
O último grande período da arte e da cultura de Bizâncio é o do chamado "Renascimento Paleólogo" (1261-1453). Bizâncio estava com seu território reduzido, sua economia desgastada e ainda perdia terreno para os turcos, no entanto, sobreviveu por mais dois séculos, mantendo suas tradições vivas.
O Renascimento dos Paleólogos apresenta diferenças significativas em relação ao do período anterior. Enquanto o renascimento, que teve lugar na dinastia macedônica era de raiz aristocrática e artificial, o Renascimento Paleólogo responde às solicitações mais profundas de recuperação da herança cultural pátria. Além disso, começam a entrar, com força, influências ocidentais sobre a cultura bizantina.
A ruptura com o código programático da "segunda idade de ouro", a evolução de concepções simbólicas para um estilo narrativo, o cultivo de novos e mais numerosos temas (nos quais já não se evita representar a dor nas cenas da Paixão, ou encher o ambiente de elementos cotidianos), os semblantes relaxados e a nova relação entre os personagens, um novo sentimento da organização do espaço e o interesse na representação diferenciada e real dos elementos da paisagem ou os enquadramentos arquitetônicos, falam de um certo humanismo que separa radicalmente esta arte do transcendentalismo político-religioso de épocas passadas.
No entanto, o conservadorismo da cultura bizantina fez com que os novos estímulos e as inovações, que traziam consigo, se integrassem harmoniosamente nas suas linhas essenciais de desenvolvimento. A obra fundamental deste período é a decoração com mosaicos da igreja da Cora, em Constantinopla, por volta de 1310/20.

Simbologia das cores

As cores são produto da composição da luz e tem na iconografia uma linguagem própria, são portadores de uma linguagem mística transcendente. Nos ícones, as cores são usadas pelo artísta para separar o céu de nossa experiência terrena. Aí está a beleza inefável que nos permite compreender a simbologia dos ícones.
Os pintores não podem usar livremente as cores, nem dar-lhes tonalidades diversas, como tão pouco podem obscurecê-las com sombras, pois devem seguir as cores que estão previamente determinadas. O segundo Concílio de Nicea estabeleceu que "somente o aspecto técnico da obra depende do pintor, todo seu plano, sua disposição depende dos santos padres". E é por isso que estabeleceram manuais para a execução das obras pictóricas. Essa concepção também explica porque os padres consideravam os pintores apenas como trabalhadores manuais, sem nenhum gênio ou criatividade do intelecto.
Em primeiro lugar, antes de falar sobre as cores das imagens, é necessário tratar da luz, pois, ao contrário, da pintura ocidental moderna e contemporânea onde a luz vem de um lugar específico, na pintura bizantina são as figuras que estão imersas na luz


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-bizantina/


Arte e religião juntas 
    
Seu caráter inconfundível decorre sobretudo da combinação de elementos tão diferentes como o grego, o persa e o romano, diversidade que prevaleceu sobre fatores de ordem técnica.
     Quase sempre estreitamente vinculada à religião cristã, teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação mística decorrente dessa proposição.
     O aspecto grandioso das figuras frontais, vigente nas primeiras obras da arte bizantina, deu lugar a formas que, embora ainda solenes e majestosas, mostravam-se mais vivazes e variadas.
A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos, que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do império.
Período constantiniano 
     
A formação da arte bizantina deu-se no período constantiniano, quando vários elementos se combinaram para dar forma a um estilo bizantino, mais presente nas criações arquitetônicas, já que pouco resta da pintura, da escultura e dos mosaicos da época.

Período justiniano 
    
 A primeira idade áurea bizantina foi o período justiniano.
     Das poucas obras de arte que restam do período, a mais notável é a cathedra de Maximiano, em Ravenna (546-556), recoberta de placas de marfim com cenas da vida de Cristo e dos santos. Ainda basicamente helenísticos são o "marfim Barberini" (Museu do Louvre) e o díptico do arcanjo Miguel (Museu Britânico).
     Uma das características deste período se apresenta na decoração, com formas naturalísticas em ornatos sempre mais elaborados.
     Igual tendência manifesta-se nos tecidos de seda, como os conservados no Museu de Cluny, em Paris, de inspiração nitidamente persa.
     Da produção artística que medeia entre a morte de Justiniano I e o início da fase iconoclasta, destaca-se o artesanato em metais.
     O culto às imagens e às relíquias, por ser considerado idolatria de feição pagã, foi combatido pelos imperadores ditos iconoclastas, nos Séculos 7º e 8º, quando foram destruídos quase todos os conjuntos decorativos e as raras esculturas da primeira idade áurea, principalmente em Constantinopla.
     Após Justiniano, as artes somente voltaram a florescer durante a dinastia macedoniana, depois de superada a crise iconoclasta.
Período macedoniano 
    
Também chamado segunda fase áurea bizantina, o período macedoniano inicia-se com Basílio I (867-886) e atinge o apogeu no reinado de Constantino VII Porfirogênito (945-959).
     Por volta do século X, a decoração das igrejas obedeceu a um esquema hierárquico: cúpulas, absides e partes superiores foram destinadas às figuras celestes (Cristo, a Virgem Maria, os santos etc.),
     Já as partes intermediárias, como áreas de sustentação, às cenas da vida de Cristo; e as partes inferiores, à evocação de patriarcas, profetas, apóstolos e mártires.
     A disposição, colorido e apresentação das diferentes cenas variavam de modo sutil, para criar a ilusão de espaço e transformar em tensão dinâmica a superfície achatada e estática das figuras.
     Destacam-se, desse período, a escultura em marfim, de que existiram dois centros principais de produção, conhecidos como grupos romano e nicéforo.
     Há, ainda, o esmalte e o artesanato em metais, que atestam o gosto bizantino pelos materiais belos e ricos.
Período comneniano 
     
 A arte comneniana, marcada por uma independência cada vez maior da tradição, evolui para um formalismo de emoção puramente religiosa.
     Esta arte, nos séculos seguintes, servirá de modelo à arte bizantina dos Balcãs e da Rússia, que tem nos ícones e na pintura mural suas expressões mais elevadas.
Período paleologuiano 
    
Durante a dinastia dos Paleólogos torna-se evidente o empobrecimento dos materiais, o que determina o predomínio da pintura mural, de técnica mais barata, sobre o mosaico.
     Podem-se distinguir duas grandes escolas sendo a primeira delas, a de Salonica, que continua a tradição macedoniana e pouco ou nada inova.
     A outra, mais cheia de vitalidade e originalidade, é a de Constantinopla, iniciada por volta de 1300, como se pode verificar pelos mosaicos e afrescos da igreja do Salvador.
Estilo ítalo-bizantino 
    
Partes da Itália foram ocupadas pelos bizantinos entre os Séculos 6º e 11º, o que produziu o chamado estilo ítalo-bizantino, desenvolvido em Veneza, Siena, Pisa, Roma e na Itália meridional.
     A partir do ícone, pintores de gênio, como Duccio e Giotto, lançaram os fundamentos da pintura italiana.
     A influência bizantina repercutiu ainda em meados do Século 14, sobretudo na obra dos primeiros expoentes da pintura veneziana.

Fontes: 1) Enciclopédia Britânica - 2) Artcyclopedia.

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