O PARAÍSO ARTIFICIAL CHAMADO 'WILD WILD COUNTRY': BRASILEIRO CONTA COMO SE TORNOU SEGUIDOR DE OSHO

 

 (Foto: Dulla)

(Foto: Dulla)

  • POR ARTHUR VERÍSSIMO | EDIÇÃO GIULIANA DE TOLEDO | DESIGN MAYRA MARTINS | FOTOS DULLA
 ATUALIZADO EM 


No final dos anos 1970, quando eu tinha de 18 para 19 anos de idade, levava uma vida de esportes, skate, livros, viagens, sexo e rock and roll. Morador do Brooklin, bairro da zona sul de São Paulo, estudava na região e frequentava o Clube Banespa.

Numa tarde, depois de muitas partidas de fliperama, resolvi bisbilhotar uma livraria. Dois títulos captaram minha atenção: Tantra: A Suprema Compreensão e Meditação: A Arte do Êxtase. O autor, certo guru indiano: Bhagwan Shree Rajneesh — hoje mais conhecido como Osho, nome que adotou a partir de 1989.

Devorei os livros, e encontrei na última página um endereço de contato do centro de meditação. A rua ficava a cinco quarteirões da minha casa. Lembro como se fosse ontem: Rua Mathias Cardoso, 542. Uma semana depois eu estava investigando as cercanias do endereço.

Percebia um entra e sai de pessoas com roupas de tonalidades vinho, vermelho e laranja, cores predominantes nas vestes de monges. Fiquei arrepiado. Todos usavam batas largas, cabelos compridos e um colar no pescoço. Bicho-grilos, hippie-chiques, aristo-freaks e orientalistas de todos os matizes.

Resolvi esticar o periscópio por sobre o muro e averiguar sorrateiramente. Uma música indiana moderna tocava e um grupo de pessoas chacoalhava o corpo em um frenesi estranhíssimo. Estavam praticando a meditação Kundalini que, semanas depois, seria uma das minhas prediletas. A rapaziada rodava o corpo como dervixes rodopiantes.

Esperei passar minha excitação e toquei a campainha. Fui recepcionado por uma figura interplanetária de nome Subudha, que gentilmente me levou para conhecer as dependências. Tudo era altíssimo astral. Livros, músicas, meditações, fotos e muita gente ligada. Minha taxa de testosterona explodia pelas extremidades e poros. Mulheres maduras, jovens e gatíssimas desfilavam com seus lindos cabelos, corpos estonteantes em roupas transparentes. Fiquei maluco.

 (Foto: Dulla)

Sheela ao lado de Rajneesh (Foto: Divulgação/Netflix)

RENASCIDO
A partir daquela visita minha vida mudou 180 graus. Para desgosto da minha mãe e gozações dos amigos do bairro, decidi frequentar o centro de meditação. Fazia as meditações (dinâmica e Kundalini) e após quatro meses de muita atividade recebi meu novo nome de sannyasin (renascido novamente).

Fui batizado de Swami Amitrup, que significa “beleza infinita”. Passei a usar as roupas vermelhas, mala (rosário com foto do Rajneesh) e deixei a barba rala crescer. Foi um Deus nos acuda na minha família.

Mudanças profundas no meu comportamento revelaram, no entanto, que estava no caminho certo. Entrava na festa no momento em que ela começava e dali ninguém me tirava. Era a minha tribo. Meus novos amigos da tribo do Rajneesh me ofereciam livros do mestre, músicas orientais, passeios em Visconde de Mauá (RJ), incensos, baladas em Trindade (RJ), viagens a Trancoso (BA) e um espírito de fraternidade e amizade transcendentais.

A aprendizagem era um oásis de vivências bem malucas. A mentalidade, na época, era estreita e conservadora. Vivia em uma sociedade extremamente paralisada e pasteurizada como os tempos atuais — porém, com uma divisão distinta entre os Caretas e os Malucos.

Larguei colégio, esportes, trabalho e fui de mala e cuia para a Califórnia, viver em uma comunidade no Deserto de Mojave, o Geetam Rajneesh Sannyas Ashram. As portas da percepção e do paraíso abriram-se diante dos meus sentidos.

Participei de diversos grupos de terapia e conheci criaturas fascinantes. Nossa sede e procura de autoconhecimento possibilitavam estudar, desejar, participar, vivenciar com um círculo de pessoas que buscavam sentido na vida.

A multiplicidade de temas religiosos que o guru Rajneesh oferecia em palestras (pujas) e livros instruía com valores universais. Posso dizer com muita honestidade que sou um privilegiado. 
Ele mesclava taoísmo, sufismo, budismo, hinduísmo, tantra, zen, xamanismo, Gestalt-terapia, grito primal, técnicas respiratórias, paganismo, ioga e muito sexo.

“Sheela, secretária de Bhagwan, tem comportamento de Hannibal Lecter”

 (Foto: Dulla)

Vista aérea de Rajneeshpuram (Foto: Samvado Gunnar Kossatz/Wikimedia Commons)

TERRA DO GURU
Após um período de terapias no Geetam, viajei para o Oregon e fiquei perplexo diante das construções de Rajneeshpuram, cidade que estava sendo erguida a partir do zero por seguidores de Rajneesh em uma área inóspita comprada pelo guru, um antigo rancho de 25 mil hectares.

Como visitante, percebi no ar um mal-estar e zum-zum com os antigos moradores da microcidade de Antelope, de só 40 habitantes, vizinha ao rancho, que chegou a ter milhares de moradores, e a Portland, maior cidade do estado, a quase quatro horas dali. A percepção estava correta.

O mal-estar, que acabou atingindo proporções gigantescas, é contado na série documental Wild Wild Country, lançada recentemente pela Netflix. Seus seis episódios fascinantes narram a saga de Bhagwan do momento em que sai da Índia com sua organização, no início dos anos 1980, até sua expulsão dos EUA, em 1985.

Apesar de ser uma história relativamente recente, ela havia se perdido da memória coletiva — até mesmo da de quem a viveu mais de perto. Fiquei arrepiado com os flashbacks diante de tantas reviravoltas.

Dirigida pelos irmãos Chapman e Maclain Way e produzida pela brasileira radicada nos EUA Juliana Lembi, a série é um caleidoscópio de conflitos, Rolls-Royces (Bhagwan tinha uma coleção de carros de luxo), poder, xenofobia, sexo livre, desbunde, traições, devoção e até bioterrorismo. Sim, bioterrorismo — o maior caso já registrado nos EUA.

Sob o comando de Ma Anand Sheela, secretária pessoal do guru e comandante da comunidade, rajneeshees contaminaram bufês de salada da cidade de The Dalles com Salmonella. A infecção adoeceu 751 pessoas. O objetivo era diminuir o número de habitantes que iriam às urnas nas eleições do condado, em uma tentativa de deixar o comando local nas mãos dos seguidores.

Para narrar esse episódio e outros tantos em detalhes — não daremos mais spoilers por aqui —, a equipe de produção teve acesso a um tesouro guardado nos arquivos públicos do Oregon: mais de 300 horas de imagens do período. Nos capítulos acompanhamos uma escalada de depoimentos habilmente montados pelos documentaristas, de ex-sannyasins, seus opositores e autoridades norte-americanas. De todos os lados borbulha intolerância, hostilidade e fanatismo.

A personagem mais forte e intensa da série é a anti-heroína Sheela. Dominadora e poderosa, a CEO da organização está presente do começo ao fim de Wild Wild Country, manipulando e fazendo aparições na mídia. Em um determinado momento do documentário, ela deixa claro que não se interessava por religião nem meditação, que para ela tudo aquilo eram produtos, negócios, algo para fazer dinheiro.

Condenada a 20 anos de prisão (o caso da Salmonella foi só uma das acusações), Sheela cumpriu 29 meses de pena e foi libertada por bom comportamento. Hoje vive na Suíça e coordena clínicas de repouso. Aos 68 anos, tem uma fala mansa nas entrevistas para a série. Com comportamento de Hannibal Lecter, não demonstra nenhuma autocrítica e nos deixa pasmos com sua serenidade psicótica.

 (Foto: Dulla)

Arthur Veríssimo fazendo tai chi chuan no Deserto do Mojave (Foto: Arquivo pessoal)

MAIS HISTÓRIA
A série é imperdível, porém, muitos pontos não ficam claros sobre o final da vida do guru, que faleceu em 19 de janeiro de 1990, aos 58 anos, em Poona (Índia). Ao ser capturado sob acusação de fraudar leis de imigração dos Estados Unidos, Bhagwan passou por uma via crucis de 12 dias em diferentes prisões pelo país. Transformado pelo governo no Bin Laden da espiritualidade, inimigo público número 1, declarou-se culpado e deixou a América após pagar multa de US$ 400 mil.

A série deixa de fora a sua saga de banido internacional. Antes de retornar à Índia, Osho pediu asilo em diversos países. Ao todo, 21 se negaram a recebê-lo. Outro ponto que segue obscuro é a sua morte. Osho dizia que havia sido envenenado nas prisões dos Estados Unidos com tálio, metal altamente tóxico. A procuradoria-geral norte-americana nega a acusação.

Quase duas décadas após a sua morte, ainda é um nome frequente nas listas de best-sellers no mundo todo. Embora nunca tenha escrito — todos os seus livros foram feitos por seguidores com base em suas palestras e ensinamentos —, já teve mais de 600 títulos publicados em mais de 60 idiomas.

“Osho passou por uma via crucis e foi transformado pelo governo dos estados unidos no Bin Laden da espiritualidade, inimigo público número 1”

 (Foto: Dulla)

Retrato de Rajneesh (Foto: Nutan/Gamma-Rapho via Getty Images)

“Sheela é um personagem fantástico”, diz produtora
Brasileira radicada nos EUA conta os bastidores de Wild Wild Country — por Giuliana de Toledo

Esqueça aquele set tradicional de Hollywood, cheio de gente. A série Wild Wild Country foi feita a poucas mãos — especialmente seis, dos irmãos diretores Chapman e Maclain Way e da produtora Juliana Lembi, mineira que mora há dez anos nos Estados Unidos. Com um grupo tão pequeno, o projeto levou quatro anos e meio para ser concluído. “Construir o roteiro foi como fazer uma colcha de retalhos”, conta ela.

“Editávamos uma média de três minutos por dia.” A história, mais cheia de pormenores do que muitas obras de ficção, chegou a eles de um jeito inusitado, por sugestão de um arquivista. Osho nem era conhecido dos Way. Lembi não sabia nada sobre os rajneeshees no Oregon, mas se lembrava bem do nome do guru por estar sempre presente nas estantes de livrarias do Brasil. Leia abaixo como foi trabalhar na produção da série.

Os diretores não conheciam Osho, mas você logo identificou o nome. Você tinha ideia de um pouco da história de Rajneeshpuram ou foi tudo uma surpresa?

O que eu conhecia do Osho é o que provavelmente você e muitos brasileiros conhecem, alguma frase que você de repente lê por aí. E, como sempre fui rata de livraria e biblioteca, sempre via também os livros publicados com os discursos dele. É interessante isso, eu conhecia porque talvez seja algo do brasileiro. Acho que a gente tem um contato mais profundo com religião, com mais abertura, por viver nesse caldeirão de religiões diferentes. O Chap e o Mac nunca tinham ouvido falar.

Quando nós recebemos o pitch da história, de um arquivista do Oregon que nos contatou, ele nem falava o nome do guru. Fomos então ver as imagens e só aparecia “Bhagwan”. E eu pensava: “Gente, quem é Bhagwan?”. Fui pesquisar na internet e vi que era o Osho. Disse para os meninos: “Gente, vocês têm noção do que vocês fazendo? Ele é conhecido no mundo inteiro”. Foi aí que caiu a ficha, mas eles não entendiam isso, para eles era totalmente novo.

O fato de vocês não terem originalmente ligação com nenhum dos dois lados da história ajudou no trabalho de editar a série com mais distanciamento?

Isso é complicado, porque antes de entrevistar as pessoas nós havíamos visto todas elas amplamente no material de arquivo, então já tínhamos criado alguma opinião sobre elas. Isso é inevitável. Foi muito interessante quando nós as conhecemos, porque aí a coisa ficou diferente. É por isso que vocês veem Wild Wild Country e dizem: “Cada hora tenho uma opinião diferente sobre determinado personagem”.

Isso não é à toa, é exatamente assim. Por exemplo, você entrevista a Sheela, passa uma semana na casa dela, fica amiga dela. A Sheela é absolutamente acolhedora. Depois desses contatos a gente tinha que pensar: quem essas pessoas são? E isso é muito difícil. A Sheela é uma mulher fascinante.

Tem valores e qualidades admiráveis, mas, ao mesmo tempo, tem atitudes eticamente questionáveis. Ela fez coisas horríveis. É um personagem fantástico. Para a gente, foi muito interessante ver isso. Existem sempre dois lados de uma mesma história — às vezes, mais que dois, porque a natureza humana é frágil e incoerente.

Os entrevistados parecem bastante à vontade na série. Como vocês fizeram para que eles se soltassem?

A gente teve que se aproximar de cada uma das pessoas com muito cuidado, porque todas, tanto os moradores de Antelope quanto os rajneeshees, sofreram por anos sendo o foco de uma história exposta na mídia dos EUA. Desde o início sabíamos que teríamos de criar um vínculo muito forte de confiança.

E, como em todo relacionamento, você não cria confiança de um dia para o outro. Para todas as pessoas fizemos muitas visitas. A gente até brinca que não mora no Oregon, mas é como se fosse nossa casa.

Para cada pessoa foi um processo diferente. A Sheela, por exemplo, a gente tinha que visitar de tempos em tempos. Lembro que a gente ficou um tempo sem falar com ela, uns seis meses, totalmente voltados ao processo de pré-produção, e ela nos mandou um e-mail dizendo que deveríamos voltar lá para ela se sentir bem de novo, se sentir segura sobre essa parceria.

O sucesso da série surpreendeu muito vocês?

Nós sempre soubemos que teria um público que ia responder, porque, à medida que você trabalha na edição e vai tendo retorno das pessoas da equipe, você vai vendo uma primeira impressão sobre como as pessoas vão receber a história. Mas que seria esse sucesso praticamente no mundo inteiro a gente não esperava não. Nós ainda estamos muito surpresos. Todo dia a gente recebe e-mails em idiomas que às vezes a gente nunca nem ouviu falar. É muito bacana saber que a gente ter essa resposta.

A repercussão da série deve ter mexido muito com a vida de todos que participaram. Vocês têm recebido esse retorno dos entrevistados?

Sim, a gente teve contato com praticamente todos eles. A Sheela, por exemplo, está recebendo e-mails de fãs e acho que foi até a um evento na Espanha sobre Wild Wild Country — ela não pode viajar aos Estados Unidos, mas na Europa ela pode. A maioria deles ficou muito surpresa e satisfeita com o alcance da história, inclusive as pessoas de Antelope. O Silvertooth [John Silvertooth, antigo prefeito de Antelope] está adorando!

E de seguidores do Rajneesh que não estão na série, o que vocês ouvem? A imagem do Rajneesh foi abalada na opinião deles depois da série?

Eu tenho amigos que eu não sabia que eram seguidores do Rajneesh e entraram em contato comigo. Um, por exemplo, é um seguidor que diz “que não sabe por que não foi para o Oregon”, porque sempre foi seguidor dele. Vejo que muitas pessoas ficaram bem surpresas e conturbadas.

Na verdade, o Bhagwan foi um gênio. Eu não sei por que ele decide mudar o nome dele [para Osho] quando tudo acaba, mas ele muda o nome dele... Não sei se é uma jogada de marketing ou uma fase pela qual ele estava passando e decide mudar o nome. O fato é que nenhum de nós jamais conectou o Bhagwan, o Rajneesh ao Osho. Na minha cabeça, é uma estratégia de marketing fenomenal, uma das melhores já feitas na vida dele.

Mas também há muitas pessoas que não estão abaladas com o que viram no documentário. A Osho International [fundação que cuida do legado de Osho] acha que ele foi envenenado nos EUA e nos escreveu perguntando por que não tocamos nisso no final. Eles acham que havia uma conspiração para matar o Bhagwan nos Estados Unidos. E isso é complicado, porque nunca tivemos nenhuma prova disso, diferentemente de outras questões que estão na série.

Vocês tinham um material precioso nas mãos. Como foi trabalhar com ele, com tantas horas de gravações?

A gente tem uma equipe muito pequena. Uma equipe de cinema, até mesmo de documentário, normalmente tem um grupo de arquivistas que você contrata para buscar o material em canais de TV, bibliotecas… Normalmente tem também assistentes para ajudar na pesquisa na internet. Mas a gente nunca teve nada disso. O time que começou desde o início é só o Chap, o Mac e eu, só nós três. Então foram quatro anos no total, mais ou menos: a gente teve uns dois anos de pré-produção, oito meses de produção intercalados já com pós-produção e quase que um ano e meio de pós-produção.

Como nós somos uma equipe pequena, a gente tinha um editor, o Neil [Meiklejohn], que trabalhou com a gente também em The Battered Bastards of Baseball, nosso primeiro documentário. Construir o roteiro foi como fazer uma colcha de retalhos. A média que a gente conseguia editar era de três minutos por dia. No final do dia, a gente exibia o material que tinha sido editado e dava as notas, via o que podia melhorar, cortar.

Foi um projeto bem longo, e, por ser um grupo pequeno, todo mundo de certa forma faz de tudo. Eu sou produtora, mas também saía para comprar almoço para eles [risos]. Então não é aquele set de Hollywood que todo mundo imagina. Tudo foi feito de forma bastante artesanal com um grupo muito pequeno. Acho que é por isso que as pessoas ficam tão ligadas na série quando estão assistindo, porque há uma sensação de continuidade. Porque há muitas séries de TV com um editor e um roteirista diferente para cada episódio. Às vezes você tem a sensação de estar assistindo a um material totalmente novo quando passa para um outro capítulo.

Nesse trabalho a gente achou importante ter sempre o mesmo time porque já estávamos lidando com materiais muito diferentes, de câmeras diferentes, de canais de TV diferentes… Uma é Betacam, outra é 16 milímetros… Essas coisas podem às vezes te tirar da história e a gente queria que as pessoas tivessem uma experiência de imersão.

Quando a gente termina de ver a série, fica com a sensação de que há tanta história que ela poderia render mais episódios. Vocês têm planos de fazer uma continuação?

Não sabemos se haverá. Se a Netflix quiser que a gente faça mais algum capítulo aprofundando questões da série, a gente talvez faça, mas está em aberto porque temos também outros projetos.

A gente editou várias questões que a gente poderia ter colocado na série porque não tínhamos tempo, como o dia a dia de um rajneesh. Foi um segmento longo, bem legal, que foi cortado porque não tínhamos tempo para colocar. Mas nem tudo depende da gente, vamos ver.

Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2018/05/wild-wild-country-brasileiro-conta-como-se-tornou-seguidor-de-osho.html 

Comentários