As 6 músicas dos Beatles que foram banidas
da maior rádio britânica
Confira os clássicos dos Fab Four que foram
proibidos pela BBC
04/10/2024 16:31
Apesar dos Beatles terem passado uma forte imagem de bons-moços nos primeiros anos de suas carreiras, a entrada do grupo em sua era psicodélica provocou reações adversas em fãs mais conservadores e até mesmo em grandes empresas.
Em meados da década de 60, Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr, que já eram conhecidos como representantes da contracultura daquela época, passaram a causar preocupação após a divulgação de que os músicos estavam começando a tomar LSD e usar outras drogas, que resultaram em algumas canções repletas de letras aleatórias.
Um dos importantes meios de comunicação que reagiu ao novo estilo de vida que os astros estavam dando de exemplo foi a BBC. A maior rádio britânica decidiu banir de sua programação algumas músicas do quarteto, alegando que eles estavam abordando temas ilegais ou brincadeiras de mau gosto. Porém, algumas das canções eram completamente inofensivas.
Vale lembrar que a BBC ajudou diversas vezes os Beatles a divulgarem seus trabalhos para milhões de ouvintes em todo o Reino Unido. Entretanto, a corporação também entendeu que o grupo tinha o hábito de ultrapassar os limites.
A seguir, você pode conferir uma lista com músicas dos Beatles, reunidas pela Far Out, que foram banidas pela BBC e as explicações sobre a proibição de cada uma delas.
6 músicas dos Beatles que foram banidas da maior rádio britânica
1. “Come Together”
Assim como outras músicas lançadas nos últimos trabalhos dos Beatles, o sucesso “Come Together”, que integrava o álbum Abbey Road, não revelava detalhes sobre o significado por trás da canção. A única mensagem óbvia foi passada no refrão, com o pedido de união feito pela banda.
Apesar da BBC não ter encontrado nenhum conteúdo ofensivo na letra, a música foi banida por conta das regras rígidas da rádio em relação às canções que mencionavam marcas específicas. No caso de “Come Together”, o grupo citava a Coca-Cola. Sobre a música, Lennon disse certa vez:
“A coisa foi criada no estúdio. É um jargão; ‘Come Together’ era uma expressão que [Timothy] Leary tinha inventado para sua tentativa de ser presidente ou o que quer que ele quisesse ser, e ele me pediu para escrever uma música de campanha. Eu tentei e tentei, mas não consegui inventar uma. Mas eu inventei isso, ‘Come Together’, que não teria sido bom para ele – você não poderia ter uma música de campanha como essa, certo?”
2. “I Am The Walrus”
Uma das canções que mais chamou atenção entre as proibições da BBC foi “I Am The Walrus”. Sua letra divaga sobre várias ideias que John Lennon estava tendo na época, abordando uma suposta conexão entre cães mortos, Edgar Allen Poe, a Torre Eiffel e mais. Mas o que realmente incomodou a rádio foram as frases sexualmente explícitas.
Um dos trechos da música menciona “sacerdotisas pornográficas”, e pouco depois a banda canta: “você deixou a sua calcinha cair”. Sobre a música, John Lennon declarou:
“As palavras não significam muito. As pessoas tiram tantas conclusões, e é ridículo. Eu sempre fui irônico — todos eles foram irônicos. Só porque outras pessoas veem profundidades de qualquer tipo nisso… O que realmente significa, ‘Eu sou o Homem Ovo?’ Poderia ter sido ‘A bacia do pudim’, no que cabe a mim. Não é tão sério assim.”
3. “A Day In The Life”
Clássico que encerra o aclamado disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, “A Day in the Life” foi banido pela BBC e a causa não foi sua inspiração na morte de Tara Browne, herdeiro da cerveja Guinness.
A canção foi proibida na rádio por conta de uma pequena frase que faz uma referência vaga às drogas. Em um trecho, o grupo canta “Eu adoraria te deixar ligado”. Apesar de Macca inicialmente ter negado qualquer irregularidade, mais tarde ele comentou à revista Rolling Stone:
“Essa foi a época de ‘Turn on, tune in, drop out’, de Tim Leary. E nós escrevemos ‘I’d love to turn you on’ (‘Eu adoraria te deixar ligado’). John e eu trocamos olhares cúmplices: ‘É, é uma música sobre drogas. Você sabe disso, não sabe?’ Sim, mas ao mesmo tempo, nossas coisas são sempre muito ambíguas e ‘turn you on’ pode ser sexual, então… vamos lá!”
4. “Lucy In The Sky With Diamonds”
“Lucy In The Sky With Diamonds”, outro clássico de Sgt Pepper’s, também não passou batida pela análise da BBC.
A faixa que pode ser considerada uma das mais “atrevidas” dos Beatles foi defendida inicialmente por Lennon, que explicou que ela foi inspirada em um desenho que seu filho Julian trouxe para casa retratando sua colega de sala Lucy.
Por outro lado, a BBC alegou que a banda estava fazendo uma referência ao LSD ao cantar sobre uma garota chamada Lucy que está simplesmente vagando no céu com alguns diamantes – além de toda a mística envolvendo o título, Lucy in the Sky with Diamonds.
Na canção, vale lembrar, a banda ainda cita uma “garota com olhos de caleidoscópio”, instrumento óptico que cria um efeito muitas vezes usado em materiais voltados à psicodelia.
5. “Back In The U.S.S.R.”
Diferente das alegações em relação às outras faixas dos Beatles, a canção de abertura do White Album, “Back In The U.S.S.R.”, foi banida pela BBC por conta de seus versos politicamente controversos. Porém, ela só foi proibida anos depois de ter sido reproduzida pela primeira vez.
A polêmica principal foi quanto ao verso “Vocês não sabem o quão sortudos vocês são, garotos / De volta à URSS” e o banimento ocorreu pouco antes da dissolução da União Soviética, em 1991. A BBC emitiu a proibição em 1990, no início da primeira Guerra do Golfo, quase 22 anos após a música ter sido lançada.
6. “Being for the Benefit of Mr. Kite!”
Ao que tudo indica, a origem de “Being for the Benefit of Mr. Kite!” está ligada a um cartaz de circo do século XIX encontrado por John Lennon em uma loja de antiguidades.
A imagem anunciava o Circo Royal de Pablo Fanque, que inspirou Lennon e McCartney a incluírem na letra o verso: “E é claro que Henry, o cavalo, dança valsa…”. A BBC decidiu censurar a música em 1967 ao entender que a frase “Henry, o cavalo”, fazia uma referência ao uso de heroína.
Anos depois, Lennon rebateu a justificativa da rádio, dizendo:
“A ideia inteira veio desse pôster, exceto que o nome do cavalo não era Henry. Surgiram histórias de que Henry, o cavalo, era heroína. Eu nem conhecia a heroína naquele período.”
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