Cresce uso de cigarro eletrônico entre adolescentes na Grã-Bretanha — Foto: Crescer
Crianças de 8 anos estão viciadas em vapes (cigarro eletrônico), de acordo com agência inglesa
A proporção de adolescentes que usam vapes triplicou em 3 anos em algumas partes da Inglaterra. Os médicos temem que possa haver uma onda de doenças pulmonares, problemas dentários e até mesmo câncer nas próximas décadas em pessoas que adquiriram o hábito muito jovens
Por Crescer Online
18/07/2023 08h51 Atualizado há um dia
Cigarros, independentemente do tipo, devem ser mantidos fora do alcance das crianças, pois são prejudiciais à saúde e viciantes. Infelizmente, segundo a agência de padrões comerciais de Lancashire, no Reino Unido, crianças de apenas 8 anos estão consumindo cigarros eletrônicos, conforme publicado pelo tabloide britânico Daily Mail esta semana. Esses dados foram compartilhados durante uma reunião do Conselho do Condado de Lancashire, que revelou que 1 em cada 6 adolescentes agora são usuários regulares de cigarros eletrônicos, quase triplicando a proporção em relação a 2020.
Os membros do conselho criticaram aqueles que vendem vaporizadores coloridos e com sabores atraentes para crianças a preços acessíveis, mesmo que isso seja ilegal. As taxas de uso entre adolescentes quase dobraram em uma década no Reino Unido, refletindo uma tendência nacional identificada pelos Lancashire Trading Standards, que regula o comércio. Especialistas atribuem as táticas de marketing, com produtos coloridos, como responsáveis por impulsionar a epidemia de cigarro eletrônico entre crianças e adolescentes no Reino Unido.
Os médicos estão preocupados com o possível aumento de doenças pulmonares, problemas dentários e até câncer nas próximas décadas em pessoas que adquiriram o hábito de vapear em uma idade tão jovem. Os cigarros eletrônicos produzem uma variedade de produtos químicos perigosos associados a doenças pulmonares e cardíacas fatais. A conselheira Sue Whittam, que trouxe o assunto para o debate na reunião, destacou que "negócios sem escrúpulos" estão direcionando os jovens para os vaporizadores. É preocupante que as crianças possam adquirir esses produtos e mais preocupante ainda é o fato de que os fabricantes de cigarro eletrônico estão deliberadamente visando os jovens. Ela destacou que é possível encontrar facilmente vaporizadores coloridos em uma variedade de sabores atraentes, como sorvete de morango e melancia, a preços acessíveis, com apenas uma busca na internet.
Green também mencionou que os vapes descartáveis, disponíveis a preços acessíveis, são os dispositivos mais populares entre os jovens. "Até agora, os vapes descartáveis têm sido os mais problemáticos, e esses são os tipos mais comuns de cigarro eletrônico utilizados pelos jovens, com sete em cada dez jovens em Lancashire preferindo esse tipo", afirmou. Ele informou que, somente neste ano foram removidos 11 mil vapes ilegais do mercado por não apresentarem avisos adequados ou conterem quantidades excessivas de líquido. Green reforçou as evidências de que os vapes podem ser uma alternativa melhor para fumantes adultos que desejam parar de fumar cigarros tradicionais, mas destacou a importância de se fazer mais para impedir que os jovens adquiram esse hábito.
O debate surge após a solicitação da Associação do Governo Local, que representa os conselhos da Inglaterra e do País de Gales, para que o governo proíba a venda e a fabricação de vapes até 2024. Esses dispositivos de cores vivas são comercializados sob marcas como Elf Bar e Lost Mary, apresentando sabores frutados e de chiclete atraentes para as crianças. Os gadgets são vendidos em displays coloridos, espalhados pelas ruas do Reino Unido, muitas vezes próximos a doces, e podem ser adquiridos por apenas £ 5 [cerca de R$ 32].
O primeiro-ministro Rishi Sunak se comprometeu a combater a crise do cigarro eletrônico entre os jovens. Os vapes permitem que as pessoas inalem nicotina em forma de vapor, produzido pelo aquecimento de um líquido que geralmente contém propilenoglicol, glicerina, aromatizantes e outros produtos químicos. Ao contrário dos cigarros tradicionais, eles não contêm tabaco e não produzem alcatrão ou carbono, que são dois dos elementos mais perigosos.
Embora os cigarros eletrônicos sejam considerados uma opção de menor risco em comparação ao tabagismo, os efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos. Os médicos temem que haja um aumento de doenças pulmonares, problemas dentários e até mesmo câncer nas próximas décadas em pessoas que começam a fumar cigarro eletrônico ainda jovens.
Uma investigação realizada pelo MailOnline em abril revelou a verdadeira extensão do problema e as táticas de marketing usadas por varejistas neste tipo de produto para atrair crianças. Um entrevistado, Tom Padley, atualmente com 19 anos, de Putney, Londres, relatou que começou a usar vapes aos 13 anos. Tom, que adquiriu o hábito enquanto estava no internato, afirmou que vapes era conveniente, pois não precisava sair de casa para fumar como faria com cigarros tradicionais. No entanto, após seis anos usando cigarros eletrônicos, ele começou a enfrentar problemas de saúde, incluindo úlceras na boca e tosse intensa.
Fonte:https://revistacrescer.globo.com/pre-adolescentes/saude/noticia/2023/07/criancas-de-8-anos-estao-viciadas-em-vapes-cigarro-eletronico-de-acordo-com-agencia-inglesa.ghtml
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