O mais célebre dos mosaicos Bizantinos intactos da Basílica de Santa Sofia em Constantinopla – a imagem do Cristo pantocrator na parede da galeria superior sul, realizada no século XII. Ao seu lado encontra-se a figura da Virgem Maria e de São João Baptista.
O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais.
História
O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros, além de problemas dentro de Roma com o senado constantemente se envolvendo em questões relacionadas ao reinado dos imperadores, fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império. O imperador Constantino I transferiu a capital do império para Bizâncio, antiga cidade renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.
O movimento viveu o seu apogeu no século VI, durante o reinado do imperador Justiniano I ao qual se sucede um período de crise denominado Iconoclasta e que consiste na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito político entre os imperadores e o clero.
Após a crise iconoclasta, houve uma nova era de ouro da arte bizantina que se estendeu até o fim do império no século XV. No entanto, reminiscências desta arte permaneceram embuidas dentro da religião ortodoxa e em regiões como a Rússia que receberam grande influência da cultura bizantina. A arte bizantina era voltada para o lado religioso,ou seja tudo era relacionado com a igreja.
Influências
A localização de Constantinopla permite à arte bizantina a absorção de influências vindas de Roma, da Grécia e do Oriente e a interligação de alguns destes diversos elementos culturais num momento de impulso à formação de um estilo repleto de técnica e cor.A arte bizantina está intimamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as artes, e que consequentemente relega os artistas ao papel de meros executores.
Também o imperador, assente num banco regimico teocrático, possui poderes administrativos e espirituais. Sendo o representante de Deus na Terra, é convencionalmente representado com uma auréola sobre a cabeça e não é raro encontrar um mosaico onde esteja representado com a esposa ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
Pintura
No século IV, o imperador Constantino reconheceu o culto livre aos cristãos do Império Romano. A arte cristã primitiva evoluiu então para a arte bizantina. O mosaico foi a característica principal do período e suas características de criação influenciaram mais tarde a arte gótica.
os tres reis magos
Nos séculos VIII e IX, o mundo bizantino foi dilacerado pela questão da iconoclastia, uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador Leão III proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente. Em 843, a lei foi revogada.
imperatriz teodora
Mosaico
mozaico+constantino
O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores.
Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.
Arquitetura
A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela a importantes inovações. Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais.A expressão artística do período influenciou também a arquitectura das igrejas. Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.
A Catedral de Santa Sofia Silva é um dos grandes triunfos da técnica bizantina. Projectada pelos arquitectos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 1000000 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.
Catedral de Santa Sofia
Escultura
Este gosto pela decoração, aliado à aversão do cristianismo pela representação escultórica de imagens (por lembrar o paganismo romano), faz diminuir o gosto pela forma e consequentemente o destaque da escultura durante este período. Os poucos exemplos que se encontram são baixos-relevos inseridos na decoração dos monumentos.Fonte:Wikipédia
A arte bizantina foi uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de varias fontes orientais, sendo assim preservada a cultura clássica greco-romana. Com essa mistura de etnias, foi possível associar todas as partes da cultura bizantina: como o idioma grego, a religião cristã, o direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquitetura de inspiração persa entre outros, formando assim um novo estilo de arte, rico na técnica e na cor.
Preservando a cultura clássica
Arte e religião juntas
Período justiniano
Na maioria das vezes com relação à igreja cristã, o objetivo principal da arte bizantina foi representar por meio da arte a supremacia do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação da contemplação das coisas espirituais conseqüência dessa proposição. Podemos afirmar então que a arte bizantina está dirigida pela religião. O clero também organizava a arte, fazendo com que os artistas fossem meros executores de suas obras.
O imperador não só tinha poderes administrativos e espirituais, mas era também considerado o representante de Deus. Assim os artistas faziam a imagem dele com uma auréola sobre a cabeça, muito encontrado em mosaicos, onde imperador e imperatriz na maioria das vezes encontravam-se ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
A aparência grandiosa das figuras frontais, fortalecidas nas obras da arte bizantina, deu lugar a obras que além de se manter solenes e majestosas, eram mais vivazes e variadas.
Foi da arte bizantina que surgiu os modelos para toda a Idade Média. Nela também surgiu, pela primeira vez, representações das côrtes angelicais. Dentro dos templos, a arte representou uma teologia da imagem. Na parte interna, a arte pode ser concretizada através de pinturas, mosaicos e esculturas. A imagem bizantina foi um aumento do tempo do dogma e o progresso doutrinal através da doutrina da arte.
Características
Em termos arquitetônicos os artistas bizantinos criaram formas impressionantes e inovadoras o que prova sua capacidade de pensar de forma tridimensional. Mas ao contrário, sua arte plástica se limitou basicamente a uma produção plana. Por volta do século quinto a escultura tridimensional, que tinha sido uma forma marcante na arte helenística e romana, não era mais produzida. Criar figuras que eram fisicamente bonitas, mas não realmente sólidas deve ter sido uma decisão consciente decorrente de um desejo de expressar a espiritualidade da religião cristã.
Figuras humanas, o assunto principal, são retratadas em dois estilos diferentes. Em um estilo que expressa poder, autoridade e grandeza, figuras frontal de Cristo, da Virgem, santos, bispos e da família imperial. Estas imagens são de corpo inteiro. No entanto, a parte superior do corpo é descrita quando o foco está sobre os olhos, expressão facial, e mãos, gesto que posam significativamente e seguram os objetos que denotam algum valor. Estas visões podem ter derivado originalmente de antigas pinturas retrato romano e bustos esculpidos.
No segundo estilo figural temos as narrativas religiosas e gestos que expressam adoração, simpatia, oração, sofrimento, e assim por diante. Figuras em ação, muitas vezes casuais e
lúdicas, também aparecem em cenas mitológicas clássicas. As poses das mãos e dos braços fazem idéias visuais, tais como a bênção, o apontar do caminho, a oração, e autoridade, que é indicado pela figura segurando um cetro, um livro ou um pergaminho.
Emoções sutis são sugeridas nos olhos e expressões faciais. Há sempre uma sensação de controle clássico.
A tradição clássica de modelagem usando luz e sombra para dar certo volume a figuras não foi abandonada completamente. Modelagem desse tipo foi usada para sugerir as características faciais e dobras de tecidos. Figuras representadas em superfícies planas, no entanto, parecem ser quase sem peso – um sentimento criado de certo modo por seus pés, que não descansam firmemente no chão, mas apontam para baixo como se flutuassem.
Ao se descrever grupos de figuras, a profundidade é mostrada através da sobreposição e colocando figuras mais acima no mesmo plano. O uso de fundos de ouro em mosaicos, ilustrações de manuscrito, esmaltes e pintura de painel, define os números para além de tempo e espaço reais. Há pouco interesse em cenário natural. Detalhes arquitetônicos são meramente decorativos e, geralmente, em menor escala do que as figuras humanas.
Figuras e indicações de ajustes são definidas por contornos, não pela atmosfera ou sombras suaves. Clareza é a regra, não apenas em formas que descrevem, mas também na organização de figuras em composições equilibradas para que as ações da narrativa sejam claras.
A escala e a colocação das figuras mostram a sua classificação na corte bizantina ou a sua importância relativa na hierarquia desenvolvida para os mosaicos e afrescos das igrejas. Figuras religiosas mais altas e mais perto do santuário são mais importantes. A imagem de Cristo na cúpula central é o maior e mais importante de todos.
Para expressar a glória do céu e do poder e da riqueza ou do império, os artistas selecionam materiais luxuosos e muitas vezes os combinaram em intrincados desenhos. A preferência era pelas cores fortes, brilhantes e com contrastes com o fim de adicionar à impressão de riqueza. A Cor também foi importante para fazer figuras em mosaicos e afrescos, legíveis mesmo à distância. Na corte imperial há distinção por cores do imperador e imperatriz, que usavam sapatos na coloração vermelha ou púrpura. Além disso, cada categoria de funcionários tinha uma cor específica para as suas vestes.
Preservando a cultura clássica
A arte bizantina consistiu numa mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de várias outras fontes orientais, cabendo-lhe, durante mais de um milênio, preservar e transmitir a cultura clássica grega.
Com fases alternadas de crise e esplendor, a arte bizantina se desenvolveu do Século 5º, com o desaparecimento do Império Romano do Ocidente enquanto unidade política, até 1453, quando Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, instituída sobre a antiga cidade grega de Bizâncio, foi ocupada pelos exércitos otomanos.
Justamente nessa ocasião, a arte bizantina encontrava-se em vias de uma terceira idade áurea.
ARTE BIZANTINA
ARTE BIZANTINA
Arte e religião juntas
Seu caráter inconfundível decorre sobretudo da combinação de elementos tão diferentes como o grego, o persa e o romano, diversidade que prevaleceu sobre fatores de ordem técnica.
Quase sempre estreitamente vinculada à religião cristã, teve como objetivo principal exprimir o primado do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação mística decorrente dessa proposição.
O aspecto grandioso das figuras frontais, vigente nas primeiras obras da arte bizantina, deu lugar a formas que, embora ainda solenes e majestosas, mostravam-se mais vivazes e variadas.
A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos, que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do império.
Período constantiniano
A formação da arte bizantina deu-se no período constantiniano, quando vários elementos se combinaram para dar forma a um estilo bizantino, mais presente nas criações arquitetônicas, já que pouco resta da pintura, da escultura e dos mosaicos da época.
Período justiniano
A primeira idade áurea bizantina foi o período justiniano.
Das poucas obras de arte que restam do período, a mais notável é a cathedra de Maximiano, em Ravenna (546-556), recoberta de placas de marfim com cenas da vida de Cristo e dos santos. Ainda basicamente helenísticos são o "marfim Barberini" (Museu do Louvre) e o díptico do arcanjo Miguel (Museu Britânico).
Uma das características deste período se apresenta na decoração, com formas naturalísticas em ornatos sempre mais elaborados.
Igual tendência manifesta-se nos tecidos de seda, como os conservados no Museu de Cluny, em Paris, de inspiração nitidamente persa.
Da produção artística que medeia entre a morte de Justiniano I e o início da fase iconoclasta, destaca-se o artesanato em metais.
O culto às imagens e às relíquias, por ser considerado idolatria de feição pagã, foi combatido pelos imperadores ditos iconoclastas, nos Séculos 7º e 8º, quando foram destruídos quase todos os conjuntos decorativos e as raras esculturas da primeira idade áurea, principalmente em Constantinopla.
Após Justiniano, as artes somente voltaram a florescer durante a dinastia macedoniana, depois de superada a crise iconoclasta.
Período macedoniano
Também chamado segunda fase áurea bizantina, o período macedoniano inicia-se com Basílio I (867-886) e atinge o apogeu no reinado de Constantino VII Porfirogênito (945-959).
Por volta do século X, a decoração das igrejas obedeceu a um esquema hierárquico: cúpulas, absides e partes superiores foram destinadas às figuras celestes (Cristo, a Virgem Maria, os santos etc.),
Já as partes intermediárias, como áreas de sustentação, às cenas da vida de Cristo; e as partes inferiores, à evocação de patriarcas, profetas, apóstolos e mártires.
A disposição, colorido e apresentação das diferentes cenas variavam de modo sutil, para criar a ilusão de espaço e transformar em tensão dinâmica a superfície achatada e estática das figuras.
Destacam-se, desse período, a escultura em marfim, de que existiram dois centros principais de produção, conhecidos como grupos romano e nicéforo.
Há, ainda, o esmalte e o artesanato em metais, que atestam o gosto bizantino pelos materiais belos e ricos.
Período comneniano
A arte comneniana, marcada por uma independência cada vez maior da tradição, evolui para um formalismo de emoção puramente religiosa.
Esta arte, nos séculos seguintes, servirá de modelo à arte bizantina dos Balcãs e da Rússia, que tem nos ícones e na pintura mural suas expressões mais elevadas.
Período paleologuiano
Durante a dinastia dos Paleólogos torna-se evidente o empobrecimento dos materiais, o que determina o predomínio da pintura mural, de técnica mais barata, sobre o mosaico.
Podem-se distinguir duas grandes escolas sendo a primeira delas, a de Salonica, que continua a tradição macedoniana e pouco ou nada inova.
A outra, mais cheia de vitalidade e originalidade, é a de Constantinopla, iniciada por volta de 1300, como se pode verificar pelos mosaicos e afrescos da igreja do Salvador.
Estilo ítalo-bizantino
Partes da Itália foram ocupadas pelos bizantinos entre os Séculos 6º e 11º, o que produziu o chamado estilo ítalo-bizantino, desenvolvido em Veneza, Siena, Pisa, Roma e na Itália meridional.
A partir do ícone, pintores de gênio, como Duccio e Giotto, lançaram os fundamentos da pintura italiana.
A influência bizantina repercutiu ainda em meados do Século 14, sobretudo na obra dos primeiros expoentes da pintura veneziana.
Fontes: 1) Enciclopédia Britânica - 2) Artcyclopedia.
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