Apesar de ser intrinsecamente diferente da felicidade, o prazer não é inimigo dela. Tudo depende da maneira como é vivido. Se o prazer está contaminado com um forte desejo e impede a liberdade interior, dando origem à avidez e dependência, é um obstáculo à felicidade. Por outro lado, se é vivido no momento presente, num estado de paz interior e liberdade, o prazer adorna a felicidade sem obscurecê-la.Livro“Felicidade”, cap. 4
Uma experiência sensorial agradável, seja ela visual, auditiva, tátil, olfativa, seja gustativa, não estará em oposição a sukha* a menos que esteja maculada pelo apego e gere avidez ou dependência. O prazer torna-se suspeito quando provoca uma necessidade insaciável de repetição.
Por outro lado, quando é vivido perfeitamente no instante presente, como um pássaro que cruza o céu sem deixar nenhum rastro, o prazer não aciona nenhum dos mecanismos de obsessão, sujeição, fadiga ou desilusão que costumam surgir quando experimentamos essas sensações.
O desapego, como sabemos, não é uma rejeição, mas uma liberdade que prevalece quando deixamos de nos atar às causas do sofrimento. Em um estado de paz interior, com conhecimento lúcido de como funciona a nossa mente, um prazer que não obscurece sukha não é indispensável nem temível.
* sukha: (sânscrito) êxtase espiritual. Nesse livro, o autor usa o termo em um sentido de “felicidade e plenitude verdadeiras”
Matthieu Ricard (França, 1946 ~)
Felicidade - A prática do bem estar
Editora Palas Athena
Autor(a): Ricard,Matthieu
A proposta, basicamente, é a de que a mente pode ser treinada.
Autor(a)
Matthieu Ricard explica, passo a passo, como nossas sociedades ocidentais em geral encaram as emoções negativas, que geram tanto mal estar - ódio, raiva, inveja, ciúme - e de que forma treinar a mente para neutralizá-las. Melhor ainda, de que forma praticar a meditação e a postura mental para sentir amor por todos em volta e um contentamento sereno permeando todos os momentos da vida.
Fonte:http://samsara.blog.br/
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