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Por que uma lista reversa de desejos pode ajudar em 2024

Prepare-se para descobrir que tem muito do que se orgulhar e mapeie o que se aproxima da sua visão de uma boa vida.

Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

28/12/2023 06h01  Atualizado há um dia

Para quem não está familiarizado com o termo, engenharia reversa é o processo para se desvendar os princípios tecnológicos e de funcionamento de um dispositivo. Na prática, trata-se de desmontar o equipamento para ver como foi construído. E o que isso tem a ver com tradições do réveillon como pular sete ondas, comer lentilhas ou uvas? Todos esses pequenos rituais servem para fazermos pedidos ou promessas a serem cumpridas no ano que está chegando, mas o problema é que às vezes são tantas as demandas a serem atendidas que o resultado é frustração. 

O psicólogo norte-americano Arthur Brooks, que dá cursos sobre liderança e felicidade na Harvard Kennedy School, afirma que não há nada de errado em ambicionar coisas, mas sugere algo diferente: uma lista reversa de desejos. Na verdade, um exercício cujo propósito é nos sentirmos mais satisfeitos querendo menos.

A lista reversa de desejos pode ser uma ferramenta para aumentar o bem-estar que começa ao refletirmos sobre nossas vitórias, pequenas ou grandes. O primeiro passo é relacionar tudo o que já fez e prepare-se para descobrir que, apesar de sempre achar que os outros são melhores, você tem muito do que se orgulhar.

Para facilitar, crie algumas categorias: por exemplo, relacionamentos, saúde, carreira, educação, hobbies. Claro que conseguir comprar a casa própria vale um lugar de destaque, mas não se prenda a conquistas materiais. Manter os mesmos amigos desde a infância também é uma façanha. Portanto, não descarte nada como se fosse algo menor: que tal incluir a nota máxima num trabalho escolar, algo que trouxe enorme alegria décadas atrás? Ao recuperar essas memórias, é provável que você seja tomado por um sentimento de gratidão por tudo que realizou – e agradecer faz bem ao espírito. O que mais deve constar do seu roteiro:

1. Apreciar: pense nas experiências vividas, em obstáculos superados e vidas que foram impactadas. Valorize seu legado.
2. Validar: não subestime as habilidades que o (a) levaram adiante. Agora junte os pontos: o que mais lhe deu prazer e se aproximou do seu propósito de vida?
3. Clareza e entendimento: pergunte-se que causas você defendeu, que valores não podem ser negociados. O que te emociona? Quando se sentiu mais realizado (a), ainda que sem ter uma compensação financeira?
4. Conexão: que coisas você anseia estarem presentes em sua vida? Por que não está tendo isso hoje? O que quer menos em sua vida? O que precisa deixar de lado?

Chegar até aqui foi uma experiência de engenharia reversa: esmiuçar memórias para alcançar o que é realmente relevante. A partir daí, fica claro o que deve ser evitado ou descartado. Agora você está mais perto de uma nova lista de desejos, para começar a sonhar de novo: sonhos grandes e pequenos. O que Brooks propõe é um exercício no qual bens materiais ou conquistas voltadas para a validação externa não ganhem peso maior do que os valores essenciais para cada indivíduo, como explica:

“No dia do meu aniversário, listo o que desejo que estaria na categoria de dinheiro, poder ou honrarias. Depois imagino como seria minha vida daqui a cinco anos, se eu conseguisse ser verdadeiramente feliz e realizado, em paz com meus valores. A etapa final é comparar as duas listas. Que coisas você deseja que o aproximarão da sua visão de uma boa vida? Não se trata de eliminar os sonhos, mas de saber por que deseja algo”.

Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2023/12/28/por-que-uma-lista-reversa-de-desejos-pode-ajudar-em-2024.ghtml