O QUE A CIÊNCIA DESCOBRIU SOBRE OS EFEITOS DO NOVO AMOR NO CÉREBRO

 O que a ciência descobriu sobre os efeitos de um novo amor no cérebro

O que a ciência descobriu sobre os efeitos de um novo amor no cérebro

Estudos revelam que o amor romântico pode alterar o comportamento, atenção e até mesmo a percepção da realidade

 

Por 

Dana Smith

, Em The New York Times

27/05/2024 04h01  Atualizado há 9 horas


Um novo amor pode consumir nossos pensamentos, sobrecarregar nossas emoções e, ocasionalmente, fazer com que tenhamos formas de agir inadequadas.


— As pessoas anseiam por amor, vivem por amor, matam por amor e morrem por amor — diz Helen Fisher, pesquisadora sênior do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. — É um dos sistemas cerebrais mais poderosos que o animal humano já desenvolveu.


Os cientistas estudaram o que está acontecendo em nossos cérebros quando estamos naqueles primeiros e inebriantes dias de paixão, e se isso pode realmente alterar a forma como pensamos e o que fazemos.

Suas descobertas sugerem que as letras das músicas e os enredos dramáticos não exageram: um novo amor pode sim mexer com nossa cabeça.

Os especialistas definem o "amor romântico" como uma conexão mais profunda do que o desejo, mas diferente do apego associado a uma parceria de longo prazo. Em alguns dos pequenos estudos que examinaram esse estado, os pesquisadores colocaram pessoas nos estágios iniciais de um relacionamento romântico (geralmente menos de um ano) em aparelhos de ressonância magnética para ver o que estava acontecendo em seus cérebros enquanto olhavam as fotos de seus amantes.

Eles descobriram que os participantes apresentavam atividade aumentada nas áreas do cérebro que são ricas no neurotransmissor dopamina e controlam as sensações de desejo. Essas regiões também são ativadas por drogas como a cocaína, levando alguns especialistas a comparar o amor a uma espécie de "vício natural".

Estudos com ratazanas da pradaria (sim, você leu certo) confirmam essas descobertas. Os roedores são uma das poucas espécies de mamíferos que se acasalam por toda a vida, por isso os pesquisadores às vezes os utilizam como modelo científico para as parcerias humanas.

Estudos mostram que, quando esses animais formam pares, o sistema de recompensa do cérebro é ativado de forma semelhante, desencadeando a liberação de dopamina.

— O amor romântico não emana do córtex cerebral, onde você pensa; não emana das regiões cerebrais no meio da cabeça, ligadas às áreas límbicas, às emoções. Ele se baseia nas regiões cerebrais ligadas ao impulso, ao foco e à motivação — afirma Fisher, que conduziu um dos primeiros estudos em humanos sobre o assunto.

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