O PAPEL DA MULHER NO AMBIENTE DE TRADALHO E O EQUILÍBRIO DA VIDA: SÉCULO XXI - O SÉCULO DAS MULHERES
Cada vez mais mulheres estão ganhando mais que seus parceiros homens, mas essa situação ainda é motivo de insegurança e desconforto para ambos
O Papel da
mulher no ambiente de trabalho e o equilíbrio da vida
VANESSA FARIA • 08/03/2022
As
mulheres ganham cada dia mais espaço, seja na política, na ciência ou na
economia. São empreendedoras, juízas e doutoras. Estão por toda parte e seguem
lutando por seus direitos. O papel da mulher vem trazendo ainda mais
responsabilidades.
São
responsáveis por cuidar da casa, filhos, fazer compras, administrar as contas,
cozinhar, limpar e ainda cumprir as jornadas de trabalho de todos os
dias.
Elas
se reinventam, buscando equilíbrio e seguem cada dia mais tornando-se
protagonistas em suas vidas pessoais e profissionais.
Conversamos
com 3 mulheres de diferentes idades, culturas e áreas profissionais para
entender como elas se veem no âmbito profissional e como equilibram outros
papéis, como os de esposa, mãe e amiga.
A Mulher no ecossistema corporativo
Historicamente
a Mulher sempre exerceu um papel secundário no plano econômico e social, e
atualmente vive um momento em que vem alcançando voz e lugar em lideranças femininas, em uma narrativa
em que muitos homens ainda têm papel favorecido no meio profissional.
“As
pessoas me diziam que eu não precisava negociar ou resolver problemas. Eu
respondia que não é por que sou mulher que não precisava negociar, brigar ou
bater de frente com as pessoas”, lembra Luciana Gallo – Diretora Financeira
da Empresa Nobre Cestas.
Muitas
mulheres ainda passam por dificuldades para adentrar o mundo corporativo pois
são vistas como muito sensíveis em um papel que não podem se impor ou decidir.
Além disso, algumas mulheres acabam deixando de lado a feminilidade para se
encaixar em papéis que até então eram tidos somente para homens.
“Com 15
anos, eu não tinha a maturidade que tenho hoje, portanto, minha primeira
estratégia foi imitar aqueles homens que me cercavam para tentar ser melhor que
eles”. Lembra, Rebeca Toyama, Especialista em educação
corporativa, carreira e bem-estar financeiro, em sua trajetória no mercado
financeiro.
Estudo
feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo as
mulheres sendo maioria no Brasil, existe uma grande desigualdade de gênero no
mercado de trabalho.
E
é nesse cenário que elas ainda são quem mais sofre com a desvalorização de sua
presença no ecossistema corporativo.
A Sombra do Passado
A
mulher é hoje fruto de uma estrutura e recorte sociais do passado, em que no
período colonial, eram colocadas em segundo plano sem a oportunidade de voz ou
decisão.
Hoje
em dia mais do que nunca, a mulher trilha o caminho profissional com mais
afinco, visando assim atingir a valorização e reconhecimento de seu trabalho,
já que inevitavelmente ela é comparada e se compara à figura masculina no mesmo
ecossistema.
O ambiente corporativo ainda é um
lugar machista, o que faz dele um meio mais desafiador para as mulheres que
lutam para serem aceitas ou ouvidas. Além disso, como Toyama, tendem a se
masculinizar para fazer parte do grupo e ganhar algum espaço.
Por
mais empoderadas e profissionais que as mulheres mostrem ser hoje em dia, ainda
existe muito machismo e preconceito para serem quebrados dentro de empresas que
acreditam que apenas homens são capazes de exercer um bom trabalho.
Segundo
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA 2019), a presença feminina no
mercado de trabalho mostra que o número de mulheres entre 17 e 70 anos
empregadas no país passou de 56.1% em 1992, para 61,6% em 2015, com projeção
para atingir 64,3% no ano de 2030, ou seja, 8.2 pontos percentuais acima da
taxa em 1992.
Contudo,
é nessa perspectiva que vemos que existe um longo e árduo caminho a ser
percorrido para que todas as mulheres sintam maior oportunidade de lugar e
espaço no ecossistema corporativo.
Quando
falamos do pouco espaço que a mulher tem no ambiente do trabalho, é informado
em destaque pela revista Exame que, entre as 500 maiores companhias do país,
apenas 20 (ou 4%) têm uma mulher no comando – um desafio ainda maior para
mulheres negras.
Conforme
o site Exame, “quanto mais alto o nível
hierárquico, maior a dificuldade para as mulheres superarem a barreira de
gênero”, pesquisa por IBGE referente 2015 a 2016.
Jogo Desigual
A
mulher, por natureza, tem a facilidade de realizar diferentes tarefas ao mesmo
tempo, e faz isso com eficiência e flexibilidade.
“Na minha posição, seja de profissional ou não,
lido com diversos tipos de pessoas, e no trato com essas pessoas é necessário
achar um equilíbrio em ser adaptável e flexível” Explica Luciana Gallo.
Tendo
isso em vista, elas ainda buscam equilíbrio em seus afazeres, sejam eles
pessoais ou profissionais. Contudo, manejar essa variedade de tarefas
simultaneamente pode ser algo extenuante. Como lidar com isso?
Um
estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
ajuda na compreensão em torno das dificuldades que as mulheres enfrentam na
inserção no mercado de trabalho.
Mulheres
de 25 a 49 anos com presença de crianças de até 3 anos de idade vivendo no
domicílio se mostram como um fator relevante. O nível de ocupação no mercado de
trabalho entre as mulheres que têm filhos dessa idade é de 54,6%, abaixo dos
67,2% daquelas que não têm.
A
situação é exatamente oposta entre os homens. Aqueles que vivem com crianças
até 3 anos registraram nível de ocupação de 89,2%, superior aos 83,4% dos que
não têm filhos nessa idade.
A
pesquisa ainda mostra que o trabalho doméstico aumentou. “No Brasil, em
2019, as mulheres dedicam-se aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos
quase o dobro de tempo que os homens (21,4 horas semanais contra 11,0 horas).” IBGE
2019.
A
mulher ainda é vista como quem deve cuidar da casa e dos filhos, cenário este
que ainda se repete desde o período colonialista, quando eram marginalizadas de
toda e qualquer atividade política ou econômica, sendo culturalmente ensinadas
a serem boas mães e boas esposas, pois as suas funções se concentravam nos
trabalhos domésticos e nos cuidados dos filhos.
Um Para Você e Dois Para Mim
A
disparidade salarial também é um fator culminante quando colocados na balança o
salário de uma mulher e de um homem em funções que asseguram maiores
ganhos.
Mulheres
receberam, em média, 77,7% do montante auferido pelos homens. Entre diretores e
gerentes, as mulheres receberam 61,9% do rendimento dos homens. O percentual
também foi alto no grupo dos profissionais da ciência e intelectuais: 63,6%.
Dados informados em pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) de 2018.
Na
conjunção da pesquisa, mulheres ainda estudam mais que homens e trabalham mais
horas nos afazeres domésticos, ademais recebem salários menores e têm menos
cargos de poder.
Na
política o cenário é ainda pior, com índice de 10,5% dos deputados na Câmara
sendo mulheres. Elas eram cerca de 50,6% da população brasileira no momento da
pesquisa, segundo o IBGE.
A
luta pela igualdade de gênero continua, e ainda há uma trajetória muito
grande para que se alcance a paridade em termos salariais, econômicos,
culturais, sociais e tudo que diz respeito ao cotidiano da vida.
É
fundamental que essa problemática seja colocada em pauta e que haja a
conscientização e a discussão sobre a desigualdade de gênero e valorização da
figura feminina.
A Equilibrista
Além
de estar na corrida por espaço e igualdade, a mulher se vê como uma acrobata
também na vida social, buscando algumas estratégias para conciliar o trabalho,
família e amigos.
Onde
encontrar o tão sonhado equilíbrio?
“É
preciso ter clareza do que realmente é essencial na vida, diferenciando os
papéis nos quais sou insubstituível, dos que posso ser substituída e assim
saber priorizar e distribuir meu tempo.” diz Toyama.
O
segredo é a dosagem e a prioridade que se doa em seu cotidiano, como se
diz a expressão popular, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. Entretanto, o
trabalho é o afazer que mais demanda tempo do dia, logo é necessário saber
distribuir na balança da vida o proporcional para não se doar muito mais para
um do que para o outro.
“Sempre
mantenho contato com minha rede de apoio, meus amigos, família. E evito ao
máximo deixar o trabalho tomar conta da maior parte da minha vida. Meu trabalho
me realiza, mas minha vida é mais importante.” Afirma Ana Paula Belo
Macagnani, Designer e idealizadora do projeto Pole Gordas.
O
equilíbrio está nas prioridades: saber a hora de se jogar no trabalho,
reconhecer a necessidade do descanso e compartilhar momentos com quem se ama.
Isso é um ato de carinho e respeito para consigo mesma.
Super Poderes
Muitas
mulheres ainda precisam demonstrar o dobro de esforço e profissionalismo se
quiserem crescer e construir uma carreira de sucesso. Isso só aponta que
ainda existe um grande caminho a ser percorrido.
Entretanto
é notável o destaque de mulheres que alcançam seus espaços,
pois, equilibrar todos os aspectos da vida já as tornam “Super Mulheres”,
e apesar de tantas dificuldades, anseios e obstáculos, a mulher se evidencia
onde quer que esteja.
Sejam
artistas, economistas, mães, doutoras, pesquisadoras ou inventoras, elas têm o
superpoder de ser quem elas quiserem ser.
“Precisamos
ser a primeira pessoa a acreditar em nós mesmas. O dia que nós mulheres
realmente entendermos a essência de nosso papel no mundo, não haverá mais
necessidade de batalhas, pois respeitando a diversidade que habita em nós e no
outro, será mais fácil encontrar o caminho do feminino sagrado”. Afirma
Rebeca Toyama.
É
da essência feminina se reinventar, achar meios, contar uma nova história e
buscar o que ela quer.
“Não
se compare com ninguém. Se olhe com carinho, se ame. Demora, é um trabalho
árduo e constante, mas quando você descobrir que é capaz de tudo, não vai se
importar com a opinião de mais ninguém”. Diz Ana Paula Belo Macagnani
A
mulher é essa força imperturbável, que vem pela história construindo caminhos,
derrubando muralhas e movendo outras mulheres a saber seu verdadeiro valor seja
qual for sua origem, raça, credo ou religião.
“As pessoas me diziam: “você não precisa negociar,
deixa que eu negocio pra você pois você é mulher. Eu respondia que não é porque
sou mulher que não preciso negociar ou bater de frente com as pessoas, mas sim
me desafiar todos os dias e tentar buscar meu lugar seja onde for”,
diz Luciana Gallo, Diretora Financeira da empresa Nobre Cestas, em relação ao
seu papel como mulher no mundo corporativo.
Mesmo
com as dificuldades da vida, elas são corajosas, lutam por igualdade, pela
justiça, e levam intrinsecamente a suavidade e o poder de transformar problemas
em soluções.
São
verdadeiras Heroínas, pois seus Superpoderes são se reinventar e persistir por
um futuro melhor.
Fonte:https://blog.cestanobre.com.br/o-papel-da-mulher-no-ambiente-de-trabalho/
Século XXI – O século das mulheres
A mulher desempenha um papel especial na criação de uma cultura de paz. É a mulher quem persevera para transformar a sociedade na direção do bem, da esperança e da paz. É ela quem mais sofre todas as vezes que a sociedade é ferida pela guerra, violência, opressão, pelos abusos contra os direitos humanos, pelas doenças e pela fome.
Dr. Daisaku Ikeda, escritor, filósofo, poeta e pacifista que denominou o século XXI como o “Século das Mulheres” deixa clara a grande confiança e expectativa que deposita na capacidade das mulheres de transformar o século XXI num século em que predomine a valorização da vida e se concretize uma era de verdadeiro humanismo. Ele tem ressaltado a crescente importância do papel das mulheres na família, na sociedade e no mundo, principalmente no movimento pela paz. (Revista Terceira Civilização)
Ele afirma: “Não há nada mais forte do que o grito de uma mulher em nome da verdade. Mesmo o grito de uma única mulher pode comover o mundo e mudar a voz do povo. Não é exagero dizer que a história é criada pelas mulheres.”.
Com o nosso comprometimento como cidadã, mãe, esposa e companheira cumpridora de nossas responsabilidades, seja qual for o nosso palco de atuação, usando nossa capacidade intuitiva, nosso coração grandioso e nossa habilidade de “falar” para influenciar positivamente nosso ambiente, criaremos uma gigantesca onda para o bem da sociedade e da humanidade.
Como mães, esposas e profissionais, temos um papel fundamental na edificação de uma sociedade mais humana. É justamente de dentro da família, a célula básica da sociedade, que se inicia esse grandioso movimento de criação de pessoas justas, honestas e mais humanas. Quando cada um — a mãe, o pai, a filha e o filho — estiver atuando na vida positivamente, os efeitos se farão sentir em toda a sociedade.
Este é o alvorecer, a primavera do ‘Século das Mulheres’.
Se uma única mulher decidida se levantar, ela iluminará o mundo todo com a sua brilhante luz da esperança.
Num mundo carente de humanismo, que o papel das mulheres seja o de propagar a paz e a harmonia entre os povos por meio do diálogo.
Neste mundo cheio de contradições, injustiças, em que se busca somente a eficiência de produtos e serviços, a atuação das mulheres repleta de senso de humanismo, cordialidade, tolerância e amor são fundamentais.
É importante que nós, mulheres, acreditemos na força que possuímos e a manifestemos em nosso dia-a-dia.
A principal qualidade das “mulheres do século 21” é a sabedoria. Uma mulher realmente sábia consegue lidar com todas as situações graças à sua capacidade de discernimento.
Mesmo conquistando, a cada dia, um novo espaço no mundo, ela não perde o brilho de mulher, ou seja, a sua feminilidade. A mulher sábia é aquela que conquista o lugar dela sem perder o jeito autêntico de ser.
Essas mulheres sábias devem cultivar um profundo senso de missão, um coração justo e honesto, para que possa bradar clara e sonoramente pelo que é certo.
É admirável as mulheres que enfrentam a difícil realidade, em que muitas vezes têm de realizar uma jornada de trabalho dupla ou até tripla. Por essa razão, a sabedoria é fundamental.
O “coração” é o que as mulheres possuem de mais belo.
Mahatma Gandhi enfatiza: “Se pela força queremos dizer força bruta, então, realmente, a mulher é menos brutal que o homem. Se pela força queremos dizer força moral, então a mulher é imensuravelmente superior ao homem… Se a não-violência é uma lei de nosso ser, o futuro depende da mulher”.
Antes de a sociedade reconhecer a força da mulher, é preciso que ela própria se valorize. Quando acreditamos em nosso potencial, conseguimos concretizar tudo o que idealizamos para a nossa vida!
Salve 08 de março – Dia Internacional da Mulher
Fonte:https://alusolda.com.br/seculo-xxi-o-seculo-das-mulheres/
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