Reconstrução 3D revela detalhes do crânio de um dinossauro herbívoro
Paleontólogos russos apontam que os anquilossauros, répteis semelhantes aos tatus e tartarugas modernos, conseguiam resfriar a cabeça e eram bons ouvintes
- REDAÇÃO GALILEU
Paleontólogos da Universidade de São Petersburgo, na Rússia, se tornaram os primeiros cientistas a estudar em detalhes a estrutura do cérebro e dos vasos sanguíneos do crânio de um anquilossauro da espécie Bissektipelta archibaldi. O dinossauro herbívoro viveu entre 160 e 66 milhões de anos atrás e tinha uma grossa carapaça em suas costas, semelhante a de tatus e tartarugas atuais, mas coberta por espinhos; além de apresentar uma cauda com dois nódulos ósseos na ponta.
"Graças ao desenvolvimento da tomografia computadorizada nos últimos 15 a 20 anos, os paleontólogos são capazes de aprender cada vez mais sobre o cérebro dos dinossauros e sua estrutura", disse em nota Ivan Kuzmin, principal autor do artigo e estudante de doutorado na Universidade de São Petersburgo.
A primeira reconstrução tridimensional por computador do crânio do animal ajudou a descobrir, entre outras coisas, que o réptil era capaz de resfriar seu cérebro ao redistribuir o sangue para restante do corpo, mantendo a temperatura ideal do órgão. Se o topo da cabeça do anquilossauro esquentava, os vasos sanguíneos desviam o sangue rapidamente — como se o dino usasse um chapéu para protegê-lo do sol.
Além disso, os cientistas apontam que os anquilossauros tinham um olfato extremamente desenvolvido, o que os ajudou a procurar comida, parceiros do sexo oposto e a sentir a aproximação de predadores. Eles também eram bons ouvintes, assim como o Tiranossauro Rex e os crocodilos modernos. Apesar disso, o cérebro do Bissektipelta archibaldi era bem pequeno se comparado com seus 3 metros de comprimento: o órgão pesava apenas 26,5 gramas.
Os paleontólogos fizeram a reconstrução 3D do crânio do animal a partir de três fragmentos fósseis da espécie, que foram encontrados durante uma expedição no Uzbequistão, entre o fim dos anos 1990 e início da década de 2000.
Os cientistas ainda querem estudar as bases fósseis de outras espécies de anquilossauros para testar todas as hipóteses sobre a audição, o olfato e o resfriamento cerebral desses animais. Enquanto isso, os pesquisadores continuam usando tomografia computadorizada para trabalhar com modelos digitais de crânios de hadrossauros — outro gênero de dinossauro que foi encontrado pela equipe no Uzbequistão.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/06/reconstrucao-3d-revela-detalhes-do-cranio-de-um-dinossauro-herbivoro.html
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