No Budismo, Nirvana (Sânscrito: Pāli; Prácrito): é o estado de libertação do sofrimento (ou dukkha) segundo o pensamento dos monges shramana (em Pāli, "Nibbāna" significa "sopro", "soprar", ou até "ser assoprado"), é o estado atingido pelos Arahant. De acordo com a concepção budista, o Nirvana seria uma superação do apego aos sentidos, do material e da ignorância; tanto como a superação da existência, a pureza e a transgressão do físico.
Siddhartha Gautama, o Buda, ou na maioria das tradições budistas, também conhecido como Supremo Buda (Sammāsambuddha) descreveu o Nirvana como um estado de calma, paz, pureza de pensamentos, libertação, transgressão física e de pensamentos, a elevação espiritual, e o acordar à realidade. O Hinduísmo também usa Nirvana como um sinônimo para suas idéias de moksha e fala-se a respeito em vários textos hindus tântricos, bem como na Bhagavad Gita. Os conceitos hindus e budistas de Nirvana "não devem ser considerados equivalentes".
Com esse estado de liberação, quebra-se a roda do karma, interrompendo o processo de contínuos renascimentos.
Introdução
Como você pode ver, a palavra está bem estabelecida no nosso vocabulário moderno. Mas você sabe o que ela significa de verdade? Para a maioria das pessoas que vivem no ocidente, o nirvana religioso é um mistério total.
Neste artigo, vamos descobrir a verdade sobre este conceito fascinante e ver como ele se encaixa no budismo e no hinduísmo. Se você não sabe muita coisa sobre as religiões orientais, provavelmente vai ficar surpreso ao descobrir o que o nirvana é na verdade.
O nirvana budista
O nirvana costuma ser associado principalmente ao budismo, que teve sua origem no hinduísmo durante o século V a.C. Ele começou como um movimento, baseado na filosofia e vida de um homem chamado Sidarta Gautama, dentro do próprio hinduísmo e, eventualmente, se separou para criar seu próprio caminho.
Esse homem, Sidarta Gautama, que posteriormente se tornou o Buda ("o desperto"), nasceu em uma família rica e que governava alguns territórios por volta de 563 a.C., no que hoje é o Nepal moderno. De acordo com a lenda budista, ele levava uma vida protegida e cheia de regalias até completar cerca de 20 anos de idade.
Então, começou a questionar o valor espiritual de sua vida confortável e decidiu abandonar todas as suas posses e ligações emocionais, incluindo sua mulher e um filho jovem. Ele queria compreender a verdadeira natureza da vida e via essas ligações como distrações, em uma idéia que estava de acordo com o pensamento hindu.
Então, tornou-se um shramana, um asceta errante e sem teto cuja vida era dedicada à meditação. Esperava encontrar a iluminação ao desligar-se completamente do mundo, lançando-se ao oposto do que era a sua vida anteriormente e, com o tempo, afastou-se cada vez mais da vida mundana, chegando ao ponto de estar próximo da inanição. E, ainda assim, ele não havia atingido a iluminação.
Imagens de Buda são comuns em templos budistas. A maioria dos segmento acredita que a arte pode levar a momentos de iluminação. |
Ele chegou à conclusão que se continuasse nesse caminho, morreria sem atingir qualquer tipo de compreensão. E foi então que abandonou sua vida de asceta e aceitou uma refeição oferecida por um estranho. Ele decidiu trilhar o caminho do meio, a vida entre o luxo e a pobreza que havia conhecido.
E, como diz a lenda, foi logo após escolher esse caminho que Sidarta finalmente atingiu a iluminação. Enquanto meditava sob uma árvore, viu todas as suas vidas passadas, para então ver as vidas passadas de outros seres. Finalmente, obteve um conhecimento perfeito e onisciente do nosso mundo e do mundo além do nosso.
O budista mais famoso atualmente, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama: seus seguidores o consideram um buda vivo, a encarnação do Buda da Compaixão (em inglês) |
Ao atingir o nirvana, é possível escapar da samsara, o ciclo de reencarnação que é característica tanto do hinduísmo como do budismo. Em cada vida, uma alma é punida ou recompensada baseando-se em suas ações passadas, ou carma, feitas na vida atual e em vidas passadas (que também inclui vidas que vivemos como animais). É importante perceber que a lei do carma não ocorre devido ao julgamento de um deus sobre o comportamento da pessoa; na verdade, é algo mais parecido com as leis do movimento de Newton: cada ação tem uma reação de mesma intensidade e no sentido oposto. Acontece automaticamente, por si só.
Quando atingimos o nirvana, paramos de acumular mau carma pois já o transcendemos. passando o resto de nossa vida, e algumas vezes vidas, eliminando o mau carma que já havíamos acumulado.
Uma vez que tivermos escapado totalmente do ciclo cármico, atingimos o parinirvana, o nirvana final, no além-vida. Da mesma maneira que ocorre com o nirvana hindu, as almas que atingiram o parinirvana ficam livres do ciclo de reencarnação. Buda nunca especificou como era o parinirvana e, de acordo com o pensamento budista, ele está além da compreensão humana normal.
Na próxima seção, vamos descobrir o que o Buda receitou para atingir o nirvana na Terra e o parinirvana no além-vida.
Atingindo o nirvana
Buda não conseguiu descrever completamente sua nova compreensão do universo, mas pôde disseminar a mensagem essencial de sua iluminação e orientar as pessoas para que atingissem a mesma compreensão. Ele viajava de um lugar a outro ensinando as 4 nobres verdades:A maior estátua de Buda feita de bronze no mundo inteiro, na Ilha de Lantua, em Hong Kong |
- a vida é sofrimento;
- esse sofrimento é causado por ignorância da verdadeira natureza do universo;
- a única maneira de encerrar este sofrimento é superar a ignorância e apego às coisas materiais;
- é possível superar a ignorância e o apego ao seguir o Nobre Caminho Óctuplo.
- ponto de vista correto
- pensamento correto
- fala correta
- ação correta
- meio de vida correto
- esforço correto
- atenção correta
- concentração correta
Monges budistas passam uma grande parte do seu tempo em meditação solene. A maioria dos monges é jovial e alegre. |
Os budistas que atingem o nirvana sozinhos se tornam budas, aqueles que despertaram (algo diferente de "o Buda", o buda específico que encarnou como Sidarta). Assim como o Buda, outros budas também ganham a onisciência quando se tornam iluminados. Já os budistas que atingem o nirvana com o auxílio de um guia buda se tornam arhats, pessoas que são iluminadas sem serem oniscientes.
Embora o nirvana seja possível para qualquer pessoa, na maioria dos segmentos budistas apenas os monges tentam atingi-lo. Já os budistas leigos (que estão fora da comunidade monástica) lutam por uma existência mais elevada na próxima vida, seguindo o Nobre Caminho Óctuplo e ajudando os outros numa tentativa de acumular bom carma. Olhando por esse ponto de vista, eles estão no caminho do nirvana porque estão preparando-se para uma vida futura onde possam atingi-lo.
Nirvana hindu
Na tradição hindu, o nirvana (mais conhecido como moksha) é a reunião com Brahma, o Deus universal ou alma universal. No hinduísmo tradicional, uma alma atinge este estado após viver muitas vidas, nas quais vai subindo pelo varna, ou sistema de castas.Vishnu, o protetor, um dos deuses hindus mais conhecidos: a adoração à divindade é uma das maiores diferenças entre o hinduísmo e o budismo |
Quando uma alma atingir as castas superiores, pode escapar do ciclo de reencarnação ao eliminar o mau carma. Isso inclui fazer boas ações (possivelmente durante várias vidas) e também retirar as distrações materiais de seu caminho. Quando uma alma finalmente escapa do ciclo cármico, torna-se uno com Brahma logo que sua última encarnação corporal morrer, passando a existir em um plano mais elevado da existência que transcende os sofrimentos da vida material. Essencialmente, podemos dizer que a alma é reunida à energia intangível que criou o universo.
O budismo surgiu da idéia alternativa que Sidarta tinha sobre o samsara e a transcendência da vida material. Na filosofia budista, o melhor caminho para a iluminação é um meio termo entre o luxo de muitos nas castas superiores e a pobreza do mais devoto dos santos hindus.
Além de tudo que já mencionamos, Sidarta também foi uma espécie de reformista social. Ensinou que qualquer um pode atingir a iluminação e escapar do samsara se seguir o caminho correto, uma idéia que rejeitava por completo a estrutura de castas que definia o hinduísmo tradicional. Provavelmente, essa foi a diferença mais importante entre as duas religiões, ao menos no nascimento do budismo.
Os mundos do hinduísmo e do budismo, assim como o conceito do nirvana, são muito detalhados e com diferentes interpretações e faces. Da mesma maneira que na maioria das religiões, é possível resumir as idéias fundamentais rapidamente, mas os detalhes são tantos que pode-se passar a vida inteira os estudando.
Fonte : http://pessoas.hsw.uol.com.br/
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