Cheia de propriedades medicinais, a planta valeriana é conhecida do pais e frequenta muitas casas e escritórios. Isso ocorre porque suas delicadas flores, em tons que vão do branco ao rosa, são lindas. Quando colocada em um ambiente, seu charme se espalha pelo local, além do seu agradável cheiro.
Plantas medicinais para ansiedade: as dúvidas mais comuns sobre elas
Para utilizá-las, é preciso cuidado e acompanhamento profissional contínuo
Por Maria Clara Vieira
26/05/2023 06h01 Atualizado há 15 horas
Ansiedade é tema sério e atualíssimo: ela pode ser apenas um sentimento ou reação emocional diante de determinada situação — o que é natural do ser humano. Porém, quando se manifesta de maneira persistente e torna a vida disfuncional, requer acompanhamento profissional para tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno de ansiedade.
De acordo com o Ministério da Saúde, os transtornos da ansiedade têm sintomas intensos que podem incluir, por exemplo, sensação contínua de que algo muito ruim vai acontecer, falta de controle sobre os pensamentos, além de preocupações, tensões ou medos exagerados. Os tratamentos, ainda de acordo com o Ministério, se baseiam em uso de medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica) e psicoterapia com psicólogo ou médico psiquiatra.
Não raro, as pessoas também buscam ajuda em plantas medicinais. Mas é preciso cuidado. "Embora haja a crença de que plantas medicinais não façam mal, elas devem ser utilizadas com cautela para evitar quadros de intoxicação", explica Marina Scopel, professora doutora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais e coordenadora do Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (CEPLAMT-UFMG). "Quando utilizadas concomitantemente a outras formas de medicamentos, podem interferir diretamente na sua funcionalidade, trazendo efeitos indesejados e redução da segurança da sua utilização e do outro medicamento. Por isso, o acompanhamento multiprofissional é tão necessário", alerta ela. A seguir, confira entrevista com Scopel sobre as principais dúvidas a respeito do tema:
As folhas de maracujá (Passiflora incarnata L.) têm propriedades medicinais contra ansiedade. Mas atenção: não é recomendado a gestantes, lactantes, alcoolistas e diabéticos. Crianças de três a 12 anos devem passar por orientação médica. Também não deve ser utilizada em casos de tratamento com sedativos e depressores do sistema nervoso. — Foto: Maya A./Pixabay
Quais plantas medicinais podem ser utilizadas por quem tem ansiedade?
Em primeiro lugar, a utilização de plantas medicinais, principalmente para desordens do sistema nervoso central, sempre deve ser acompanhada por profissionais da saúde, como médicos, farmacêuticos e nutricionistas. É de extrema importância que, caso a pessoa adquira a planta ou faça sua colheita, esteja atenta à identificação da espécie, acondicionamento, forma de preparo e posologia. Além disso, é fundamental conhecer as possíveis interações que podem acontecer com outros medicamentos que uma pessoa possa estar tomando no momento da utilização da planta medicinal. Todo e qualquer efeito adverso deve ser notificado mesmo que sejam sensações de mal-estar ou reações alérgicas. Por serem indicadas para distúrbios de ansiedade, pode ocorrer aparecimento de sonolência e, por isso, recomenda-se que após ingestão das espécies sejam evitadas atividades que demandem elevado nível de atenção, como dirigir. Outro ponto importante de atenção é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, uma vez que podem alterar a ação da planta no organismo.
Em quais casos o uso de tais plantas é desaconselhado?
Mulheres gestantes ou lactantes, pessoas com doenças do fígado e pessoas menores de 12 anos devem sempre realizar acompanhamento médico para avaliação da possibilidade de utilização destas espécies.
As plantas medicinais podem ser usadas por quem faz uso de medicamentos alopáticos?
A utilização de plantas medicinais pode ser realizada de forma conjunta aos medicamentos alopáticos, mas deve sempre ter acompanhamento profissional, para que seja avaliada a melhor forma de utilização e evitar interações medicamentosas. Embora haja a crença de que plantas medicinais não façam mal, elas devem ser utilizadas com cautela para evitar quadros de intoxicação e quando utilizada concomitantemente às outras formas de medicamento, estas podem interferir diretamente na sua funcionalidade, podendo trazer efeitos indesejados e redução da segurança da sua utilização e do outro medicamento. Por isso, o acompanhamento multiprofissional é tão necessário.
*Colaborou Rafael Christian de Matos, farmacêutico e aluno da pós-graduação do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFMG.
Existem normatizações nacionais (como o Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira) que trazem algumas plantas e suas formas de utilização, tendo embasamento teórico-científico como referencial. Neste documento, há informações sobre plantas que podem ser utilizadas para esta enfermidade e que não possuem necessidade de prescrição médica, como o maracujá (Passiflora incarnata L.), a camomila (Matricaria chamomilla L.) e o crataego (Crataegus monogyna Jacq.), além daquelas que necessitam de prescrição médica, como kava-kava (Piper methysticum G. Forst), valeriana (Valeriana officinalis L.) e cimicifuga (Actaea racemosa L.).
Fonte:https://casavogue.globo.com/smart/noticia/2023/05/plantas-medicinais-para-ansiedade.ghtml
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