Consumo moderado de álcool pode reduzir risco de
doenças cardíacas
Substância afeta região do cérebro
que processa emoções, reduzindo o estresse e, consequentemente, a frequência
cardíaca
Por Redação Galileu
13/06/2023 16h11 Atualizado há 6 meses
Doenças cardiovasculares são responsáveis por um número significativo de mortes no mundo todo. Encontrar maneiras de escapar desses perigos é necessário e, de acordo com um novo estudo, o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode ser um aliado. Por mais que seja inusitado, o método tem embasamento científico uma vez que está ligado a reduções de longo prazo na sinalização de estresse no cérebro.
A descoberta foi publicada no periódico Journal of the American College of Cardiology.
O estudo realizado por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, considerou o consumo de leve a moderado como uma bebida por dia para mulheres e de uma a duas bebidas diárias para homens. No entanto, não descartam os perigos do álcool em outras situações.
Este levantamento é o primeiro a indicar os efeitos neurobiológicos de longo prazo do álcool moderado na atividade de amortecimento em sistemas cerebrais, relacionados com o coração. Desta forma, os especialistas buscaram entender onde exatamente ele agiria com esse benefício. “Se o mecanismo fosse compreendido, o objetivo seria encontrar outras abordagens que reproduzissem os efeitos protetores do álcool sem os impactos adversos”, disse Ahmed Tawakol, cardiologista e codiretor do Centro de Pesquisa de Imagens Cardiovasculares do hospital, em entrevista ao jornal The Guardian.
Consumo moderado
Os pesquisadores analisaram 50 mil indivíduos inscritos no biobanco do Mass General Brigham, um sistema de saúde integrado. A partir daí, fatores genéticos, clínicos, de estilo de vida e socioeconômicos foram considerados para chegarem ao subconjunto de 754 voluntários que foram examinados.
Exames de imagem cerebrais foram usados para determinar o efeito do consumo leve e moderado de álcool na atividade da rede neural relacionada ao estresse em repouso. O efeito foi observado diretamente nas amígdalas cerebrais, estrutura tradicionalmente relacionada com a parte emocional do cérebro que também corresponde ao estresse.
Em indivíduos que bebiam, o estresse na região das amígdalas foi menor em comparação àqueles que se abstinham de álcool ou que bebiam pouco.
Tawakol explica que, quando a amígdala está muito alerta e vigilante, o sistema nervoso simpático é intensificado, o que aumenta a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, além de desencadear a liberação de células inflamatórias. “Se o estresse é crônico, o resultado é hipertensão, aumento da inflamação e um risco substancial de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares”, completa o médico.
O consumo leve a moderado foi associado a quase o dobro do efeito protetor cardíaco em indivíduos com histórico de ansiedade em comparação com outros.
Por fim, o estudo ressalta que, por mais que haja esse benefício, consumir bebidas alcoólicas em qualquer quantidade pode trazer outros problemas, como o risco de câncer, por isso é necessário cautela.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/06/consumo-moderado-de-alcool-pode-reduzir-risco-de-doencas-cardiacas.ghtml
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